domingo, 5 de dezembro de 2010

MALFADADAS FLORES EM "VERMELHO", DE AGUINALDO GONÇALVES

Rosangela Manhas Mantolvani


Aguinaldo Gonçalves ganhou, em 1990, o Prêmio na Categoria Ensaio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pela publicação do livro Transição e permanência. Miró/João Cabral: da tela ao texto (1989), pela Iluminuras. Publicou ainda, entre outros, Laokoon revisitado – relações homológicas entre texto e imagem (1994), pela Edusp, onde elaborou um estudo comparado entre as obras de Miró e João Cabral, Magritte e Manuel Bandeira, além de Mondrian e Oswald de Andrade. Lançou ainda o livro de poemas Vermelho (2000), pela Ateliê Editorial, e Museu movente – o signo da arte em Marcel Proust (2004), pela Editora UNESP, um mergulho no clássico Em busca do tempo perdido, para mostrar os mecanismos lingüísticos que relacionam o discurso verbal ao plástico, chegando a concepções sobre o pensamento estético do escritor francês que podem ser ampliadas para o questionamento sobre a atividade artística, em suas mais variadas formas de expressão. Em 2007, publica In abysmus, seu segundo livro de poesia.

O percurso de Gonçalves pela poesia certamente não se iniciou em Vermelho (2000), pois o contato do poeta com a linguagem centrada na mensagem resultou do encontro cotidiano de sua atividade profissional - palco de interpretação de incontáveis poemas transformados em objetos-arte estendidos e palpáveis no espaço da sala-de-aula -, e da concretização de sua suprema capacidade de incentivar seus pupilos a se apaixonarem pelas armações artísticas da poesia em língua portuguesa. O objeto de seu labor se encontra, então, reexaminado no próprio fazer poético, e o autor trata de inseri-lo, na primeira parte do livro, entre citações e epígrafes de poetas já muito lidos e relidos: Catulo, Safo, Valéry, Baudelaire, Rimbaud, Drummond, Proust, João Cabral, Leminski, Arnaldo Antunes: grandes escritores da literatura mundial e brasileiros que aparecerão em aspectos intertextuais na segunda ou na terceira parte do livro.
É dessa experiência de releitura que nasceu provavelmente Vermelho e, ainda, da inquietação do criador que, possivelmente tendo percebido o conteúdo significativo e o significado que havia em sua possibilidade criativa, transbordou-a em forma de doação também aos seus leitores.
Com Gonçalves, a palavra escrita, o signo, decola em vôo da folha em que se encontra aprisionado e toma forma “no ar”, pois a musicalidade na leitura deixada pela voz em cada fonema que se diz musical, a interpretação dos sons e sensações do poema, dizem muito mais que a leitura de qualquer escrita em forma de versos plasmada sobre o papel.
Em Vermelho, essa necessidade de produzir o ritmo para ser lido, ou para ser visto, o poema como imagem e como som, funciona como tônica entre a escrita e o que está para ser produzido ou construído ainda pelo leitor. Dessa relação deriva a necessidade fundamental de uma leitura sonora de Vermelho, sem a qual não se encontram os sentidos de muitos de seus escritos, nos quais as equações sonoras são essenciais para que a poesia se realize plenamente.
A experiência da metalinguagem, da sonoridade e do visual, da construção de palavras no interior de outras, produz significados abundantes não apenas pela polissemia do conteúdo, mas também pela forma, e constituem recursos que sedimentam a singularidade do trabalho com os signos não apenas vermelhos, mas azuis, pretos, brancos, cinzas, laranjas nos fundos de tantas cores, onde os signos parecem tremeluzir fugidios de sua carcereira: a folha na qual pousa a tinta feita grafia. O grafema parece partir em direções várias, como a fugir em movimentos elípticos ou circulares, em movimentos conexos ou não, enquanto o espaço da página funciona como um local transitório e pouco seguro para estar.
Os conceitos da semiótica se aplicam de diferentes formas, permitindo extrair do texto outros sentidos, além de uma simples relação entre significantes e significados metafóricos, anunciando uma ruptura muitas vezes profunda nessa relação, a ponto de conduzir alguns poemas a um proposital nível de incompreensibilidade, pela via da racionalidade do senso comum, e procura revelar, intencionalmente, essa relação do signo com uma essência poética primeira. Ou, no contato direto, a busca de sua decifração imediata.
Enquanto a ocultação e o exercício de decifração pelo leitor/ouvinte/observador transforma-se em um verdadeiro exercício de recriação mental, em que as tentativas de associação remetem tanto para o interior quanto para o exterior do texto, e dos signos poéticos, o poema se estrutura em níveis significativos, descobertos e redescobertos a cada leitura.
Nos processos intertextuais, os mágicos movimentos sígnicos se fazem presentes pela simples lembrança das figuras do universo poético com quem dialoga: das malfadadas flores de Baudelaire ao ex-crucior (crucifixo-me) do antagonismo fusionista do ódio e do amor, da crucificação da criação poética em Catulo , surgidas em espirais infinitas, configuradas por e entre signos que se confundem em relação ao espaço, onde o d pode ser p ou b; e o t pode ser f, num desvelamento da relatividade do grafema em relação ao fonema, e revela, assim, uma indefinição sígnica, inclusa no infinito círculo gravitacional gerado pela força do excrucior, o que move todas as coisas, ou todos os signos, todas as ambigüidades das representações universais como força motriz e, simultaneamente, afirma o caráter de um "eu poético" inscrito no signo.
Do infinito universal à forma da rosa em cores várias, no ex-crucior há também a representação da malfadada flor, enquanto signo visual, tendo ao centro o sacrifício do fazer poético, ou da criação do universo em relação à criação poética. Entre a galeria de poemas que armam um percurso pela poesia, um deles é dedicado a Charles Baudelaire.

poema a Baudelaire

malfadadas flores
inscrevo-as aqui
em linhas contornadas
pela forma de meu tempo

lesbiânicas, satânicas,
recolho-as neste limbo em agonia,
demovo-as do lençol, em caracóis perdidos,
nestes graxos,
furo seus dois olhos,
arranco suas pernas,
pinto suas peles de verde-abacate
trituro suas pétalas, uma a uma
e faço o perfume dos meus dias.

não tenho, agora,
o esgrima,
mas tenho a noite, o fogo, a pena,
mitos emergentes,
para construir este segredo.

Em "poema a Baudelaire", a intertextualidade e a inserção de imagens de "Les fleures du mal" (As flores do mal), livro de poemas publicado em 1836, de Charles Baudelaire, encontra-se já no primeiro verso: "malfadadas flores", e insere uma imagem que, percebida no contexto do final do XIX, denota a má sorte, ou má predestinação de certas mulheres, expressas nos poemas do moderno francês. No entanto, não somente às jovens associam-se as flores.
Será melhor compreender, como indica Walter Benjamin na análise que faz da produção poética de Baudelaire, a percepção de que o francês, ao pintar o quadro de uma metrópole moderna, teria pintado uma "fauna feminina" que circulava na cidade-luz, Paris, em pleno movimento de uma nova arte: la modernité. Diz o teórico que a “fauna feminina das galerias: prostitutas, grisettes, velhas vendedoras com aspecto de bruxas, bufarinheiras, vendedoras de luvas, demoiselles – este era o nome dado aos incendiários travestidos de mulheres por volta de 1830.” (BENJAMIN, 1989, p. 242)
Se o destino das jovens pintadas nos versos baudelerianos, como quadros da sociedade parisiense, onde o que é marginal não escapa à pena do artista que repinta a "modernité", em Aguinaldo Gonçalves, a referência ao poeta e à sua criação, refaz a imagem das flores, literalmente e metaforicamente, e pelo viés da polissemia são "inscritas" na nova construçaõ, de tal maneira que essa inscrição exige que se mostrem com o contorno da contemporaneidade.
As flores-mulheres, ou as mulheres-flores encontram-se nos versos e de lá são "recolhidas" pelo eu-poético. O eu-lírico, colhedor das imagens, das metáforas, junta-as e demove as flores de seu local de origem, para, afastadas de seu (con)texto poético, arrancadas do construto inicial sejam desconstruídas, desmontadas como "imagem" poética e desnudas em sua essência.
Assim, a imagem das "flores" baudelairianas, tão gastas por tantas e sucessivas leituras confrontam-se com o eu-lírico do poeta que, apossado da imagem que submete a ações: furo, arranco, pinto, trituro, finalmente, após o processo de destruição, procede a uma outra alquimia da imagem e da palavra: a tranformação, a metamorfose: faço o perfume.
Na representação do presente, a imagem do perfume, qualquer coisa aparentemente vulgarizada pela relação com o
marketing
e o
mercado
na contemporaneidade, no entanto, é relacionado ao passado e funciona como um fio que liga o presente ao final do século XIX, ou seja, aos
hautés modérnes
. É o momento do
esgrima
, imagem e objeto, do qual o "eu lírico" não mais dispõe, como Baudelaire:

Sobre a cidade e o campo, os tetos e os trigais
Exercerei a sós a minha estranha esgrima
Buscando em cada canto os acasos da rima

(BAUDELAIRE, "O Sol" , In: Quadros Parisienses, As flores do mal)

No entanto, os mesmos elementos que acalentaram a produção do "lírico no auge do capitalismo", como o intitulou Benjamin, sustentam a produção de Aguinaldo Gonçalves: a noite, o fogo, e a pena. Com esses elementos concretos, emergem os mitos que concorrerão para a contrução dessa lírica.
O estilo de Aguinaldo que, na parte a de Vermelho oscila entre o concreto, o material polissêmico, mas principalmente o metapoético, ou seja, a celebração de uma poética que trata da própria poesia, ou mantém uma relação intertextual com outros poemas, "inserindo", como alude o poeta, construções sintáticas, mas principalmente imagéticas de poemas consagrados do cânone.
Na terceira estrofe, encontra-se oculto o segredo que percorre os poemas da parte a, ao qual alude Arnaldo Antunes no Prefácio, ao apontar que "mais do que uma poesia que se pensa a si mesma, esta me parece uma poesia bêbada de si", em que a metapoética é capaz de colocar em foco uma imagem que transita entre os sentidos do poema de onde se origina, no caso, alguns poemas de Les fleures du mal, de Baudelaire e esta recriação.
A "imagem oculta", da massa, indicada por Benjamin, como sempre presente no "fundo" da poesia baudeleriana nos revela a necessidade da figura do esgrimista, porque na "multidão amorfa, a imagem do esgrimista pode ser decifrada: os golpes que desfere destinam-se a abrir-lhe o caminho através da multidão". Segundo o teórico Walter Benjamin, "a secreta constelação (...) deveria ser assim apreendida: é a multidão fantasma das palavras, dos fragmenos, dos inícios dos versos (...)" (BENJAMIN, 1989, p. 113).
É esse poder do gesto de abrir caminho na multidão, de fazer-se vanguarda literária que o poeta contemporâneo acredita não poder mais exercer. Por isso já não se constitui esgrimista, não possui o "esgrima". Apenas a noite, o fogo e a pena.
O elemento "perfume", tão presente em Baudelaire, de Les fleures du mal e principalmente e Correspondances é refeito em Gonçalves. O odor, o perfume, segundo Benjamin é "o refúgio inacessível da mémoire involontaire. (...) Se, mais do que qualquer outra lembrança, o privilégio de confortar é próprio do reconhecer um perfume, é talvez porque embota profundamente a consciência do fluxo do tempo. Um odor desfaz anos inteiros no odor que ele lembra". (BENJAMIN, 1989, p. 135)
E a memória das imagens parece ser a matéria plástica essencial à criação dessa poesia que engendra um compromisso com o sentimento, com a concretude da vida no presente, feita de estilhaços e de fragmentos, como os fragmentos do tempo e da história de um cânone montado para refazer os percursos da própria história da poesia.
Por isso, o perfume passa a ser o companheiro eterno dos dias do poeta da contemporaneidade, as sinestesias baudelairianas são trazidas ao momento presente, como sentidos que não podem ser recuperados, mas são, pela construção de uma imagem concreta em uma tentativa inusitada de reconstruir concretamente o material evanescente.
Assim, em Aguinaldo, "o perfume dos meus dias", o perfume do tempo do eu-lírico, é feito a partir da desconstrução e posterior transformação dessas memórias involuntárias que o remetem ao próprio cânone da poesia universal, em que as flores baudelairianas sugerem também a imagem das mulheres-flores das galerias, ruas e casas de tolerância parisienses do final do oitocento.
A homologia entre a destruição da mimesis das formas femininas convencionais e sua substituição pelas imagens da distorção e da desconstrução podem ser confirmadas pelos verbos sinalizando esse processo - furo, arranco, pinto, trituro - e as partes do corpo feminino a que se referem - olhos, pernas, pele -, quando se confundem com o corpo da flor: suas pétalas, na segunda estrofe, indicando uma relação metafórica capaz de alegorizar os processos de metamorfose a que se encontram sujeitos não somente os objetos, mas os seres humanos e, nesse caso, os seres femininos, em seus percursos mal fadados.
No processo de desconfiguração do real, a pintura controversa e radical de Picasso, em Les Demoiselles d”Avignon (1907), recupera a imagem das flores, malfadadas, como as de Baudelaire, em que inclui o traço da arte africana em duas das mulheres das cinco que constrói na tela, marco de uma estética modernista no início do XX. Expostas, as flores-mulheres de Picasso, moças de sexo da Rua D’Avignon, em Paris, refazem a imagem do poema baudelairiano e estabelecem uma homologia com o poema de Gonçalves. Da tela ao texto, o poema sugere o que a dimensão da pintura sonega: o perfume.
Em Baudelaire, são as ruas, os becos, as casas de tolerância, as galerias: jardins onde se encontram ambientadas essas malfadadas flores. Nesses espaços, os clientes ou as clientes, bêbado(a)s do consumismo da Paris do capitalismo, estendem seus braços e apanham, mobilizados pelo fetichismo de mercadoria, as comerciantes do sexo, também objetos, as malfadadas flores baudelairianas. Saídas desses ambientes, desses lençóis, como prefere Aguinaldo Gonçalves, são imediatamente relançadas em seus versos, para que renasçam como perfume no cotidiano do poeta.

Referências Bibliográficas
BAUDELAIRE, Charles. Les fleures du mal. (As flores do mal). Trad. Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2006.
BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. In: Obras Escolhidas. Vol. III. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989.
GONÇALVES, Aguinaldo J. Vermelho. Cotia – SP: Ateliê Editorial, 2000.

domingo, 14 de novembro de 2010

As alegorias das embarcações em García Márquez e José Saramago

AS ALEGORIAS DAS EMBARCAÇÕES EM GARCÍA MÁRQUEZ E JOSÉ SARAMAGO

MANTOLVANI, Rosangela Manhas

Resumo: Entre as inúmeras publicações de Gabriel García Márquez, encontra-se a ficção A última viagem do navio fantasma (2001), ilustrada por Carmem Solé Vendrell, texto que possui a estrutura do conto, considerado literatura para jovens ou adultos. Este trabalho articula uma comparação do texto de Márquez com o de José Saramago, O conto da Ilha Desconhecida (1998), ilustrado por Arthur Luiz Piza. Nessas construções, apresentam-se diferentes tipos de alegorias (Todorov, 2006), as quais permitem leituras que conduzem a interpretações capazes de refazer percursos existenciais, pela condução dos protagonistas, na direção da idealização de realidades, em que a presença de elementos do mágico e do maravilhoso se condensa nas imagens diferenciadas das embarcações, cujas imagens do mar se mostram sob diferentes visões, interferindo na vida tanto de um quanto de outro protagonista. Em ambos os textos as imagens das embarcações tornam-se pouco a pouco elementos que insinuam realidades aparentemente contrastantes: uma embarcação torna-se um porto seguro, uma ilha capaz de abrigar a existência, enquanto outra se torna a imagem do inseguro, do desconhecido e cada vez mais absurdo, funcionando no plano da instabilidade das coisas irreais.

Palavras-chave: Literatura Comparada. Conto. Saramago. García Márquez. Alegoria.


Os contos

O conto tem origem tão remota que se perde na própria história da literatura. De acordo com Nádia B. Gotlib (2006, p. 6), “para alguns, os contos egípcios - Os contos dos mágicos - são os mais antigos: devem ter aparecido por volta de 4 000 anos a.C.”; enquanto Walter Benjamin indica que o conto se organizou estruturalmente na oralidade, como forma que teria dado origem aos primeiros contos escritos. Ele afirma que:

o grande narrador terá sempre as suas raízes no povo, em primeiro lugar nas camadas artesanais. Mas assim como essas abrangem os artífices camponeses, marítimos urbanos, nos mais diversos estágios do seu desenvolvimento econômico e técnico, também se graduam muitas vezes os conceitos, nos quais é transmitido o resultado de sua experiência. (BENJAMIN, 1975, p. 77)

Assim, o conto, como forma curta de expressão, parece existir desde o momento em que o homem arquitetou as primeiras histórias para as crianças ou para a tribo e revelou uma forma de comunicação que garantia com um sentido primeiro a possibilidade de sentidos diferentes daquele que, de fato, enunciava.
Percorrer a história do conto é percorrer a história da própria arte de comunicar na História da humanidade. Assim, o conto oral, ao obter registro escrito, passa a ter maior valorização após o século XIV, quando os contos eróticos de Bocaccio - em seu Decameron (1350), rompem com o moralismo didático característico de grande parte dos contos, e são traduzidos para várias línguas.
Com relação ao que é o conto, como gênero, encontra-se uma polêmica fundamental que se organiza em torno das questões da Teoria da Literatura, à qual alguns estudiosos tentaram responder. Entre estes, há os que se posicionam em função da possibilidade de uma teoria do conto; e os que acreditam simplesmente que o conto não se enquadra em qualquer forma que possa ser definida ou mesmo teorizada.
Brémond (1973), ao analisar as narrativas, observa que toda narrativa possui três características essenciais: a) uma sucessão de acontecimentos, pois há sempre algo a narrar; b) que os acontecimentos são de interesse humano: pois tratam de nós, são para nós, falam acerca de nós; e esses acontecimentos ficcionais só tomam significação quando dizem respeito a um projeto humano, organizados de forma estruturada; c) os acontecimentos devem estar dispostos na unidade de uma mesma ação.
O conto, embora apresente uma sucessão de acontecimentos, não possui qualquer compromisso com a veracidade, pois não se ajusta a uma convenção de veracidade, mas de ficcionalidade. Segundo Mignolo, na convenção de ficcionalidade, os receptores entendem que: a) o enunciador não se compromete com a verdade do “dito” pelo discurso (por isso, o enunciador não está exposto à mentira). E, b) o enunciador não espera que seu discurso seja interpretado mediante uma relação “extensional” com os objetos, entidades e acontecimentos dos quais fala (por isso, o enunciador não está exposto ao erro nem à mentira). (MIGNOLO, 2001, p. 122-3).
Nádia Battella Gotlib, ao ler Frank O’Connor, destaca o papel que a solidão do homem e sua voz solitária desempenham na análise do conto em livro The lonely voice, de onde partem suas considerações. Diz ela:

O conto, segundo O’Connor, visa satisfazer o leitor solitário, individual, crítico, porque nele não há heróis com os quais este possa se identificar, tal como acontece no romance, em que esta solidão é de certa forma amenizada ou desaparece, na medida em que compartilha as ações do herói e se identifica com ele. No conto, mundo solitário de seres solitários, são todos herdeiros de “O Capote”, de Gogol, afirmava Turgueniev. Porque Gogol criara o little man, a personagem situada entre o heróico e o satírico, que caracteriza a “população submersa ou marginal” e que tenta o escape ou a fuga desta situação. Ainda segundo O’Connor, no conto não há também a totalidade de uma experiência, com desenvolvimento cronológico, como no romance, mas a seleção de pontos, que acabam definindo o seu sucesso ou o seu fiasco. (GOTLIB, 2006, p. 57)

Os contos que se analisa nesta abordagem lidam com a solidão absoluta de alguns personagens, um que a recusa, ao aceitar uma parceira, enquanto o outro, de Márquez, é cada vez mais empurrado para um universo em que a solidão é a única companheira. Assim, o leitor solitário pode imergir no universo da personagem do conto, talvez mirar-se em um espelho.
Para Gotlib, cada conjunto de contos, ou mesmo a singularidade de certos contos pode produzir singularidades teóricas, ou casos teóricos, o que valida a abordagem desta leitura que se pretende dos contos objetos de análise: A última viagem do navio fantasma e O conto da Ilha Desconhecida. Gotlib diz que:

Se as noites em que se contavam os contos se desdobraram em mil e uma, tentando, assim, adiar a morte, parece que as tentativas de se buscar um elemento comum aos contos para além do simples contar estórias, que o liga a sua tradição antiga, tendem também a se desdobrar, tal qual sua antiga tradição, em quase tantas quantos são os contos que se contam. O que faz também, de cada conto, um caso... teórico. (GOTLIB, 2006, p. 83)


Assim, se as leituras que se fazem dos contos podem prever diferentes casos teóricos, a leitura aqui proposta foge ao convencionalismo do realismo fantástico, que procura qualificar, de forma generalizada os contos de Márquez e Saramago, e indicar uma outra possibilidade de leitura, via surrealismo – pela presença dos sonhos – e pela leitura alegórica, compreendida como uma seqüência de metáforas e figuras, que conduz a certas variações do maravilhoso.
Em seus estudos sobre as variações do conto, Ricardo Piglia (1994, p. 37) afirma que o conto é uma obra que carrega mais de uma história e que sempre permitirá uma leitura outra, afastada da leitura primeira. Para ele, todo conto apresenta uma história aparente e uma história cifrada e que a segunda pode ser encontrada no subtexto, ou seja, no nível do texto que só pode ser percebido por meio dos subentendidos. Assim, a história secreta é contada em fusão com a história aparente e cabe ao leitor decifrá-la.
Com o objetivo de afastar esta análise da vertente do realismo fantástico, procuramos a explicação para o fantástico em Todorov (2006), não exatamente como gênero indicado pelo teórico, mas como modo, ou seja, a partir das considerações elaboradas por Rosemary Jackson (2001, p. 23-32) sobre a teoria de Todorov.
Nas elaborações de Tzvetan Todorov, o teórico indica a determinação dos gêneros como histórica ou teórica. Ele opta por tratar o fantástico como gênero teórico , e diferencia três categorias que se encontram em eixos mais próximos ou mais afastados da representação da realidade, a saber: o estranho (ou misterioso), o fantástico e o maravilhoso e, ainda, duas outras categorias intermediárias: o fantástico-estranho e o fantástico-maravilhoso. Considera-os como gêneros e não como modos, entendendo que as diferenças se encontram nas estruturas que explicam os elementos sobrenaturais presentes, ou ausentes, na narrativa.
Para Todorov, se o fenômeno sobrenatural que provocava a incerteza do leitor e da personagem se resolve no final da narrativa de forma racional, encontra-se incluso no gênero estranho (ou misterioso). Assim, o fenômeno que pretendia escapar às leis físicas do mundo real, tal como a ciência o explica, não passa de um engano dos sentidos e pode ser resolvido e esclarecido por essas mesmas leis.
No entanto, se o fenômeno sobrenatural permanece sem explicação, ou seja, se o leitor permanece na dúvida, predomina o fantástico; e se após o final do relato, observa-se que não há explicação que se enquadre nos parâmetros da racionalidade ocidental nos encontramos no domínio do maravilhoso. Tal seria o caso dos contos de fadas, fábulas, lendas, romances que criam mundos inexistentes no real, onde os detalhes irracionais fazem parte tanto do universo ficcional quanto de sua estrutura. Para Todorov, o fantástico se encontra entre o estranho e o maravilhoso, e só se mantém como gênero fantástico enquanto o leitor implícito, ou a personagem, encontra(m)-se em estado de dúvida ou incerteza entre uma explicação racional e uma irracional. Ou seja, o gênero fantástico caracteriza-se em função de uma vacilação, de uma incerteza do leitor ou da personagem. Dessa forma, Todorov estabelece a conceituação do gênero em um ponto exterior à obra em si, ou seja, na relação entre a obra e sua recepção. E esse posicionamento será aqui admitido, considerando o maravilhoso não como gênero, mas como “modo”.
Nos contos de García Márquez e José Saramago, objetos deste trabalho, a vacilação do leitor diante da possibilidade oscila em alguns momentos. No entanto, em O último navio fantasma, a dúvida logo se dissipa e verifica-se a impossibilidade da realidade, ou seja, é preciso estabelecer um pacto com o narrador em torno do insólito e procurar uma outra leitura que explique a sequência metafórica articulada pelo narrador. Embora a personagem acredite no que vem afirmando desde o início, e concretize o aparecimento da imensa embarcação ao final do conto, que racha a terra do pequeno povoado, aportando à entrada da Igreja, o leitor sabe que, no parâmetro da realidade física, essa façanha é impossível. Somente uma leitura “outra”, em que a embarcação funcione como alegoria de uma catástrofe permitirá a compreensão exata da intenção do artista.
No conto de Saramago, ocorre quase o mesmo fenômeno. A incompreensão inicial do leitor em relação à situação da embarcação parada no cais, sem um destino objetivo a seguir ou um trajeto pré-determinado a cumprir, delegada a um homem que pouco entende de mar, conduz o leitor a uma dúvida ou incerteza em relação à compreensão do texto e da intenção do narrador.
No entanto, os questionamentos sobre os desejos de busca interior, na direção do próprio “eu” da personagem, remontam à idéia de uma fusão entre a embarcação e o seu condutor. De maneira que, ao transformar sua vida, juntamente com a da mulher que o segue, busca mais que uma ilha desconhecida: procura a compreensão de sua própria natureza, razão e experiência como homem no imenso oceano que é o próprio mundo em que habita. Mas a dúvida logo se dissipa no leitor e, ao deparar-se com o nome com que é batizada a embarcação - Ilha Desconhecida -, o leitor percebe que a embarcação irá em busca de si mesma. Portanto, somente um sentido “outro”, que não esteja expresso ali, ou seja, um sentido retirado do subentendido pode explicar o texto de Saramago.
Por outro lado, a teoria da literatura afirma que, quando um texto pode ser lido com um sentido que se afasta do primeiro sentido, ou seja, quando o texto permite mais de uma leitura, encontramo-nos diante de uma alegoria. Ou, de uma seqüência de metáforas que, de qualquer maneira, podem constituir uma alegoria.
Considerada como um subentendido do discurso, capaz de deslocar imagens a partir de um significante enunciado que pode remeter a outro, a alegoria constitui uma espécie de figura semântica e de pensamento resultante da descrição ou narração de certa coisa, de tal forma que essa mesma descrição ou narração, ou a essência que a constitui, também possa se aplicar a outra. Quintiliano já a dividia em alegoria pura – que se encontra a um passo do enigma – e alegoria mista – provida de indicações marginais -, possibilitando a associação da coisa descrita com a subentendida. O grego a resumia como uma “sequência de metáforas”.
Para Walter Benjamin (1984, p. 214-5), o conceito de alegoria, em que o particular só vale como exemplo do universal, é convenção e expressão, e pode manifestar-se tanto no elemento lingüístico quanto no figural e no cênico. Os traços alegóricos são cobertos por um manto de invisibilidade.
Transcorrendo sobre a evolução do conceito de alegoria, Benjamin observa que na medida “em que a Renascença renova o elemento pagão e a Contra-Reforma o elemento cristão, a alegoria precisa também renovar-se, como a forma de sua confrontação”. No entanto, a Idade Média terminou por associar indissoluvelmente a natureza, ou seja, o material, ao demoníaco (BENJAMIN, 1994, p. 249-250).
Para Todorov, a presença da alegoria ou do sentido alegórico remete ao que se convencionou denominar gênero maravilhoso. No entanto, por meio dos estudos de Rosemary Jackson (2001), propôs-se neste trabalho uma reformulação teórica, considerando o maravilhoso como modo. Então, a presença do sentido alegórico indicaria a presença do “modo maravilhoso” na ficção.
Pelas imagens do maravilhoso criadas nos enunciados orais ou textuais, encontra-se uma oposição entre o sentido alegórico e o sentido literal. Nesse caso, “literal” pode significar tanto referencial, descritivo ou representativo, enquanto alegórico refere-se ao sentido figurado, especificamente à construção de alegorias pelos enunciados.
Todorov também tratou da questão da alegoria, pois somente pela sua percepção se torna possível separar o fantástico – momento de hesitação em relação à possibilidade pela razão ou não – do maravilhoso. Para isso, o teórico descreve distintos graus da alegoria:
1. Alegoria evidente: a fábula é o gênero que mais se aproxima da alegoria pura, em que o sentido primeiro das palavras tende a se apagar inteiramente. Os contos de fadas contêm elementos sobrenaturais, se aproximam às vezes das fábulas. Neles, o sentido alegórico está explicitado no mais alto grau. O leitor real não se preocupa com o sentido alegórico indicado pelo autor e lê o texto descobrindo um sentido muito distinto. Esse sentido alegórico pode aparecer em obras que já não são contos de fadas, mas narrativas “modernas”. É o reino do maravilhoso.
2. Alegoria ilusória: a introdução de um elemento sobrenatural em um cenário que trata de detalhes cotidianos. Os elementos sobrenaturais não estariam ali para evocar um universo distinto do universo real do leitor, mas ele se sente tentado a buscar uma interpretação alegórica. O elemento sobrenatural pode sofrer metamorfoses e, ao buscar uma interpretação alegórica, o leitor pode ser impelido novamente ao sentido literal. No entanto, é justamente a presença de metamorfoses inexplicáveis que garante a perspectiva da alegoria, confirmando o maravilhoso, no nível do absurdo.
3. Alegoria Indireta: onde o sentido alegórico é indubitável, mas é indicado por meios mais sutis que uma moral apresentada ao final do texto. Há uma complexidade formal na imagem alegórica: o elemento sobrenatural funciona como uma metáfora de algo; ele pode ser uma metáfora da vida, ou uma metonímia de algo, de um desejo, de um sonho. A diferença entre o primeiro nível da alegoria é que aqui o sentido literal não se perde completamente. No entanto, as propriedades extraordinárias do elemento sobrenatural escolhido como símbolo alegórico é que impedem a persistência do fantástico e confirmam abertamente a intervenção do maravilhoso.
4. Alegoria vacilante: no terceiro grau de debilitação da alegoria se encontra no relato em que o leitor chega a vacilar entre interpretação alegórica e leitura linear. Nada há no texto que indique um sentido alegórico, no entanto, esse sentido segue sendo possível. Enquanto as palavras remetem a um sentido alegórico, mas também são pertinentes no nível literal.

A presença dos sonhos tanto no conto de Saramago quanto no conto de García Marques nos conduzem pela vertente estilística do surreal, mas as lendas em torno dos descobrimentos e de navios fantasmas, nos levam às trilhas das lendas e dos contos populares, ou seja, do maravilhoso, articulado por meio de alegorias indiretas, em que o sentido primeiro é mantido simultaneamente aos sentidos outros, depreendidos de uma leitura alegórica.
É por meio do sonho que se podem entrever as formações insólitas. Tanto que no conto de García Márquez, ao final, não se pode de fato afirmar que o protagonista está vivo ou morto. Ou se ele simplesmente sonha, como tantas noites de março o fizera na praia e, agora, (quem sabe?), na pequena embarcação.
Em Saramago, o protagonista sonha em uma só noite, como espécie de profecia determinante da vida futura da embarcação – a qual já passa a representar a sua própria vida - fundeada no cais português, entregue à vida terrestre, da qual ele mesmo termina participante e infeliz. É o seu despertar para a realidade que o faz partir em busca da Ilha Desconhecida e, profetizando que talvez jamais a encontrasse, termina por nomear a própria embarcação: Ilha Desconhecida. Assim, confirma que seu próprio universo, a partir de então, representado pela fusão entre o casal e a própria embarcação é também uma ilha desconhecida, a qual ele mesmo tratará de desvendar, uma vez que se lança ao mar, para ele, também, um universo desconhecido, um mundo a ser descoberto, como seu próprio interior.
A presença do sonho tanto em um quanto em outro conto, desvelando imagens latentes que terminam por configurar parte do enredo das duas histórias, vinculam as produções dos autores com a vertente do surrealismo. É válido lembrar aqui que o surrealismo é que vai originar o realismo mágico e também o realismo fantástico.
O realismo mágico, no entanto, não pode ser privilegiado aqui, pois ele implica justamente a narração com certa ausência de emotividade subjetiva, de maneira que o leitor não se emocione com os fatos representados. No entanto, tanto em García Márquez quanto em Saramago, a questão da emotividade que envolve o leitor é um elemento forte. Como não se envolver emocionalmente no turbilhão de emoções vividas pelo protagonista que adentra mar afora em uma pequena embarcação no meio da noite e sentir o calafrio de cada perigo que ele vive, à procura do transatlântico itinerante?
Ou, como não se emocionar com o protagonista de Saramago, homem da terra, que realiza seu sonho inicial enfrentando o poder real e obtendo um barco, envolvendo-se com a mulher que decidiu se unir a ele, saindo definitivamente pela porta das decisões? Ou como não sofrer durante o sonho desse homem comum e pouco conhecedor das águas que decide partir em busca do mais profundo de seu ser, que está em seu interior, mas também no espaço desconhecido?
No conto de Saramago, a crítica à burocracia das instituições hierarquizadas, como a sociedade da modernidade, aparece na primeira parte, quando o homem (um anônimo, como o protagonista de Márquez) dirige-se ao rei, o qual solicita o primeiro-secretário que resolva o caso; que, por sua vez, incumbe ao segundo-secretário e, assim, sucessivamente na decrescente hierarquia, até que a decisão pela impossibilidade do apelo do anônimo é comunicada ao solicitante pela mulher da limpeza, que lhe dá a resposta na porta das petições. O rei não o receberia e, portanto, não daria o barco que o homem pedia.
O homem protesta, dormindo na porta das petições, até que o rei resolve falar com ele. E, após apelo popular, resolve dar-lhe a embarcação solicitada, avisando que qualquer ilha que porventura fosse descoberta – apesar de não acreditar na existência de ilhas desconhecidas – seria propriedade do rei. A que o homem retruca dizendo: “A ti, rei, só te interessam as ilhas conhecidas” (SARAMAGO, s/d, p. 18).
Recomendado ao capitão do porto, que deveria dar ao homem um “barco seguro”, o anônimo dirige-se ao local onde deveria receber a embarcação e, confessando não ser um homem do mar, solicita àquele um barco “que eu respeite e que possa respeitar-me a mim” (SARAMAGO, s/d, p. 26). Tratava-se de uma caravela adaptada.
Ao perceber que o barco indicado pelo capitão era o mesmo “escolhido” por sua rara intuição, a mulher da limpeza que seguira o anônimo, se apresenta em estado de euforia, pois segundo ela: “as portas que eu realmente queria já foram abertas e porque de hoje em diante só limparei barcos, (...) Saí do palácio pela porta das decisões (...)” (SARAMAGO, s/d, p. 31). O jogo de portas do palácio, de entradas e saídas funciona no espaço do lúdico, do enigma, que obriga o leitor à releitura do conto.
O anônimo, agora dono da embarcação, não conseguiu trazer qualquer homem que estivesse disposto a procurar qualquer ilha desconhecida, pois “não iriam eles tirar-se do sossego de seus lares e da boa vida dos barcos de carreira para meterem-se em aventuras oceânicas, à procura de um impossível, como se ainda estivéssemos no tempo do mar tenebroso” (SARAMAGO, s/d, p. 39).
Embora o conto pareça organizar-se com alguns elementos que o associam à realidade histórica portuguesa – pelas imagens do rei e dos navios abandonados no cais; de homens acomodados, alienados pela força do sistema -, certas chaves de leitura revelam ao leitor que há um outro sentido a ser buscado nas palavras, no subentendido e no pressuposto. Trata-se de um sentido paralelo, desentranhado do subtexto, a exemplo da comparação que o anônimo tece em relação ao “mar tenebroso” e as “ilhas desconhecidas”: “visto daqui, com aquela água cor de jade e o céu como um incêndio, de tenebroso não lhe encontro nada, É uma ilusão tua, também as ilhas às vezes parece que flutuam sobre as águas, e não é verdade(...)”. E, ainda, “se não sais de ti, não chegas a saber quem és, (...) (SARAMAGO, s/d, p. 40).
A saída do homem em direção ao “outro”, seu diferente, o desconhecido, funciona como um dos sentidos que se pode desvelar pelo pressuposto, pois segundo o anônimo “é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não saímos de nós próprios” (SARAMAGO, s/d, p. 41).
Uma outra chave surge quando o casal se olha sob a luz de uma vela, cuja constatação do narrador é “demonstrativa” na construção: “aqui está como as pessoas se enganam nos sentidos do olhar, sobretudo ao princípio” (SARAMAGO, s/d, p. 49).

Assim, a presença da emotividade, do embarque do leitor pelas trilhas da subjetividade, da busca da compreensão das emoções do protagonista elimina certas características essenciais do realismo mágico.
Seymour Menton, em Historia verdadera del realismo mágico (1998), nos confirma que:
La diferencia de la pintura surrealista y la literatura fantástica [realismo fantástico], [es que] no hay distorciones, no hay sueños. El realismo mágico consiste em la introducción em la realidad cotidiana de un toque mágico mediante la aceptación sin emociones de parte de los protagonistas de un suceso extraordinário. (MENTON, 1998, p. 114) (grifos meus).

Para Menton, após os estudos de Franz Rohr, “elementos fantásticos e emoções humanas não cabem dentro do realismo mágico” (MENTON, 1998, p. 123), o que só pode filiar os contos à vertente surrealista ou ao realismo maravilhoso, considerando a possibilidade de uma leitura alegórica.
Em Saramago, o protagonista trabalha com o sonho diurno, ou seja, o sonhar acordado, no espaço da utopia, pois segundo a maioria das pessoas a quem ele expõe seu sonho, ouve que “já não há ilhas desconhecidas” (SARAMAGO, s/d, p. 39). Além desse sonho, há o sonho noturno, durante o sono, em que se confirma que “a ilha desconhecida é coisa que não existe, não passa duma idéia da tua cabeça (...)” (SARAMAGO, s/d, p. 56).
O texto expõe uma escolha entre o conhecido e o desconhecido, o seguro, o definitivo, ou seja, a vida na terra, com as práticas que envolvem a mesmice e a incerteza do desconhecido, o sonho, a utopia de uma nova descoberta. Uma descoberta do próprio caminho, da própria identidade. Entre a certeza do conhecido e o incerto do desconhecido, apenas o sonhador é capaz de fazer a opção pelo que lhe parece estranho, contra todas as certezas e definições estabelecidas.
Em seu devaneio noturno, o protagonista de Saramago mergulha em um sonho em que a caravela se torna “uma floresta que navega e se balanceia sobre as ondas, (...) onde começaram a cantar pássaros (...)” (SARAMAGO, s/d, p. 61). Assim, alegoriza, de alguma maneira, o momento em que o anônimo desiste de seu sonho em busca do desconhecido, pois em certo momento “o homem trancou a roda do leme e desceu ao campo com a foice na mão (...)” (SARAMAGO, s/d, p. 61). Neste momento, o homem acorda do sonho. De marinheiro, seu sonho diurno, passa a camponês, seu sonho noturno, que mais lhe parece um pesadelo. Desse, ele acorda feliz.
E, claro, como não entender essa relação dialética entre a vida no mar e a vida na terra como as duas faces do homem português, antes e depois da independência das colônias africanas, em seu constante processo de revisão de sua própria identidade, dividido entre o homem do mar e o homem da terra. Um homem que representa a classe subalterna do país. Ao tornar-se um sonhador, transforma-se em subversivo.
Subversivo em seu contexto é também o protagonista de A última viagem do navio fantasma. Novamente, a presença do sonho, nesse caso, do pesadelo premonitório, e o efeito alucinatório horrendo como uma profecia do futuro, facilita a uma leitura do texto de Márquez em que a embarcação é o símbolo alegórico das forças capazes de promover a separação (racha) de um país em função de interesses econômicos de “tubarões”, cujo “bafo” o jovem visionário percebe no momento em que ocorre a emersão definitiva do navio fantasma.
A compreensão profunda do texto de Márquez pode encontrar-se tanto em uma vertente realista quanto em uma vertente maravilhosa. A primeira se reporta à história da Colômbia, especificamente no conflito conhecido como Guerra dos Mil Dias, quando o Departamento do Panamá organizou uma luta por sua independência. A segunda, a vertente maravilhosa, surge quando se toma como paradigma as lendas e contos locais que falam dos navios afundados durante o período colonial, tornados fantasmas, nas lendas sobre os piratas, bucaneiros e filibusteiros e corsários da História do Caribe.
A vertente realista se pauta na história da Colômbia que, sem qualquer condição de reagir, viu os Estados Unidos promoverem um levante separatista, no então departamento do Panamá, o qual foi vitorioso em 1903, devido ao apoio “providencial” dos fuzileiros navais norte-americanos. Desse movimento separatista, surgiu a completa separação da Colômbia do então Panamá, e, posteriormente, aconteceu a entrega da atual Zona do Canal para a construção e utilização pelos norte-americanos, com direitos perpétuos, uma "avenida da civilização" – denominação dada pelo Presidente Roosevelt ao canal. Mais tarde, os Estados Unidos ofereceram uma indenização de 25 milhões de dólares ao governo colombiano, mas a cicatriz da nacionalidade ferida pela política do Big Stick, de Roosevelt, se encontra aberta até os dias de hoje.
A história do Panamá, desde a sua independência, em 1903, até os dias atuais, se encontra associada aos interesses norte-americanos, e gira em torno da construção e do controle do Canal do Panamá. O canal possibilita economia de tempo e dinheiro no transporte marítimo entre os oceanos Atlântico e Pacífico. A cobrança de taxas para a utilização do canal é a principal fonte de recursos do Panamá. A vida do país gira em torno das atividades relacionadas ao canal. Os norte-americanos, porém, acabam por ser os grandes beneficiados pelo uso e pelo controle da “avenida da civilização”. Foi inaugurada no dia 15 de Agosto de 1914, e administrado pelos Estados Unidos até 31 de Dezembro de 1999 .
Assim, a chegada do grande transatlântico à porta da Igreja do pequeno povoado pode revelar o quanto havia de realidade nos devaneios noturnos do jovem comum, órfão, criado entre “o herói e o satírico”, desacreditado e martirizado, rechaçado pela população local, que não lhe dá crédito, tido como louco, por enunciar a “grande força maligna” que se aproxima: “encontrou foi o transatlântico fantástico, sombrio, intermitente, com o mesmo destino errado da primeira vez”. Lendo o conto por essa vertente, o leitor se depara com o tema das “misteriosas forças invasoras”.
A emersão do navio-fantasma indica o processo de ascensão do sistema que emerge em meio à tradicional forma de vida local. Assim, a “avenida da civilização”, como a nomeou Roosevelt passaria pelo local onde era antes a igreja e, pela dimensão, o próprio espaço do povoado: “Mãe, maior do que qualquer outra coisa grande no mundo” (...) “trezentas mil toneladas cheirando a tubarão”. A alusão ao canal pode ser vista na expressão: “ele podia ver as costuras do precipício de aço”. (MÁRQUEZ, p. 19). O tubarão é alegoria, aqui, do poder das ideologias dominantes e seu processo de devastação sobre os espaços colonizados.
Se ele conduz o transatlântico como um fantasma – “tirou-o do canal invisível e o levou, de cabresto, como se fosse um cordeiro do mar, até as luzes do povoado adormecido, um navio vivo e invulnerável aos efeitos do farol” (MÁRQUEZ, p. 27), efetivamente -, se é sua imaginação que o leva até o vilarejo, cabe ao leitor compreender. Assim, também, seria o bafo do tubarão tão somente uma outra alegoria da força do sistema que o exclui e, nesse momento da ruptura, quando o transatlântico racha o solo do vilarejo ao meio: o sistema estranho que devora o visionário.
A separação entre a Colômbia e o Panamá pode ser entendida na expressão: “gritando em meio à comoção [do povo], aí está ele, cornos, um segundo antes que o tremendo casco de aço esquartejasse a terra e se ouvisse o estrupício nítido das noventa mil e quinhentas taças de champanhe que se quebraram uma depois da outra, da proa à popa (...)” (MÁRQUEZ, p. 28). Veja-se na construção “noventa mil e quinhentas taças de champanhe” a marca inconfundível do “estilo hiperbólico de García Márquez” (MENTON, 1998, p. 120). E, então, se pode ver o nome da embarcação: Halalcsillag.
Halalcsillag, o nome inscrito no transatlântico que emerge ao final do conto de García Márquez, é uma palavra húngara que só pode ser traduzida pela expressão “Estrela da morte”, em português. Estrela da morte é, também, o nome de uma imensa cratera que aparece na série de filmes Star Wars (Guerra nas Estrelas), de George Lucas. Ela representa a cratera Herschel , que fica em Mimas, uma das grandes Luas de Saturno.
Como a cratera Halalcsillag, uma tremenda depressão é criada pela emergência do transatlântico, batizado com o homônimo perfeito. Ele emerge exatamente no momento em que o pequeno barco do visionário se encontra à deriva, em mar aberto. A embarcação que traz o nome da morte gravado em letras de ferro pode bem ser vista como a presença de forças estranhas, forças invisíveis, antes submersas e, a partir daquele momento, ali presentes, nos mares da morte.
Por que o imenso transatlântico que corta o povoado ao meio tem o nome de uma cratera que aparece no filme Guerra nas Estrelas, de George Lucas? Todas essas coincidências não parecem meras casualidades, mas extensões conceituais, que podem ser lidas como a alegoria de uma invasão em nome dos interesses econômicos estrangeiros no espaço caribenho, especificamente no início do século XX, como denúncia bem ao estilo de Márquez.
Por outro lado, o termo “mares da morte” pode não se referir especificamente às mortes no mar, mas à miséria, enfatizada diversas vezes no conto, associada às mortes que sucedem as séries de violências que emergiram com a independência do Panamá, para além de certa morte “identitária”.
A visão da imensa embarcação traz, simultaneamente, ao protagonista, o bafo do tubarão – o predador - e, em uma narração que procura conduzir o leitor também por caminhos quase indecifráveis, incertos e tumultuosos, como a consciência do protagonista, o narrador insinua que o protagonista poderia estar morto. Ou não! Teria ele escapado da fera que o devorava? Ou o bafo do tubarão representa o halo das forças que o conduziram àquele estado de exclusão?
O tubarão pode figurar como alegoria da sociedade ou do sistema que o devora, ou, ainda, da própria realidade que o devora, pois ignora seus sonhos e visões. O jovem órfão é desacreditado em suas falas. Sua figura é, também, polissêmica, como todo o texto. Após o encontro com o transatlântico, não é mais possível afirmar se está dormindo ou acordado, parece indicar que a morte possa de fato ter chegado e todo o enredo restante sejam as idealizações do menino que se concretizaram em um plano que foge à realidade concreta e se mescla ao universo do irreal, do impossível, do ilógico, característico das estéticas surrealistas e, em alguns pontos, uma extensão do realismo mágico, como as noventa mil e quinhentas taças de cristal que se partem no choque da embarcação com a terra firme,
É bom lembrar que Mimas é o nome da Lua que possui a cratera halalcsillag - Estrela da Morte. Sendo um dos Titãs da mitologia grega, Mimas pode representar o próprio espaço geográfico e histórico do Caribe. Mimas, na mitologia grega combateu, ao lado de Cronus (Saturno), contra Zeus (Júpiter). Mimas foi fulminado por Zeus ou morto por Hefesto (Vulcano), que lançou contra ele projéteis de metal em brasa.
Halalcsillag, a embarcação “fantasma” emerge, assim, como uma estrela, a estrela da morte, nos eternos mares povoados de mistérios de navios-fantasmas e heróis devorados pelos Impérios, o Caribe. No conto, o mar do Caribe é também fulminado pelo Império, assim como seu sonhador e visionário, e também como os heróis comuns em Georges Lucas.
Ilha Desconhecida, ao final do conto, finalmente reconhecida como uma embarcação, se lança novamente ao mar, agora não mais “tenebroso”, após tanta tanta alienação imposta pelo Império de seu próprio rei, o sonhador vai em busca de outras ilhas, em busca de si mesmo, em busca de sua própria identidade, conseguida apenas em sua relação com o “outro”.

ABSTRACT: The fiction El último viaje del buque fantasma (2001) is between the several publications by Gabriel García Márquez, with illustrations by Carmen Solé Vendrell, text who has the tales’ structure, considered literature for the youth or the adults. This work articulates a comparation of the text by Márquez with the text by José Saramago, O conto da Ilha Desconhecida (1998), with illustrations of the Arthur Luiz Piza. In the texts, have different patterns of allegories (Todorov, 2006). The allegories permit the lectures that conduit from interpretations capable of to redo the existential road, through conduction of the protagonist, in the direction at the idealization of the realities. Idealization wherein the presence of magic elements and the marvellous condense in different images of the embarkations; whose images of the sea show under different views, interfering in the existences as much one as other protagonist. On either the texts the images of the embarkations it has turned little by little its elements that suggest the realities with appearance that contrast among their. An embarkation has turned the secure port, an island capable to shelter the existence, while the other has turned the image of the insecure, of the unknown, more and more absurd, functioning in standard of instability of the things unreal.


Referências Bibliográficas

BENJAMIN, Walter. O narrador: observações acerca da obra de Nicolau Lescov. In: BENJAMIN; ADORNO; HORKHEIMER; HABERMAS. Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1975. (Col. Os Pensadores). p. 63.
BRÉMOND, Claude. Logique du récit. Paris: Ed. Du Sewil, 1973.
GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. A última viagem do navio fantasma. Trad. Remy Gorga Filho. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.
GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do Conto. 11ª ed. São Paulo: Ática, 2006.
HOHLFELDT, Antonio Carlos. Conto brasileiro contemporâneo. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988. p.18.
JACKSON, Rosemary. Fantasy: The literature of subversion. 7ª reimp. London-New York: Routledge, 2001.

MENTON, Seymour. História verdadera del realismo mágico. Méjico: Fondo de Cultura Econômica, 1998.
MIGNOLO, Walter. Lógica das diferenças e política das semelhanças da Literatura que parece História ou Antropologia, e vice-versa. In: CHIAPPINI, Lígia; AGUIAR, Flávio Wolf de (orgs.). Literatura e História na América Latina. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2001. (p. 115-135)
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Diário Digital RD – Art. SANTIAGO, German. “Piratería, leyenda negra y realismo mágico en la literatura” (2). lunes 26 de julio de 2010, 01:15:50 PM (EDT), Santo Domingo, República Dominicana.
SARAMAGO, José. O conto da Ilha Desconhecida. São Paulo: Companhia das Letras, s/d.
TODOROV, Tzvetan. Introducción a la literatura fantástica. Trad. Elvio Gandolfo.1. ed. Buenos Aires: Paidós, 2006.

VI Congresso Internacional Hispanistas

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VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HISPANISTAS
II CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABH – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HISPANISTAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CAMPO GRANDE
UNIVERSIDADE ANHANGUERA/UNIDERP
UNIDADE I – CAMPO GRANDE
31 de agosto e 1, 2 e 3 de setembro de 2010
3
Diretoria da ABH (2008-2010):
Presidente: Antonio Roberto Esteves (UNESP–Assis)
Vice-Presidente: Ucy Soto (UNESP–Araraquara)
1ª Secretária: Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho (UNESP–Assis)
2ª Secretária: Ester Myriam Rojas Osório (UNESP–Assis)
1ª Tesoureira: Neide Elias (FATEC-Carapicuíba)
2ª Tesoureira: Fernanda dos Santos Castelano Rodrigues (UFSCar)
Comissão Organizadora:
Akeber Nazareth Varrasquim Pavon (ANHANGUERA/UNIDERP)
Amaya Obata Moriño de Almeida Prado (UFMS)
Ausdy Nazareth Castro dos Santos (ANHANGUERA/UNIDER)
Damaris Pereira Santana Lima (UFMS)
Edelberto Pauli Junior (UFMS)
Elizabete Aparecida Marques (UFMS)
Elizabeth Maria Azevedo Bilange (UFMS)
Hans Stander Loureiro Lopes (UFMS)
Iromar Maria Vilela (UFMS)
Joanna Durand Zwarg (UFMS)
Márcia Cristina Rocha Figliolini (ANHANGUERA/UNIDERP)
Márcio Antonio de Souza Maciel (UEMS)
Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/CNPq–Coordenadora)
Rosangela Villa da Silva (UFMS)
Suzana Vinicia Mancilla Barreda (UFMS)
Apoio Técnico:
Daniela Gomes Loureiro (Coordenadora)
Eva Mercedes Martins Gomes
Joyce Glenda Barros Amorim
Rodrigo [Kruppa] Gomes
Thyago Celso Souza e Silva de Oliveira
Wellington Furtado Ramos
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Comitê Científico Assessor:
Prof. Dr. Adrián Pablo Fanjul (USP)
Profa. Dra. Alai Garcia Diniz (UFSC)
Profa. Dra. Ana Mariza Benedetti (UNESP–São José do Rio Preto)
Profa. Dra. Cristina de Souza Vergnano-Junger (UERJ)
Profa. Dra. Elena Palmero González (UFRJ)
Profa. Dra. Elzimar G. de Marins Costa (UFMG)
Prof. Dr. Frederico Augusto Garcia Fernandes (UEL)
Profa. Dra. Graciela Ravetti (UFMG)
Profa. Dra. Lívia Reis (UFF)
Profa. Dra. Lucielena Mendonça de Lima (UFG)
Profa. Dra. Magnólia Brasil B. do Nascimento (UFF)
Profa. Dra. Márcia Paraquett (UFBA)
Profa. Dra. María del Carmen F. González Daher (UFF/UERJ)
Profa. Dra. Maria Teresa Celada (USP)
Prof. Dr. Mario M. González (USP)
Profa. Dra. Neide Maia González (USP)
Prof. Dr. Paulo Sérgio Nolasco dos Santos (UFGD)
Prof. Dr. Rômulo Monte Alto (UFMG)
Profa. Dra. Sara Rojo (UFMG)
Profa. Dra. Silvia Inés Cárcamo (UFRJ)
Profa. Dra. Silvina Carrizo (UFJF)
Profa. Dra. Ucy Soto (UNESP-Araraquara)
Profa. Dra. Vânia Maria Lescano Guerra (UFMS)
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PROGRAMAÇÃO GERAL
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HISPANISTAS
II CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABH
Todas as atividades do Evento serão desenvolvidas na UNIDADE I (AV. CEARÁ n. 333) da ANHANGUERA/UNIDERP.
Terça-feira – 31/08/2010
17horas
Credenciamento (Auditório do Bloco V Unidade I da Anhanguera/UNIDERP); entrega de material.
19 horas
Solenidade de abertura do Congresso:
Reitora da UFMS e Reitor da Anhanguera/UNIDERP
Diretora do CCHS/UFMS
Coordenadora do Curso de Graduação em Letras - Anhanguera/UNIDERP
Presidente da ABH
Presidente do VI Congresso
19h30min.
Hispanismo e Fronteira: falas do Presidente da ABH
20 horas
Conferência de Abertura: María Rosa Lojo (Escritora e Ensaísta – Argentina): O romance histórico na Argentina.
21 horas
Atividade Cultural: Apresentação do Grupo TIKAY de Danças Bolivianas.
21h30min
Coquetel.
Observações: O credenciamento realizar-se-á durante o Congresso. A entrega de certificados será feita eletronicamente até 2 (duas) semanas depois de findo o evento.
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Quarta-feira - 01/09/2010
8 horas
Credenciamento (Auditório do Bloco V Unidade I da Anhanguera/UNIDERP); entrega de material.
8h30min.
Sessões de Comunicações I.
10h30min.
Café.
11 horas
Conferências (auditórios da Anhanguera/UNIDERP):
1. Lia Varela (Argentina): Política linguística en Argentina.
2. Mario Miguel González (USP): En torno al autor del Lazarillo de Tormes.
3. Jacira Helena do Vale Pereira (UFMS): Educação na fronteira: o caso Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (PY).
12h30min
Intervalo para o almoço.
14 horas
Sessões de Comunicações II.
15h30min.
Lançamentos de Livros.
16 horas
Café.
16h30min
Sessões Comunicações III.
18 às 20 horas
Grupos de discussão de pesquisadores (ABH).
7
Quinta-feira - 02/09/2008
8h30min.
Sessões de Comunicações IV.
10h30min.
Café.
11 horas
Conferências (auditórios da Anhanguera/UNIDERP):
1. Miguel Angel Fernández (Paraguay): Metamorfosis de la modernidad en la literatura paraguaya.
2. Magnólia Brasil Barbosa do Nascimento (UFF): Presencia de Miguel Delibes.
3. Claudete Cameschi de Souza (UFMS): A Base de Estudos Indígenas e a reconstrução de saberes dos Terena.
12h30min.
Intervalo para o almoço.
14 horas
Sessões de Comunicações V.
16 horas
Café.
16h30 min
Sessões de Comunicações VI.
18 às 20 horas
Assembléia Geral da ABH.
8
Sexta-feira - 03/09/2008
8h30min.
Mesa-redonda: Política linguística nos países do Cone Sul, coord. pelo Prof. Adrián Fanjul (USP). Debatedores: Xoán Lagares Diez (UFF); Fernanda dos Santos Castelano Rodrigues (UFSCar) e Suzana Vinicia Mancilla Barreda (UFMS/Presidente da APEEMS).
10h30min.
Café.
11 horas
Mesa-redonda: Literatura, fronteira e cultura no Prata Meridional, coord. pelo Prof. João Luis Pereira Ourique (UFPel). Debatedores: Uruguay Cortazzo (UFPel), Aline Coelho da Silva (UFPel) e João Luis Pereira Ourique (UFPel).
13 horas
Intervalo para o almoço.
14h30min.
Mesa-redonda: Fronteira, literatura, língua e cultura em Mato Grosso do Sul, coord. pela Profa. Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/CNPq). Debatedores: Maria José Martinelli Silva Calixto (UFGD), Susylene Dias de Araújo (UEMS) e Bernarda Acosta (FAP).
16 horas
Café.
16h30min
Conferência de Encerramento: Homenagem ao escritor brasileiro Wilson Bueno pelo Presidente da ABH – Antonio Roberto Esteves (UNESP/Assis) – e pela Presidente do VI Congresso – Rosana C. Zanelatto Santos (UFMS/CNPq).
17h30min.
Solenidade de Encerramento: falas dos Presidentes da ABH (o atual e o próximo).
19 horas
Atividade cultural: Grupo Teatral LA CHAMA (UFSC) – Performance da obra de Augusto Roa Bastos Frente al frente argentino.
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SESSÕES DE COMUNICAÇÃO
Quarta-feira – 01/09/2010
Sessão de Comunicação I – 8h30 às 10h30
Sessão 01: Estudos Linguísticos I – SALA 1
Coordenador: Elizabete Aparecida Marques (UFMS)
Adriana Martins Simões (USP) – A GRAMÁTICA NÃO NATIVA DO ESPANHOL: ALGUMAS CONSTATAÇÕES EMPÍRICAS
Carlos Felipe da Conceição Pinto (UNICAMP) – SOBRE A POSIÇÃO DO SUJEITO PRÉ-VERBAL NO ESPANHOL ATUAL
Leandro Silveira de Araujo (UNESP)/Rosane de Andrade Berlinck (UNESP) – MANIFESTACIONES DEL PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO EN ARGENTINA: PLANTEAMIENTO INICIALES
Thyago José da Cruz (PG-UFMS)/Elizabete Aparecida Marques (UFMS) – A MISOGINIA E A DEPENDÊNCIA POR PARTE DO FEMININO NOS REFRANES ESPANHÓIS: UM ESTUDO FRASEOLÓGICO
Luziana de Magalhães Catta Preta (PG-UFF) - MATERIAL DIDÁTICO E ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EJA
Sessão 02: Estudos Linguísticos e Culturais I - SALA 2
Coordenador: Karina Laura Fernández (Pontificia Universidad Católica Argentina)
Karina Laura Fernández (Pontificia Universidad Católica Argentina) – LENGUAS ABORÍGENES. SITUACIONES DE CONTACTO ENTRE EL GUARANÍ Y EL ESPAÑOL. DIGLOSIA Y CAMBIO DE CÓDIGO
Joziane Ferraz de Assis (UFPB) – ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS EM PORTUGUÊS E ESPANHOL: SIMIRALIDADES
María Carolina Calvo Capilla (UnB) – ESPAÑOL Y PORTUGUÉS EN CONTACTO: LA ATRICIÓN DE LA L1 DE INMIGRANTES ESPAÑOLES EN BRASIL
Rodolfo Nonose Ikeda (PG-UFMS)/Márcia Gomes Marques (UFMS) – ADAPTAÇÃO E IDENTIDADE CULTURAL NO AUDIOVISUAL CONTEMPORÂNEO
Antón Corbacho Quintela (Grupo GALABRA – UFG)/Salustiano Álvarez Gómez (PUC – MG) - O BRASIL DO TURISTA DAGLIO
Sessão 03: E/LE I - SALA 3
Coordenador: Luizete Guimarães Barros (UFSC)
Luizete Guimarães Barros (UFSC) – LENGUAS EN CONTACTO: EL SUJETO PRONOMINAL EN EL ESPAÑOL HABLADO EN FLORIANÓPOLIS
Ana Kaciara Wildner (IF-SC) – MOTIVACIONES PARA LA OFERTA Y BÚSQUEDA DEL ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA EN FLORIANÓPOLIS
André Luiz Abreu de Mattos (Faculdade Paraíso / CEMOL) – A TENDÊNCIA SIMPLIFICADORA DOS ―VERBOS DE AFECCIÓN‖ NA AULA DE ESPANHOL: APROFUNDANDO O VERBO GUSTAR.
Rita de Cassia Paiva (UFPA) – LA AFECTIVIDAD Y LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL
Sessão 04: Políticas linguísticas I - SALA 4
Coordenador: Adrián Pablo Fanjul (USP)
Adrián Pablo Fanjul (USP) – LA CIRCULACIÓN Y REPRODUCCIÓN DE LOS BIENES CULTURALES COMO FACTOR EN LA EVOLUCIÓN GLOTOPOLÍTICA DEL ESPAÑOL
Cesário Alvim Pereira Filho (UESC) – IMPERIALISMO LINGUÍSTICO OU HISPANOFONIA: DO ENSINO DO ESPANHOL EM TERRAS BRASILEIRAS
Fabrícia Dorneles Ramos (UFF/ CPII / SME) – POLÍTICA LINGUÍSTICA OFICIAL E QUESTÕES
DE PLURALIDADE CULTURAL
Ana Maria Mendes Larghi (PG-UFF) – A LÍNGUA ESPANHOLA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE GLOTOPOLÍTICA
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Sessão 05: Leituras do Siglo de Oro I - SALA 5
Coordenadora: Ester Abreu Vieira de Oliveira (UFES)
Ester Abreu Vieira de Oliveira (UFES) – SÉCULO DE OURO: A TÉCNICA DA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM FEMININO EM OBRAS DE LOPE DE VEGA E DE TIRSO DE MOLINA
Elisângela de Sousa (G-UNICENTRO)/Adriana Binati Martinez (UNICENTRO) - SONETOS GONGORINOS: LA ANGUSTIA EN EL SIGLO DE ORO
Eleni Nogueira dos Santos (PG-USP) – A POÉTICA DO RISO NOS CARACTERES DE LA CELESTINA
Miriam Palacios Larrosa (UNESP-Araraquara) – DEL PERSONAJE AL HÉROE: ESTUDIO COMPARATIVO DE DOS ADAPTACIONES DRAMÁTICAS DEL TEMA DE MARTÍN PELÁEZ
Sessão 06: Outras literaturas espanholas - SALA 6
Coordenadora: Josefa Buendía Gómez (FACSUMARE)
Josefa Buendía Gómez (FACSUMARE) – SEXISMO RELIGIOSO Y SOCIAL EN LA PLAZA DEL DIAMANTE
Virginia Videira Casco (UFF) – RECUERDOS DEL ALMA EN ITINERARIOS JACOBEOS: LECTURA DEL CUENTO LA ROSA DE PIEDRA, DE MANUEL RIVAS
Thays Keylla de Albuquerque (PPGL/ UFPE) / José Alberto Miranda Poza (UFPE) – NACIÓN E IDENTIDAD EN EL RENACIMIENTO DE LAS LITERATURAS PERIFÉRICAS DE ESPAÑA
Susana Álvarez Martínez (UNIPLI) – O LÁPIS DO CARPINTEIRO E SEUS RUMORES DE UM DISCURSO QUE FALA DA PRÓPRIA VOZ QUE O CARREGA
Sessão 07: Discursos híbridos: representações do intelectual - SALA 7
Coordenadora: Isis Milreu (UFCG)
Isis Milreu (UFCG) – ENCONTROS E DESENCONTROS FICCIONAIS COM JORGE LUIS BORGES
Joyce Glenda Barros Amorim (G-UFMS) / Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS) – O JOGO, A ÉTICA E O (DES)HUMANO EM JORGE LUIS BORGES
Karina Arruda Cruz (PG-USP) – ENSAIOS DE MAX AUB EM CUADERNOS AMERICANOS
Solange Munhoz (CEETEPS) – O ARTÍSTICO ENTRE NEGÓCIOS E AMIZADE NAS CARTAS DE CAMILO JOSÉ CELA E RAFAEL ALBERTI
Sessão 08: Escrita, leitura, performance, devoração - SALA 8
Coordenador: Rodrigo Labriola (UFF)
Rodrigo Labriola (UFF) – TRILOGIA DEL MATAMBRE: CARNE Y RETÓRICA EN ECHEVERRÍA
Loiany Camile Gomes (UFMG) – ESCRITA E RECEPÇÃO PERFORMÁTICA EM 2666, DE ROBERTO BOLAÑO
Jean Carlos da Silva Roveri (G-UNESP-Assis) – A DEVORAÇÃO DO PODER E DA ORDEM EM CACHAFAZ (1980), DE COPI
Samuel Anderson de Oliveira Lima (UFRN) – A FESTA CARNAVALIZANTE NA PÓETICA BARROCO-ESPANHOLA DE GREGÓRIO DE MATOS
Sessão 09: Estudos Culturais I - SALA 9
Coordenadora: Karina Magno Brazorotto (PG-UNICAMP)
Karina Magno Brazorotto (PG-UNICAMP) – O CINEMA MUDO PELO OLHAR QUIROGUIANO E SUA RELAÇÃO COM A INDÚSTRIA CULTURAL
Wodisney Cordeiro dos Santos (UNEB) – UN VIAJE POR LAS MEMORIAS EN ARDE EL MONTE DE NOCHE DE JUÁN TOMÁS ÁVILA LAUREL
Alencar Henrique de Oliveira (POSUGF) – FRONTEIRAS IMAGINÁRIAS EM DUAS TRADUÇÕES PORTUGUÊS-ESPANHOL DE ‗O MENINO MALUQUINHO‘
Sabrina Lima de Souza Cerqueira (UnB) – DE VUESTRA MERCED A USTED: UNA PERSPECTIVA HISTÓRICA
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Sessão Coordenada I - SALA 10
LABEV – LABORATÓRIO DE ESPANHOL VIRTUAL
(Área: 1 – ESTUDOS DE LINGUAGENS)
Cristina Vergnano-Junger (UERJ) – (Coordenadora)
Angela Marina Chaves Ferreira (UERJ)
Greice da Silva Castela (UNIOESTE)
Rita de Cássia Rodrigues Oliveira (UERJ)
Sessão Coordenada II - SALA 11
ARTES E LITERATURAS ESPANHOLA E LATINO-AMERICANA EM RELAÇÃO
(Área 3: ESTUDOS LITERÁRIOS)
Margareth Santos (USP) - (Coordenadora)
Angela dos Santos (FATEC- ZL e São Caetano)
Ivan Rodrigues Martin (UNIFESP)
Marcia Romero Marçal (Fatec-SP e FMU – SP)
Quarta-feira – 01/09/2010
Sessão de Comunicação II – 14 horas às 15h30
Sessão 10: Estudos Linguísticos II – Contrastes Espanhol/Português – SALA 1
Coordenador: Eduardo Tadeu Roque Amaral (UFMG)
Daniela de Souza Silva Costa (UFMS) / Aparecida Negri Isquerdo (UFMS/CNPq) – HISPANISMOS NO LÉXICO DOS FALANTES DA REGIÃO CENTRO-OESTE: CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO ALIB
Eduardo Tadeu Roque Amaral (UFMG) – ANÁLISIS CONTRASTIVO DE LOS DERIVADOS DE NOMBRES PROPIOS DE OBRAS LEXICOGRÁFICAS DEL ESPAÑOL Y DEL PORTUGUÉS
Ivani Cristina Silva Fernandes (UFSM) – LAS RELACIONES ÉTICO-PATÉMICAS EN LA ARGUMENTACIÓN EN ESPAÑOL Y EN PORTUGUÉS
Janaína de Azevedo Baladão (PPG-Letras,UFRGS/CAPES) / Susana Quinteros de Creus (PUC-RS) – CONSTRUCCIÓN DEL SENTIDO EN ENUNCIADOS CON LA PALABRA ―PUERTA‖ EN EL SECRETO DE SUS OJOS. DOS PERSPECTIVAS DE ANÁLISIS: LINGÜÍSTICA Y LITERARIA
Sessão 11: Literatura e E/LE I – SALA 2
Coordenadora: Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA - UECE)
Andressa Luna Sabóia (PosLA-UECE) / Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA-UECE) – EL TEXTO LITERARIO BAJO UN ABORDAJE TRANSCULTURAL EN LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA
Girlene Moreira da Silva (PosLA-UECE) / Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA-UECE) – EL USO DEL TEXTO LITERÁRIO EN LA ENSENANZA DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA EN ESCUELAS SECUNDARIAS PÚBLICAS DE FORTALEZA
Neyla Denize de Sousa (PosLA-UECE) / Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA-UECE) – TEXTOS LITERARIOS ORIGINALES Y ADAPTADOS: CONTRIBUCIONES PARA LA FORMACIÓN DEL LECTOR COMPETENTE EN EL PROCESO DE ENSEÑANZA/APRENDIZAJE DE ESPAÑOL COMO LE
Verônica Lima Bezerra Rodrigues (PosLA-UECE) / Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA-UECE) – ANÁLISIS DEL USO DEL TEXTO LITERARIO EN LAS CLASES DE ESPAÑOL PARA 2º AÑO DE LA ENSEÑANZA SECUNDARIA EN UNA ESCUELA PRIVADA DE LA CIUDAD DE ―PORTO VELHO‖
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Sessão 12: Ensino de espanhol no Brasil: a lei 11.161/2005 – SALA 3
Coordenadora: Cely dos Santos Vianna (IFBA/Campus Salvador)
Cely dos Santos Vianna (IFBA/Campus Salvador) – IMPLANTAÇÃO DA LEI 11.161/2005 NO IFBA/CAMPUS SALVADOR
Sandro Marcío Drumond Alves (UFS) / Valéria Jane Siqueira Loureiro (UFS) – DO TEXTO DA LEI 11.161/05 À CRIAÇÃO DA COMISSÃO PERMANENTE DE ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAÇÃO DO ESPANHOL NO SISTEMA EDUCATIVO BRASILEIRO (COPESBRA): A QUEM COMPETE O ENSINO DE ESPANHOL NO BRASIL?
Simone dos Santos França (UCDB) – ALGUNAS PONDERACIONES SOBRE LA ENSEÑANZA DE LA LENGUA ESPAÑOLA COMO OBLIGATORIEDAD EN LAS ESCUELAS BRASILEÑAS
Sessão 13: Ensino de espanhol no Brasil: experiências I – SALA 4
Coordenadora: Márcia Paraquett (UFBA)
Márcia Paraquett (UFBA) – A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE ESPANHOL NA UFBA E SUA INSERÇÃO COM A SOCIEDADE
Aidir Auxiliadora Arruda (Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso) – INTEGRAÇÃO E POLÍTICA LINGÜÍSTICA: IMPLANTAÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLA NAS ESCOLAS MATO-GROSSENSES
Leandra Cristina de Oliveira (IF-SC/UFSC) – ¿CÓMO SE HABLA ESPAÑOL EN LA ―CAPITAL TURÍSTICA DEL MERCOSUR‖?
Roosevelt Vicente Ferreira (G-UFMS) – A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESPANHOLA, NA MODALIDADE À DISTÂNCIA, NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL: UM PANORAMA DISCENTE DO PÓLO DE RIO BRILHANTE
Sessão 14: Literatura Cubana – SALA 5
Coordenador: Rodrigo Vasconcelos Machado (UFPR)
Rodrigo Vasconcelos Machado (UFPR) – LA MUERTE EN LA POÉTICA DE REINALDO ARENAS
Márcio Antonio de Souza Maciel (UEMS; PG-UNESP/Assis) – ÀS MARGENS DO POÇO, NO FUNDO DE CASA, O ENCONTRO DO EU NARRADOR COM O OUTRO NARRATÁRIO OU AS PERIPÉCIAS DISCURSIVAS EM CELESTINO ANTES DEL ALBA, DE REINALDO ARENAS
Edelberto Pauli Junior (UFMS) – BARROQUISMOS NOS CONTOS DE LEZAMA LIMA
Sessão 15: Narrativas curtas: leituras – SALA 6
Coordenadora: Suely Aparecida de Souza Mendonça (PG-UNESP-Assis)
Suely Aparecida de Souza Mendonça (PG-UNESP-Assis) – YOPARÁ: A VEZ E A VOZ DA MULHER PARAGUAIA DAS CLASSES POBRES NOS CONTOS DE JOSEFINA PLÁ
Thaiane Mileidi Klems Machado (G-UNICENTRO)/Adriana Binati Martinez (UNICENTRO) – EL VERANO FELIZ DE LA SEÑORA FORBES: EL CUENTO CORTO
Adriana de Borges Gomes (UNEB) – DIGRESSÕES DE UM NARRADOR RESSENTIDO
Luciana Aparecida da Silva (PG-UFRJ) – A SENSIBILIDADE DO CAMP NA CRIAÇÃO DOS MICRO-RELATOS COM O EXEMPLO DO AUTOR AUGUSTO MONTERROSO
Sessão 16: Literatura Mexicana: leituras – SALA 7
Coordenador: Luis Eduardo Fiori (PG-UNESP-Assis)
Luis Eduardo Fiori (PG-UNESP-Assis) – JUANA INÉS DE LA CRUZ EN LAS ENTRELÍNEAS DEL DESTINO
Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ) – A MINIFICÇÃO DE JOSÉ EMILIO PACHECO: LEITURAS DA CIDADE
Geraldo Vicente Martins (UFMS) – ANGÚSTIA E ESPERANÇA EM UM SONETO DE XAVIER VILLAURRUTIA
Cristiane Lucia da Silva (2) (PG-UFPE) – LA AUTOBIOGRAFÍA, LA DEFENSA Y LA IRONÍA EN LA RESPUESTA DE LA POETISA A LA MUY ILUSRE SOR FILOTEA DE LA CRUZ, DE SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ
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Sessão Coordenada III - – SALA 8
CERVANTES: NARRAÇÃO, ENTRETENIMENTO E COMICIDADE
(Área 3: ESTUDOS LITERÁRIOS)
Maria Augusta da Costa Vieira (USP) - (Coordenadora)
Maria Cristina Lagreca de Olio (Univ. Presbeteriana Mackenzie)
Ana Aparecida Teixeira da Cruz (USP / SMESP)
Valéria da Silva Moraes (USP)
Sessão Coordenada IV - – SALA 9
FORMAÇÃO DE PROFESSOR DE ESPANHOL PARA O ENSINO BÁSICO: A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA COMO FOCO
(Área 6: ESTUDOS RELATIVOS À POLITICA LINGUÍSTICA E O ENSINO DE ESPANHOL NO BRASIL)
Vera Lúcia de Albuquerque Sant‘Anna (UERJ) - (Coordenadora)
Antonio Andrade (UFRJ/PG-UFF)
Del Carmen Daher (UFF)
Vera Lucia de Albuquerque Sant‘Anna (UERJ)
Maristela da Silva Pinto (UFRRJ)
Quarta-feira – 01/09/2010
Sessão de Comunicação III – 16h30 às 18 horas
Sessão 17: E/LE II – SALA 1
Coordenador: Otávio Góes de Andrade (UEL)
Otávio Goes de Andrade (UEL) / Adja Balbino de Amorim Barbieri Durão (UFSC) – DESVIOS LÉXICO-SEMÂNTICOS SISTEMÁTICOS (TRANSFERÊNCIAS LÉXICAS) E NÃO SISTEMÁTICOS (CASOS DE FRONTEIRA) NA INTERLÍNGUA ORAL DE BRASILEIROS APRENDIZES DE ESPANHOL
Mari Néli Dória (2) (UCDB) – LA MOTIVACIÓN EN LA ENSEÑANZA DE LA LENGUA ESPAÑOLA: EL CASO DE LA UNIVERSIDAD DE LA MEJOR EDAD (UMI)
Welma Júlia Santos de Lima (UFAL) – TEORIA E PRÁTICA: O PROCESSO NO ENSINO DE E/LE NO ENSINO SUPERIOR E A TRANSFORMAÇÃO DO SUJEITO
Renata Portela das Chagas Coimbra (IF-AL) – ¿SON LOS JUEGOS AMIGOS DE LOS PROFESORES DENTRO DE LAS CLASES DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA?
Sessão 18: Estudos Linguísticos III – E/LE Contrastes Espanhol/Português - SALA 2
Coordenador: Alicia Gancedo Alvarez (USP)
Alicia Gancedo Alvarez (USP) – RELACIONES DE POSESIÓN SIN POSESIVOS EN ESPAÑOL: NECESIDAD DE UN PLANTEO EXPLÍCITO EN LOS CURSOS PARA BRASILEÑOS
Daniel Mazzaro Vilar de Almeida (PG-UFMG) – LA REFORMULACIÓN EN ESPAÑOL Y LA EXPRESIÓN ―SEA COMO FUERE‖
Elaine dos Santos (PPGLL-UFAL) – UN ESTUDIO DE LOS CLÍTICOS EN LA INTERFACE PORTUGUÉS/ESPAÑOL: DISCUSIONES PRELIMINARES
José Alberto Miranda Poza (UFPE) – SOBRE EL USO DE LOS TIEMPOS VERBALES DEL SUBJUNTIVO EN ESPAÑOL Y PORTUGUÉS
Janice de Fátima Santos Alves (UNIMONTES) - CARACTERIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS CULTURAIS ENCONTRADOS NOS MANUAIS VEN 1 E INTERCAMBIO 1 DE ENSINO DE E/LE NO BRASIL
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Sessão 19: Estudos Linguísticos e Culturais II – SALA 3
Coordenadora: Helena Santiago Vigata (UnB)
Helena Santiago Vigata (UnB) – LENGUACULTURA EN FOCO: REFLEXIONES METODOLÓGICAS PARA EL DESARROLLO DE LA COMPETENCIA INTERCULTURAL EN E/LE
Cristiano Lessa de Oliveira (PPGLL-UFAL) – LA INTERACCIÓN MÁS ALLÁ DE LAS PALABRAS: LAS CONTRIBUCIONES DE LOS SIGNOS NO VERBALES PARA LA CONSTRUCCIÓN DE SENTIDOS EN CLASES DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA
Alexandre Ferreira da Costa (Grupo NOUS – UFG)/Antón Corbacho Quintela (Grupo GALABRA – UFG) – A FILOLOGIA DE ANTENOR NASCESTES E O INÍCIO, NO BRASIL, DA LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DO ESPANHOL Raquel La Corte dos Santos (Universidade Metodista/PG-USP) – REFLEXÕES SOBRE A APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA NA MODALIDADE EAD A PARTIR DE UM OLHAR SOBRE AS INTERAÇÕES EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Sessão 20: Estudos culturais II - SALA 4
Coordenadora: Livia Reis (UFF/CNPq/FAPERJ)
Livia Reis (UFF/CNPq/FAPERJ) – AS CARTAS ESQUECIDAS DE ALFONSO REYES
Mariana Lopes (PG-UPM) – O HIBRIDISMO CULTURAL PRESENTE NO QUADRO AUTORRETRATO EN LA FRONTERA ENTRE MÉXICO Y LOS ESTADOS UNIDOS DE FRIDA KHALO
Sara Araújo Brito Fazollo (UFRFJ) – AMÉRICA HISPÂNICA: IDENTIDADES CULTURAIS E CONTEMPORANEIDADE
Adriana Binati Martinez (UNICENTRO) – OCTAVIO PAZ: O LEGADO CRÍTICO CULTURAL DA AMÉRICA HISPÂNICA
Sessão 21: Tradição e rupturas – SALA 5
Coordenadora: Raphaella Lira (PG-UFRJ)
Raphaella Lira (PG-UFRJ) – AQUILES, A TARTARUGA E O TABULEIRO DE XADREZ
Aldo Oscar Valesini (UNNE) – TRADUCCIÓN Y CONSTRUCCIÓN DE MUNDO EN FACUNDO, DE DOMINGO FAUSTINO SARMIENTO
Cristiane Lucia da Silva (1) (PG-UFPE) – EL CAMINO HECHO POR HUIDOBRO HACIA EL CREACIONISMO
André Fiorussi (PG-USP) – O MODERNISMO DE JOSÉ JUAN TABLADA
Sessão 22: Homenagem a Miguel Delibes – SALA 6
Coordenadora: Magnólia B. B. do Nascimento (UFF)
Cláudia Buxbaum da Costa Farias (PG-UFF) – PERSONAGENS DE MIGUEL DELIBES EM MADERA DE HÉROE
Isabela Maria de Abreu (UFF) – O MUNDO NARRADO PELO OLHAR INFANTIL NO ROMANCE EL PRÍNCIPE DESTRONADO, DE MIGUEL DELIBES
Jorge Paulo de Oliveira Neres (UNESA) – MIGUEL DELIBES E ASSIS BRASIL: A RELATIVIZAÇÃO DA TAXIONOMIA DOS ESTILOS EM LOS SANTOS INOCENTES E VIDEIRAS DE CRISTAL
Sessão 23: Literaturas hispano-americanas contemporâneas – SALA 7
Coordenadora: Alessandra Maia de Lemos (UERJ)
Alessandra Maia de Lemos (UERJ) – MODERNIDADE PERIFÉRICA E LITERATURA HISPANOAMERICA: REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NO ROMANCE UN DULCE OLOR A LA MUERTE, DE GUILLERMO ARRIAGA
Mara Gonzalez Bezerra (PGL-UFSC/CNPq) – COSA DE NEGROS DE CUCURTO ES COSA DE TODOS
Patrícia Ribeiro Brasil (PG-UFRGS) – O BOOM AUTOBIOGRÁFICO: AYAAN HIRSI ALI E GIOCONDA BELLI, A PERSPECTIVA DE UM NOVO MUNDO
Gislene Teixeira Coelho (UFJF) – A PERUANIDADE EM JOSÉ MARÍA ARGUEDAS: TRÂNSITOS E IDENTIDADES
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Sessão 24: Literatura e História – SALA 9
Coordenador: Gilmei Francisco Fleck (UNIOESTE-CASCAVEL)
Gilmei Francisco Fleck (UNIOESTE-CASCAVEL) – O ROMANCE HISTÓRICO CONTEMPORÂNEO DE MEDIAÇÃO: CARACTERIZAÇÃO EM ESCRITAS HÍBRIDAS HISPANO-AMERICANAS
Rosana Silva da Mota (UCB/ PG-UFF/ PG-UFRJ) – LITERATURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA EM SOLDADOS DE SALAMINA
Jurandir Andrade Barbosa (PG-UFMS) – A TRADUÇÃO DE COMENTARIOS NO BRASIL
Michele Fonseca de Arruda (FERLAGOS/ PG-UFF / PG-UFRJ) – OUTRAS FACES DO EXÍLIO EM SEFARAD, DE ANTONIO MUÑOZ MOLINA
Sessão 25: Literatura e E/LE II – SALA 10
Coordenadora: Ana Cristina dos Santos (UERJ)
Ana Cristina dos Santos (UERJ) – (AUTO)BIOGRAFIA, IDENTIDADE E ALTERIDADE EM EL PERGAMINO DE LA SEDUCCIÓN, DE GIOCONDA BELLI
Daniela Gomes Loureiro (G-UFMS) / Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS) – UMA LEITURA: SOFRIMENTO FEMININO NO CONTO O CORPO, DE CLARICE LISPECTOR
Rodrigo Gomes (G-UFMS) / Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS) – O ELIXIR PORNOGRÁFICO – UM ESTUDO DO EROTISMO NAS POESIAS DE BERNARDO GUIMARÃES
Isabel de Almeida (PPG-MEL/CCHS/UFMS) – VILMA TAPIA: UM OLHAR ERÓTICO NA LITERATURA LATINA
Sessão Coordenada V - SALA 8
CERVANTES: NAS MARGENS DO QUIXOTE
(Área 3: ESTUDOS LITERÁRIOS)
Maria Augusta da Costa Vieira (USP) - (Coordenadora)
Giselle Cristina Gonçalves Migliari (USP)
Silvia Cobelo (USP)
Marta Pérez Rodríguez (USP)
Célia Navarro Flores (UFS)
Quinta-feira – 02/09/2010
Sessão de Comunicação IV – 8h30 às 10h30
Sessão 26: Leitura e Literatura em E/LE III – SALA 1
Coordenador: Patrício Nunes Barreiros (UEFS-UNEB-UFBA)
Juliana Leal (2) (UFVJM/PG-UFMG) – LITERATURA Y ENSEÑANZA DE E/LE
Lívia Fernanda Morales (PG-UFPR) – LÍNGUA E LITERATURA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL, OU, REFLEXÃO SOBRE O LUGAR DO OUTRO QUE NÃO EU
Lis Helene Skrzypiec (UFPR) – O USO DOS GÊNEROS TEXTUAIS ESCRITOS NO ENSINO/APRENDIZAGEM DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Patrício Nunes Barreiros (UEFS-UNEB-UFBA) – NOVOS DESAFIOS NA TRANSMISSÃO DO TEXTO LITERÁRIO: CONTRIBUIÇÕES DA FILOLOGIA TEXTUAL
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Sessão 27: Tecnologias e E/LE I – SALA 2
Coordenador: Romilda Mochiuti (Unicamp)
Isadora Valencise Gregolin (UFSCar) – LA ENSEÑANZA DE LENGUA ESPAÑOLA A TRAVÉS DE LA WEB: ASPECTOS METODOLÓGICOS DEL DISEÑO DE CURSOS
Romilda Mochiuti (UNICAMP) – ESTUDO CONTRASTIVO DE USO DE TIC‘S EM ATIVIDADE PRESENCIAL E À DISTÂNCIA
Margarida Rosa Álvares (UFG) / Patrícia R. de A. C. Machado (UFG) – POSTURAS DISCENTES FRENTE A INSUMOS CULTURAIS APRESENTADOS POR MEIO DE TICs NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA
Valéria Jane Siqueira Loureiro (UFS) – LAS TIC EN LA ENSEÑANZA/APRENDIZAJE DE E/LE
Sessão 28: Estudos Culturais III - - SALA 3
Coordenador: Nara H. N. Machado (PUCRS)
Nara H. N. Machado (PUCRS) – SIMETRIAS E ASSIMETRIAS: A PENETRAÇÃO DE NOVOS IDEÁRIOS ARQUITETURAIS EM PORTO ALEGRE (BRASIL) E ROSÁRIO (ARGENTINA) NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Rômulo Monte Alto (UFMG) – ―SIMULTÁNEOS PERO NO CONTEMPORÁNEOS‖: IMÁGENES DE UNA CARTOGRAFÍA ABISAL
Flávio Adriano Nantes Nunes (UFMS/CPCX) – LA VUELTA A ESPAŇA FRANQUISTA EN TRES PELÍCULAS
Salustiano Álvarez Gómez (PUC-MG)/(FUMEC-MG) / Sebastian Álvarez Gómez (Colegio de Aparejadores de Madrid) – EL SIGNIFICADO HUMANO DE LAS PLAZAS MAYORES
Rogério Mendes Coelho (UFRN) – A INFLUÊNCIA DA LITERATURA HISPANO AMERICANA-COLONIAL DO DISCURSO UTÓPICO LITERÁRIO DO RENASCIMENTO
Sessão 29: Leituras do Siglo de Oro II – SALA 4
Coordenadora: Lygia Rodrigues Vianna Peres (UFF)
Lygia Rodrigues Vianna Peres (UFF) – COMEDIAS BARROCAS: DE LA PINTURA DE RETRATOS EN ESCENA AL RETRATO DE JOSÉ PAREJAS DE DIEGO VELÁZQUEZ
Katia Aparecida da Silva Oliveira (UNIFAL) – LAZARILLO DE TORMES: UMA HISTÓRIA DE CORRUPÇÃO
Isabella Santana Gonçalves Pereira (UFF) – LA PINTURA DE RETRATOS EN PERIBÁÑEZ Y EL COMENDADOR DE OCAÑA DE LOPE DE VEGA
Andréa Cesco (UFSC) – A HIPOCRISIA SOCIAL NA OBRA SATÍRICA SUEÑOS Y DISCURSOS, DO ESPANHOL QUEVEDO Y VILLEGAS
Sessão 30: Mulher e literatura: leituras I - SALA 5
Coordenadora: Rhina Landos Martínez André (UFMT)
Rhina Landos Martínez André (UFMT) – EL ÁRBOL: SUJECIÓN Y LIBERACIÓN FEMENINA
Elsa Otilia Heufemann-Barría (UFAM) – LO DIABÓLICO Y LO ANGELICAL FEMENINO EN LOS RELATOS DEL RÍO AMAZONAS
Maria Josele Bucco Coelho (UFPR) – ESTRATEGIAS PARA LA REPRESENTACIÓN DEL SUJETO SUBALTERNO EN LA ESCRITURA FEMENINA DECIMONONICA: UNA LECTURA DE AVES SIN NIDO DE CLORINDA MATTO DE TURNER
Rosangela Schardong – A CONSTRUÇÃO DA OBRA LITERÁRIA EM DEFESA DA MULHER. ESTRATÉGIAS DE CRISTINA DE PIZÁN E MARÍA DE ZAYAS
Janaína de Azevedo Baladão (PPG-Letras,UFRGS/CAPES) – UNA NUEVA CRÓNICA SOBRE LA CONQUISTA: LA VERSIÓN DE FANNY DEL RÍO PARA LA HISTORIA DE DOÑA MARINA, LA LLAMADA LA MALINCHE
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Sessão 31: Fronteiras e trânsitos – SALA 6
Coordenador: Antonio R. Esteves (UNESP-Assis)
Antonio R. Esteves (UNESP-Assis) – FRONTEIRAS E TRÂNSITOS (CARTOGRAFIAS DO CÉU, DA TERRA E DO CORPO EM UM RELATO DE MARÍA ROSA LOJO)
Carlos Rizzon (UNIPAMPA) – LA FRONTERA Y SUS REVERSOS
Isabel Jasinski (UFPR) – AS FRONTEIRAS DA ESCRITA E A CONDIÇÃO DE ESTRANGEIRO EM MARIO BELLATÍN
Amarino Oliveira de Queiroz (UFRN) – DESDE LA LÍNEA DEL DESIERTO HASTA LA LÍNEA DEL ECUADOR: HORIZONTES POSIBLES PARA LAS LITERATURAS AFRICANAS DE LENGUA ESPAÑOLA
Sessão 32: García Lorca, Antonio Machado, Rafael Alberti – SALA 7
Coordenador: Mario Miguel González (USP)
Mario Miguel González (USP) – LA HONRA DE YERMA
Maria Mirtis Caser (UFES) – A LOUCA DA CASA DE BERNARDA ALBA
Gustavo Rodrigues da Silva (USP) – LAS METÁFORAS ACUÁTICAS EN LA OBRA POÉTICA DE RAFAEL ALBERTI
Rachel Coelho Coimbra (PG-UFF) – ESPECTROS DE FEDERICO GARCÍA LORCA Y ANTONIO MACHADO
Sessão 33: Literatura Espanhola – Século XIX – SALA 8
Coordenadora: Ana Paula de Souza (UFMT)
Ana Paula de Souza (UFMT) – A ESTÉTICA REALISTA NO CONTO ¡ADIÓS, CORDERA!, DE LEOPOLDO ALAS “CLARÍN”
Fabiana Vanessa Gonzalis (UFU) – LA MEMÓRIA Y EL RECUERDO EN LA FICCIÓN GALDOSIANA
Ismênia Sales de Souza (US Air Force Academy) – EL MANUSCRITO DE LA SEGUNDA CASACA: LAS VARIANTES Y LAS OMISIONES LÉXICAS Y SINTÁCTICAS ENTRE LAS DOS VERSIONES
SESSÃO 34: Estudos Linguísticos IV – E/LE para brasileiros – SALA 9
Coordenador: Luizete Guimarães Barros (UFSC)
Elizabeth dos Santos Silva (CESMAC) – ASPECTOS COMPARATIVOS NA DITONGAÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA E ESPANHOL
Eva Christina Orzechowski Dias (PGL-UFSC) / Luizete Guimarães Barros (UFSC) – ESTUDO DO FENÔMENO YEÍSMO EM FALANTES NATIVOS E APRENDIZES DE ESPANHOL
Gerardo García (UFMS-CPTL) – ―YO GUSTO DE VER PELÍCULAS‖: INTERFERENCIAS EN EL APRENDIZAJE DEL VERBO ESPAÑOL ―GUSTAR‖ COMO LENGUA EXTRANJERA POR BRASILEÑOS
Talita de Assis Barreto (UERJ, UFF, PUC-Rio) – O PROFESSOR FORMADOR DE DOCENTES DE E/LE: DISCURSOS SOBRE O TRABALHO.
SESSÃO 35: Literatura e E/LE IV – SALA 10
Coordenadora: Ana Cristina dos Santos (UERJ/UVA)
Ana Cristina dos Santos (UERJ/UVA) – O GÊNERO LITERÁRIO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE E/LE
Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA-UECE) – LA LITERATURA EN LA FORMACIÓN DE PROFESORES DE LE EN LA UECE COMO OBJETO DE ESTUDIO, RECURSO PARA LA ENSEÑANZA Y HERRAMIENTA DE FORMACIÓN DE LECTORES: DIAGNÓSTICO Y PROPUESTAS DE ACTUACIÓN
Jorge Rodrigues de Souza Júnior (UNICAMP) – A LITERATURA NO ENSINO DE ESPANHOL A BRASILEIROS: O TEATRO COMO CENTRO DE UMA PRÁTICA MULTIDIMENSIONAL-DISCURSIVA
Cláudia Cristina Ferreira (UEL) – LA LITERATURA Y LA PINTURA VAN DE LA MANO: PROPUESTAS DE ACTIVIDADES PARA INNOVAR LA CLASE DE E/LE
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Sessão Coordenada VI – SALA 11
HISTÓRIAS RECONTADAS NA LITERATURA ARGENTINA
(Área: ESTUDOS LITERÁRIOS)
Silvia Beatriz Adoue (UNESP-Araraquara) - (Coordenadora)
Livia Almendary (UBA-Argentina)
Dafne Lima Pessanha de Morais Melo (USP)
Quinta-feira – 02/09/2010
Sessão de Comunicação V – 14 horas às 16 horas
Sessão 36: E/LE III – SALA 1
Coordenadora: Rosa Yokota (UFSCar)
Rosa Yokota (UFSCar) – PREENCHIMENTO DO OBJETO DIRETO NA PRODUÇÃO NÃO NATIVA: CONSTATAÇÕES A PARTIR DO P/LE E DO E/LE
Caroline Veloso da Silva (UFSCar) / Rosa Yokota (UFSCar) – ENSINO E APRENDIZAGEM DE ESPANHOL PARA DEFICIENTES VISUAIS: CONHECENDO ESSE PROCESSO ATRAVÉS DE HISTÓRIAS DE VIDA ESCOLAR
Claci Ines Schneider (PG-UFSC) – O ENSINO DE REGIONALISMOS NAS AULAS DE ELE: O DICIONARIO COMO POSSIVEL FERRAMENTA DE TRABALHO
Claci Ines Schneider (PGET-UFSC) / Luiziane da Silva (PPGE-UFSC) – PROJETO "UNA VUELTA POR HISPANOAMÉRICA": RELATO DE COMO ENSINAR LINGUA E CULTURA DE UM MODO DIFERENTE
Sessão 37: E/LE IV – SALA 2
Coordenadora: Elena Ortiz Preuss (UFG)
Elena Ortiz Preuss (2) (UFG) – LA ATENCIÓN A LA FORMA EN LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL A BRASILEÑOS
Doris Cristina Vicente da Silva Matos (UFS/ PG-UFBA) – FORMAÇÃO CRÍTICA DE PROFESSORES: RELATO DE UM PROJETO DE PESQUISA
Mari Néli Dória (1) (UEMS) – ¿QUÉ ES LO QUE NOS HACE BUENOS PROFESORES?
Arelis Felipe Ortigoza (UEL) – AS COLOCAÇÕES E A IMPORTÂNCIA DO SEU ESTUDO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ELE
Sessão 38: E/LE – Desafios e Experiências – SALA 3
Coordenadora: Lucielena Mendonça de Lima (UFG)
Lucielena Mendonça de Lima (UFG) – REFLEXÕES SOBRE COMPETÊNCIAS E PAPÉIS IDENTITÁRIOS DE PROFESSORES GOIANOS DE ESPANHOL
Cleidimar Aparecida Mendonça e Silva (FL/UFG) / Lucielena Mendonça de Lima (FL/UFG) – O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA IDENTIDADE LINGUÍSTICA EM E/LE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA FORMAÇÃO DOCENTE
Jacqueline de Souza (UFG) / Lucielena Mendonça de Lima (FL/UFG) – REORIENTAÇÃO CURRICULAR PARA O ENSINO DE LE DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS A PARTIR DO TRABALHO COM AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Sandro Marcío Drumond Alves (UFS) – PROBLEMAS DE DELIMITAÇÃO TERMINOLÓGICA NO ENSINO DE ESPANHOL PARA FINS ESPECÍFICOS (EFE):
A FORMAÇÃO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO EXÉRCITO BRASILEIRO
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Sessão 39: Ensino de espanhol no Brasil: experiências II -– SALA 4
Coordenadora: Angela Karina Manfio (UEMS)
Angela Karina Manfio (UEMS) – É CHEGADA A HORA DO ESPANHOL EM DOURADOS – MS?
Doris Cristina Vicente da Silva Matos (UFS/PG-UFBA) / Rosineide Guilherme da Silva (UFS) – CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSORES DE ESPANHOL: ONDE FICAM OS PCN E AS OCEM?
Valéria Daiane Soares Rodrigues (UNIMONTES) – ―CONOCIENDO EL ESPAÑOL‖: POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES
Rozilene Rodrigues Gomes Albuquerque (CESMAC) – ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO ENSINO DE E/LE EM SALAS DE AULA DE ENSINO MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DE ALAGOAS
Sessão 40: Estudos Culturais IV – SALA 5
Coordenadora: Silvia Cárcamo (UFRJ)
Silvia Cárcamo (UFRJ) – RAFAEL SÁNCHEZ FERLOSIO: ENTRE EL REBELDE Y EL MELANCÓLICO
María Dolores Aybar Ramírez (UNESP-Araraquara) – LA LOCURA DE JUANA I – UN PERGAMINO ENTRE LA HISTORIA Y LA FICCIÓN
Rachel Saint Williams (PPGHIS/ UFRJ) – GRANDES ANALES DE QUINCE DIAS: POLÍTICA E HISTÓRIA NA OBRA DE FRANCISCO DE QUEVEDO
Lucila Carneiro Guadelupe (UFF) – O QUE DIZEM AS PUBLICIDADES SOBRE A MULHER: ADEQUAÇÕES E INADEQUAÇÕES DE GÊNEROS
Mariana de Souza Garcia (UFMS) – A PRESENÇA PARAGUAIA NA FAMÍLIA INDÍGENA TERENA IPEGUIANA E A POLÍTICA DE LÍNGUA
Sessão 41: Discursos híbridos: o papel do intelectual – SALA 6
Coordenadora: Damaris Pereira Santana Lima (UFMS)
Damaris Pereira Santana Lima (UFMS) – O INTELECTUAL EXILADO NA OBRA DE AUGUSTO ROA BASTOS
Paulo Henrique Pressotto (UEMS) – TRADIÇÃO, MEMÓRIA, IDENTIDADE E HIBRIDISMO: AS NARRATIVAS DE AUGUSTO ROA BASTOS NOS ANOS DE 1990
Diogo de Hollanda (UFRJ) – O DIURNO E O NOTURNO: ENSAIO E FICÇÃO EM ERNESTO SABATO
Flavia Ferreira dos Santos (PG-UFRJ) – O INTELECTUAL E AS MASSAS: O PAPEL DA REVISTA DE OCCIDENTE NO INÍCIO DA SEGUNDA REPÚBLICA
Márcia Horácio Barbosa – A HISTÓRIA QUE TENHO PARA CONTAR
Sessão 42: Literatura e cinema: leituras – SALA 7
Coordenador: Graciela Foglia (UNIFESP)
Graciela Foglia (UNIFESP) – VIOLENCIA TEMATIZADA, VIOLENCIA CONSTITUTIVA: LITERATURA Y CINE EN Y SOBRE LAS DICTADURAS ARGENTINA Y BRASILEÑA
Joanna Durand Zwarg (UFMS/CPAN) – FIOS FÍLMICOS DA TECITURA LITERÁRIA EM EL BESO DE LA MUJER ARAÑA, DE MANUEL PUIG
Juliana Leal (UFVJM/PG-UFMG) – SUBALTERNO TEM ―LUGAR‖?
Ester M. Rojas Osório (UNESP/Assis) – ―LA TETA ASUSTADA‖ - UN DIÁLOGO INTERCULTURAL
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Sessão 43: Tecnologias e E/LE II – SALA 8
Coordenadora: Carmen Alberta Katayama de Gasperazzo (UNIMONTES)
Carmen Alberta Katayama de Gasperazzo (UNIMONTES) – MÍDIAS EN LA ENSEÑANZA DE LA LENGUA ESPAÑOLA: ACCESIBILIDAD PARA LOS DEFICIENTES VISUALES A LOS CURSOS ON-LINE
Crisciene Lara Barbosa-Paiva (PG-UNESP-Araraquara/Universidad de Valladolid) / Ucy Soto (UNESP/UFOP) – DESCRIÇÃO TEXTUAL-INTERATIVA DA PARENTETIZAÇÃO EM CONVERSAÇÃO ESCRITA EM ESPANHOL MEDIADA POR COMPUTADOR
Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro (PG-FEUSP) – MENSURACIÓN DE LA COMPRENSIÓN LECTORA: ¿QUÉ MIDEN LOS REACTIVOS DE OPCIÓN MÚLTIPLE?
Jozefh Fernando Soares Queiroz (UFAL) – O HUMOR GRÁFICO LATINOAMERICANO NA SALA DE AULA
Sessão Coordenada VI - – SALA 9
NECC-CUTURAL – PRODUÇÕES ARTÍSTICAS EM MATO GROSSO DO SUL
(Área 4: ESTUDOS CULTURAIS E HISTÓRICOS)
Marcos Antônio Bessa-Oliveira (UFMS/NECC) – (Coordenador)
Edgar Cézar Nolasco dos Santos (UFMS/NECC)
Natália Aparecida Tiezzi Martins dos Santos (UFMS/NECC)
Quinta-feira – 02/09/2010
Sessão de Comunicação VI – 16h30 às 18 horas
Sessão 44: E/LE V - SALA 1
Coordenadora: Fernanda Deah Chichorro Baldin
Fernanda Deah Chichorro Baldin (UTP y CELIN – UFPR) – LOS GÉNEROS DISCURSIVOS COMO BASE PARA CONSTRUCCIÓN DE LA PROFICIENCIA DE BRASILEÑOS EN ESPAÑOL
Elena Ortiz Preuss (1) (UFG) – EFECTOS DE INTERFERENCIA Y LA PRODUCCIÓN DEL HABLA EN BILINGUES PORTUGUÉS-ESPAÑOL
Glauce Gomes de Oliveira Cabral (PG-USP) – DE CANTO DE SEREIA A RUIDO: O LUGAR DA COMPREENSÃO AUDITIVA NA ERA DO COMUNICATIVISMO?
Fernando Zolin-Vesz (IFMT/PG-UFMT) – CRENÇAS SOBRE O ENSINO E A APRENDIZAGEM DO ESPANHOL EM MATO GROSSO
Sessão 45: Políticas Linguísticas e Ensino do Espanhol no Brasil – SALA 2
Coordenadora: Angélica Karim Garcia Simão (UNESP-SJRP)
Angélica Karim Garcia Simão (UNESP-SJRP) – POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E ESTEREÓTIPOS: O STATUS DA LÍNGUA ESPANHOLA EM CONTEXTOS DE ENSINO E TRADUÇÃO
Anselmo Guimarães (UFS) – HISTÓRIA DO ENSINO DO ESPANHOL NO SISTEMA EDUCATIVO BRASILEIRO
Regiane de Jesus Costa (PG-UFG) – INVESTIGACIÓN COLABORATIVA: PROBLEMATIZANDO EL MATERIAL DIDÁCTICO
Neide Elias (Fatec –Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba) - REPRESENTAÇÕES E EXPECTATIVAS SOBRE O ESPANHOL NOS ALUNOS INGRESSANTES DOS CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA DA FATEC
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Sessão 46: Literaturas em contraponto: leituras comparadas – SALA 3
Coordenadora: Maira Angélica Pandolfi (UNESP-Assis)
Maira Angélica Pandolfi (UNESP-Assis) – El PRÍNCIPE DE LAS NIEBLAS E OS RIOS INÚMERÁVEIS: UMA LEITURA COMPARADA
Rosangela Manhas Mantolvani (PG-USP) – ALEGORIAS DAS EMBARCAÇÕES EM GARCÍA MÁRQUEZ E SARAMAGO
Thyago Celso Souza e Silva de Oliveira (G-UFMS)/Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/CNPq) – O MÚLTIPLO E O INFINITO – UMA LEITURA COMPARADA ENTRE JORGE LUIS BORGES E CHARLES SCHULZ
Regina Célia de Lima e Silva (Unilasalle / RJ) – ENTRE A ORALIDADE E A ESCRITA: O LIVRO DE CARLOS MAGNO E OS DOZE PARES DE FRANÇA COMO UMA DAS MATRIZES DA ENCANTARIA NO TAMBOR DE MINA
Sessão 47: Literatura espanhola contemporânea: leituras – SALA 4
Coordenador: Maria de Fátima Alves de Oliveira Marcari (UNESP-Assis)
Maria de Fátima Alves de Oliveira Marcari (UNESP-Assis) – REPRESENTAÇÕES DA IDENTIDADE NACIONAL ESPANHOLA NA SÉRIE EL CAPITÁN ALATRISTE
Carmelita Tavares Silva (SERRA VIX UFRJ) – QUANDO A GUERRA É PERSONAGEM
Daniele Cristina da Silva (PG-UFMT) / Rhina Landos Martínez André (UFMT) – LITERATURA E COMPROMISSO EM LA HORA VIOLETA, DE MONTSERRAT ROIG
Lucy Miranda do Nascimento (PG-UFMT/ MeEL) – A ANACRONIA DA MEMÓRIA EM O MORTO CERTO, DE JORGE SEMPRUN
SESSÃO 48: E/LE VI – SALA 5
Coordeandora: Claudia Maria Astorino (UFSCar; PG-DL/USP)
Claudia Maria Astorino (UFSCar; PG-DL/USP) – O ENSINO DO ESPANHOL PARA O CURSO DE TURISMO E A SELEÇÃO DO LÉXICO E DA TERMINOLOGIA: QUAL VARIANTE ADOTAR?
Marinez de Souza Tamburini Brito (Colégio Universitário, UFM) – APRENDER COMIENDO: EL DESARROLLO DE LA COMPRENSIÓN ESCRITA EN LAS CLASES DE ELE EN EL COLUN/UFMA
Janaína Soares Alves (UnB) – HETEROSSEMÂNTICOS DE CONOTAÇÃO SEXUAL: ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS ENTRE O PORTUGUÊS E O ESPANHOL
Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra (UFPR) – EL GENERAL DE BRIGADA ES UN TIPO DE CARAMELO: A TRADUÇÃO CULTURAL E O ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
SESSÃO 49: E/LE VII – SALA 6
Coordenadora: Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho (UNESP-Assis)
Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho (UNESP-Assis) – DIFICULDADES NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE ESPANHOL PARA BRASILEIROS: EXPERIÊNCIAS EM UM CENTRO DE LÍNGUAS E DESENVOLVIMENTO DE PROFESSORES
Rozana Aparecida Lopes Messias (UNESP-Assis) – HISTÓRIAS DE FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE ESPANHOL: EXPERIÊNCIAS VIVIDAS EM UM CENTRO DE LÍNGUAS E DESENVOLVIMENTO DE PROFESSORES
Neide Maia González (USP) – “¿QUÉ HACE USTED FELIZ?” EL CONTRASTE ESPAÑOL-PORTUGUÉS Y SUS POSIBLES APLICACIONES EN LA ENSEÑANZA Y APRENDIZAJE DE E/LE EN BRASIL
Juliana Leal (1) (UFVJM/PG-UFMG) – ENSINO INSTRUMENTAL DE ESPANHOL: INSTRUMENTALIZAR O QUÊ, PARA QUÊ E COMO?
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Sessão 50: Estudos de Fronteira – SALA 7
Coordenadora: Suzana Vinicia Mancilla Barreda (UFMS/CPAN)
Eliana Rosa Sturza (UFSM) – LÍNGUA E ECONOMIA NA FRONTEIRA
Helga Natalia Nunes Ferraz (G-UFMS/CPAN) / Suzana Vinicia Mancilla Barreda (UFMS/CPAN) – ESTUDOS LINGUÍSTICOS NA FRONTEIRA CORUMBÁ – ARROYO CONCEPCIÓN
Daniela Teixeira de Castro (G-UFMS) / Juliana Burgos Rojas (G-UFMS) / Suzana Vinicia Mancilla Barreda (UFMS/CPAN) – LA ENSEÑANZA DEL PORTUGUÉS COMO LENGUA EXTRANJERA EN LA FRONTERA CON BOLIVIA
Rafael Cardoso-Ferreira (G-UFMS) / Edgar Cézar Nolasco (UFMS) – Hélio serejo: UM HOMEM DESAJEITADO E DE GESTOS XUCROS
SESSÃO 51: Alteridades latino-americanas– SALA 8
Coordenadora: Alai Garcia Diniz (UFSC/ CNPq)
Alai Garcia Diniz (UFSC/ CNPq)– DE FRONTERAS E YERBALES: CIEN AÑOS SIN BARRETT
Evely Vânia Libanori (UEM) – OS ANIMAIS EM PEDRO PÁRAMO, DE JUAN RULFO
Silvina Liliana Carrizo (UFJF) – LA CUESTIÓN INDÍGENA EN ALGUNAS NARRATIVAS CONTEMPORÁNEAS PRODUCIDAS EN LATINOAMÉRICA
Laura Eliane de Magalhães Alvarez Delgado (PG-MEL/CCHS/UFMS) / Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS) – A SUPERAÇÃO DA ALTERIDADE EM ―TODAS AQUELAS COISAS‖, DE LUIZ VILELA
Sessão Coordenada V – SALA 9
SALVADOR DALÍ: TRÊS ABORDAGENS
(Área 4: ESTUDOS CULTURAIS E HISTÓRICOS)
Ruben Daniel Méndez Castiglioni (UFRS) – (Coordenador)
Robert Ponge (UFRGS)
Nara H. N. Machado (PUCRS)
Sexta-feira – 03/09/2010
Sessão de Comunicação VII – 14 horas às 16 horas
Sessão 52: Mulher e literatura: leituras II – SALA 1
Coordenadora: Nildicéia Aparecida Rocha (FCLAr-UNESP)
Nildicéia Aparecida Rocha (FCLAr-UNESP) – A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE ALFONSINA STORNI E A RECEPÇÃO DE SUA OBRA
Fernanda Aparecida Ribeiro (PG-UNESP/Assis) – A RECRIAÇÃO DA PERSONAGEM VICTORIA OCAMPO EM ―LAS LIBRES DEL SUR‖, DE MARÍA ROSA LOJO
Rosenir Antonia da Silva (UFMT) – RECORDAÇÕES DE UMA MULHER: A GUERRA CIVIL ESPANHOLA E O IMPACTO NO UNIVERSO FAMILIAR
Sessão Coordenada VII – SALA 2
DIÁLOGOS ENTRE ORALIDADE E ESCRITA EM TEXTOS DE AUGUSTO CÉSAR PROENÇA
(Área 1: ESTUDOS DE LINGUAGENS)
Eva de Mercedes Martins Gomes (UFMS) – (Coordenadora)
Maria Emília Borges Daniel (UFMS)
Deusdélia Pereira de Almeida (GRUPO CAJE)
Rosangela Villa da Silva (UFMS)
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RESUMOS
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS ÁREA TEMÁTICA 1 - ESTUDOS DE LINGUAGENS
A GRAMÁTICA NÃO NATIVA DO ESPANHOL: ALGUMAS CONSTATAÇÕES EMPÍRICAS
Adriana Martins Simões (USP)
O objetivo deste trabalho é apresentar algumas das constatações a respeito da natureza da gramática não nativa do espanhol evidenciadas em nossa pesquisa (SIMÕES, 2010), a partir da aquisição/aprendizagem do objeto pronominal acusativo de 3ª pessoa. Partimos das diferenças na gramática do espanhol e do português brasileiro (PB) (GONZÁLEZ, 1994, 1998, 1999, 2001, 2005), da mudança e variação linguística processada no PB (DUARTE, 1989; KATO & TARALLO, 1986; TARALLO, 1993a, b, entre outros) e das tendências da aquisição/aprendizagem do espanhol observadas em nossa pesquisa anterior (SIMÕES, 2006), da qual se originou nossa hipótese de que a gramática não nativa dos aprendizes mais jovens seria mais permeável à gramática contemporânea do PB do que a dos de maior faixa etária. A fim de que pudéssemos captar tanto a intuição da gramática não nativa quanto a intuição da gramática da língua materna, aplicamos testes de aceitabilidade a aprendizes de espanhol de diferentes faixas etárias, níveis de aprendizagem de espanhol e de instrução em PB. Nosso referencial teórico foi o modelo gerativista de aquisição de L2 (LICERAS, 1996, 1997, 2002a, 2002b, 2003; GONZÁLEZ, Ibid.). A partir da análise das intuições, constatamos que a coexistência de gramáticas no PB e seu diferente grau de aceitação e de consolidação entre as duas gerações de falantes se reflete na gramática não nativa, o que confirmou nossa hipótese. Por outro lado, encontramos indícios de reestruturação da gramática não nativa (LICERAS, Ibid.), que revela o reflexo da gramática do espanhol na intuição não nativa, e evidências de que elementos visíveis podem desencadear a reestruturação. Contudo, indícios de que a gramática não nativa não capta as propriedades abstratas da LE e de que a reestruturação seria um processo apenas parcial, nos levaram a assumir que a competência não nativa seja apenas aparente.
(Apoio: Capes)
RELACIONES DE POSESIÓN SIN POSESIVOS EN ESPAÑOL: NECESIDAD DE UN PLANTEO EXPLÍCITO EN LOS CURSOS PARA BRASILEÑOS
Alicia Gancedo Alvarez (USP)
Presentamos los resultados de la investigación del (no) uso de clíticos dativos para expresar posesión y pertenencia de objetos de la esfera personal, en la producción no nativa de brasileños. Dichos resultados muestran una aparente diversidad sintáctica, emparentada y muchas veces calcada de esquemas sintácticos del portugués brasileño. Las producciones de español no nativo fueron comparadas con dos corpora control, uno proveniente de Montevideo y otro de São Paulo. Se utilizó una situación concreta, que en español solicita estructuras de clíticos dativos para expresar relaciones posesivas del área personal [al hombre se le caen los lentes], mientras que en la producción no nativa aparecen estructuras diversas, que siguen un orden de constituyentes bastante rígido y diferente del español para proyectar los Casos en dicha situación. Esos fenómenos son considerados aquí como interferencias sintácticas de la lengua materna en las construcciones de la lengua alvo [los anteojos del hombre caen, pulam, escapam], [el hombre deja caer sus anteojos]. El análisis de la estructura sintagmática sigue los modelos expuestos en Fernández & Anula (1995) y en Bosque & Gutiérrez-Rexach (2009), que permiten la comparación de constituyentes en estructuras de diferentes sistemas gramaticales. De esta investigación se desprende la necesidad de explicitar en los currículos de ELE y en los libros didácticos el tema de la expresión de la posesión y la pertenencia con clíticos dativos, para que los alumnos consigan alcanzar desempeños linguísticos más próximos a la lengua meta.
(Agência Financiadora: FAPESP)
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SOBRE A POSIÇÃO DO SUJEITO PRÉ-VERBAL NO ESPANHOL ATUAL
Carlos Felipe da Conceição Pinto (UNICAMP)
A análise clássica para os sujeitos pré-verbais dentro da Teoria de Princípios e Parâmetros da Gramática Gerativa assume que o sujeito ocupa uma posição dentro da sentença, mais especificamente a posição SpecIP. Contudo, a partir da década de 90, uma série de trabalhos foi feita para mostrar que, em línguas de sujeito nulo, o sujeito referencial ocupa uma posição externa à sentença. No caso do espanhol, está análise foi assumida por Antxon Olarrea, que propõe que: a) os sujeitos referenciais estão numa posição idêntica à dos elementos deslocados à esquerda; b) os sujeitos negativos estão no especificador de NegP, acima de IP; c) os sujeitos não referenciais estão numa posição funcional diferente dos sujeitos referencias, mas também acima de IP. No caso do português europeu, contrariamente a essa análise dos sujeitos externos à oração assumida por Pilar Barbosa, João Costa levanta uma série de evidências para mostrar que, embora os sujeitos, como qualquer outro elemento, possam estar deslocados à esquerda, não estão obrigatoriamente nesta posição de deslocamento. Neste trabalho, seguindo a proposta de João Costa para o português europeu, aplicamos uma série de testes empíricos com a finalidade de saber se os sujeitos referenciais no espanhol atual estão obrigatoriamente deslocados à esquerda, como proposto por Antxon Olarrea, ou se, contrariamente, os sujeitos referenciais pré-verbais podem ou não estar deslocados à esquerda, mantendo a análise clássica dos sujeitos internos à sentença também para o espanhol. Na primeira parte do trabalho apresentamos um breve histórico sobre as análises da posição pré-verbal do sujeito. Em seguida, apresentamos os argumentos apresentados para análise dos sujeitos em português europeu. Por fim, apresentamos os argumentos para a análise dos sujeitos como elementos deslocados no espanhol e aplicamos os testes para confirmar ou refutar esta análise.
(Agência Financiadora: FAPESP)
LA REFORMULACIÓN EN ESPAÑOL Y LA EXPRESIÓN “SEA COMO FUERE”
Daniel Mazzaro Vilar de Almeida (PG-UFMG)
En los últimos años, el estudio de los marcadores discursivos ha recibido un especial interés por parte de múltiples trabajos lingüísticos, principalmente los que tienen como eje las contribuciones de la pragmática y del análisis del discurso. Si bien son relevantes los avances en este terreno (se destacan en ello María Martín Zorraquino y José Portolés Lázaro, por citar algunos nombres), mucho aún hay que seguir investigando. En esta comunicación, que trata de una parte de mi investigación en curso en la maestría, me propongo a revisitar uno de los grupos de los marcadores discursivos, al que Portolés llama reformuladores, grupo este que no recibe la misma atención en la academia que los conectores, quizá incluso por haber una idea restringida de lo que significa reformular. Antes de entrar en ese tema, es necesario definir los marcadores discursivos que, debido a la diversidad de criterios adoptados y a los distintos planteamientos metodológicos desde los que se ha abordado su estudio, puede recibir otras denominaciones e, incluso, aparecer bajo otras definiciones. Tras esa primera parte, hago, entonces, un breve resumen de la reformulación y de los reformuladores para, luego, plantear el análisis de la expresión ―sea como fuere‖ que, posiblemente, funciona como elemento conector perteneciente al grupo de los reformuladores y no posee estudios sistematizados.
HISPANISMOS NO LÉXICO DOS FALANTES DA REGIÃO CENTRO-OESTE: CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO ALIB
Daniela de Souza Silva Costa (UFMS)
Aparecida Negri Isquerdo (UFMS/CNPq)
A variante brasileira do português particulariza-se em relação à europeia desde o período colonial, especialmente no âmbito do léxico. Contatos interétnicos, questões político-econômicas e sociais também interferem no acervo vocabular de uma língua, visto que cada sociedade busca formas particulares para nomear sua realidade. Também na região Centro-Oeste brasileira, os contatos interétnicos marcam a formação da população e se refletem na fala de seus habitantes, como a presença de tupinismos, herança dos tempos coloniais, e de espanholismos, frutos das línguas em contato nas áreas fronteiriças. Este trabalho discute resultados de pesquisa realizada acerca da influência do espanhol no falar dos habitantes de 21 localidades do interior dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, que integram a rede de pontos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil – ALiB. O estudo buscou, nas questões extralinguísticas, como posição geográfica e interação
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entre os povos, possíveis motivações para o léxico utilizado para nomear elementos da fauna. A recolha de dados deu-se a partir do questionário semântico-lexical do Projeto ALiB (questões 64-88). A pesquisa evidenciou a presença de espanholismos na norma lexical vigente nos três Estados, posto que foram identificadas 14 variantes de origem espanhola, algumas delas já incorporadas à norma padrão da língua, como chifre e mosquito, e outras ainda produtivas na língua oral, que apontam para singularidades na forma de nomeação de alguns referentes, como caruara, para nomear o ―animal manco‖, e cola, para designar ―a parte que o boi usa para espantar moscas‖ – o rabo. O fator geográfico pode ter motivado a presença dessas variantes na língua oral dos habitantes, visto que a privilegiada área fronteiriça, especialmente a circunvizinha entre Mato Grosso do Sul e dois países do MERCOSUL (Paraguai e Bolívia), favorece empréstimos linguísticos, que enriquecem a norma lexical do português falado pelos habitantes dessa região.
ANÁLISIS CONTRASTIVO DE LOS DERIVADOS DE NOMBRES PROPIOS DE OBRAS LEXICOGRÁFICAS DEL ESPAÑOL Y DEL PORTUGUÉS
Eduardo Tadeu Roque Amaral (UFMG)
En este trabajo, presentamos los primeros resultados de un proyecto sobre deonomástica contrastiva, el cual tiene como objetivo identificar y analizar los procesos de formación de derivados de nombres propios en español y en portugués. Nos centramos en los derivados de antropónimos (nombres de persona), también llamados ―deantroponímicos‖. La investigación toma como base los estudios desarrollados por Boulanger y Cormié (2001), Cabré et al. (2000), Monjour (2002), Rainer (1999, 2002, 2007), Santiago y Bustos (1999), entre otros. En esta primera etapa de investigación, analizamos la presencia de adjetivos deantroponímicos en versiones electrónicas de dos diccionarios de gran importancia para los hablantes de países de lengua española y de lengua portuguesa: el ―Diccionario de Uso del Español‖(DUE), versión 2.0, publicado en 2001, y el ―Dicionário Eletrônico Houaiss” (DHELP), versión 1.0, publicado en 2009. Primeramente recolectamos todos los derivados que terminan en –ano, –esco, -ico, –ista, -iano e -ino. Entre las ocurrencias que coinciden en ambas lenguas, son ejemplos: franciscano, churrigueresco, hipocrático, cervantista, daltoniano, manuelino. Luego elaboramos hojas de cálculo con los resultados, lo que nos permitió cuantificar los deantroponímicos –encontramos un total de 180 en español y 441 en portugués–, además de poder prepararlos para una organización más eficiente. Los datos en las hojas de cálculo nos permiten observar y contrastar, en las dos lenguas: el deantroponímico, el antropónimo de origen y el diccionario que registra el adjetivo. Para algunos casos, agregamos, en columnas específicas, informaciones complementarias sobre el portador del antropónimo y/o sobre la formación del derivado. Comentamos también algunas particularidades morfológicas en la utilización de cada sufijo. Con base en estos datos iniciales, se dará la continuidad del proyecto, que busca formar un repertorio bilingüe de derivados antroponímicos.
(Apoyo: Programa de Auxílio à Pesquisa de Doutores Recém-Contratados – UFMG)
UN ESTUDIO DE LOS CLÍTICOS EN LA INTERFACE PORTUGUÉS/ESPAÑOL: DISCUSIONES PRELIMINARES
Elaine dos Santos (PPGLL-UFAL)
Este trabajo objetiva discutir las ideas iniciales de una investigación sobre la relación de realización (o no) de los pronombres complementos, aquí llamados de clíticos, a través de una mirada teórico-lingüística basada en los presupuestos de la Gramática Generativa, haciendo un estudio contrastivo entre el Portugués Brasileño (PB) y el Español, así como también adoptamos un contrapunto con lo que dice la Gramática Normativa. Llevamos en consideración los estudios referentes a la Gramática Universal (GU) propuesta por Noam Chomsky, la que dice que todo hablante nativo de una lengua nace dotado de una Facultad de Lenguaje y de una gramática internalizada en su mente/cerebro que le permitirá adquirir cualquier lengua que sea expuesto. El trabajo trae una reflexión a respeto del empleo de los clíticos en el proceso de aprendizaje de Español/Lengua Extranjera (E/LE) por alumnos nativos del portugués. Aunque sean lenguas próximas, hay una gran diferencia en relación a la estructuración y realización de los dos sistemas pronominales de manera general ya que el sistema pronominal brasileño pasa por un proceso de desarrollo y cada vez más los clíticos están desapareciendo del lenguaje oral y escrito lo que aparentemente no está ocurriendo en el sistema pronominal español. Teniendo en cuenta esos postulados levantamos una discusión sobre cómo reacciona el aprendiz brasileño durante la realización de los clíticos españoles en sus producciones,
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pues los alumnos brasileños están expuestos a la tensión pronominal del PB y a un input del español lleno de sentencias con el aparecimiento de los pronombres complementos.
(Agência de Fomento: CNPq)
ASPECTOS COMPARATIVOS NA DITONGAÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA E ESPANHOL
Elizabeth dos Santos Silva (CESMAC)
Este trabalho apresenta alguns aspectos comparativos na ditongação da Língua Portuguesa e da Língua Espanhola. Buscamos encontrar na Língua Portuguesa e na Espanhola semelhanças e diferenças no processo de ditongação, tendo em vista que nas duas línguas encontramos palavras que ortograficamente se diferenciam pela ausência ou presença da ditongação. Buscamos refletir com essas semelhanças podem interferir na aquisição da escrita da língua espanhola como LE. Para tanto buscamos na linguística românica informações sobre a formação das duas línguas. Depois apresentamos algumas palavras nas quais ocorre ditongação apenas na língua espanhola, outras nas quais ocorre apenas na língua portuguesa e palavras em que ocorre ditongação tanto em português como em espanhol. Expomos como alguns verbos espanhóis sofrem ditongação na raiz, irregularidade que não encontramos na língua portuguesa. Analisamos dados coletados de alunos do 3º ano do Ensino Médio. Nestes dados, observamos que o processo de ditongação é um que merece atenção especial na aquisição de E/LE, no caso de aprendizes, docentes e pesquisadores brasileiros.
ESTUDO DO FENÔMENO YEÍSMO EM FALANTES NATIVOS E APRENDIZES DE ESPANHOL
Eva Christina Orzechowski Dias (PGL-UFSC)
Luizete Guimarães Barros (UFSC)
Este trabalho apresenta parte do projeto de pesquisa de mestrado sobre o fenômeno yeísmo, que consiste na realização igual do fonema lateral palatal sonoro, correspondente à letra ll, como por exemplo, nas palavras calle e lluvia, e do fonema palatal deslizado, referente à letra y, em posição inicial de sílaba, como nas palavras yo e ayer, por exemplo. Na América espanhola, o fenômeno ocorre de maneira generalizada, conforme Salcedo Salinas (2005), e na Espanha, o yeísmo estendeu-se em boa parte do território, segundo Alonso (1961). No entanto, tem-se registro de diferentes manifestações fonéticas do fenômeno, desde variantes semivocalizadas até fricativas, o que é demonstrado pelas diferentes posições teóricas acerca da classificação fonológica do fonema palatal /y/. O objetivo da proposta é mostrar diferentes manifestações de yeísmo, a partir de um levantamento de estudos sobre o fenômeno e de uma análise de corpus realizada com um grupo de falantes argentinos e colombianos, por um lado, e com um grupo de aprendizes brasileiros de espanhol, de outro. Como embasamento teórico, foram utilizados os estudos de Alonso (1961), Salcedo Salinas (2005), Quilis e Fernández (1981) e Martínez Celdrán e Fernández Planas (2001). Os dados para a pesquisa empírica foram coletados através de sessões de gravação de frases lidas e foram submetidos a uma análise qualitativa feita por um teste de percepção e por uma análise espectrográfica através do programa de análise de voz Praat. Os resultados indicam que houve produção de diferentes tipos de yeísmo, tanto no grupo de falantes nativos como no grupo aprendizes brasileiros.
“YO GUSTO DE VER PELÍCULAS”: INTERFERENCIAS EN EL APRENDIZAJE DEL VERBO ESPAÑOL “GUSTAR” COMO LENGUA EXTRANJERA POR BRASILEÑOS
Gerardo García (UFMS-CPTL)
Nuestra experiencia como profesores de E/LE (Español como Lengua Extranjera), nos permitió observar los problemas de interferencia durante el aprendizaje del verbo ―gustar‖ por parte de brasileños. Ellos piensan que son ―competentes‖, también en lengua española, fundamentado en su presunta semejanza con el portugués. O sea, que el brasileño de por sí ―sabe‖ español. Sin lugar a dudas, concordamos con la idea de que el español es una lengua singularmente extranjera para los hablantes lusófonos. Es decir, no es ―tan‖ extranjera como el inglés o francés. Al final, esta actitud facilista motiva a que el alumno brasileño no se preocupe por observar las diferencias entre su L1 y L2. Un ejemplo de lo escrito anteriormente, es la semejanza léxica entre los verbos ―gostar‖ y ―gustar‖ del español y portugués, respectivamente. En donde, a simple vista, parece que la única diferencia entre los dos verbos es una simple vocal (o vs. u); pero la realidad nos dice que eso es totalmente
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diferente. Ya que estos verbos, en ambas lenguas, se diferencian mucho más desde la óptica morfosintáctica y semántica, aspectos menos trabajados por los profesores en la enseñanza del E/LE. Por ello, elaboramos un corpus a partir de los datos recogidos de varios textos, que fueron elaborados por nuestros alumnos del nivel iniciante (Módulo I y II) del curso de Lengua española del Projeto Pró-línguas de la UFMS campus Três Lagoas durante el segundo semestre del 2009 y primero del 2010. A ellos se les pidió que escribieran oraciones y traducciones utilizando en español, el verbo ―gustar‖. Finalmente, este trabajo pretende ser un argumento a más para desmitificar la presunta semejanza o igualdad que poseen las lenguas portuguesa y española.
LAS RELACIONES ÉTICO-PATÉMICAS EN LA ARGUMENTACIÓN EN ESPAÑOL Y EN PORTUGUÉS
Ivani Cristina Silva Fernandes (UFSM)
El presente trabajo tiene el objetivo de reflexionar sobre la cuestión de las relaciones ético-patémicas en la argumentación escrita como forma de establecer empatía y, posteriormente, configurarse como una estrategia de persuasión. En otras palabras, como la construcción del ethos y del efecto del pathos puede convertirse en un mecanismo pertinente para analizar un discurso y evaluar la dimensión argumentativa inherente en toda producción lingüística. Para alcanzar esta finalidad, pretendemos observar algunas muestras de textos de opinión en vehículos representativos de la prensa escrita en Brasil y en España. En éstas, identificaremos las marcas relevantes en la materialidad lingüística, como aspectos morfosintácticos, semánticos y enunciativos, que permitan elaborar hipótesis para entender los distintos procesos por los cuales se construyen los sentidos en el lenguaje y las respectivas marcas de la subjetividad. Tal proceso es basilar para los investigadores que pretenden profundizar los estudios sobre la enseñanza del español y del portugués como lengua extranjera, desde una perspectiva enunciativo-discursiva. Buscaremos en la Lingüística de la Enunciación y en los estudios sobre la argumentación las bases teóricas que nos guiarán en el desarrollo de una metodología de análisis que busque, en la materialidad lingüística, los rasgos significativos que auxilien a esbozar el perfil de un determinado ethos discursivo y, paralelamente, los posibles efectos de sentido según la concepción de un perfil específico de interlocutor ideado por el sujeto-hablante. En el ámbito de un estudio contrastivo español-portugués, es esencial comprender aspectos relacionados con las características de los sujetos y sus marcas en el discurso, de acuerdo con el campo teórico elegido. Tal postura evita generalizaciones indebidas y creación de esteriotipos simplificadores en la práctica docente desarrollada en la enseñanza de lenguas extranjeras.
CONSTRUCCIÓN DEL SENTIDO EN ENUNCIADOS CON LA PALABRA “PUERTA” EN EL SECRETO DE SUS OJOS. DOS PERSPECTIVAS DE ANÁLISIS: LINGUÍSTICA Y LITERARIA
Janaína de Azevedo Baladão (PPG-Letras,UFRGS/CAPES)
Susana Quinteros de Creus (PUC-RS)
En este trabajo nos proponemos analizar la construcción del sentido en expresiones de uso reiterativo en la obra del escritor argentino Eduardo Sacheri (2005), La pregunta de sus ojos, y en el guión cinematográfico adaptado, El secreto de sus ojos, película ganadora del Oscar 2010 a la mejor película extranjera. A partir de dos perspectivas, dentro del campo de la lingüística y de la literatura, desarrollamos el proceso descriptivo-explicativo apoyándonos en conceptos teóricos de Ducrot (2001, 2002); Carel (2004); Bajtín (1979, 1988); Assmann (1998, 2008). En el marco lingüístico del modelo semántico argumentativo, discutimos la construcción del sentido, visto éste como valor semántico del enunciado, poniendo foco en la palabra ―puerta‖ en su inserción en el discurso. Asimismo, analizamos el vínculo semántico y las relaciones argumentativas que se instauran entre dicho vocablo y los enunciados que lo contienen. Comprendido el discurso como único donador de sentido y un todo coherente que se manifiesta en el acto de la enunciación, complementamos la concepción lingüística de análisis con la idea bajtiniana de dialogismo en la narrativa literaria –resultante de la interacción de registros, variedades linguísticas y puntos de vista de los personajes–, y nos valemos de conceptos de lenguaje, diálogo y comprensión mutua defendidos por Assmann. Entendemos que una reflexión teórica con vistas a un mayor acercamiento entre los estudios linguísticos y literarios, dentro de un mismo procedimiento de análisis, podrá servir de subsidio para otros trabajos vinculados al lenguaje, así como contribuir a la expansión del ámbito de investigación de los modelos teóricos propuestos dentro de un cuadro integrador e interdisciplinar.
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SOBRE EL USO DE LOS TIEMPOS VERBALES DEL SUBJUNTIVO EN ESPAÑOL Y PORTUGUÉS
José Alberto Miranda Poza (UFPE)
En nuestro trabajo abordaremos algunos de los usos del subjuntivo en español y portugués, buscando hallar las equivalencias y divergencias entre ambos a partir de situaciones contextuales, lo que significa ofrecer un trabajo que va más allá de lo que representa exponer una mera tabla de formas verbales en cada una de las lenguas. La visión contrastiva en el análisis lingüístico no debe limitarse a meras descripciones aisladas de cada una de las lenguas objeto de estudio, sino que deben ofrecer subsidios para la labor del traductor, del futuro profesor de lenguas, de nuestros estudiantes. En el actual entorno en el que se inscriben los estudios sobre el español en Brasil, se advierten dos líneas de trabajo diferenciadas: por un lado, algunos investigadores enfrentan problemas teóricos que defienden la necesidad de abordar estudios contrastivos portugués/español; por otro, un grupo de profesionales de la enseñanza conduce sus inquietudes hacia cuestiones ligadas directamente a su quehacer diario en las clases. Otros abogan por una enseñanza del español bajo el tamiz casi exclusivo de los aspectos culturales. El presente estudio se enmarca dentro de la vertiente teórica, si bien también participa de otra cuestión ligada a asuntos que tienen más que ver con la planificación de las clases o el análisis de las dificultades específicas que la enseñanza plantea: la formación de futuros formadores de español. Un alumno de letras no sólo debe limitarse a ―saber español‖, a alcanzar un determinado nivel de conocimiento, sino que, además, debe profundizar en él, lo que implica un estudio reflexivo sobre la lengua, de forma paralela a lo que ocurre en vernáculo, cuando no vale sólo con ―saber hablar portugués‖. Si no, estaríamos reconociendo que las licenciaturas en lenguas extranjeras son meros cursinhos de idiomas, algo que no sería deseable.
ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS EM PORTUGUÊS E ESPANHOL: SIMIRALIDADES
Joziane Ferraz de Assis (UFPB)
Nesta comunicação, apresentamos a leitura analítica de um dos gêneros discursivos mais recorrentes e influentes nas sociedades contemporâneas: a propaganda. A escolha por esse gênero deve-se à enorme carga cultural que comporta e que lhe caracteriza como instrumento adequado de trabalho com a língua espanhola. Inicialmente, faz-se o enquadramento teórico de alguns semioticistas que estudam propagandas ou as estudaram em algum momento. Serão considerados textos de Discini (2005), Landowski (1992 e 2002), Oliveira & Landowski (2003), Silva (1985) e Teixeira (2003, 2004 e 2007). O suporte teórico aqui pesquisado não é extenso - dado o caráter de brevidade deste trabalho - porém muito representativo, uma vez que abrange pesquisadores reconhecidos em suas áreas de atuação. Em seguida, são analisadas duas propagandas, uma publicada na revista Claudia, direcionada às brasileiras, e a outra, na Cosmopolitan en español, direcionada às latinas que moram nos Estados Unidos. Posteriormente, comparam-se as duas propagandas, observando-se suas convergências. A escolha por uma propaganda voltada para o público brasileiro e outra para a público hispânico deveu-se a vários fatores, entre eles, ao fato de fazerem parte de universos culturais com os quais os aprendizes brasileiros de espanhol têm contato, de tratarem do mesmo tema e de terem sido publicadas praticamente no mesmo momento. Finalmente, nas considerações finais, faz-se um apanhado de questões consideradas mais relevantes para a análise semiótica de anúncios publicitários, tais como a relação enunciador-enunciatário, as questões do desejo e da imagem, a fixação de estereótipos e o esquema de manipulação. Reflete-se ainda sobre a extrema habilidade dos anunciantes em atingir seu objetivo de persuasão.
LENGUAS ABORÍGENES. SITUACIONES DE CONTACTO ENTRE EL GUARANÍ Y EL ESPAÑOL. DIGLOSIA Y CAMBIO DE CÓDIGO
Karina Laura Fernández (Pontificia Universidad Católica Argentina)
Esta comunicación es parte de un trabajo de investigación centrado en la observación del fenómeno de contacto de dos lenguas: el guaraní y el español. Nuestra atención está puesta en el guaraní hablado en la provincia de Corrientes ya que allí tiene lugar un fenómeno particular y escasamente estudiado: esta lengua, a pesar de su origen indígena, constituye un elemento identitario para la población criolla. Sus habitantes nativos son criollos o descendientes de guaraníes nacidos en
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familias mixtas1 por lo que, a diferencia de lo que sucede con otras lenguas amerindias, el guaraní constituye un rasgo de identidad para una población mayoritariamente criolla. En la zona seleccionada, los hablantes son bilingües y tiene lugar la alternancia en el uso de las lenguas, que expresan las concepciones que la comunidad tiene sobre sí misma, sus relaciones con los demás y su mundo social. La cuestión de la identidad se encuentra en el centro de este tema que intentaremos abordar en el planteo teórico del presente trabajo. En situaciones de lenguas en contacto, es necesario diferenciar dos conceptos fundamentales dentro del estudio que presentamos: alternancia de códigos y diglosia. El objetivo del trabajo es observar los fenómenos de contacto lingüístico entre los hablantes correntinos que son bilingües guaraní-español. El análisis de este fenómeno nos permitirá identificar cómo se dirimen cuestiones identitarias tales como el sentido de pertenencia, el compartir un pasado común de imposición y sectorización y la concepción de su lengua. El método de investigación empleado es de carácter exploratorio - descriptivo y pretende ser el inicio de un proceso de investigación.
MANIFESTACIONES DEL PRETÉRITO PERFECTO COMPUESTO EN ARGENTINA: PLANTEAMIENTO INICIALES
Leandro Silveira de Araujo (UNESP)
Rosane de Andrade Berlinck (Tutora – UNESP)
El principal objetivo de este trabajo es describir los valores atribuidos al pretérito perfecto compuesto (PPC) por hablantes de diferentes regiones dialectales argentinas. Eso es porque, como indican algunos estudios, esa forma verbal parece surgir en diferentes contextos, según la variedad lingüística observada. En especial, Argentina parece ofrecer diferentes manifestaciones de este tempo verbal, visto que en determinadas regiones (noroeste, por ejemplo) su productividad aparentemente es amplia, mientras que en otras su uso se limita a situaciones de mayor formalidad; motivo que nos lleva a una observación diatópica del fenómeno. De ese modo, a fin de que delineemos el comportamiento del PPC en el territorio argentino, nos apoyamos en la propuesta de Fontanella de Weinberg (2004), que divide el país en siete regiones dialectales (Bonaerense; Central; Cuyana; Litoral; Nordeste; Noroeste y Patagonia), en el cuadro teórico de la Variación y Cambio Lingüísticos, en teorías para proceder al estudio del tempo verbal, así como en la dialectología y en los conceptos de género discursivo. Además, es imprescindible, en esa propuesta metodológica, la recogida de un corpus diversificado en cuanto al origen geográfico, puesto que acreditamos que la localidad espacial es una variable extralingüística que interfiere directamente en el sistema de la lengua. Así, nuestro trabajo tendrá inicio con la selección de entrevistas menos formales de radios, de una importante ciudad de cada región dialectal argentina (todo ese material está disponible en sitios que agrupan radios argentinas de transmisión online según la provincia a la que pertenecen). Finalmente, destacamos que en esta presentación daremos mayor énfasis a la evaluación de descripciones ya existentes sobre el uso del PPC, a algunas indagaciones metodológicas y al proceso de formación del corpus de análisis, una vez que este estudio está en su fase inicial.
(Agência de Fomento: CNPq)
ESPAÑOL Y PORTUGUÉS EN CONTACTO:
LA ATRICIÓN DE LA L1 DE INMIGRANTES ESPAÑOLES EN BRASIL
María Carolina Calvo Capilla (UnB)
Esta comunicación presenta los resultados de una investigación sobre el proceso de atrición o erosión lingüística que se produce en la L1 de inmigrantes hispanohablantes españoles adultos residentes en Brasil y con conocimiento del portugués, que es, por tanto, la L2, la lengua de contacto. El objetivo principal fue descubrir y mostrar los efectos experimentados por la L1, el español, cuando se expone a un contacto prolongado con la L2, el portugués de Brasil. Aunque existe una tendencia muy extendida a considerar la lengua y la cultura como algo estático, ligado a la esencia, el lenguaje humano es dinámico por naturaleza y a lo largo de la vida no sólo ganamos competencia lingüística en los procesos de adquisición, sino que también la perdemos en el caso de la atrición lingüística, tema de este trabajo. De hecho, no hay en realidad pérdidas o asimilaciones, sino cambios lingüísticos. De acuerdo con esta visión, la atrición lingüística forma parte de los cambios normales
1 Se reconocen como mixtas, las familias que están formadas por personas de origen indígena y criollos.
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que se producen en la competencia a lo largo del tiempo. La investigación, de tipo cualitativo, analizó el habla de ocho participantes. Los datos se elicitaron mediante entrevistas semiestructuradas grabadas y posteriormente transcritas. También se utilizó un cuestionario sociolingüístico que proporcionó informaciones personales variadas sobre los participantes, las cuales ayudaron a explicar algunos de los resultados. El análisis del corpus de habla permitió marcar, clasificar y describir los rasgos lingüísticos que singularizan el español/L1 de los participantes y que fueron interpretados como señales de atrición. Los resultados sugieren que la acción de la L2/portugués desempeña un papel primordial, ya que su influencia sobre la L1 en forma de interferencias es una de las causas principales de la atrición, siendo la otra la falta de contacto con la L1 y la consiguiente privación de input.
ADAPTAÇÃO E IDENTIDADE CULTURAL NO AUDIOVISUAL CONTEMPORÂNEO
Rodolfo Nonose Ikeda (PG-UFMS)
Márcia Gomes Marques (UFMS)
Devido à união entre imagem e som, a produção audiovisual tem atualmente grande acolhida de público e, por isso, possibilita o acesso a discursos, ideias, valores e recursos tecnológicos diversificados, realizando o encontro e o debate entre o tradicional e o moderno, o local e o global. Assim sendo, a criação e a difusão da produção audiovisual têm assumido uma função social e cultural de construção identitária, uma vez que permitem aos seus emissores e receptores a exposição de realidades diversas, incluindo as próprias. Dentre os diversos processos de produção audiovisual, sobressai o reaproveitamento de obras anteriores, principalmente de literatura. No Brasil, parte considerável dos filmes provém de adaptações literárias: de 1896 a 2002, há o registro de 459 filmes que tiveram por base obras de escritores brasileiros, dentre 3.415. Este é o objeto de estudo desta pesquisa: o processo de adaptação de obras literárias para o audiovisual como (re)construtor identitário; assim, tem como objetivos discutir os processos de adaptação - aproveitamentos, empréstimos e reciclagens temáticas e situacionais - que os produtos midiáticos fazem de outros textos precedentes na indústria cultural dos meios de comunicação, assim como investigar suas atuações nos processos de (re)construção de identidades culturais, através da leitura da obra audiovisual ―Os Matadores‖, de Beto Brant, e da obra literária da qual foi adaptada, o conto ―Matadores‖, de Marçal Aquino. Estas se ambientam na região fronteiriça entre Brasil-Paraguai, local em que as identidades culturais entram constantemente em conflito, explicitando assim aspectos da crise de identidade na contemporaneidade. O instrumental teórico escolhido foram os Estudos de Recepção e de Adaptação, bem como os Estudos Literários e Culturais. Pela interdisciplinaridade, entende-se que todas as obras artísticas são adaptações de obras anteriores, sendo inegável as (re)construções identitárias que realizam e as consequências culturais, éticas e estéticas, destes processos.
O PROFESSOR FORMADOR DE DOCENTES DE E/LE:
DISCURSOS SOBRE O TRABALHO
Talita de Assis Barreto (UERJ; UFF; PUC-Rio)
Esta comunicação apresenta nossa tese de doutorado que enfoca a atividade de trabalho do professor formador de docentes de E/LE. Seguimos, como marco teórico, a concepção dialógica de linguagem (BAHKTIN, 2003), a perspectiva ergológica (SCHWARTZ, 1997) e o conceito de comunidade dialógica de pesquisa (FRANÇA, 2002), que distingue um coletivo de pesquisa no qual se adota um posicionamento epistemológico que considera a historicidade das palavras no meio, no espaço e no tempo em que determinada investigação se desenvolve. Estabelecemos os seguintes objetivos gerais: (a) dar visibilidade a características constitutivas do trabalho do formador de professores de língua estrangeira, em especial do professor de espanhol como língua estrangeira (E/LE); (b) contribuir com estudos voltados para a formação de professores de E/LE que atuarão em escolas; (c) colaborar para o desenvolvimento teórico e metodológico das pesquisas realizadas na interface linguagem/trabalho. O desafio neste tipo de investigação é trazer à luz, por meio das falas do próprio formador de professor de E/LE, atividades constitutivas desse trabalho. Assim, são objetivos específicos da investigação (a) promover um encontro no qual os formadores discutam a sua atividade e (b) analisar as falas do professor formador sobre o trabalho. Adotamos como decisão metodológica a construção de uma discussão que aproxima pesquisador e envolvidos na realidade estudada, criando-se situações de fala nas quais se aborda o trabalho. Em uma primeira etapa de
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pesquisa, recorremos à realização de entrevistas compreendidas como dispositivo de produção de textos, a partir de uma ótica discursiva (ROCHA; DAHER; SANT‘ANNA, 2005; DAHER, 1998) e, posteriormente, a um Fórum de discussão (BARRETO, 2005), cujo objetivo é propiciar um espaço de trocas discursivas para a construção de sentidos, pela comunidade dialógica formada, sobre a atividade do formador de professores de E/LE. As análises apontam para as prescrições que os professores formadores fazem para seu trabalho.
A MISOGINIA E A DEPENDÊNCIA POR PARTE DO FEMININO NOS REFRANES ESPANHÓIS: UM ESTUDO FRASEOLÓGICO
Thyago José da Cruz (PG-UFMS)
Elizabete Aparecida Marques (UFMS)
Os refranes são unidades fraseológicas (inscrevendo-se, portanto, nos estudos de Fraseologia) que estão intimamente ligadas à cultura e à história linguística de uma comunidade, ou seja, são uma forma de manifestação da sabedoria popular e da experiência linguística pela qual passaram os seus falantes. O seu processo de apropriação por parte do enunciador, em um determinado momento de sua fala, acarreta o ressurgimento de um pensamento que atravessou o tempo e voltou à tona no ato da enunciação. Além disso, caracterizam-se por ser de uso popular, possuindo uma temática geral e prática e expressam um pensamento que, muitas vezes, foi fruto de experiências. Porém, isso não implica em dizer que todos os refranes foram consequências de uma experiência que realmente tenha acontecido, mas são exortações sentenciosas que podem ter resultado também de um juízo, ou seja, de um julgamento de acontecimentos. Nota-se ainda que certos refranes possuem metáforas que se repetem, porém cada uma ao seu modo, e que repercutem um mesmo conceito ou imagem. É o que ocorre com a concepção da mulher quando projetada em determinados refranes espanhóis: ou são figuras que se assemelham a animais (simplesmente fêmeas) ou a objetos, que podem trazer perigo ao homem e que deles dependem de uma forma acentuada. Por considerarmos a presença ainda viva dessas unidades fraseológicas nos atos enunciativos, apresentaremos neste trabalho alguns desses refranes, e os analisaremos a partir dos postulados da teoria cognitiva da metáfora, em especial, os indicados por Cuenca & Hilferty (como a metáfora conceptual e de imagem) em seu livro Introducción a la lingüística cognitiva (1999) e por Lakoff & Johnson (como a metáfora estrutural, orientacional e ontológica) em sua obra Metáforas da vida cotidiana (2002).
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COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS ÁREA TEMÁTICA 2 – ENSINO DE LÍNGUAS
O GÊNERO LITERÁRIO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE E/LE
Ana Cristina dos Santos (UERJ/UVA)
O objetivo deste trabalho é verificar a inserção do texto literário nas aulas de Prática de Ensino e Estágio Básico de Língua Espanhola entre o elenco de gêneros que deve compor a formação do futuro professor de espanhol como língua estrangeira (E/LE). A pesquisa baseia-se na análise qualitativa das respostas a um questionário dos professores de Prática de Ensino e de Estágio Básico de Língua Espanhola de três universidades públicas do Estado do Rio de Janeiro -uma localizada no município de Niterói e as outras duas no município do Rio de Janeiro - e na amostragem de alguns exercícios propostos por esses professores para os cursos. Com a pesquisa, buscamos identificar se os cursos de formação estimulam o futuro professor a usar o gênero literário como uma possibilidade a mais de material autêntico e, se estimulam, se há propostas de exercícios com o texto literário que desenvolvam tanto a competência leitora quanto a literária. Essa pesquisa fez-se necessária porque se constatou, em pesquisas anteriores realizadas pela autora deste trabalho (SANTOS, 2002, 2006, 2008), que o professor de E/LE não trabalhava com o gênero literário porque não lhe fora ensinado como fazê-lo em seu curso de formação. Assim, percebeu-se que o questionamento sobre a ausência do texto literário nas aulas de E/LE deveria estar presente desde a formação do futuro professor, pois em seu trabalho com a compreensão leitora não utiliza o gênero literário porque não sabe como propor atividades com este tipo de texto. A investigação se apóia nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de base enunciativa, especificamente Bakhtin (2002), Maingueneau (1996/1998/2001) e do ensino de literatura, tais como Oliveira (2003), Santos (1998 e 2007), Fillola Mendonza (2002), Moreiro (1996) e Albaladejo (2004).
MOTIVACIONES PARA LA OFERTA Y BÚSQUEDA DEL ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA EN FLORIANÓPOLIS
Ana Kaciara Wildner (IF-SC)
A través de diálogos entre Instituciones de enseñanza, se comprueba que la búsqueda por el español en Florianópolis es mínima, considerando su relevancia para el contexto económico y geográfico de esta capital. Una evidencia de esta situación es el hecho de que muchos profesionales del sector turístico de Florianópolis presentan un nivel básico en la lengua española, comunicándose, muchas veces con los turistas hispanohablantes a través del conocido ―portuñol‖. Esos factores justifican la presentación de este trabajo, con el cual pretendemos argumentar a favor de la ampliación de la oferta y de la búsqueda por la lengua española como lengua extranjera en la capital catarinense. El desarrollo de los argumentos, giran en torno de: i) el creciente número de turistas hispanohablantes a cada año en Florianópolis; por esa razón, la economía de la ciudad está bastante relacionada al sector turístico; ii) el dominio de lenguas extranjeras representa un diferencial para profesionales de todas las áreas, debido al avance de la globalización y de la mundialización, siendo un requisito fundamental para los que se dedican al sector turístico; iii) saber otros idiomas contribuye significativamente para el desarrollo personal y enriquecimiento cultural; iv) Brasil hace frontera con siete países hispanohablantes y la relativa proximidad geográfica favorece las relaciones sociales y comerciales con esos países – especialmente con los del cono sur, considerando específicamente el contexto de Florianópolis; v) nuestro país mantiene un acuerdo de cooperación económica con Argentina, Uruguay y Paraguay – estados integrantes del Mercosur; vi) el aprendizaje de la lengua española contribuye para la mejor comprensión del portugués estándar, dada la semejanza de algunos fenómenos morfosintácticos comunes a las dos lenguas. Los motivos enrolados sirven para que se perciba que aprender español es una necesidad, y promover esa concientización es lo que intentamos hacer en este trabajo.
A TENDÊNCIA SIMPLIFICADORA DOS “VERBOS DE AFECCIÓN” NA AULA DE ESPANHOL: APROFUNDANDO O VERBO GUSTAR
André Luiz Abreu de Mattos (Faculdade Paraíso / CEMOL)
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Quando se trata do ensino e aprendizagem de língua espanhola a brasileiros e das dificuldades que naturalmente existem nestes processos, nós professores concordamos que as formas verbais da língua estão entre os conteúdos que mais preocupam os alunos. Nesse contexto estão os chamados ―verbos de afección‖, em especial o verbo gustar. Expressar gostos é uma das funções linguísticas mais complicadas para nossos alunos, ainda que se note que há uma tendência por parte dos livros didáticos de simplificar suas possibilidades de uso. O livro didático, como apoio pedagógico – e não como fonte exclusiva de informação, - já não limita tanto o alcance do professor como nos primórdios do ensino de língua estrangeiras em nosso país, graças aos inúmeros estudos publicados sobre o assunto e a própria conscientização do professor. No entanto, é possível perceber que em muitas das nossas aulas o ―como expressar gostos‖ se estuda com o Presente do Indicativo e com verbos na terceira pessoa, exatamente como aparece nos manuais. Essa simplificação não reduz as dificuldades em aprender e – por que não – ensinar o verbo gustar. A Real Academia Española chama atenção para a questão sintática, ou seja, a importância do sujeito, do predicado e do objeto indireto nas construções com ―verbos de afección‖. Mas o ensino de sintaxe poderia ser mais um dificultador no processo? O objetivo deste trabalho, para tentar responder às questões acima, é refletir sobre como se ensinam os chamados ―verbos de afección‖ e a maneira como são apresentados nos livros didáticos. Para isso, alguns livros didáticos serão analisados. Por meio de reflexões sintáticas, propõe-se o ensino avançado do verbo gustar, com base no contraste entre o português e o espanhol, explorando outras possibilidades de uso como uma forma de entender melhor esse tipo de estrutura.
EL TEXTO LITERARIO BAJO UN ABORDAJE TRANSCULTURAL EN LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA
Andressa Luna Saboia (CMLA - UECE)
Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA - UECE)
Es cierto que las creencias de los profesores pueden influenciar bastante su práctica docente y, consecuentemente, la formación de sus alumnos. En el caso de la enseñanza de Español como Lengua Extranjera (E/LE), nos preocupa bastante el destaque dado por muchos profesores a lo que proviene de España, puesto que creen ser sus aspectos lingüísticos, culturales etc. ―mejores‖, ―más bonitos‖, entre otras adjetivaciones que comprueban la existencia de un prestigio de lo español en detrimento de lo hispanoamericano. Esas creencias, antes observadas sin cualquier respaldo científico, fueron constatadas a partir de la aplicación de un instrumento de pesquisa con los profesores de español del Núcleo de Línguas Estrangeiras, curso de extensión para la enseñanza de idiomas de nuestra universidad (UECE). Verificamos que, por creencias y motivos variados, muchos de esos profesores (aún en formación) no transmiten o restringen las informaciones dadas as sus educandos sobre la riqueza lingüística, cultural etc. de ese universo hispánico, limitando el conocimiento por mero prestigio o prejuicio lingüístico y/o cultural. Sin embrago, fue posible constatar una relevante creencia de esos mismos sujetos: la de que los alumnos necesitan tener consciencia de la pluralidad lingüística y cultural que engloba dicho universo. De ese modo, en defensa de esa maravillosa pluralidad y buscando valorar esa importante consciencia, intentamos, a través de una nueva investigación que tiene como eje el uso del texto literario (TL) bajo un abordaje transcultural, trazar un nuevo camino para trabajar, sobre todo, esas cuestiones socioculturales en las clases de E/LE, observando no sólo lo hispánico, sino también lo ―nuestro‖, tal sea uno de destaques para una educación transculturalista. Así, pues, nos basamos, principalmente, en los estudios de Mendoza Fillola (1993, 2002, 2004, 2007), acerca del uso del TL, y Cavalcanti y Bortoni-Ricardo (2007), sobre transculturalidad y educación.
A FILOLOGIA DE ANTENOR NASCESTES E O INÍCIO, NO BRASIL, DA LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DO ESPANHOL
Antón Corbacho Quintela (Grupo GALABRA – UFG)
Alexandre Ferreira da Costa (Grupo NOUS – UFG)
Em 1919 Antenor Nascentes publicou, no Rio de Janeiro, a dissertação que apresentara no concurso para provimento da cadeira de espanhol do Colégio Pedro II – o colégio padrão –. Mediante essa dissertação, ele obteve a vaga que saíra a concurso. O estabelecimento do ensino do espanhol, do qual derivava esse concurso, fora determinado pela lei 3.674, de 7 de janeiro de 1919, que fixava a despesa geral da República dos Estados Unidos do Brasil para o exercício desse ano. A dissertação
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de Nascentes foi formada por dois trabalhos: Um ensaio de phonetica differencial luso-castelhana e Dos elementos gregos que se encontram no espanhol. Neles não consta a sua justificativa; também não se especifica a finalidade pedagógica que motivara a sua elaboração. Nesse sentido, infere-se que o intuito dessa prosa era a demonstração da erudição do autor e da sua capacidade para a reflexão gramatical. Assim, a qualificação como ―ensaio‖ do primeiro dos trabalhos assinala a disposição de Nascentes para a ponderação contrastiva, com uma presumível intencionalidade didática, entre o espanhol e o português. Devido à circunstância acima indicada, a dissertação de Nascentes não podia estar baseava na sua experiência docente no ensino regular. Essa dissertação, no entanto, patenteava como, desde uma perspectiva filológica, se podiam aplicar as gramáticas grega e latina à compreensão da formação dos sons distintivos entre o espanhol e o português. Após ter acumulado prática docente no ensino da língua espanhola, Nascentes afastou-se da erudição e compôs dois manuais, a Gramática da língua espanhola para uso dos brasileiros (1920) e a Antologia espanhola e hispano-americana (1941), propositalmente dirigidos para o uso na sala de aula. Nesta comunicação são sopesadas as categorias que marcaram o percurso pedagógico de Nascentes como professor de língua espanhola e analisa-se o método do ensino inerente às suas publicações.
AS COLOCAÇÕES E A IMPORTÂNCIA DO SEU ESTUDO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ELE
Arelis Felipe Ortigoza (UEL)
entre as produções de um usuário natural da língua, encontram-se, certamente, as combinações léxicas ou colocações. Como primeiro objetivo deste trabalho, gostaríamos de elencar alguns possíveis conceitos que tentam definir o que foi chamado de collocatios por Firth (1957). Tomaremos como base autores como Halliday (1961), Sinclair (1988), Corpas Pastor (1996), Coseriu (1977), Porzig (1970), Mel‘cuk (1981), Alonso Ramos (1993), Bally (1951), os quais partiram pelo menos de um dos cinco critérios para o estudo das colocações, a saber: semântico, sintático, lexical, categorial e estatístico. Partimos da hipótese de que o aprendiz brasileiro de ELE em nível avançado costuma apresentar erros fossilizados nas suas produções devido à tradução literal que faz de termos e de locuções do português para o espanhol, sem olhar com mais atenção para as combinações léxicas dessa língua. Para os objetivos deste trabalho, foram propostas duas atividades de produção escrita, combinando respostas abertas e traduções no sentido português-espanhol, aos alunos do último ano do curso de Letras e futuros professores de ELE de uma universidade do Paraná. Ao corrigirmos tais produções, foi possível verificar erros nas colocações verbo+preposição, os quais serão o material de análise deste trabalho. Após o levantamento dos erros cometidos, foi elaborado um material para ensinar as preposições, partindo de uma abordagem lexical desse conteúdo e foram aplicadas mais duas atividades para verificar o desempenho dos alunos. Buscamos promover reflexões a partir dos resultados obtidos, focando a importância de que o futuro professor de ELE consiga produzir enunciados cada vez mais próximos dos considerados naturais na sua língua meta, usando adequadamente as colocações que ocorrem na língua espanhola.
MÍDIAS EN LA ENSEÑANZA DE LA LENGUA ESPAÑOLA: ACCESIBILIDAD PARA LOS DEFICIENTES VISUALES A LOS CURSOS ON-LINE
Carmen Alberta Katayama de Gasperazzo (UNIMONTES)
El derecho de adquirir conocimiento es de todas las personas, como afirman el Tratado de Salamanca y la ley de la Constitución Federal de 1988 artículo 205. Hoy con las nuevas tecnologías como la internet, hace posible el estudio en casa. El presente trabajo tiene como principal objetivo generar una fuente de información sobre la accesibilidad de los cursos de lengua española para personas con necesidades especiales, los ciegos. En segundo lugar, ofrecer un proyecto que viabilice la adquisición de la lengua española para ciegos vía red. Esta investigación se basó en los trabajos de Deutsch (2008), Magalhães (2009) y Mazzota (1996) entre otros. Fueron utilizados cuestionarios y tests con alumnos ciegos para poder analizar uno de los cursos on-line de español. De esta manera se pudo verificar a través de la descripción de los caminos que una persona ciega tiene que recorrer, el acceso al curso pretendido. Aunque el estudiante tenga una computadora y acceso a la internet, se hace necesario la instalación de un programa lector de telas de buena calidad. Han sido estudiados tres lectores de tela: el Dosvox, CPdQ y el Jaws. A sabiendas que éstos hacen una lectura linear del contenido de una página, mucha información es cansadora y disminuye el interés del estudiante. Se pudo observar que una sencilla inscripción ya fue una barrera considerable. De esta manera
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llegamos al siguiente resultado, sin una tecnología de acceso adecuada, los ciegos pueden estar limitados, lo que disminuye la motivación para estudiar la lengua meta y no garantiza un aprendizaje eficaz. Por ello se recomienda que los cursos ofrecidos en la internet, también lo sean para los ciegos, puesto que el desarrollo humano y su actuación como ciudadano le es dado por derecho. Para poner en práctica nuestro estudio, este año se desarrollará en nuestra universidad el proyecto ―Español al alcance de todos‖, específicamente para deficientes visuales brasileños.
ENSINO E APRENDIZAGEM DE ESPANHOL PARA DEFICIENTES VISUAIS: CONHECENDO ESSE PROCESSO ATRAVÉS DE HISTÓRIAS DE VIDA ESCOLAR
Caroline Veloso da Silva (UFSCar)
Rosa Yokota (UFSCar)
A presente pesquisa aborda dois temas que vem ganhando espaço tanto no âmbito do ensino quanto da pesquisa: o ensino de espanhol e a inclusão do estudante com necessidades especiais na escola. No Brasil, a lei 11.161/05 tornou obrigatória a oferta da língua espanhola nos estabelecimentos de ensino médio regular. Por outro lado, as escolas devem garantir o acesso e permanência de alunos com deficiência e, proporcionar-lhes um aprendizado eficiente. Contudo, não existem documentos oficiais e nem programas de formação ou atualização que norteiem o professor no processo de ensino de espanhol para estudantes com deficiência visual, apesar do censo escolar de 2006 mostrar que eles formam o grupo majoritário dos estudantes com deficiência que freqüentam a escola. Assim, essa pesquisa teve por objetivo geral compreender o processo educacional de pessoas com deficiência visual e, como objetivos específicos, comparar a legislação brasileira sobre inclusão com a realidade educacional relatada pelos entrevistados e verificar em que medida ela se concretiza na prática; averiguar seu imaginário com respeito ao aprendizado da língua espanhola em particular e apontar possíveis características desse aprendiz, que possam dar indícios de uma metodologia de ensino de espanhol para deficientes visuais. Essa pesquisa de base qualitativa do tipo exploratória teve como procedimento de coleta de dados a entrevista com base em questionário semi-estruturado, de quatro pessoas com cegueira, escolarizados em escola regular. As entrevistas foram transcritas e analisadas com o propósito de investigar o processo educacional desses indivíduos. Os resultados mostraram que os alunos com deficiência visual continuam excluídos em sala de aula, em um sistema que legalmente garante a inclusão, acesso e permanência; o imaginário do estudante deficiente visual difere-se, em parte, do imaginário do estudante vidente e a estratégia de aprendizagem predominante desses estudantes parece ser analítica, ou seja, da parte para o todo.
(Agência de Fomento: Capes)
O ENSINO DE REGIONALISMOS NAS AULAS DE ELE: O DICIONÁRIO COMO POSSÍVEL FERRAMENTA DE TRABALHO
Claci Ines Schneider (PG-UFSC)
A lexicografia é uma atividade pouco conhecida e de grandes e importantes atribuições, pois é responsável pelo registro das palavras de uma língua. Uma língua, em especial uma tão falada no contexto mundial atual, como é o caso da espanhola, é formada por variedades lingüísticas regionais significativas. Esses regionalismos são formados devido às mais diferentes influências culturais, não só dos colonizadores, mas também dos povos alóctones que aqui foram encontrados e geralmente não recebem o devido valor no processo de ensino aprendizagem de LE. Porém, língua e cultura tem uma relação bastante intrínseca fator pelo que ensinar língua é também ensinar cultura e, como nos orientam os PCN‘s, no processo de ensino aprendizado de uma Língua Estrangeira o professor precisa se ater à cultura do Outro. Através das características culturais dos países estudados, conhecendo-as o aluno poderá aprender a respeitá-lo, desfazer possíveis preconceitos e com isso, com a inevitável comparação com a cultura de seu país aprenderá a se conhecer melhor, fato que contribui para a formação de um cidadão melhor, mais consciente. Neste trabalho pretendemos analisar o uso do dicionário como ferramenta de auxilio nesse processo de ensino de cultura em sala de aula, de fonte de léxico regionalista que leve ao conhecimento cultural, verificando se pode contribuir direta ou indiretamente na transmissão de valores culturais aos aprendizes e como isso pode ser feito. Tal pesquisa faz parte de nossa dissertação de mestrado que objetiva analisar algumas obras lexicográficas nacionais, com o intuito de auxiliar ao professor na busca por uma ferramenta eficiente no processo de ensino-aprendizagem.
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PROJETO "UNA VUELTA POR HISPANOAMÉRICA": RELATO DE COMO ENSINAR LÍNGUA E CULTURA DE UM MODO DIFERENTE
Claci Ines Schneider (PGET-UFSC)
Luiziane da Silva (PPGE-UFSC) Na atual sociedade capitalista e globalizada, observa-se que o ensino de línguas estrangeiras tem crescido, especialmente devido às relações político-econômicas e aos interesses pessoais voltados à comunicação com outras culturas. No caso do Brasil, saber a cultura dos países vizinhos hispanos é mais do que relevante. Apesar de falarmos línguas semelhantes, existem peculiaridades de cunho lingüístico-cultural que podem trazer aos aprendizes brasileiros problemas de entendimento, fato que reforça a importância do aprender a conhecer, a fazer e a viver juntos a cultura do Outro, a fim de perceber, alunos e professores, essa diferença em sala de aula e principalmente fora dela. Diante disso, pretendemos mostrar neste trabalho a experiência adquirida com um projeto realizado ainda na graduação e que, somado às nossas práticas educacionais, é retomado agora, com um Blog. O projeto extra-classe Una Vuelta por Hispanoamérica consiste em estudar os países que tem o espanhol como língua oficial a partir de um personagem fictício, chamado Gerson Ferdinando. Nosso personagem "viaja" pela América Latina e Espanha registrando em seu diário de bordo o que "encontra" de mais relevante pelo caminho, como temas socioculturais, lingüísticos, geopolíticos e históricos sobre o mundo hispânico. A divulgação destes registros era apresentada aos leitores sob a forma de material impresso em um mural, porém sempre tivemos também a pretensão de usar outros meios atrativos para desmistificar idéias e rótulos acerca dos países estudados, despertando o interesse de possíveis leitores/aprendizes e ampliando seu conhecimento de mundo. Em virtude disso, agora utilizamos a ferramenta blog como extensão do diário de bordo do personagem, com o intuito de apresentarmos e seguirmos com o projeto. Pensamos que o blog auxilia no aprendizado e que pode contribuir para o ensino de conteúdos conceituais sobre cultura, uma vez que há interação e ampliação do repertório cultural do leitor/aprendiz.
LA LITERATURA Y LA PINTURA VAN DE LA MANO: PROPUESTAS DE ACTIVIDADES PARA INNOVAR LA CLASE DE E/LE
Cláudia Cristina Ferreira (UEL)
El arte es una manera placentera y motivante de aprender una lengua extranjera. Además de incentivar el aprendiz, innova, diversifica e incita la reflexión. Por esto, el objetivo de este trabajo es presentar sugerencias de actividades en las que se asocian literatura y pintura como recurso de apoyo en pro de la adquisición de la competencia comunicativa del aprendiz brasileño de español lengua extranjera (E/LE). La razón en escoger, específicamente, muestras latinoamericanas de pintura y literatura políticamente cargadas se encuentra sedimentada en desarrollar el aspecto crítico y reflexivo del estudiante, de acuerdo con lo que sugieren los Parámetros Curriculares Nacionales. En el presente estudio se resalta la necesidad de preparar el alumno para convivir en sociedad y a actuar en ella de manera activa y eficaz. La selección por pintores latinoamericanos (Rivera, Orozco, Siqueiros y Guayasamín) que presentan elementos divergentes y convergentes consideró, además del movimiento artístico, la formación y la identidad de este pueblo, su imaginario colectivo, su entorno contextual, su realidad históricosocial, sus ideales políticosociales, su ideología y el dialogismo entre ellos. Por eso, países latinoamericanos poseen rasgos comunes, compartidos y enredados en un pasado histórico colonial. El trabajo con imágenes beneficios concretos tanto para el profesor como para el alumno. Las imágenes pictóricas, a su vez, asociadas a la interdisciplinaridad es una propuesta que reúne arte y educación, fruición e información, emoción y reflexión como dos lados de una misma moneda. Opuestos complementares, jamás excluyentes, a favor de la (trans)formación del ciudadano en cuanto agente de cambio de la sociedad en la cual vive. Así creemos estar contribuyendo para aumentar el abanico de posibilidades de trabajo con imágenes pictóricas y textos literarios de manera lúdica y eficiente en las clases de lengua, potenciando el proceso de enseñanza y aprendizaje de español.
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O ENSINO DO ESPANHOL PARA O CURSO DE TURISMO E A SELEÇÃO DO LÉXICO E DA TERMINOLOGIA: QUAL VARIANTE ADOTAR?
Claudia Maria Astorino (UFSCar; PG-DL/USP)
Este trabalho é parte de uma investigação conduzida com vistas à elaboração da ementa, ficha de caracterização e plano de ensino da disciplina ―Espanhol para Turismo‖, que será oferecida pela primeira vez, em caráter obrigatório, para o curso de bacharelado em Turismo, da Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba. Houve, no segundo semestre de 2008, uma experiência piloto, quando foi oferecida, em caráter optativo, a disciplina ―Espanhol Instrumental para Turismo‖. Contudo, à época, chegou-se à conclusão que o aprendiz de espanhol, em sua condição de acadêmico de Turismo, deve receber mais input voltado a situações comunicativas, portanto, descartou-se a abordagem instrumental. Já naquela oportunidade, fez-se necessário selecionar textos autênticos que compreendessem uma grande carga de termos da área do Turismo, que, devido à sua interdisciplinaridade, empresta termos da língua geral, de outros idiomas e de distintas áreas do conhecimento, como a Antropologia, Sociologia, Economia, Geografia, História, Arquitetura e as Ciências Biológicas em várias de suas ramificações. O novo desafio, agora, é justamente o de determinar qual variante adotar para a busca dos novos textos que serão apresentados e discutidos pelos alunos, estimulando a simulação de situações comunicativas. Estando aos dados da Embratur (2008), os principais fluxos de turismo estrangeiro para o Brasil são provenientes, em ordem decrescente, da Argentina, Estados Unidos, Portugal, Uruguai, Alemanha, Itália, França, Paraguai, Espanha, Chile, portanto, serão esses dados que determinarão a escolha das variantes na seleção dos textos que comporão o corpus de estudo para o curso, tendo como base os estudos sobre variantes lingüísticas de Corbeil (1999) e de Faulstich (2001), assim como a Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT), desenvolvida por Cabré, que também norteia a pesquisa de doutorado da autora.
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA IDENTIDADE LINGUÍSTICA EM E/LE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA FORMAÇÃO DOCENTE
Cleidimar Aparecida Mendonça e Silva (FL/UFG)
Lucielena Mendonça de Lima (FL/UFG)
Apresentamos os resultados de uma pesquisa-ação de caráter longitudinal realizada com uma turma de Letras/ Espanhol, modalidade simples, da Universidade Federal de Goiás. Foram utilizados diversos instrumentos de coleta de dados com os participantes: questionários, entrevistas grupal e individual, sessões reflexivas, auto-avaliação, diário de campo e narrativas autobiográficas. O objetivo principal do estudo foi detectar as variáveis intervenientes no processo de formação universitária do futuro professor de E/LE e relacioná-las com o desenvolvimento de uma nova identidade lingüística na nova língua. Entre essas variáveis foram consideradas: a presença de professores nativos ou brasileiros no curso; os diversos materiais didáticos e autênticos (textos, músicas, filmes, gravações, vídeos, documentários etc.); o livro didático Avance utilizado durante a primeira metade da licenciatura; o contato formal com nativos em eventos científico-culturais; o contato informal (presencial ou virtual) com nativos no Brasil; viagens a países hispanófonos; aulas e textos de literatura; a disciplina ―Variedades Fonético-Fonológicas Hispano-americanas‖ (apresentação e caracterização dos principais fenômenos da variação linguística em espanhol) e a disciplina ―Culturas de Língua Espanhola‖. Em nosso contexto de pesquisa, destacou-se a presença da primeira professora, nativa do Chile, como uma variável importante na caracterização inicial da produção linguística escrita e oral discente e sua identificação com a variedade chilena do espanhol. Contudo, ao longo da graduação, outras variáveis como a presença de diferentes professores e os materiais didáticos e autênticos utilizados vão contribuindo para novas identificações dos participantes com outras variedades diatópicas do idioma. Essas variáveis em ação acabam por deslocar as posições identitárias desses sujeitos já constituídos em LM e os impelem a buscar novas formas de dizer na LE, mas a identidade linguística brasileira se mantém, inclusive com níveis interlinguísticos acentuados até o final do curso de Letras. Evidencia-se, na questão identitária, na perspectiva dos Estudos Culturais, seu caráter contraditório e em permanente estado de fluxo.
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LA LITERATURA EN LA FORMACIÓN DE PROFESORES DE LE EN LA UECE COMO OBJETO DE ESTUDIO, RECURSO PARA LA ENSEÑANZA Y HERRAMIENTA DE FORMACIÓN DE LECTORES: DIAGNÓSTICO Y PROPUESTAS DE ACTUACIÓN
Cleudene de Oliveira Aragão (PosLA – UECE)
Este trabajo tiene por finalidad presentar resultados de una investigación que se desarrolla en la Universidade Estadual do Ceará (en el marco de un proyecto y de un grupo de investigación, el GP LEER – Literatura: estudio, enseñanza y relectura del mundo) y que tiene como objetivo general averiguar la situación de la formación literaria proporcionada por el Curso de Letras, especialmente con relación a la filología hispánica. Como presupuestos teóricos utilizamos principalmente los estudios de Mendoza (2004) sobre la Educación Literaria y Mendoza (2007) sobre el uso de materiales literarios en la enseñanza de lenguas. En esta primera fase de la investigación, fue aplicado un instrumento que buscaba obtener datos relevantes sobre la adecuación del currículo del curso al propósito de formar profesores de LE conscientes de la importancia del texto literario en la enseñanza de idiomas. Se preguntaba a los alumnos si creían que el tratamiento didáctico de la literatura en la universidad la había presentado como un objeto de estudio atractivo y fecundo. El cuestionario, compuesto por 13 preguntas, fue contestado por los alumnos del curso de Letras-español entre los semestres 2008.2 y 2009.1 en las asignaturas de literatura: Literatura Hispanoamericana, Literatura Española - Prosa, Literatura Española - Poesía y Literatura Española - Drama. Los resultados indican que la mayoría de los alumnos-informantes demostró insatisfacción con relación al currículo del curso, en cuanto a la deficitaria formación literaria de asignaturas anteriores de teoría literária; por otro lado, en algunas asignaturas de literatura española hubo un elevado grado de satisfacción debido a la metodología utilizada por el profesor en sus clases y por actividades que daban énfasis a la lectura de los textos y a la interpretación personal de los alumnos.
DESCRIÇÃO TEXTUAL-INTERATIVA DA PARENTETIZAÇÃO EM CONVERSAÇÃO ESCRITA EM ESPANHOL MEDIADA POR COMPUTADOR
Crisciene Lara Barbosa-Paiva (PG-UNESP/Universidad de Valladolid)
Ucy Soto (UNESP/UFOP)
O propósito deste trabalho é apresentar uma descrição da parentetização, tal como definida por Jubran (2006b), sob os fundamentos teórico-metodológicos da Perspectiva Textual-Interativa, conforme expõe Jubran (2006a, 2007). O corpus de análise constitui-se de conversação escrita em espanhol mediada por computador voltada para a esfera educacional – o chat educacional, que foi realizado por brasileiros, em tempo real e sem o uso de recursos de áudio e vídeo. Esse chat pertence a um curso de espanhol, intitulado ―Español para Turismo‖, que foi oferecido como um curso de extensão de 40 h, no ano de 2007, na Universidade Estadual Paulista, no campus de Araraquara. O programa de chat utilizado foi o da plataforma moodle. Este trabalho busca, especificamente, analisar e descrever as inserções parentéticas que estão inscritas na superfície textual do chat a partir de marcas formais de identificação de fatos parentéticos projetadas concretamente na materialidade lingüística do texto. Seguindo a proposta de Jubran (2006a) para uma descrição textual-interativa, este trabalho abordou o produto lingüístico sob análise dentro do contexto sociocomunicativo do qual emerge, a partir das marcas concretas que a situação enunciativa imprime nos enunciados. O percurso metodológico deste trabalho foi guiado pelo critério de reconhecimento e delimitação de fatos parentéticos conforme os apontamentos de Jubran (2006b). Assim, à propriedade de desvio tópico, identificadora de parênteses, acoplaram-se marcas formais prototípicas de elemento inserido para a identificação dos parênteses. Os resultados obtidos, nesta pesquisa, contribuíram para explicitar a parentetização como uma estratégia de construção textual do chat. Por meio do procedimento da parentetização, os interlocutores foram adicionando informações consideradas por eles como relevantes, na interação, no momento da construção textual. Os dados evidenciaram também que os próprios participantes pareciam perceber que se tratava de um processo de parentetização, já que marcavam e delimitavam explicitamente as inserções parentéticas.
Apoio: Capes-DGU (Espanha) e CNPq (Brasil)
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LA INTERACCIÓN MÁS ALLÁ DE LAS PALABRAS: LAS CONTRIBUCIONES DE LOS SIGNOS NO VERBALES PARA LA CONSTRUCCIÓN DE SENTIDOS EN CLASES DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA
Cristiano Lessa de Oliveira (PPGLL-UFAL)
Conociendo la necesidad de observar el discurso pedagógico bajo la óptica pragmático-conversacional, este trabajo analiza momentos interactivos entre profesora y alumnos en clases de español, teniendo como objetivo discutir la presencia de los elementos no verbales relacionados con los verbales y sus contribuciones no sólo para el proceso de enseñanza-aprendizaje, sino también para el hacer interactivo entre los interlocutores, ya que ambos facilitan la negociación de sentidos vehiculados en el ambiente mencionado. Se basa en las reflexiones de Cestero Mancera (2005), afirmando que el aprendizaje de una lengua extranjera presupone que el aprendiz logre utilizarla mucho más que su sistema lingüístico, una vez que para que la comunicación ocurra de forma efectiva y apropiada, el estudiante necesita dominar comunicativamente el idioma, englobando, por ejemplo, el aprendizaje de una competencia lingüística específica, el conocimiento y la utilización de una competencia pragmática, social, situacional, geográfica y de los elementos y sistemas de comunicación no verbal. En esta perspectiva, es necesario que se haga una presentación de algunas cuestiones que se relacionan con los aspectos no verbales y verbales, ejemplificadas por el continuum lingüístico-gestual (SANTOS, 2005), como también que se observen las contribuciones de Knapp (2007), que investiga los gestos que son independientes del habla y los gestos que se producen simultáneamente al habla. Se buscan también las contribuciones de Oliveira (2008), que investiga la relación entre verbal y no verbal, partiendo del supuesto de que ellos forman una unidad y no son considerados elementos dicotómicos, es decir, se conectan en las más variadas situaciones de interacción, teniendo en cuenta que ellos comunican importantes significados sociopragmáticos. Se proponen los elementos cinésicos y proxémicos como categorías de análisis, formando parte del grupo de gestos y expresiones corporales, como también de la distancia conversacional mantenida entre los hablantes. De esa forma, ninguna movimentación y expresión corporal se presenta sin significación en el contexto en que los usuarios las utilizan, permitiendo estudios sistemáticos e interpretativos.
MENSURACIÓN DE LA COMPRENSIÓN LECTORA:
¿QUÉ MIDEN LOS REACTIVOS DE OPCIÓN MÚLTIPLE?
Daniela Sayuri Kawamoto Kanashiro (PG-FEUSP)
El presente trabajo se basa en parte de nuestra investigación doctoral realizada en el posgrado de la Faculdade de Educação de la Universidade de São Paulo, bajo la orientación de la profesora doctora I. Gretel M. Eres Fernández. El estudio, que tiene por objetivo analizar las pruebas de selectividad aplicadas en instituciones de enseñanza superior de la región sudeste, presenta inicialmente consideraciones acerca de la evaluación (BACHMAN, 1990; ORTEGA OLIVARES, 1995; TAGLIANTE, 2005) y de la evaluación en lengua extranjera (LUSSIER, 1989; PASTOR CESTEROS, 2003). A continuación discutimos algunos tipos de evaluación, conforme el Marco Común Europeo de Referencia para las Lenguas (CONSEJO DE EUROPA, 2002). Es importante observar que al elegir determinado tipo de procedimiento de evaluación el docente de lengua extranjera revela su concepción de enseñanza y aprendizaje del idioma. Según Pastor Cesteros (2003), aunque existen diferentes métodos de enseñanza, la forma de evaluación se pauta, en muchos casos, en bases tradicionales. También abordamos aspectos relacionados a la mensuración de la comprensión lectora que puede pautarse en procedimientos como el cloze, preguntas de opción múltiple, resumen, traducción, entre otros. En este trabajo nos detenemos en el uso de los reactivos de opción múltiple, ya que la presencia de ese tipo de preguntas es bastante es común en las pruebas de selectividad (KANASHIRO, 2007). Fundamentamos esta parte de la investigación en las contribuciones de Alderson, 2000; Alderson, Clapham y Wall, 1998; Bordón, 2000; Gabriel e Frömming, 2002 y Sigot, 2004. Por fin, analizamos algunos reactivos de opción múltiple presentes en las distintas pruebas de selectividad constantes en el corpus de la investigación que realizamos en 2007. Esperamos de esa manera contribuir para la elaboración de instrumentos más eficientes en la evaluación en lengua extranjera.
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FORMAÇÃO CRÍTICA DE PROFESSORES: RELATO DE UM PROJETO DE PESQUISA
Doris Cristina Vicente da Silva Matos (UFS/ PG-UFBA)
Pensar em ensino de línguas não é uma tarefa fácil, principalmente quando tratamos de voltá-lo à formação de futuros professores de Língua estrangeira. O que observamos neste âmbito é que o professor continua reproduzindo um imaginário estereotipado da língua que ensina e dando prosseguimento a um ciclo em que o aluno assimila este imaginário e com base nessa aquisição rotula a língua que está aprendendo. Se este ciclo é algo comum em nosso sistema de ensino e aprendizagem, mais grave é quando isso ocorre em nível de formação de professores. Mota (2004) indica que ao agir dessa maneira, os professores posicionam-se como veículos de manipulação ideológica da cultura estrangeira, desconhecendo assim a possibilidade de um trabalho que vise o enriquecimento cultural. Esse quadro não ocorre somente no ensino de línguas estrangeiras, pois talvez seja um modelo de importação do ensino de nossa língua materna. E se é sabido que nossa documentação oficial sugere o ensino de línguas através de temas transversais, além da possibilidade de uso de uma abordagem comunicativa, sociointeracional e multi/intercultural, insistir em reproduzir modelos que já demonstraram ineficácia é motivo de muita preocupação. O objetivo desta comunicação é apresentar os resultados parciais do projeto de pesquisa: ―O ensino de espanhol como língua estrangeira: possibilidades críticas voltadas para a realidade sergipana‖, desenvolvido na Universidade Federal de Sergipe, o qual busca repensar o papel político e social do ensino e aprendizagem de línguas, privilegiando questões em torno da diversidade cultural, das relações de poder e da construção das identidades. Nossa base teórica estará apoiada em CANCLINI (2006), HALL (2006), MENDES (2002; 2007), MOITA LOPES (2003; 2005), MOTA (2004) e PARAQUETT (2005; 2007; 2009).
EFECTOS DE INTERFERENCIA Y LA PRODUCCIÓN DEL HABLA EN BILINGUES PORTUGUÉS-ESPAÑOL
Elena Ortiz Preuss (UFG)
Los procesos de comprensión y producción del habla parecen involucrar diferentes tipos de competencia, pues la gran mayoría de la gente demuestra más facilidad para entender la LE que para hablarla. Hablar involucra traducir conceptos e ideas en patrones de sonidos que son producidos por los órganos articuladores. Ese mecanismo de traducción abarca la recuperación de las palabras adecuadas para expresar el mensaje, la combinación de esas palabras conforme las reglas de la lengua meta, y la restauración de las propiedades fonológicas para la articulación (COSTA, COLOMÉ & CARAMAZZA, 2000). Ese proceso se desarrolla muy rápidamente, pero tiende a ser más lento en la LE que en la LM (HERMANS, BONGAERTS, DE BOT & SCHREUDER, 1998). Además, aunque llama la atención la capacidad humana de expresarse solamente en la LE, suprimiendo la LM, es fácil percibir la presencia de esa en la producción del habla en LE, debido a invasiones lexicales, interferencias en la articulación de los sonidos, palabras y/o frases. Por eso, se realizaron investigaciones con el objeto de comprender mejor cómo es el acceso lexical y la producción del habla en bilingües y cómo se da la selección lexical. Los resultados señalan papeles diferentes al fenómeno de la interferencia entre las lenguas. Ese contexto revela lo complejo que es el proceso de producción del habla en LE. En este trabajo se expone el análisis de la actuación de bilingües portugués-español en un experimento de interferencia dibujo-palabra, en el que se manipularon vocablos cognados, no cognados y falsos cognados para observar efectos de interferencia semántica, ortográfica y de identidad interlingüística. El estudio permite comprender mejor el papel que juega la LM en la producción del habla en LE, y también el fenómeno de interferencia en el caso de lengua muy próximas como es el caso de portugués y español.
LA ATENCIÓN A LA FORMA EN LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL A BRASILEÑOS
Elena Ortiz Preuss (UFG)
El papel que juega la gramática en la adquisición de lenguas es una cuestión muy controvertida entre los investigadores y profesionales del área. Al principio, la gramática era considerada la esencia del conocimiento lingüístico, pero después pasó a ser rechazada, pues se creía mejor imitar contextos naturales de aprendizaje. Sin embargo, con el tiempo, se fue observando que la reflexión sobre la estructura de la lengua podía ser benéfica para el aprendizaje, pues ayuda a interiorizar las reglas y facilita a que un conocimiento explícito se transforme en implícito a través de la práctica. Conforme lo expuesto, en este trabajo se propone reflexionar sobre la importancia de la enseñanza de la
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gramática en las clases de español como lengua extranjera para brasileños. Se pretende discutir por qué y cómo desarrollar intervenciones pedagógicas con el foco en la forma, sin prescindir de los fundamentos básicos del abordaje comunicativo de lenguas, o sea, dentro de un contexto comunicativo de enseñanza. Para eso, se hará un repaso histórico sobre el tema y se presentarán investigaciones sobre el papel de la atención a la forma en la adquisición de lenguas. A continuación, serán descritas dos investigaciones realizadas en el contexto específico de español para brasileños, en las que fueron observados los efectos de la instrucción con el foco en la forma en la comprensión, en la producción y en la habilidad metalingüística, ya que los participantes eran estudiantes de la carrera de Letras de una universidad brasileña. Los resultados evidenciaron la importancia de la instrucción formal para el desarrollo de la competencia lingüística de los aprendices, principalmente, en la producción en la LE.
LOS GÉNEROS DISCURSIVOS COMO BASE PARA CONSTRUCCIÓN DE LA PROFICIENCIA DE BRASILEÑOS EN ESPAÑOL
Fernanda Deah Chichorro Baldin (UTP y CELIN – UFPR)
Esta investigación presenta algunas actividades de escritura – entendidas aquí como las entiende el examen de proficiencia del gobierno argentino, el CELU – Certificado de Español Lengua y Uso – que está basado en una concepción discursiva de escritura (Faraco y Tezza, 1992) y sus concepciones teóricas. El objetivo es que desde los comienzos del aprendizaje formal de español haya la práctica con los géneros discursivos en el aula, para la construcción de la proficiencia en español. Se elaboraron las propuestas – actividades - con base en una concepción de lectura discursiva. La idea es evaluarse la producción a partir del desempeño (Schlatter, Garcez y Scaramucci, 2004). Nuestra perspectiva es la de que para llegar a dicha proficiencia, se hace necesario que los alumnos entren en contacto con diferentes textos y propuestas que puedan hacer que profundicen sus conocimientos y produzcan textos adecuados a las prácticas comunicativas de la comunidad en la cual quieren insertarse lingüística y discursivamente (A. Camps, 2003). A la medida en que vayan avanzando en los niveles del curso, los alumnos deben ser expuestos a diferentes actividades, de acuerdo con el grado de complejidad textual y también con la práctica discursiva que se pretende desarrollar. Es importante observar que, a partir de los géneros discursivos, se construyen relaciones culturales establecidas en español y se puede encontrar espacios abiertos (Jordão, 2007) para la discusión de la construcción del camino hacia la cultura que lo utiliza y, de esta manera, un diálogo con ella, sin que sea necesario, negarse y negar su cultura.
CRENÇAS SOBRE O ENSINO E A APRENDIZAGEM DO ESPANHOL EM MATO GROSSO
Fernando Zolin-Vesz (IFMT/PG-UFMT)
Levando-se em consideração que a pesquisa sobre a língua espanhola ainda é incipiente no Brasil, principalmente em Mato Grosso, e concentrada nos grandes centros urbanos do país, esta comunicação propõe-se a investigar quais são as crenças que subjazem às vozes de pais e alunos em relação ao ensino e à aprendizagem da língua em uma escola pública de ensino fundamental de Cuiabá que a oferece como disciplina de sua matriz curricular desde 2000. Além disso, propõe-se também a investigar quais discursos e ideologias permeiam essas crenças. O estudo enquadra-se no projeto ―Redes de Conhecimento: conectando lares e salas de aula em torno do ensino de línguas (um estudo sobre crenças, discursos, práticas e ideologias de línguas estrangeiras)‖, do Mestrado em Estudos de Linguagem (MeEL) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A partir do conceito de ―fundos de conhecimento‖ (funds of knowledge) associado a uma abordagem contextual de estudo de crenças, professores e pesquisadores, em uma relação colaborativo-reflexiva, buscam construir práticas pedagógicas nutridas pelos recursos culturais da comunidade na qual a escola se insere. As crenças, desta forma, são tidas como dinâmicas, emergentes e construídas no discurso. Expressam, portanto, as ideologias de língua estrangeira, no caso, especificamente as de língua espanhola, presentes nas famílias estudadas. A investigação das crenças dessas famílias possibilita, assim, confrontá-las com os discursos e as práticas da escola com o intuito de colaborar no processo de uma educação libertadora e emancipatória, e viabilizar uma escola que acolha a participação ativa de seus membros e aceite formas outras de pensamento que vão além do que a escola, enquanto instituição, tem oferecido até o momento.
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EL USO DEL TEXTO LITERÁRIO EN LA ENSENANZA DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA EN ESCUELAS SECUNDARIAS PÚBLICAS DE FORTALEZA
Girlene Moreira da Silva (CMLA-UECE)
Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA-UECE)
Para establecer un ambiente de enseñanza/aprendizaje de una lengua extranjera (LE) bien sucedido, donde ocurra el aprendizaje, las actividades propuestas deben integrar los diversos saberes de forma que venga a estimular la interacción profesor/alumno/materiales. A partir de eso, el uso del texto literario (TL) aparece como importante herramienta en las clases de E/LE, principalmente a causa de su valor auténtico, cultural, pragmático y sociolingüístico (MENDOZA, 2004 e 2007). Los textos literarios no se limitan solo a los aspectos estructurales del lenguaje, sino también a difundir la cultura de un pueblo y a permitir una mirada crítica de los estudiantes sobre el texto, desarrollando, principalmente, la comprensión lectora (SANTOS, 1990). Con eso, presentamos nuestra investigación, todavía en desarrollo, que tiene por objetivo principal investigar las creencias de profesores, que se graduaron en la Universidade Estadual do Ceará (UECE), sobre el uso del TL como herramienta para la enseñanza y el aprendizaje del español en escuelas secundarias públicas de Fortaleza y la relación entre sus creencias y sus prácticas de enseñanza. Durante el proyecto piloto, investigamos solo un profesor, aplicamos un cuestionario y observamos dos días de clases de cada grado de la escuela secundaria (primer, segundo y tercer año). Los resultados nos mostraron que a veces lo que el profesor dice, de acuerdo con sus creencias, no está de acuerdo con lo que él hace. Se concluye que los posibles orígenes de estas creencias se refieren principalmente a tres factores: (1) la creencia sobre la enseñanza, a menudo relacionada al enfoque gramatical, (2) La formación inicial, que no prepara el profesor para el uso del TL en las clases de E/LE, y finalmente (3) la carga extensa de trabajo, que puede ser un factor que contribuye a la falta de planificación de clases.
(Apoio: Capes)
DE CANTO DE SEREIA A RUIDO: O LUGAR DA COMPREENSÃO AUDITIVA NA ERA DO COMUNICATIVISMO?
Glauce Gomes de Oliveira Cabral (PG-USP)
O ensino de línguas estrangeiras atual prevê o trabalho com as quatro habilidades: expressão oral e escrita e compreensão escrita e auditiva. No entanto, práticas baseadas numa leitura redutora da abordagem comunicativa têm reservado à compreensão auditiva um espaço muito menor em sala de aula e, ao mesmo tempo, têm desatendido o papel da subjetividade na aprendizagem da língua estrangeira. Nesse sentido, alguns aspectos relevantes da subjetividade aparecem quando os aprendizes iniciam o estudo da língua espanhola e, pouco depois, quando se encontram com sua materialidade. No início, de forma geral, costumam atribuir a essa língua qualidades como sonoridade e beleza, as quais, segundo os mesmos, são as principais impulsoras do desejo de aprender esse idioma (Souza Júnior, 2005). Essas qualidades correspondem a imagens que se mantém bastante estáveis ao longo do processo de aprendizagem (cf. id.), mas que, embora diretamente relacionadas com o pré-construído de facilidade, não são suficientes para assegurá-lo quando ocorre o encontro/confronto com a materialidade da LE (sonora, lexical, sintática, discursiva, etc.) em ambiente escolar. Nesse instante do processo de aprendizagem, para muitos aprendizes, a língua passa a parecer-lhes muito difícil, para alguns chega a ser um obstáculo intransponível. De nossa perspectiva, essa posição que esses aprendizes ocupam pode contribuir para que o processo de aprendizagem da língua estrangeira fique indelevelmente marcado pela dificuldade e pela resistência (não consciente) a mudanças de posição que correspondam a uma identificação com discursividades predominantes na língua outra. Dessa forma, tendo a Análise do Discurso de linha francesa como referencial teórico analisaremos o enunciado ―Não entendi nada‖ proferido durante uma atividade de compreensão auditiva a partir de um material áudio-visual. Também explicitaremos alguns pré-construídos que costumam acompanhar atividades deste tipo em língua espanhola.
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LENGUACULTURA EN FOCO: REFLEXIONES METODOLÓGICAS PARA EL DESARROLLO DE LA COMPETENCIA INTERCULTURAL EN E/LE
Helena Santiago Vigata (UnB)
En los últimos años, ante las cambiantes necesidades de la comunidad internacional contemporánea, el paradigma comunicativo de la enseñanza de lenguas ha evolucionado hacia un enfoque centrado principalmente en el entendimiento de los pueblos y la comunicación intercultural. Numerosos estudios sobre el tema han contribuido a la elaboración de teorías y propuestas metodológicas para la enseñanza de la cultura como elemento indisociable de la lengua —lo que dio origen al concepto de ‗lenguacultura‘—, así como para promover el desarrollo de la competencia intercultural de los aprendientes. El presente trabajo pretende sumarse a dichos esfuerzos y explorar, a partir de las formulaciones de Kramsch (1992, 1994), Agar (1994), Poyatos (1994) y Byram (1992, 1997), las posibilidades didácticas de una herramienta hasta el momento poco explotada: los materiales audiovisuales en versión original con subtítulos en la lengua materna de los aprendientes. La propuesta aquí presentada forma parte de un conjunto de unidades didácticas que incluyen el uso de los subtítulos interlingüísticos como mecanismo para el desarrollo de la competencia intercultural. La unidad está estructurada en tareas significativas (Zanón, 1990) e integra todas las destrezas de la lengua, incluida la de traducción o mediación intercultural (Newmark, 1992). Tras una primera fase de observación impresionista de la escena de una película, se analizan los diferentes códigos de la comunicación presentes en ella —partiendo de una lectura crítica de los subtítulos—, y se realiza un análisis sistemático de la cultura española, tal y como aparece reflejada en la película, siguiendo el modelo de los culturemas de Poyatos (1994). Dado el carácter experimental de esta propuesta, no se pretende presentar una fórmula infalible para la enseñanza de la cultura por medio de películas subtituladas, sino un mero ejemplo de las múltiples posibilidades que nos ofrece este recurso.
LA ENSEÑANZA DE LENGUA ESPAÑOLA A TRAVÉS DE LA WEB: ASPECTOS METODOLÓGICOS DEL DISEÑO DE CURSOS
Isadora Valencise Gregolin (UFSCar)
El área de enseñanza y aprendizaje de lenguas en Brasil ha vivido, los últimos años, cambios de orientación teórico-metodológica. Por un lado, las recomendaciones curriculares propuestas para la enseñanza regular (BRASIL/MEC, 2006) han resultado materiales didácticos con tipos de textos y actividades con propuestas relacionadas a aspectos pragmáticos y de uso de la lengua. Este enfoque, basado sobretodo en tareas (ZANÓN,1999), ha culminado en nuevas demandas de actitud de los profesores ante la sala de clase. Términos como letramento, multiletramento y multimodalidad son cada vez más utilizados en el entorno educacional y demuestran la preocupación por recuperar contribuciones de teorías actuales sobre el aprendizaje mediado por el ordenador (STEVENS, 1989, WARSCHAUER, 2004), sobre el desarrollo y mantenimiento de comunidades de aprendizaje, sobre el uso de entornos virtuales (PALLOFF e PRATT, 2007) y sobre los modos de alfabetización digital (ANDERSON, 2003; LÉVY, 1996). El desarrollo de herramientas tecnológicas en el contexto de la Internet ha instaurado nuevas posibilidades comunicativas en diversos ámbitos sociales, que han producido, por su vez, en el profesor, un sentimiento de desanimo y falta de confianza. La incorporación de las herramientas y los supuestos que estas conllevan a la práctica cotidiana es un proceso ya en marcha en algunas escuelas pero requiere una reflexión sobre los aspectos metodológicos que entran en juego en el diseño e implementación de cursos. Basado en este escenario, es objetivo de la presente ponencia problematizar las posibilidades de uso de la Web para el trabajo con la lengua española. A través del análisis de aspectos relacionados al diseño e implementación de cursos con uso de la Web serán presentadas muestras de actividades en la web que pueden funcionar como estrategias para resolución de conflictos, para ofrecimiento de orientación y motivación de los alumnos (MADRID FERNÁNDEZ, 1999, LORENZO BERGILLOS, 2004).
(Apoio: PROEX-UFSCar)
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REORIENTAÇÃO CURRICULAR PARA O ENSINO DE LE DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS A PARTIR DO TRABALHO COM AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
Jacqueline de Souza (UFG)
Lucielena Mendonça de Lima (FL/UFG)
Durante o segundo semestre de 2007, por meio de vários encontros com docentes de diversas áreas de conhecimento, foi efetivado a continuidade da Reorientação Curricular, fomentada pela Secretaria da Educação do Estado de Goiás. Houve a colaboração de docentes de língua estrangeira de várias subsecretarias, que juntos puderam (re)pensar o currículo dessa disciplina utilizado nas escolas públicas de Goiás e que concretizou na construção da matriz de habilidades para a segunda fase do Ensino Fundamental. Esta matriz de habilidades que guia o ensino de Línguas Estrangeiras no Ensino Fundamental da rede estadual está embasada nos Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Estrangeira (1998) e as Orientações Curriculares Nacionais (2006), que utilizam dos estudos bakhtinianos sobre a linguagem, associada a teoria sociointeracional de aprendizagem com base nos estudos de Vygotsky. Assim pretendeu-se o uso de gêneros discursivos, já que de acordo com Bakhtin, possibilitam diversas ―possibilidades da multiforme atividade humana‖ (2003, p.262). Nessa comunicação, pretendemos contar como se deu esse processo de escolha das sequências didáticas como programa político linguístico do Governo do Estado de Goiás e material didático informativo e formativo para o professor de Língua Espanhola e demais disciplinas da rede estadual de ensino. Foi lançado em 2010 o Caderno 6.8.1 com as referidas sequências didáticas referentes ao 6º e 7º ano do ensino fundamental que o professor poderá incluir no seu planejamento anual escolar.
HETEROSSEMÂNTICOS DE CONOTAÇÃO SEXUAL: ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS ENTRE O PORTUGUÊS E O ESPANHOL
Janaína Soares Alves (UnB)
Este trabalho apresenta uma amostra de um grupo específico dentro dos conhecidos ―Falsos Amigos‖: os que apresentam conotação sexual, por vezes erótica (e até pornográfica), mas todas usadas e coletadas em interações com os professores de cursos de atualização e formação em E/LE.
Esse pequeno glossário auto-alimentado nas apresentações do tema, é estudado e pesquisado tendo como fonte principal o CREA – Corpus de Referencia del Español Actual. Os informantes são brasileiros em contato com hispanofalantes das mais diversas regiões ou simplesmente estudantes ou professores de língua espanhola. Ao realizar esta coletânea, trazemos à tona também elementos que propiciam uma tentativa de classificação desse léxico específico, que é muitas vezes um empecilho à leitura e à compreensão mais específica das duas línguas mencionadas. Complicações maiores e ainda mais específicas são geradas aos tradutores, profissionais das duas línguas responsáveis pela apreensão de significados e matizes de significação. Tal aprofundamento no significado revela a necessidade de não contentar-se somente com o sentido geral do texto, muitas vezes enganoso, mas persistir na tentativa de aproximar-se ao máximo da intenção proferida. Arcaísmos, regionalismos, modismos e outros –ismos estão presentes nesse estudo que conta com um leque de potencial abrangência, tendo em conta que a variação diatópica e a diastrática encaixam e desencaixam vocábulos nessas categorias de heterossemânticos. Os conhecidos Falsos Amigos, apesar de se tratarem de um tema bastante frequente em nossos seminários e estudos, ainda carecem de um estudo mais aprofundado e quiçá uma possível classificação que os sistematize. Este trabalho pretende alertar professores, tradutores, intérpretes e outros profissionais dessas línguas em questão para o aparecimento desse vocábulo específico e ainda para a sua camuflagem diante de conhecedores da língua e de desavisados.
CARACTERIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS CULTURAIS ENCONTRADOS NOS MANUAIS VEN 1 E INTERCAMBIO 1 DE ENSINO DE E/LE NO BRASIL
Janice de Fátima Santos Alves (UNIMONTES)
Considerando a estreita relação da educação com a cultura, pensamos ser de interesse tanto de docentes como de discentes identificar os elementos culturais presentes nos manuais didáticos de espanhol como forma de interagir com a riqueza e a diversidade, não somente da cultura espanhola, mas também dos países hispano-americanos. Diante disso, o presente estudo objetivou caracterizar e interpretar os elementos culturais presentes nos manuais didáticos de espanhol como língua estrangeira VEN1(editora Edelsa) e Intercambio1(editora Difusión), utilizados tanto em escolas de idiomas quanto nos cursos de licenciatura em Letras Espanhol em algumas instituições brasileiras.
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Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica baseada em autores como Sanz (1994) e Miquel (1994), que tratam de teorias sobre cultura, e em Melero (2000), que aborda o ensino de espanhol como língua estrangeira. Nossa pesquisa apresenta também uma abordagem qualitativa-interpretativa e uma análise de conteúdo dos 36 textos encontrados nos manuais didáticos analisados. A partir da análise dos dados coletados, observamos que os textos contemplam elementos culturais da Espanha e Hispano-América, os quais nomeamos dimensões culturais e suas categorias, sendo encontradas um total de 89 categorias distribuídas em 13 dimensões. Artes é a dimensão que apresenta uma maior quantidade de categorias (17) e a de Aspecto Folclórico apresenta uma única categoria, os Provérbios. Assim, este estudo nos levou a averiguar que tipo de cultura e que conteúdo cultural aparece em dois manuais utilizados por docentes de espanhol de várias instituições brasileiras de ensino, por considerarmos ser a cultura um dos elementos primordiais no ensino de um idioma, uma vez que a língua e a cultura convivem juntas, se relacionam e, principalmente, porque a língua faz parte da cultura de um povo.
A LITERATURA NO ENSINO DE ESPANHOL A BRASILEIROS: O TEATRO COMO CENTRO DE UMA PRÁTICA MULTIDIMENSIONAL-DISCURSIVA
Jorge Rodrigues de Souza Júnior (UNICAMP)
Em nosso trabalho examinaremos, desde a perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, a apresentação de textos literários (tipos, quantidade e modos de exposição), em livros didáticos de Língua Espanhola para brasileiros (utilizados no Ensino Médio) discutindo tópicos que visam ao aprimoramento de cursos de capacitação continuada de professores de espanhol. Nossa intenção é a de apresentar os critérios multidimensional-discursivos (SERRANI, 2005) como bússola para docentes de espanhol como língua estrangeira em práticas de ensino, de modo que em uma prática de ensino de línguas não haja uma dicotomia entre língua e literatura. Por essa proposta, o currículo de ensino de línguas (seja materna ou estrangeira), ao contrário do que ocorre normalmente (em que é abordado por uma perspectiva unidimensional) é abordado multidimensionalmente, em que o conteúdo da aula de língua é trabalhado sobre componentes interdependentes, rompendo com uma prática que se apresente somente sob uma descrição da língua, conforme Serrani (2005). Para a apresentação de como se realiza uma prática sob esses critérios, apresentaremos elementos específicos do gênero teatral, como texto literário, para o ensino de espanhol a brasileiros, gênero discursivo ausente no corpus que analisamos, postulando a literatura como base para práticas verbais em língua estrangeira. Constatamos em nossa pesquisa que para a realização de uma prática de ensino sob critérios multidimensional-discursivos, complementando materiais didáticos com gêneros discursivos pouco abordados ou até mesmo ausentes, postula-se outro lugar de discussão de temas em aulas de língua estrangeira, que mobilizam o aprendiz à língua espanhola, em contraposição à abordagem de temas estereotipados e descontextualizados, lugar comum nos materiais de ensino de língua estrangeira.
SOBRE EL USO DE LOS TIEMPOS VERBALES DEL SUBJUNTIVO EN ESPAÑOL Y PORTUGUÉS
José Alberto Miranda Poza (UFPE)
En nuestro trabajo abordaremos algunos de los usos del subjuntivo en español y portugués, buscando hallar las equivalencias y divergencias entre ambos a partir de situaciones contextuales, lo que significa ofrecer un trabajo que va más allá de lo que representa exponer una mera tabla de formas verbales en cada una de las lenguas. La visión contrastiva en el análisis lingüístico no debe limitarse a meras descripciones aisladas de cada una de las lenguas objeto de estudio, sino que deben ofrecer subsidios para la labor del traductor, del futuro profesor de lenguas, de nuestros estudiantes. En el actual entorno en el que se inscriben los estudios sobre el español en Brasil, se advierten dos líneas de trabajo diferenciadas: por un lado, algunos investigadores enfrentan problemas teóricos que defienden la necesidad de abordar estudios contrastivos portugués/español; por otro, un grupo de profesionales de la enseñanza conduce sus inquietudes hacia cuestiones ligadas directamente a su quehacer diario en las clases. Otros abogan por una enseñanza del español bajo el tamiz casi exclusivo de los aspectos culturales. El presente estudio se enmarca dentro de la vertiente teórica, si bien también participa de otra cuestión ligada a asuntos que tienen más que ver con la planificación de las clases o el análisis de las dificultades específicas que la enseñanza plantea: la formación de futuros formadores de español. Un alumno de letras no sólo debe
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limitarse a ―saber español‖, a alcanzar un determinado nivel de conocimiento, sino que, además, debe profundizar en él, lo que implica un estudio reflexivo sobre la lengua, de forma paralela a lo que ocurre en vernáculo, cuando no vale sólo con ―saber hablar portugués‖. Si no, estaríamos reconociendo que las licenciaturas en lenguas extranjeras son meros cursinhos de idiomas, algo que no sería deseable.
O HUMOR GRÁFICO LATINOAMERICANO NA SALA DE AULA
Jozefh Fernando Soares Queiroz (UFAL)
A apresentação deste trabalho está constituída em três etapas. A primeira delas tem por objetivo realizar uma breve contextualização do riso e do humor através dos tempos e os seus efeitos na sociedade, bem como a importância de seu uso e reflexão para fins didáticos, não só na sala de aula de língua espanhola, mas na vida de maneira geral; este estudo e reflexão são feitos através das leituras de teóricos do humor e do riso, como Minois (2003) e Bergson (2001), além de teóricos da área dos estudos culturais e sua aplicação didática, como MIQUEL e SANS (2004). A segunda etapa da apresentação consiste em um estudo comparativo entre a produção de quatro humoristas gráficos latinoamericanos, que tem por objetivo mostrar os aspectos da realidade que esses artistas retratam em suas obras e ainda identificar uma aproximação dos seus respectivos trabalhos e culturas que representam. São eles: os argentinos Maitena (Mulheres Alteradas, Superadas) e Quino (Mafalda, dentre outras inúmeras obras), junto aos artistas brasileiros Angeli (Rê Bordosa) e Laerte (Piratas do Tietê, Hugo Baracchini). Em seguida se faz uma breve reflexão sobre a importância do componente cultural nas aulas de língua estrangeira, para que finalmente sejam apresentadas propostas de atividades para a aula de língua espanhola utilizando o humor gráfico comentado anteriormente. São atividades para diversos níveis da língua e que proporcionam não só o estudo do espanhol, mas também uma reflexão sobre os estudos culturais e sua importância para uma visão crítica sobre a sociedade na qual professor e aluno estão inseridos.
ENSINO INSTRUMENTAL DE ESPANHOL: INSTRUMENTALIZAR O QUÊ, PARA QUÊ E COMO?
Juliana Leal (UFVJM / PG-UFMG)
Que significado ou significados podemos ou devemos atribuir ao ensino de Espanhol instrumental? Instrumentaliza-se o quê, para quê e como? É realmente possível concretizar essa tarefa? Se sim, que tipo de parâmetros devem ser levados em consideração para nortear sua concepção, desenvolvimento e aplicação? Especialmente se considerarmos o escasso tempo reservado, nas grades curriculares dos cursos de graduação nos quais essa disciplina está contemplada, ao ensino de um idioma estrangeiro dentro dessa ―modalidade‖, com essa ―natureza‖. O termo ―instrumental‖ no ensino de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE) deve ser compreendido necessariamente como sinônimo de pragmatismo ou se relaciona com outras questões? Que questões seriam essas? Interessa-me, nessa comunicação, refletir sobre as limitações e possibilidades que o ensino da disciplina ―Espanhol Instrumental‖ apresentam, nos cursos de Turismo e Bacharelado em Humanidades da UFVJM, objetivando vislumbrar possibilidades de trabalho que levem em conta as idiossincrasias da formação dos profissionais desses cursos e que essas possibilidades estejam afinadas com uma concepção de ensino-aprendizagem que considera indissolúveis conceitos como os de língua e cultura. Partindo das reflexões teóricas apresentas por FREITAS, PEREIRA, GAIAS, MIQUEL & SANS e VIGOREMA, pretendo discorrer sobre essa temática ainda tão pouco abordada nos estudos teóricos sobre ensino de E/LE. Reflexões estas que se dedicam não somente à abordagem e análise das necessidades das diferentes áreas profissionais, mas também às vantagens (como, por exemplo, a redução dos distanciamentos culturais - quase sempre provocados pelo desconhecimento da cultura do outro - que se dá graças à ampliação do conhecimento objetivo sobre a produção artístico-cultural relacionada ao idioma estrangeiro, como o cinema, a literatura e a música) decorrentes do fomento a um ensino de E/LE baseado também sob uma perspectiva intercultural.
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LITERATURA Y ENSEÑANZA DE E/LE
Juliana Leal (UFVJM / PG-UFMG)
La importancia de reflexionar sobre la temática ―literatura y enseñanza‖ radica, entre otras cosas, en el hecho de que el manejo con textos literarios en las clases de Español como Lengua Extranjera (E/LE) - incluyendo la enseñanza del idioma en muchos cursos de graduación - parece seguir siendo negligenciado en favor de una ―enseñanza exclusiva de la lengua‖ o puesto en una posición secudaria en relación a ésta, funcionando, según (FERREIRA & SILVA, 2008) e (SANTOS, 2006, 2007, 2008), como pretexto para el estudio de contenidos gramaticales o lexicales, lo que (SITMAN & LERNER, 1999) llamaron por ―adiestramiento lingüístico‖. O, en otros tantos casos, simplemente como apartados culturales para los cuales se reserva poco o casi ningún tiempo y atención, menos aún un trabajo cuidadoso, consistente y significativo ya que, según justifican muchos profesores, ―es necesario cumplir el cronograma de contenidos‖. Actitudes estas que, desafortunadamente, sostienen la idea de que estudiar literatura no es algo que aporte ventajas al aprendizaje de un idioma extranjero por la creencia de la existencia de una separación ilusoria y equivocada entre literatura y lengua, como si una no tuviera relación directa con la otra, con si pudieran ser independentes entre si. Pretiendo con esa comunicación reflexionar sobre eta temática, haciendo hincapié en la importancia de la inclusión del trabajo sistemático y conciente (COSTA, 2007) de este género textual en las clases de E/LE, no sólo por su especificidad estética, sino también por tratarse de un interesante estímulo para la formación de lectores de literatura también en una L2 (segunda lengua).
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA NA REDE PÚBLICA DO ESTADO DE GOIÁS: OS CAMINHOS DE UM PROCESSO
Juliane Rodrigues Ferreira (SEE-GO/ SUEBAS/ NDC)
O ensino de espanhol no estado de Goiás é oferecido no Ensino Médio e em algumas escolas de Ensino Fundamental. A Secretaria de Educação do Estado de Goiás (SEE-GO) iniciou em 1999 o processo gradativo de implantação do ensino espanhol nas instituições de Ensino Médio. Desde o ano de 2004, a Superintendência de Educação Básica do Estado de Goiás (SUEBAS) iniciou o Processo de Reorientação Curricular no Estado, com o propósito de desenvolver estudos e discussões para ampliar a autonomia do professor (a) e o desenvolver o ensino de qualidade. É relevante ressaltar o caráter participativo do processo de Reorientação Curricular, marcado pela realização de encontros entre professores (as) da rede, professores (as) da SUEBAS sob assessoria do CENPEC e das Universidades (UCG, UFG e UEG) para o desenvolvimento de estudos sobre o currículo escolar e o trabalho de construção e emprego de Sequências Didáticas. O objetivo do presente trabalho é apresentar algumas considerações acerca dos ―caminhos‖ do processo de Reorientação Curricular, no caso específico do ensino de língua espanhola e o trabalho com sequências didáticas. De acordo com Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), sequência didática e um conjunto de atividades articuladas entre si, organizadas de modo sistemático para desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes na produção e recepção de um gênero de texto oral o escrito. Em suma, este trabalho visa discutir o andamento qualitativo e quantitativo do ensino de espanhol no estado, dentro do processo de implantação do ensino e das iniciativas para dinamizar o processo ensino/aprendizagem.
DIFICULDADES NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE ESPANHOL PARA BRASILEIROS: EXPERIÊNCIAS EM UM CENTRO DE LÍNGUAS E DESENVOLVIMENTO DE PROFESSORES
Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho (UNESP/Assis - Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores)
Temos constatado, por meio de alguns estudos e pela nossa experiência como docentes, que muitos alunos de Letras/Espanhol apresentam, mesmo nos estágios mais avançados, dificuldades relacionadas ao domínio efetivo (estágio de competência comunicativa) desta língua. Tais deficiências apontam para o fato de que estes alunos, futuros professores, possam não estar adequadamente preparados para ensinar a língua para a qual foram habilitados. Nesse caso, não se trata de fazer um curso superior somente para aprender ou aperfeiçoar o domínio de uma língua estrangeira, mas sim, para além de dominá-la, adquirir os conhecimentos suficientes para ensiná-la. Mais que isso, muitos deles tampouco conseguem relacionar seu conhecimento da língua ao conhecimento didático-pedagógico que integra o processo de ensino-aprendizagem; contrariam, em sua prática, princípios como interação, reflexão crítica, ensino-aprendizagem das línguas para a
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comunicação e para a autonomia. Para lidar com tais questões, esse estudo será efetivado como parte das atividades a serem executadas no Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores da UNESP-Assis. Na supervisão em língua espanhola, buscamos, durante orientações quinzenais com os alunos-professores, formar um espaço de reflexão acerca das questões referentes ao processo de ensino-aprendizagem da língua espanhola. Tal ação objetiva verificar, num primeiro momento, a seguinte pergunta de pesquisa: quais as principais dificuldades em relação aos conteúdos linguísticos que os alunos-professores apresentam no processo de ensino-aprendizagem de espanhol para brasileiros? Para tanto, serão utilizados os pressupostos da pesquisa qualitativa, em sua modalidade de pesquisa-ação. A partir destas reflexões, os encaminhamentos serão discutidos e propostos aos professores iniciantes. Esperamos, com essa proposta, construir um espaço de ensino-aprendizagem dialógico e, assim, contribuir para a formação reflexiva e emancipadora de professores de E/LE.
(Agência financiadora FAPESP)
O USO DOS GÊNEROS TEXTUAIS ESCRITOS NO ENSINO/APRENDIZAGEM DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Lis Helene Skrzypiec (UFPR)
A presente comunicação tem como principal objetivo trazer à tona a discussão do uso de gêneros textuais dentro no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, e mais especificamente, no ensino de língua espanhola. Partindo da perspectiva da teoria dialógica de Bakhtin e do interacionismo sócio-discursivo de Bronckart, buscamos refletir a respeito da crescente importância que os gêneros textuais vêm assumindo dentro do contexto de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras e da aplicação de textos autênticos, tanto escritos como orais, como instrumentos para a aprendizagem de um novo idioma. Além disso, também consideramos a dificuldade encontrada pelos professores não só de ter acesso a este material autêntico, mas também – e principalmente – pelo uso nem sempre satisfatório dado a esse tipo de material nos trabalhos e exercícios propostos em sala de aula. O que percebemos é que mesmo em face das teorias citadas, a opção por textos autênticos - como oposição a textos construídos para determinados exercícios e conteúdos temáticos - faz-se de forma artificial, e estes continuam servindo apenas como um tipo de pretexto e não como meio ou fim. Muito se tem discutido nos últimos tempos a esse respeito e consideramos nesta comunicação que a escolha dos gêneros textuais, e pontualmente, de textos autênticos em língua espanhola, por estarem mais próximos do uso real do idioma e da realidade dos estudantes, proporciona que o ensino de língua se construa de modo muito mais eficaz e, por conseguinte, haja uma diminuição do aspecto mecanicista e superficial pelo qual ainda se caracteriza muitas vezes o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras.
LÍNGUA E LITERATURA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL, OU, REFLEXÃO SOBRE O LUGAR DO OUTRO QUE NÃO EU
Lívia Fernanda Morales (PG-UFPR)
O presente trabalho é uma reflexão sobre o lugar da literatura na formação inicial do professor de espanhol como língua estrangeira. Compreendendo a literatura como uma dimensão importante na construção do (re)conhecimento do estrangeiro e na inserção de identidades nas redes discursivas da língua estrangeira. A base teórica que sustenta esta reflexão está nas concepções de discurso do Círculo de Bakthin e na discussão de identidade em Bhabha. Considero que as metodologias de ensino, a seleção de autores e obras e o discurso canônico sobre as literaturas estrangeiras estão diretamente relacionados às concepções de língua e de cultura que permeiam e norteiam a formação para a ação docente, e, portanto, cumprem uma função central na constituição de um imaginário sobre o Outro. Dessa forma, inicio com uma breve retomada histórica do papel da literatura nas diferentes abordagens e métodos de ensino de língua estrangeira existentes no Brasil. Se observará em que medida a distância entre a literatura como conteúdo e discurso cultural se relaciona com a construção desse imaginário. Por outro lado, o levantamento bibliográfico mostrou que a preocupação recente com esse assunto se baseia na ideia de um ensino de língua estrangeira inter/multi/transcultural e a instrumentalização da literatura como uma das possibilidades didáticas para esse ensino de língua. No entanto, também aparece o caráter complementar das disciplinas de literatura na formação do professor de língua, no sentido que se direcionam esforços na formação do falante de língua e de especialistas que deveriam atuar como professores de língua, não de literatura estrangeira. Assim, a hipótese que norteia este trabalho é de que, no entrecruzamento de
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determinadas concepções de língua, a literatura no ensino de espanhol como língua estrangeira não seria um lugar de abertura para o outro, mas o conhecimento de uma imagem estática fundamentada no cânone e historiografia literária.
REFLEXÕES SOBRE COMPETÊNCIAS E PAPÉIS IDENTITÁRIOS DE PROFESSORES GOIANOS DE ESPANHOL
Lucielena Mendonça de Lima (UFG)
O paradigma intercultural é a proposta metodológica para o ensino/aprendizagem de línguas no século XXI. Pressupõe-se o trabalho com os aspectos culturais que leva ao desenvolvimento da competência sociocultural, porém esta somente não basta. Desenvolver a consciência intercultural é um exercício diário que pode levar à aceitação das diferenças próprias e alheias. Este processo traz contribuições importantes para o auto-conhecimento e dos outros, considerando que os usos lingüístico-culturais exemplificam a heterogeneidade lingüística e explicitam a alteridade. Portanto, é uma oportunidade para exemplificar como os sujeitos se relacionam socialmente, na medida em que o discurso é construído histórica, ideológica e culturalmente. Assim pode-se possibilitar uma reorganização da(s) identidade(s) de quem aprende, e inclusive, de quem ensina línguas estrangeiras. Logo, partimos de uma concepção de linguagem como prática social, dialógica e heterogênea, portanto não entendemos o fato de que o ato de aprender é, somente, uma prática instrumental, pois esta implica desprovimento das práticas sociais ou das intervenções subjetivas. Em um contexto educativo intercultural, o aprendizado de línguas pressupõe aprender a comunicar-se com aqueles que pertencem a outras culturas, reconhecendo os princípios fundadores da(s) identidade(s). Partimos do pressuposto de que aprender uma língua implica em, também, desvendar a(s) cultura(s) veículadas por ela, já que esta é vista como um fenômeno dinâmico, que sofre frequentes mudanças provenientes das interações sociais e das ações de seus participantes. Nesta comunicação, temos o objetivo de apresentar algumas opiniões de professores goianos de espanhol que explicitam suas concepções de língua(gem), aprender e ensinar, ademais de suas identificações, identidades e competências. As perguntas que os professores responderam foram as seguintes: o que representa o conhecimento da língua espanhola para você? Como você se identifica com a língua espanhola? E como você se sente ensinando a língua espanhola?
LENGUAS EN CONTACTO: EL SUJETO PRONOMINAL EN EL ESPAÑOL HABLADO EN FLORIANÓPOLIS
Luizete Guimarães Barros (UFSC)
l tema de nuestra investigación es averiguar cómo está la proficiencia en español de los profesionales de restaurantes en Florianópolis. Esta ponencia hace parte de una investigación más amplia realizada, en 2009, por los alumnos de la disciplina Lengua Española VI, fruto de la interrelación del Instituto Tecnológico de Santa Catarina – conocido también como CEFET-SC, y la UFSC. Trae el resultado elaborado por uno de los grupos de alumnos. De las ocho entrevistas realizadas, destacamos una que será nuestro objeto de estudio. Nuestro tema en esta ponencia es ver cómo el portugués interfiere en el español cuando se trata de la función de sujeto gramatical. Nuestra hipótesis es que el español hablado por ciertos meseros de Lagoa da Conceição, en Florianópolis, parece demostrar que el fenómeno de cambio estructural por el cual pasa el portugués de Brasil se presenta también en castellano – (DUARTE, 1999, KATO, ROBERTS; 1993). La interferencia lingüística parece explicar que características presentes en portugués – lengua materna de nuestros informantes – ocurren también en el idioma extranjero – castellano – hablado por los funcionarios de restaurantes. La presencia del pronombre sujeto y la duplicación del sujeto son características de lenguas non-pro-drop que se presentan en algunos datos de nuestra encuesta, y nos lleva a sospechar en la intervención del mecanismo de contaminación idiomática. Por esa razón, el refuerzo en la educación lingüística de los funcionarios del turismo en Florianópolis puede significar crecimiento en el comercio, desarrollo en la región, y principalmente, implemento en la proficiencia de la lengua extranjera de los hablantes.
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MATERIAL DIDÁTICO E ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EJA
Luziana de Magalhães Catta Preta (PG-UFF)
Esta comunicação tem como objetivo relatar um projeto desenvolvido no ensino de espanhol como língua estrangeira (E/LE) na Educação de Jovens e Adultos (EJA) em uma escola pública do município do Rio de Janeiro. Nesse trabalho, defendemos a importância da leitura em língua estrangeira nessa modalidade de ensino, uma vez que esta destreza pode servir como viés para trabalhar a interdisciplinaridade e, ao mesmo tempo, contribuir para o regresso desses alunos à escola. Para atingir nosso objetivo, partimos da concepção de teóricos que consideram a leitura sob uma perspectiva interativa, como Kleiman (2006) e Solé (1998). Apoiamo-nos também nas orientações seguidas pelos PCN (1998), pela Multieducação (1996) e pela Multieducação e EJA (2007), documentos de bases educacionais que defendem a habilidade leitora como forma de converter os alunos em leitores mais críticos e independentes. Acreditamos que a leitura atende tanto as necessidades da educação formal como é a habilidade que os alunos podem usar em seu contexto social imediato. Assim, elaboramos atividades de compreensão leitora e aplicamos as mesmas no grupo mencionado. Concluímos que as atividades elaboradas sob a perspectiva interativa e o ―construir coletivamente‖ trouxeram entusiasmo aos envolvidos no processo, fator que colaborou para que houvesse uma interação autor-texto-leitor, além de um maior interesse por parte dos alunos nas aulas. Ainda com relação à EJA, percebemos uma questão fundamental que se refere à necessidade de se consolidar uma educação para jovens e adultos que não se apresente como uma versão empobrecida do ensino regular e de seus conteúdos minimizados.
POSTURAS DISCENTES FRENTE A INSUMOS CULTURAIS APRESENTADOS POR MEIO DE TICs NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA
Margarida Rosa Álvares (UFG)
Patrícia R. de A. C. Machado (UFG)
São vários os recursos tecnológicos utilizados e, também, já abandonados durante a história dos processos de ensino e aprendizagem da língua espanhola. Entre eles podemos destacar: o gravador de fita magnética, os filmes em VHS, o vídeo cassete, o telefone, a televisão, o computador, os CDs, os DVDs, os CD-ROMs e a internet. Todas essas tecnologias devem estar disponíveis ao professor para que ele possa, de modo crítico, avaliar, selecionar, coordenar e mediar as formas que mais lhe parecem adequadas e possíveis aos seus respectivos contextos de ensino da língua espanhola. Neste trabalho, portanto, analisamos as posturas apresentadas por alunos de língua espanhola do curso de Letras de uma universidade pública de Goiás, diante de insumos culturais espanhóis e latino-americanos, bem como a recepção deles em relação ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Para isto, foram utilizados, como instrumento para a coleta de dados, questionários para que os alunos pudessem manifestar suas opiniões acerca dos elementos culturais apresentados através de textos e/ou tarefas lidas ou realizadas; e outro questionário com questões abertas e fechadas, tendo como objetivo oportunizar aos alunos a possibilidade de refletir e expor suas opiniões sobre a inserção das TICs e sua influência na aprendizagem da língua espanhola. Com estes dados, observamos as posturas adotadas pelos alunos, neste contexto educacional, classificando suas condutas apresentadas, quando em contato aos insumos culturais, conforme Bennett (1993), entre: etnocêntrica e etnorrelativista. E, para as interações entre as pesquisadoras e os alunos, recorremos às TICs, já que os horários e lugares propícios para que cada participante participasse das discussões nem sempre coincidiam.
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¿QUÉ ES LO QUE NOS HACE BUENOS PROFESORES?
Mari Néli Dória (UEMS) El objetivo principal de este trabajo es el de opinar acerca del papel del profesor de español en el proceso de enseñanza. Una reflexión acerca del tan difundido criterio de que para ser un buen profesor sólo se necesita tener un profundo conocimiento de la ciencia específica que se imparte, no es una realidad; el buen docente sabe con claridad que su función es formar, no informar, enseña a sus alumnos a pensar, más que a memorizar, conoce y respeta a cada uno de sus estudiantes, con sus características y especificidades, no los trata a todos igual, les proporciona los elementos para que aprendan a preguntar y a buscar respuestas. El buen profesor se mantiene actualizado en su campo, sabe escuchar tanto como hablar. Piensa en el futuro permanentemente, pues sus estudiantes se preparan para mañana, no para hoy. Mantiene siempre vigente la ética profesional, en sus enseñanzas y en su actividad y se preocupa por formar excelentes seres humanos, donde la afectividad, y la cognición se expresen como un todo. Tiene claro que su trabajo tiene sentido mientras existen seres en formación o estudiantes. No le preocupan las notas, lo mueve que sus estudiantes aprendan a ser, saber y hacer. Se siente orgulloso de ser docente y decente. Es un enamorado de las tecnologías que le permiten ampliar el mundo del conocimiento. Un buen profesor no es quien enseña más o usa mejores metodologías, sino aquel que llega a sus alumnos y que estos recuerdan por siempre, son los que logran que sus alumnos estén motivados con el deseo de vivir y que tengan capacidad de soñar con un mañana mejor y con plena inserción en la sociedad APRENDER COMIENDO: EL DESARROLLO DE LA COMPRENSIÓN ESCRITA EN LAS CLASES DE ELE EN EL COLUN/UFMA Marinez de Souza Tamburini Brito (Colégio Universitário, UFM)
Ante tantas dificultades encontradas en el proceso enseñanza y aprendizaje del español lengua extranjera, uno de los grandes aliados de que disponemos los profesores, es enfocar un léxico específico, que nos ayude a obtener elementos sobre los aspectos lingüísticos y culturales que tenemos que manejar en el aula. En ese sentido, el proyecto Aprender Comiendo es una herramienta con fines didácticos para la enseñanza y aprendizaje, pues ofrece al estudiante una fuente de recursos que van a ponerle en contacto con las destrezas oral y escrita, llevándolo a la posibilidad de reflexión, sin olvidar la competencia intercultural. Existe hace diez meses y sigue siendo desarrollado en el Colégio Universitário, con el primer año de la Enseñanza Media, cuyo objetivo es desarrollar la comprensión oral y la producción escrita. Fue realizado con 32 alumnos que cursan español dos veces por semana. Al grupo se le solicitó que investigara los nombres de los alimentos comunes a la alimentación de los españoles, destacando sus ventajas y desventajas en una comida sana, comparándola a la local. Enseguida, los aprendientes recibieron un menú de la Cafetería Bob‘s que estaba en la lengua materna de ellos, y en equipos de cuatro componentes, lo tradujeron al español. Produjeron diálogos con el léxico propuesto, dramatizándolos en el aula. El día de la concretación del proyecto, fueron al Bob‘s, y en una cola, cada uno hacía su pedido en ELE y la profesora lo interpretaba al mozo. En la semana siguiente, los aprendientes entregaron un relato, exponiendo los puntos positivos y negativos del proyecto. El trabajo se basó en los estudios de Dell Hymes y Canale sobre el modelo de competencia comunicativa en la enseñanza de lengua extranjera y en el Marco Común Europeo de Referencia para las Lenguas.
“¿QUÉ HACE USTED FELIZ?”2 EL CONTRASTE ESPAÑOL-PORTUGUÉS Y SUS POSIBLES APLICACIONES EN LA ENSEÑANZA Y APRENDIZAJE DE ELE EN BRASIL
Neide Maia González (USP)
En este trabajo, nos proponemos analizar el intento de traducción al español de un eslogan publicitario del supermercado Pão de Açúcar, que todavía circula en los medios masivos de comunicación. Durante una semana de promoción de productos españoles, el supermercado repartió una revista en la que aparecía el eslogan en una versión pretensamente bilingüe: "O que faz você feliz?" / ―¿Qué hace usted feliz?‖. Se intentará mostrar, primeramente a partir de un análisis de la sintaxis de ambas construcciones, del orden de los constituyentes y de los elementos léxicos
2 Texto tomado de una propaganda del Supermercado Pão de Açúcar, que pretende traducir al español el eslogan del texto publicitario en portugués: ―O que faz você feliz?”
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presentes en el enunciado, que algunas de las semejanzas superficiales entre el portugués brasileño y el español pueden conducir a problemas que van más allá del simple "error" e interfieren, en algunos casos de forma negativa y peligrosa, en el proceso de comunicación. También se focalizará ese supuesto "error" de traducción como efecto de la representación difundida entre los brasileños acerca de la transparencia del español y de su consecuente facilidad. A continuación se abordarán algunos aspectos importantes del contraste español-portugués (brasileño), sobre todo aquellos que tienen que ver con algunos procesos de determinación y se tratará mostrar que las formas lingüísticas son fundamentales para la construcción del sentido y que es importante que la gramática, incluso desde un punto de vista contrastivo, puede ser mejor asimilada si es trabajada en esa línea. Se tratará, por fin, de revisar los papeles de los estudios contrastivos, en sus distintas versiones, en la enseñanza y aprendizaje de lenguas extranjeras y particularmente del español a hablantes de portugués. (Agência financiadora: FAPESP)
TEXTOS LITERARIOS ORIGINALES Y ADAPTADOS: CONTRIBUCIONES PARA LA FORMACIÓN DEL LECTOR COMPETENTE EN EL PROCESO DE ENSEÑANZA/APRENDIZAJE DE ESPAÑOL COMO LE
Neyla Denize de Sousa (CMLA - UECE)
Cleudene de Oliveira Aragão (CMLA - UECE)
Las contribuciones de la literatura en el proceso de enseñanza/aprendizaje de una lengua extranjera son cada vez más evidentes sobre todo a partir de los estudios de Colomer (2007), Cosson (2009) y especialmente de Mendoza (2004,2009). Durante la lectura de una obra literaria el aprendiz entra en contacto con una muestra real de la lengua riquísima en informaciones de orden funcional, cultural, pragmática y lingüística. Consciente de esa importancia tenemos como objetivos en este trabajo: a) Conocer las creencias de los profesores con relación al uso de textos literarios originales y adaptados en el aula de español como LE; b) Comparar cuantitativamente y cualitativamente las contribuciones del texto literario original y de su respectiva adaptación por nivel en la formación del lector competente en las clases de E/LE. La investigación será realizada en el Núcleo de Línguas de la Universidade Estadual do Ceará debido al fácil acceso que la institución ofrece a los investigadores. La metodología consistirá primeramente en la investigación bibliográfica, seguida de la observación de algunas clases de español en los grupos elegidos, según el Marco Común Europeo de Referencia, y de la aplicación de los cuestionarios a los alumnos y profesores de español como lengua extranjera. La importancia de esa investigación está en el hecho de que ella podrá ayudar a los profesores de lenguas, y en especial de español, a encontrar respuestas con relación al uso de materiales literarios originales o adaptados por nivel a fin de contribuir para una enseñanza/aprendizaje más eficaz de la lengua española.
EL GENERAL DE BRIGADA ES UN TIPO DE CARAMELO:
A TRADUÇÃO CULTURAL E O ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra (UFPR)
Dentro dos estudos da tradução cultural há um lugar para a reflexão do papel assumido pelo exercício da tradução no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. Para entendê-lo, no entanto, é preciso tomar a tradução não apenas no seu sentido mais restrito de transposição linguistica de uma língua a outra, mas cumprindo diferentes funções didáticas. Entre as várias funções que pode assumir a tradução no contexto de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira, destacamos a ―aprendizagem cultural‖ que tem como principal objetivo a sensibilização dos alunos para aspectos culturais da língua aprendida. Revendo e problematizando conceitos como os de ―cultura‖, ―língua‖ e ―tradução‖, bem como revisitando o papel assumido pela tradução ao longo dos diferentes métodos e abordagens de ensino de línguas estrangeiras, propomo-nos analisar os resultados de uma atividade prática de tradução cultural realizada com estudantes de espanhol como língua estrangeira no curso de Licenciatura em Português/Espanhol da Universidade Federal do Paraná. Na apresentação desta atividade, concilia-se a discussão dos elementos teóricos, reflete-se sobre a valia do uso de tradutores automáticos no ensino de línguas estrangeiras e destaca-se a importância do conhecimento de padrões culturais para o real conhecimento da língua aprendida.
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DESVIOS LÉXICO-SEMÂNTICOS SISTEMÁTICOS (TRANSFERÊNCIAS LÉXICAS) E NÃO SISTEMÁTICOS (CASOS DE FRONTEIRA) NA INTERLÍNGUA ORAL DE BRASILEIROS APRENDIZES DE ESPANHOL
Otávio Goes de Andrade (UEL)
Adja Balbino de Amorim Barbieri Durão (UFSC)
Nosso objetivo é identificar, por meio de um estudo empírico, que desvios léxico-semânticos costumam ser sistemáticos ou não sistemáticos na interlíngua oral (ILO) de brasileiros aprendizes de espanhol, à luz da Linguística Contrastiva. Segundo Andrade e Durão (2009), os aprendizes de línguas costumam transferir todo tipo de unidades léxicas de sua língua materna (LM) para a língua objeto (LO). Essas transferências podem ser de unidades léxicas monoverbais (como os falsos amigos, por exemplo) ou unidades léxicas pluriverbais (como as colocações e as expressões idiomáticas, entre outras possibilidades). Entretanto, é preciso chamar a atenção para o fato de que há uma quantidade significativa de desvios léxico-semânticos na ILO desses aprendizes que não se deixa explicar mediante a transferência, são desvios que constituem ―casos de fronteira‖, de acordo com Durão (1998, 1999 e 2004) e Torijano Pérez (2003 e 2006). Tomando por base o trabalho desses dois pesquisadores, Andrade (2010) ampliou o escopo dos desvios léxico-semânticos que vêm sendo considerados como caso de fronteira ao argumentar que determinados desvios léxico-semânticos sistemáticos também poderiam ser caracterizados como casos de fronteira, pois, apesar de serem sistemáticos, é idiossincrásico, ou seja, aparece na interlíngua de apenas um aprendiz, não se repetindo na ILO de outros aprendizes com níveis similares de conhecimento desse idioma e tendo a mesma língua materna que aquele. Os erros sistemáticos de um único aprendiz que não são passíveis de explicar-se como resultado da interferência da LM, da LO ou de outras línguas que o estudante conhece com anterioridade, poderiam também compor exemplos de casos de fronteira, ampliando, assim, a discussão dessa temática, que, diga-se de passagem, ainda está bastante incipiente no âmbito das análises de interlíngua de brasileiros aprendizes de espanhol.
REFLEXÕES SOBRE A APRENDIZAGEM DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA NA MODALIDADE EAD A PARTIR DE UM OLHAR SOBRE AS INTERAÇÕES EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Raquel La Corte dos Santos (Universidade Metodista/PG-USP)
Este trabalho tem o objetivo de lançar um olhar investigativo para determinadas produções escritas de alunos de espanhol como língua estrangeira, no contexto formal de um curso de Letras, na modalidade a distância (EAD). Para nosso objetivo, selecionaremos produções que ocorrem em ambientes virtuais de aprendizagem, através de algumas ferramentas da internet como o e-mail e o fórum. Considerando o espaço virtual de aprendizagem como espaço complexo, possível a partir do advento da Internet, espaço que favorece diferentes tipos de interação e interatividade, de comunicação síncrona e assíncrona, considerando a necessidade de interrogar sobre os novos meios em que a aprendizagem acontece a partir de leituras que descrevem ao chamada ―revolução tecnológica‖, refletiremos sobre as seguintes questões: o que estas produções online manifestam sobre o tipo de experiência com a língua estrangeira – o espanhol - que está tendo o aluno da modalidade EAD? O que as interações verbais dizem sobre o processo de aprendizagem de uma língua estrangeira no meio digital? Quais trocas culturais aparecem e como os sujeitos envolvidos se posicionam diante do desafio de aprender uma língua? Quais interações demonstram um ―esforço‖ do aluno de inserção na ordem da língua estrangeira? Para refletir sobre este novo contexto de aprendizagem e contextualizá-lo, abordarei alguns conceitos inerentes às novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs), entre eles o de ciberespaço, de virtualidade, de colaboração e cooperação, de sincronicidade e assincronicidade aplicadas às interações realizadas na rede.
¿SON LOS JUEGOS AMIGOS DE LOS PROFESORES DENTRO DE LAS CLASES DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA?
Renata Portela das Chagas Coimbra (IF-AL)
Este trabajo es el resultado parcial de una investigación inicial respecto al uso de juegos dentro de las clases d0e español como lengua extranjera (E/LE), experimentados en los cuartos años de los cursos integrados (Mecánica, Electrotécnica) del Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação de Alagoas (IF-AL). Pues, a través de una mirada teórico lingüística basada en los presupuestos de la Lingüística Aplicada (LA), se objetiva exponer el resultado, aún no terminado, de la investigación y
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discutir sobre los juegos como elementos lúdicos en aula, dando énfasis en los objetivos en clases E/LE: ¿son estos mejores atingidos o alcanzados más fácilmente cuando se utilizan los juegos orientados por los profesores dentro de las clases, aunque el objetivo sea el ―vestibular” o algún otro fin si no el de usar la lengua española para fines comunicativos? Para apoyar mejor lo que se busca en este trabajo, la investigación hace uso de lo que defiende el lingüista aplicado Almeida Filho, cuando dice que como se aprende, adquiere o enseña el uso de las lenguas en distintas situaciones es un problema estudiado en LA ya que es un tema bastante tradicional dentro de esta ciencia aplicada puesto que constituye uno de sus temas centrales, según apuntan las estadísticas. Teniendo en cuenta que dentro del campo de investigación en LA están los problemas o temas que se desarrollaron en objetos de estudio e interpretación, este trabajo aquí está inserido puesto que es un objeto de estudio considerado aún como problema en la enseñanza-aprendizaje de E/LE a partir del componente lúdico en clase.
LA AFECTIVIDAD Y LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL
Rita de Cassia Paiva (UFPA)
La labor de enseñar español en el estado del Pará es ardua porque tenemos el doble trabajo de, además de enseñar la lengua española, debemos, actualmente, crear condiciones que hagan con que los estudiantes se interesen por dicho estudio. Esto porque, a pesar de la ley 11.161 del 2005 que obliga a la oferta del español en la enseñanza secundaria a partir de agosto de 2010, en el Estado ni siquiera hay un currículo mínimo para formatear material didáctico o permitir la compra de libros. Con ello, el profesional se ve en la posición de echar mano de recursos otros para llamar la atención de los alumnos y despertarles lo querer, y es la afectividad la puerta de acceso a este querer. De un modo general, por las músicas y algunas películas los estudiantes están comenzando a tener un contacto más estrecho con el idioma español. En Pará sólo a partir del 2010 un canal de la televisión abierta –que pasa las telenovelas mejicanas– habilitó el uso de la tecla ―SAP‖ para las televisiones y, con ello, los jóvenes ya pueden asistir dichas telenovelas en el idioma original. A partir de más este logro, muchos estudiantes empiezan a desarrollar el gusto y lo querer aprender el idioma español. Diversos autores, desde Vygotsky, refuerzan la importancia de la afectividad para la enseñanza de un modo general. Sin embargo, este recurso es muy importante en clases de E/LE y puede sacar a flote experiencias únicas en aula de clase. Este trabajo trata de cómo la utilización de aspectos relacionados a la afectividad amplió es abanico de opciones para profesores de español de la red pública estadual.
ESTUDO CONTRASTIVO DE USO DE TIC‟S EM ATIVIDADE PRESENCIAL E À DISTÂNCIA Romilda Mochiuti (UNICAMP) A presente comunicação - parte de um trabalho que vem sendo realizado e discutido com o grupo de pesquisa ―Ensino/aprendizagem de línguas e virtualidade‖, registrado no CNPq -, tem como objetivo subsidiar o debate em torno à pertinência da substituição do desenvolvimento de atividades presenciais, de aprendizagem em Espanhol como Língua Estrangeira, por atividades totalmente a distância, no âmbito do ensino de LE como componente curricular de cursos de graduação. Levando-se em consideração que o curso de ELE da Unicamp pretende formar um cidadão/ leitor (MYERS et alii: 1998) crítico de sua sociedade, a fim de seja capaz de apreender a informação e transformá-la em conhecimento crítico (CALDAS: 2006) tanto em língua materna quanto em língua estrangeira, o enfoque dado ao curso e às atividades propostas deve contribuir para essa finalidade. Nesse contexto o estudo visa a contrastar e avaliar o resultado obtido a partir do desempenho linguístico e discursivo de dois grupos de estudantes de Espanhol como Língua Estrangeira, nível A1 do Marco Comum Europeu para ensino de línguas, na realização da mesma proposta de atividade. Sendo que um grupo a realizou presencialmente, no laboratório de informática do Centro de Ensino de Línguas da Unicamp, com apoio e acompanhamento da docente de língua espanhola; e o outro, a distância, fora do ambiente e contexto pedagógico presenciais e com apoio assíncrono da docente. A ferramenta mediadora escolhida para o desenvolvimento do estudo/ atividade, tanto presencialmente quanto a distância, foi o ―Foro de Discussão‖. (Agência financiadora: FAPESP)
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ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO ENSINO DE E/LE EM SALAS DE AULA DE ENSINO MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS DE ALAGOAS
Rozilene Rodrigues Gomes Albuquerque (CESMAC)
[rozilenerodriques@hotmail.com]
Considerando o comportamento de leitura como mediador para a ocorrência de novas aprendizagens e consequentemente ser ele imprescindível para a formação de discentes críticos no ensino médio, foi realizada uma pesquisa em duas escolas estaduais de Alagoas, em cada escola a pesquisa foi realizada com um professor, com os quais comparamos as suas metodologias diante das diferentes realidades no trabalho com leitura em espanhol como língua estrangeira E/LE. As estratégias de leitura apresentam papel fundamental na interpretação e compreensão de textos, pois fazem com que os estudantes aumentem o nível de consciência sobre as ideias principais em um texto, possibilitado a exploração e a organização textual.
PREENCHIMENTO DO OBJETO DIRETO NA PRODUÇÃO NÃO NATIVA: CONSTATAÇÕES A PARTIR DO P/LE E DO E/LE
Rosa Yokota (UFSCar)
O presente trabalho apresenta os resultados preliminares de um projeto de pesquisa sobre a aprendizagem de língua próximas em situação de língua estrangeira, mais especificamente do espanhol (E/LE) por brasileiros e do português (P/LE) por falantes do espanhol que está em desenvolvimento desde 2008. Nos dois casos, as amostras de produção oral foram recolhidas junto a estudantes universitários nos respectivos países de origem (Brasil - São Paulo e Argentina - Corrientes). Trata-se de uma pesquisa qualitativa e por isso temos consciência de que os dados e constatações são indiciais e não generalizáveis. Apesar da riqueza do material coletado através de entrevistas orais, restringimos o referencial teórico da pesquisa aos estudos descritivos e às pesquisas sobre aquisição e aprendizagem de línguas de linha gerativista, em especial Kato (2005). A análise inicial dos dados focalizou uma estrutura sintática em especial, o argumento interno do verbo transitivo, ou seja, o complemento ou objeto direto (OD). Apresentamos alguns dados comparativos sobre a realização do OD nas línguas maternas e nas produções orais em língua estrangeira, constatamos a realização ou não de determinadas formas e as analisamos com o objetivo de buscar respostas que levem a uma melhor compreensão da aprendizagem e da produção de espanhol como língua estrangeira e do português como língua estrangeira para, assim, colaborar com o ensino de ambas as línguas e com a formação de professores de espanhol como língua estrangeira no Brasil e de português como língua estrangeira e segunda língua para falantes do espanhol, além de compreender de forma mais clara as mudanças sintáticas por que passam as duas línguas maternas.
(Agência financiadora: FAPESP)
HISTÓRIAS DE FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE ESPANHOL: EXPERIÊNCIAS VIVIDAS EM UM CENTRO DE LÍNGUAS E DESENVOLVIMENTO DE PROFESSORES
Rozana Aparecida Lopes Messias (UNESP/Assis – Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores)
O ensino de LE, no contexto das escolas brasileiras, passa por um processo de constantes questionamentos, seja pela proficiência dos professores que ministram as aulas, seja pelos métodos por eles utilizados. Nesse sentido, intensificaram-se os estudos da linguística aplicada acerca dos processos de formação inicial e continuada de professores de LE, nas duas últimas décadas. No caso específico do espanhol há, além das questões que envolvem os processos de formação dos professores, outras relacionadas às políticas públicas de implementação da língua espanhola nas unidades privadas de ensino e, mais recentemente, nas redes públicas de educação. Sendo assim, o projeto em questão objetiva criar um espaço de formação inicial assistida, no contexto de um Centro de Línguas e Desenvolvimento Profissional de Professores da UNESP-Assis, para alunos-professores que desenvolverão seus estágios de regência de LE, ministrando aulas de línguas para a comunidade interna e externa ao campus. Como forma de implementar essa ação, são realizadas reuniões de orientação e supervisão quinzenais com o intuito de criar um espaço de reflexão acerca dos questionamentos, dos alunos-professores, sobre as questões metodológicas da prática e, também, referentes ao domínio linguístico da língua objeto de ensino. Com base nos pressupostos da pesquisa narrativa, espera-se como resultado a criação de um contexto de ensino-aprendizagem
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dialógico e reflexivo, em que os alunos-professores possam refletir sobre suas vivências nas suas aulas, recriando essas experiências à luz de teorias (linguísticas, metodológicas, estruturais) importantes para a prática pedagógica de um professor de espanhol LE.
(Agência financiadora: FAPESP)
PROBLEMAS DE DELIMITAÇÃO TERMINOLÓGICA NO ENSINO DE ESPANHOL PARA FINS ESPECÍFICOS (EFE): A FORMAÇÃO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO EXÉRCITO BRASILEIRO
Sandro Márcio Drumond Alves (UFS)
O Ensino de línguas para fins específicos surge com o intuito de realizar uma abordagem centrada no aprendiz, em sua área de atuação, visando desenvolver uma linguagem apropriada ao seu contexto de uso e trabalhar a(s) habilidade(s) específica(s) necessária(s) para que este atinja os seus objetivos. Esta modalidade de ensino ganha cada vez mais espaço no mercado editorial mundial e a adoção de elementos contextualizados no ensino de línguas estrangeiras torna-se uma necessidade. Na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), único centro de formação de oficiais combatentes de carreira do Exército Brasileiro, as disciplinas da Seção de Ensino G (idiomas) são umas das mais valorizadas no componente curricular da formação do futuro Oficial. Nessa Instituição de ensino, a utilização do espanhol para fins específicos (EFE) tem o objetivo de capacitar o aluno a usar a língua meta em seu contexto de uso específico, para desempenhar determinadas atividades do ofício bélico. Nesse trabalho, pretendemos: (a) expor de maneira panorâmica questões teóricas atinentes ao ramo da Lexicologia, da Terminologia e do ensino de Espanhol para Fins Específicos (EFE); (b) apresentar os materiais didáticos antigos e novos utilizados na formação de ELE, bem como as propostas de avaliação utilizadas na AMAN; e (c) traçar um panorama das dificuldades encontradas na delimitação das unidades terminológicas militares para o ensino da língua espanhola no seio da formação do futuro oficial combatente de carreira do Exército Brasileiro, levando em consideração os aspectos teóricos lexicológicos, lexicográficos e terminológicos. Nosso cerne teórico está centrado, basicamente, em AGUIRRE (1998), KRIEGER & FINATTO (2004), GÓMEZ DE ENTERÍA (2001, 2009) e MATOS e DRUMOND ALVES (2008, 2009, 2010).
LAS TIC EN LA ENSEÑANZA/APRENDIZAJE DE E/LE
Valéria Jane Siqueira Loureiro (UFS)
Las prácticas que he vivido en los últimos años al ministrar clases de español como segunda lengua (E/L2) en la formación de docentes en universidades de Rio de Janeiro es el fruto de este trabajo. Las prácticas pedagógicas aplicables a atender a los PCN y las OCN así como a la legislación brasilera que obliga a la preparación del profesional docente-moderador en la enseñanza universitaria para actuar profesionalmente en la enseñanza fundamental y mediana nos lleva a hacer una reflexión sobre la inserción de las tecnologías de la información y la comunicación (TIC) en el proceso de enseñanza/aprendizaje de L2. Se demanda del futuro profesional la adecuación de sus prácticas a las necesidades y expectativas del alumnado, puesto que tiene la oportunidad de mediar las competencias, sea tanto la lingüística como la estratégica, la discursiva, la sociocultural, entre otras, con el uso de las TIC y de fomentar la interacción en la clase de E/LE de forma consciente y autónoma (Kondo, 2002). El docente se beneficia de la oportunidad de utilizar la tecnología que se coloca a disposición para recrear el material didáctico de una forma ajustada a la concreta realidad de la clase. El docente se prepara mejor para ofrecer estímulo e iniciativas a la asignatura, en nuestro caso lengua extranjera (español), que se propone a ministrar. Las TIC fomentan un cambio radical de perspectiva en el proceso interactivo profesor-alumno y alumno-alumno, además, dan la oportunidad de utilizarse de más un recurso en las clases. De esta manera, se abren otras perspectivas para el conocimiento de lengua, de texto y de mundo de los estudiantes y, sobretodo, para convertir al profesor en un propagador de posturas críticas frente la actual sociedad del conocimiento y de la información (Peris, 1998).
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ANÁLISIS DEL USO DEL TEXTO LITERARIO EN LAS CLASES DE ESPAÑOL PARA 2º AÑO DE LA ENSEÑANZA SECUNDARIA EN UNA ESCUELA PRIVADA DE LA CIUDAD DE “PORTO VELHO”
Verônica Lima Bezerra Rodrigues (PosLA - UECE)
Cleudene de Oliveira Aragão (PosLA - UECE)
En este trabajo objetivamos presentar una pesquisa que se está desarrollando con el fin de explotar desde una perspectiva exploratorio-descriptiva la situación de uso del texto literario en las actividades de lectura en las clases de 2º año de la enseñanza secundaria de una escuela privada de la ciudad de Porto Velho, capital de Rondônia. Como aporte teórico nos apoyamos en autores como Mendoza (2004), Pozuelo (1995), Lazar (1993) y Widdowson (1984), en lo que se refiere a la funcionalidad del texto literario en la enseñanza de lectura en la escuela. Cuanto a las concepciones de lectura y a la importancia de esta en la enseñanza de lenguas nos basamos en teóricos como Bakhtin (1992), Cohen (1990) y Solé (1998). Para tratar de las creencias y su influencia en el proceso de enseñanza-aprendizaje de lenguas nos reportamos a estudiosos como Barcelos (2004), Alvarez (2007) y Silva (2005). Los documentos oficiales que reglamentan la educación básica brasileña, PCNEM (2000), PCNEM + (2002) y OCNEM (2006) sirvieron como base teórica en toda la discusión realizada. Como la investigación todavía no ha concluido serán presentadas algunas consideraciones sobre lo que se pudo constatar por medio de las observaciones de las clases y análisis del material didáctico utilizado. Esperamos que el trabajo pueda contribuir con la reflexión a cerca del uso de los géneros textuales, sobretodo de los literarios, en las clases de lengua española en los niveles más elementares de enseñanza y motivar a que otros investigadores sigan con el trabajo de promover el uso de esta importante herramienta en el aprendizaje del español.
(Agência de Fomento: FUNCAP)
TEORIA E PRÁTICA: O PROCESSO NO ENSINO DE E/LE NO ENSINO SUPERIOR E A TRANSFORMAÇÃO DO SUJEITO
Welma Júlia Santos de Lima (UFAL)
Este trabalho faz uma reflexão sobre o processo da teoria e da prática no ensino de E/LE no Ensino Superior, e de como estes dois aspectos em conjunto concorrem para provocar a transformação dos sujeitos envolvidos. A base para a pesquisa é a Linguística Aplicada, perpassando por conceitos de autores como Celani (1996), Moita Lopes (1996), Freitas (2005) que dialogam sobre o processo que professores e aprendizes de E/LE estão submetidos, visto que o envolvimento destes participantes em todos os momentos da pesquisa é necessário. Outro aspecto relevante que será enfocado neste trabalho é a transformação do sujeito que está no ensino superior e de como o papel político do professor, sua intervenção na própria metodologia e o rompimento de suas crenças pode ou não transformar o sujeito inserido neste contexto. Para dar suporte metodológico a pesquisa, observaram-se aulas de língua espanhola do 2º semestre da Faculdade de Letras, da Universidade Federal de Alagoas, no período de um mês. Foram feitas gravações, transcrição das gravações e análise destas aulas, onde foram destacadas as concepções de linguagem, ideológicas e políticas da professora, constatando na sua prática ao fazer sentido o que realiza em sala com seus alunos, como realiza tal processo, de onde parte para realizar as reflexões, que elementos escolhe para discutir, quais deixa de escolher, que tipo de explicação dá para o que faz, com que limitações se depara e que potencialidades deixa evidenciar diante desse processo.
REPRESENTAÇÕES E EXPECTATIVAS SOBRE O ESPANHOL NOS ALUNOS INGRESSANTES DOS CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA DA FATEC
Neide Elias (Fatec –Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba)
Pretendemos apresentar características do perfil dos alunos ingressantes nos Cursos Superiores de Tecnologia de Secretariado da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC) quanto à aprendizagem de língua estrangeiras. O corpus de análise utilizado é resultado de um questionário semi-estruturado de catorze perguntas que integra o teste de nivelamento da CETEN (Comissão de Elaboração de Teste de Nivelamento da Fatec). Os questionários foram aplicados no primeiro semestre de 2010 e têm como propósito conhecer o perfil do aluno ingressante, sua experiência na aprendizagem de língua estrangeira e expectativas em relação ao ensino de línguas no curso superior de tecnologia. A partir do levantamento dos dados dos questionários, trataremos de discutir as representações sobre aprender língua estrangeira. De que maneira a comunidade em questão se
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apropria, compartilha, elabora o que é aprender línguas estrangeiras no ensino superior de tecnologia, mais especificamente o espanhol? Que representações tem sobre a língua espanhola? Quais heranças e representações trazem da vida acadêmica anterior ao seu ingresso na universidade? Para fundamentar as considerações expostas tomaremos como referencial teórico o conceito de representação social postulado por Moscovici (1978) e Jodelet (1989). Nossa reflexão se apóia também nos estudos desenvolvidos no Brasil sobre aquisição e aprendizagem de espanhol e sobre o contato do português e o espanhol de Celada, González y Fanjul e outros pesquisadores.
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COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS ÁREA TEMÁTICA 3 - ESTUDOS LITERÁRIOS
SONETOS GONGORINOS: LA ANGUSTIA EN EL SIGLO DE ORO
Adriana Binati Martinez (UNICENTRO)
Elisângela de Sousa (G-UNICENTRO)
El llamado Siglo de Oro en España abarca dos grandes períodos histórico-culturales: el Renacimiento (Siglo XVI) y el Barroco ( Siglo XVII). La producción literaria de Luis de Góngora es resultante de las estéticas y temáticas propuestas por ambos períodos dialogando con los clásicos griego-latinos y con la tradición de la poesía española, como los culteranistas. Mientras la poética gongorina haya sido, en gran parte, obscurecida por algunos poetas contemporáneos, bien como el número de lectores de su arte fue restricto en su surgimiento, desde fines del siglo XIX, con los modernistas, hasta la Generación del 27, sobretodo con el estudio de Dámaso Alonso, Luis de Góngora pertenece a la triade poética del Siglo de Oro en compañía de Garcilaso de la Vega y Francisco de Quevedo. Debemos al estudio de Dámaso Alonso respecto al lenguaje poética de Góngora la visión de que su obra no está centrada en dos ejes estructurales-temáticos, conforme presentaba la crítica tradicional: Góngora “príncipe de la luz” y Góngora “príncipe de las tinieblas”. Ya se observa, en las primerizas producciones poéticas – como los sonetos – la conocida estética gongorina – como cultismos léxicos y sintácticos, hiperbatones, fórmulas repetitivas – con temas variables, desde los aristocráticos hasta los naturales. Nuestro objeto de estudio son algunos sonetos gongorinos que abordan la temática de la angustia del yo-lírico frente relaciones morales, espirituales y sexuales. Para direccionar nuestra pesquisa – de carácter bibliográfico – la dividimos en dos momentos: en el primer contextualizamos la poética gongorina en el Siglo de Oro – con apodos teóricos, críticos e históricos literarios, como Mario García-Page; y en segundo momento analizamos tres sonetos gongorinos de acuerdo con nuestro eje de pesquisa.
EL VERANO FELIZ DE LA SEÑORA FORBES: EL CUENTO CORTO
Adriana Binati Martinez (UNICENTRO)
Thaiane Mileidi Klems Machado (G-UNICENTRO)
El objeto de la presente pesquisa es el análisis de la estructura del cuento El verano feliz de la señora Forbes de Gabriel García Márquez de la obra Doce Cuentos Peregrinos. A largo de la pesquisa se observó que García Márquez presenta en gran parte de su trayectoria literaria la temática de la muerte, pero lo que se evidencia en el cuento en específico es la estructura narrativa. En la coetánea Doce Cuentos Peregrinos se denota esa dimensión en los doce cuentos, siendo que en El verano feliz de la señora Forbes esa temática igualmente está desarrollada como motriz tanto al concepto de esfericidad como a la visión irónica de lo que se pasa al personaje de la señora Forbes y su destino. Utilizándose de las nociones alrededor del género cuento corto – pequeño ambiente, eliminación de la distancia entre narrador y narrado, esfericidad – la narrativa de García Márquez presenta eses elementos en su estructura. Así, como ejes teóricos fueron utilizados obras de Teoría y de Critica Literaria en lo que concierne al género del cuento corto como, también, acerca de la obra ficticia de García Márquez. En ese sentido la pesquisa de carácter bibliográfico se divide en dos partes: en la primera hay el fundamento teórico acerca del género cuento corto y de la poética de García Márquez – como Selma Calasans Rodrigues, Horacio Quiroga, Julio Cortázar; y, en la segunda, el análisis de la estructura del cuento corto en El verano feliz de la señora Forbes.
DIGRESSÕES DE UM NARRADOR RESSENTIDO
Adriana de Borges Gomes (UNEB)
―Diário para um conto‖, de Julio Cortázar é um conto fundamentalmente metalingüístico. Escrito como diário ficcional, Cortázar aborda o tema da escrita, mas especificamente o da não-escrita. Movido por inquietações de método da escrita literária, o narrador se questiona a pulsão pela escrita de um conto, quando tenciona escrever sobre Anabel de forma não literária, negando as bases da literatura tradicional das referências de tempo, lugar e nome. O narrador personagem escreve no diário essa situação peculiar: de um lado, o recorrente desejo de escrever um conto; e do outro, o
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modelo detalhado da escrita literária, extraído do método do escritor Bioy Casares. Mas nunca chega à escrita do conto, uma vez que esse narrador cortazariano rechaça o método de Bioy, citando o poema ―Annabel Lee‖, de Edgar Allan Poe. Entre o querer escrever e a realização do conto há uma perturbadora consciência da impossibilidade de alcançar Anabel através da ficcção. Essa consciência o intimida, revertendo sua energia criadora em diário que é queixa, desabafo e discussão sobre linguagem na modalidade literária. A análise do conto objetiva considerar o que ele mesmo tem de auto-análise, priorizando seu caráter metalingüístico. O artigo sustenta o aporte teórico sobre o narrador, abordando desde a discussão da falência da narrativa clássica, tratada por Walter Benjamin em ―O narrador‖, passando pelo texto crítico ―Teoria da narrativa: posições do narrador‖, de David Arrigucci Jr. até a elaboração teórica de ―O narrador pós-moderno‖, de Silviano Santiago. A fundamentação teórica se apóia ainda na teoria sobre o gênero conto, com os textos ―Alguns aspectos do conto‖ e ―Do conto breve e seus arredores‖, do próprio Cortázar e ―Teses sobre o conto‖, de Ricardo Piglia, além do livro A angústica da influência, de Harold Bloom, que formula uma teoria da poesia, categoria literária que o narrador cortazariano anseia superar.
TRADUCCIÓN Y CONSTRUCCIÓN DE MUNDO EN FACUNDO, DE DOMINGO FAUSTINO SARMIENTO
Aldo Oscar Valesini (UNNE)
Este trabajo se inserta en la perspectiva de los estudios del discurso (Roland Barthes). Pierre Bourdieu habla de la noción de campo intelectual, un ámbito donde se produce una articulación entre las distintas líneas de fuerza presentes en la sociedad y que encuentran espacio en el lenguaje de la obra. De este modo, se configura la reciprocidad entre lo individual y lo colectivo, entre lo público y lo privado. Las últimas décadas han permitido el desarrollo de consideraciones que se enmarcan en la posmodernidad. Uno de los centros de preocupación (Lyotard) es la relación entre discurso central y discursos periféricos, entendiendo que las enunciaciones son producto de la posición desde la cual se las produce. El discurso siempre constituye una forma de conciencia que emerge en el campo social. La conciencia de Sarmiento comparece en Facundo. Nos referimos a la conformación histórica, social, ideológica del autor que carece de sentido fuera de su mundo y que se afirma y delimita en la obra. El propósito del trabajo es registrar en el discurso las dimensiones de significación política, social, histórica del discurso sarmientino. Sostenemos que es posible reconocer en el discurso de Facundo la conformación de dos discursos que corresponden a cada uno de los núcleos conceptuales del libro: civilización y barbarie. A través del análisis de las traducciones que actúan como núcleo semiótico del libro, contenidas en la ―Advertencia del autor‖, se puede observar la tensión entre presencia y ausencia, entre centro y periferia. El autor, en el intento de desvalorizar la barbarie, le concede el lugar central, y la obra se constituye en la expansión significativa de ese polo.
MODERNIDADE PERIFÉRICA E LITERATURA HISPANOAMERICA: REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NO ROMANCE UN DULCE OLOR A LA MUERTE, DE GUILLERMO ARRIAGA
Alessandra Maia de Lemos (UERJ)
A construção identitária é um dos temas recorrentes na narrativa hispanomericana contemporânea, que surge em um contexto de uma modernidade latinoamericana periférica e, por isso, problemática. Desde então, algumas produções literárias hispanoamericanas, principalmente as produzidas nas últimas décadas, refletem a identidade da América Latina. Tradição e modernidade, culto e popular, são aspectos que já não mais se encontram estanques e separados nessas narrativas, mas aglutinados em uma cultura pós-moderna, fazendo com que a identidade hispanoamericana se situe em um entre-lugar. Nesse contexto, é possível observar que essa identidade da América Hispânica – que é móvel e está sempre se construindo – não é única. Por ser resultado de uma mescla de culturas, pode-se dizer que a identidade dos países que pós-coloniais é múltipla e heterogênea. É como se em cada um desses países houvesse vários. Na literatura, essa cultura e identidade heterogêneas serão descritas, principalmente, no comportamento, na personalidade e nos princípios relacionados ao personagem. A afirmação dessa identidade é ainda mais evidente se envolve uma comunidade, um grupo social, e não apenas ações e crenças de uma única pessoa. A partir dessas considerações, o presente trabalho tem por objetivo analisar como se constrói a identidade hispanoamericana bem como sua relação com a modernidade periférica, e observar como esses aspectos estão presentes no romance contemporâneo do mexicano Guillermo Arriaga, Un dulce olor
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a la muerte (2007). Para tal, tomar-se-ão, principalmente, os conceitos de transculturação narrativa de Ángel Rama (2004), de hibridismo cultural de García Canclini (2003), de modernidade periférica/problemática de José Luis Tejeda (1998) e de construção identitária de Stuart Hall (2008).
DE FRONTERAS E YERBALES: CIEN AÑOS SIN BARRETT
Alai Garcia Diniz (UFSC/CNPq)
Este trabajo intenta reflexionar sobre la Triple frontera y los yerbales latinoamericanos con la propuesta de reconocer linajes que circulan entre imaginários culturales. Y si la selva en el discurso abarca la oralidad o la desplaza. Son esos productos los que crean rutas o hidratan ciertas poéticas que mueven la cultura? De ese modo comparar la mirada ibérica de Rafael Barrett sobre la selva y su corpus simbólico en las obras El dolor paraguayo o Lo que son los yerbales (1910) se irriga en el diálogo con la obra lusitana A selva(1930) de Ferreira de Castro sobre la Amazonia? ¿Qué laberintos Los pasos perdidos(1953) hallan entre tiempo y silencio en el vértigo barroco del escenario. ¿Habría una poética ácrata que no impide dialogar con el costumbrismo o lo real maravilloso? ¿En qué medida ese paisaje traduce cicatrices de una modernidad que se inscribe hoy en la ingobernabilidad de Sísifo en el arte como proceso?
DESDE LA LÍNEA DEL DESIERTO HASTA LA LÍNEA DEL ECUADOR: HORIZONTES POSIBLES PARA LAS LITERATURAS AFRICANAS
DE LENGUA ESPAÑOLA
Amarino Oliveira de Queiroz (UFRN)
Además de representar parte significativa del conjunto heterogéneo formado por las literaturas producidas en español en el continente africano, la República Árabe Saharaui Democrática, o Sáhara Occidental, y la República de Guinea Ecuatorial guardan en sus trayectorias individuales puntos de convergencia que revelan algunos elementos constitutivos de su creación literaria y artística. Las contingencias históricas de un pasado común bajo la dominación colonial española en convivencia con las diversas culturas autóctonas; la realidad social posterior a la independencia, comprometida por la inestabilidad política; la experiencia de una producción literaria desarrollada a partir del exilio o la relación entre oralidad y escritura en dicho proceso creativo, caracterizan algunos de los aspectos que tanto aproximan como distinguen ambas realidades culturales. Asumiendo una perspectiva crítica a partir de estudiosos del tema como Donato Ndongo Bidyogo, Justo Bolekia Boleká, Juan Tomás Ávila Laurel, Benita Sampedro, Gloria Nistal, Conchi Moya, Bahia Awah, Mohamed Salem Abdelfatah, Fernando Cenamor, Limam Boisha ou Mbaré Ngom, y en particular las consideraciones de este último hacia una conceptualización más alargada sobre el fenómeno de las literaturas africanas vehiculadas originalmente en lengua castellana - a las que prefiere identificar como literaturas africanas hispanas, propone este estudio trazar un breve panorama ilustrado de la situación, destacando, para ello, la inventiva literaria de algunos autores y autoras guineanos y saharauis de la poesía y de la prosa de ficción contemporáneas.
(AUTO)BIOGRAFIA, IDENTIDADE E ALTERIDADE EM EL PERGAMINO DE LA SEDUCCIÓN, DE GIOCONDA BELLI
Ana Cristina dos Santos (UERJ)
O trabalho toma os conceitos de biografização, história, identidade e alteridade como forma de rescritura e reinterpretação do passado a partir da centralidade do sujeito que narra. O objetivo é discutir questões vinculadas à construção identitária na literatura escrita por mulheres, mediadas pela obra literária da autora nicaraguense Gioconda Belli, El pergamino de la seducción (2005). Para tanto, abordaremos as questões do feminismo enquanto ―gênero‖, considerando que a categoria gênero existe dentro de um contexto ideológico como parte de um processo de construção social e cultural e é necessariamente relacional, ou seja, não se pode entender o feminino sem fazer referência ao masculino, e vice-versa. Assim, torna-se central na discussão a questão de poder, pois a mulher esteve submissa à autoridade masculina. Quando se inicia o questionamento do jugo masculino sobre o feminino, instaura-se a crise identitária e a necessidade da mulher impor-se como ser socialmente ativo. Por isso, a problemática da identidade torna-se central nas narrativas femininas. A obra de Belli permite discutir essas questões, especialmente quando estabelece uma
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relação dialógica com a História ao dar voz a rainha Juana de Castilha para que ela própria conte sua versão dos fatos históricos e reconstrua a História oficial. Ao recontar a vida dessa personagem histórica, sua narrativa resgata uma figura considerada louca pela historiografia oficial, visando mudar a maneira de como esta personagem está socialmente personificada. Sua obra não insere a mulher na história já escrita, mas vê a História a partir de um espaço de alteridade. Dentro dessa perspectiva, pretende-se verificar as relações entre literatura e feminismo sob a ótica de Lobo (2008), Xavier (1994) e Mora (1982), identidade e alteridade, segundo os conceitos de Bhabha (2007) e Hall (2005 e 2008), discurso histórico e discurso literário a partir dos aportes teóricos de Benjamin (2005) e Löwy (2005).
A ESTÉTICA REALISTA NO CONTO ¡ADIÓS, CORDERA!, DE LEOPOLDO ALAS “CLARÍN”
Ana Paula de Souza (UFMT)
A análise literária dos elementos realistas presentes na escrita de Leopoldo Alas ―Clarín‖ no conto ¡Adiós, Cordera! foi proposta como requisito para a nossa participação em um projeto interdisciplinar realizado ao longo do primeiro semestre deste ano, junto ao terceiro ano do Curso de Letras com Habilitação em Língua Espanhola da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT. O projeto teve como objetivo geral discutir a estética literária vigente na segunda metade do século XIX de maneira interdisciplinar, por meio de leituras e análises literárias de textos produzidos no referido período literário nas literaturas brasileira, portuguesa, espanhola e francesa, compreendendo assim as quatro habilitações ofertadas no curso de Letras em nossa Universidade. Como titular da cadeira de Literatura Espanhola I, propusemos a leitura e análise do citado conto. No desenvolvimento deste trabalho, traçamos as coordenadas sócio-históricas que constituem a matéria de partida do autor realista com o apoio da obra Historia social de la literatura española III de Blanco Aguinaga et. al. A abordagem do contexto histórico da Espanha na segunda metade no século XIX perpassa a narrativa de ―Clarín‖ na proposição de uma reflexão acerca de vários aspectos sociais, tais como: as vicissitudes enfrentadas pelo camponês espanhol na controvertida transição de uma economia agrária essencialmente senhorial para o novo modelo de arrendamento burguês; a dificuldade no exercício da subsistência das famílias no meio rural; e a participação dos jovens do campo nas Guerras Carlistas. Em Dicionário de termos literários de Massaud Moisés, procuramos explicitar categorias amplamente exploradas pela estética realista como o antropomorfismo e o determinismo social.
O MODERNISMO DE JOSÉ JUAN TABLADA
André Fiorussi (PG-USP)
A produção poética do mexicano José Juan Tablada (1871-1945) se espraia por décadas de intensa atividade, ao longo das quais sofreu e provocou profundas transformações. Tablada integrou os cenáculos hispano-americanos do modernismo, do pós-modernismo e das vanguardas; foi um dos introdutores do haicai e do caligrama em língua espanhola, colaborou com grandes músicos e pintores da primeira metade do século XX e deixou uma obra extensa e multifacetada. Lançou-se poeta no auge do modernismo hispano-americano. Ao longo da década de 1890 e ainda no início da de 1900, publicou poemas na revista Azul, de Gutiérrez Nájera, além de traduções de parnasianos e simbolistas franceses em diversos periódicos. Fundou a Revista Moderna e traduziu O Rei Galaor de Eugênio de Castro. Achava-se, enfim, decididamente alistado nas fileiras modernistas, lendo avidamente o que lhe chegava às mãos, enfrentando o moralismo provinciano na apreciação da arte e tomando partido na constituinte continental do verso flexível e cosmopolita. Não obstante, muitos poemas seus desse período – reunidos em Florilegio, de 1899, e em sua 2a edição, de 1904 – se distinguiam da jovialidade alegre e provocativa com que Rubén Darío moldara, em Azul... e Prosas profanas, o caráter dos novos poetas. Entre versos para álbuns e leques, entre mascaradas de Banville e idílios de Watteau, surgem textos que incorporam o aspecto sombrio de Baudelaire, Verlaine e Huysmans, mais alinhados nesse sentido com parte da produção de Julián del Casal e José Asunción Silva. Assim, este trabalho pretende apontar aspectos interessantes para o estudo da poesia modernista de Tablada.
(Agência Financiadora: FAPESP)
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A HIPOCRISIA SOCIAL NA OBRA SATÍRICA SUEÑOS Y DISCURSOS, DO ESPANHOL QUEVEDO Y VILLEGAS
Andréa Cesco (UFSC)
A intensa preocupação do século XVII pelas inclinações pecaminosas da cega humanidade leva facilmente em direção à sátira, gênero em que a Espanha é rica. A crítica da sociedade toma necessariamente a forma de um ataque contra a conduta contemporânea, no lugar de postular um modelo social alternativo. E a insatisfação frente a essa sociedade se dá pelos canais da sátira e da homilia O texto tem como objetivo mostrar como a hipocrisia social na Espanha do século XVII é abordada pelo escritor espanhol Francisco de Quevedo y Villegas, através de vários personagens da sua obra satírica Sueños y Discursos (1993). Ressalta-se que a obra foi escrita entre 1605 e 1621 e é composta de cinco narrativas – ―Sueño del Juicio‖, ―Alguacil endemoniado‖, ―Infierno‖, ―El mundo por de dentro‖ e ―El sueño de la Muerte‖ – que estão dispostas em forma de diálogo e satirizam os costumes e os personagens de seu tempo, de todas as classes sociais. O tema da hipocrisia é tratado através dos seus diversos disfarces, como a cobiça dos clérigos e sacristãos, os falsos duelos do viúvo e da viúva, a hipocrisia social dos maridos sofridos, as mentiras dos meirinhos e escrivães, entre outros. Veremos, através de algumas passagens dos Sueños, como os hipócritas adaptam a sua consciência, atribuindo a sua conduta intenções nobres, desinteressadas e altruístas. O texto está dividido em duas partes: a primeira trata da sátira quevediana, pois Quevedo passa para a história da literatura espanhola caracterizado fundamentalmente como produtor de sátiras, além disso, a obra Sueños figura entre as mais brilhantes e mais engenhosas obras do gênero, tanto na literatura espanhola como internacional; e a segunda, discorre sobre a hipocrisia na sociedade espanhola do século XVII, através da obra Sueños y Discursos.
A MINIFICÇÃO DE JOSÉ EMILIO PACHECO: LEITURAS DA CIDADE
Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ)
Para compreender o conto contemporâneo de José Emilio Pacheco, escritor mexicano e ganhador do Prêmio Cervantes 2009 de Literatura, faz-se necessário uma (re)leitura do pensamento de Edmundo Valadés, considerado pela crítica especializada como o verdadeiro propagador do gênero no México e um dos primeiros autores mexicanos a empregar o termo ‗minificção‘ para se referir ao conto moderno. Além disso, o conto no continente americano recebeu grande apoio e divulgação em inúmeras publicações, entre elas, destacamos a revista mexicana El Cuento (1939), dirigida por Valadés. Pacheco nunca escondeu em ensaios e entrevistas sua admiração e seu agradecimento ao ―gran maestro Valadés‖, a quem dedicou inúmeros contos e organizou em 2007 uma publicação em homenagem a esse escritor que rompeu fronteiras entre a narrativa fantástica e realista, literatura urbana ou rural. Nosso estudo parte do encontro e das trocas literárias entre esses intelectuais para centrar nosso olhar no espaço da cidade presente no miniconto ‗Viento distante‘, de Pacheco. A cidade é o cenário freqüente das narrativas protagonizadas pelos personagens de Pacheco. A estética (pós-) moderna nos sinaliza uma cidade fragmentada, violenta e caótica, onde os aspectos negativos dessa realidade são evidenciados. Partindo desse pressuposto, a proposta de nosso trabalho está em analisar, por meio do relato do narrador-personagem, o olhar nostálgico e pessimista de Pacheco sobre o espaço citadino mexicano, em busca de desvendar suas vozes silenciadas. Pacheco demonstra, através de sua narrativa, as inquietações e as agonias do indivíduo advindas da chamada modernidade. O estudo espera problematizar conceitos como os de conto/ minificção, modernidade/ pós-modernidade, cidade e sujeito a partir da contribuição do arcabouço teórico de Zavala (2008), Valadés (1990), Berman (1986), García Canclini (1999) e Bauman (2005).
FRONTEIRAS E TRÂNSITOS (CARTOGRAFIAS DO CÉU, DA TERRA E DO CORPO EM UM RELATO DE MARÍA ROSA LOJO)
Antonio R. Esteves (UNESP-ASSIS)
Ulrich Schmidl (1500?-1580?) foi um dos cidadãos do Sacro Império que tentou a sorte na América, seguindo os passos dos espanhóis. Como a maior parte dos aventureiros que cruzaram o Atlântico no século XVI, também ele teve de regressar à terra natal contabilizando apenas prejuízos. Seu grande lucro foram as duas décadas de vivência no Novo Mundo, cuja experiência transmitiu para a posteridade num relato no qual mistura, como é comum ao gênero, realidade e fantasia. A partir de seu testemunho, a escritora argentina Maria Rosa Lojo constrói um belo relato em que preenche suas lacunas com a ficção, como é normal nas narrativas de extração histórica. O conto, ―Tatuajes en el
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cielo y en la tierra‖, do livro Amores insólitos de nuestra tierra (2001), divide-se em duas partes. Na primeira delas, cuja ação ocorre em algum ponto do atual Mato Grosso, em 1577, o foco é uma nativa, que recorda a rápida relação amorosa com o exótico visitante que passou por sua aldeia, em busca do reino das Amazonas. Na segunda parte, o enfoque se volta para o alemão que, em sua velhice às margens do Danúbio, recorda com carinho aquele amor fugaz quase embaçado pelo tempo e suas aventuras pelas encantadas terras americanas. O relato se tece na fronteira entre os tempos (os século XVI e XXI), os gêneros (masculino e feminino), as culturas (americana e européia) e os discursos (história e ficção). Ao mesmo tempo, pelo tema, circula pelas bordas da ocupação espanhola, traçando a inexata cartografia das regiões desconhecidas do alto rio Paraguai, boca de entrada para os fantásticos reinos da prata e do ouro.
(Agência financiadora: FAPESP)
LA FRONTERA Y SUS REVERSOS
Carlos Rizzon (UNIPAMPA)
La línea divisoria entre Brasil y Uruguay tiene un histórico de movilidad, habiendo sido demarcada en diferentes lugares en el transcurso de los tiempos, configurando un espacio poroso y permeable, donde la alteridad es una huella en los dos lados de la frontera, de manera que la presencia del ―otro‖ es constante y puede provocar, al mismo tiempo, acercamientos y pugnas. El historiador John Chasteen reconoce que, en el siglo XIX, ese territorio era una ―tierra de nadie‖, caracterización que ambienta el espacio de los cuentos de José Monegal. En la obra de ese escritor uruguayo, la frontera es un lugar a las orillas de la nación, pues está distante del centro de poder. Así las ideas, las leyes y los juicios que valen en la ciudad no corresponden a la vida de los habitantes del campo. En los cuentos que analizamos, ―El Sargento‖; ―Renuncia del Comisario Portela y del Cabo Lapuente‖ y ―Cerrazón‖, observamos que la frontera aparece bien demarcada, y el lado brasileño es presentado como una esperanza de vida mejor, pues personajes intentan huir y dejar para tras sus crímenes o desavenencias, muchas veces provocados por persecuciones sociales o políticas. Esas situaciones muestran territorios que aún buscaban delimitaciones políticas, espacios caracterizados por el tránsito de un a otro lado, no definiendo nada más allá que incertidumbres que provocarán narrativas con finales inesperados. ―La previsibilidad de lo imprevisible‖, como comenta el profesor y crítico Pablo Rocca, es lo que es presentado con recurrencia en los cuentos de José Monegal.
QUANDO A GUERRA É PERSONAGEM
Carmelita Tavares Silva (SERRA VIX UFRJ)
Neste estudo se aborda a presença da Guerra Civil espanhola na narrativa autobiográfica de Juan Goytisolo – Coto vedado. No eixo narrativo da obra a relação de proximidade que se estabelece entre ambos, autor e Guerra, confere a esta o status de personagem. A trajetória de vida de Goytisolo e a Guerra Civil encontram-se de tal forma imbricadas que resulta praticamente impossível ler Coto vedado sem ver o autor contra o pano de fundo de uma Espanha dilacerada. O desejo do autor de relatar os fatos que marcaram sua vida o remete à análise e ao enfrentamento da Guerra como personagem histórica e real. Sua autobiografia constitui também uma interpretação da história espanhola do período franquista. A autobiografia, gênero a que se filia Coto vedado, por muito tempo considerada como subgênero da literatura, ocupou um espaço inexpressivo e até mesmo marginal em boa parte da produção literária de muitos escritores. Nas últimas décadas adquiriu prestígio e credibilidade, tornando-se elemento importante para a compreensão do contexto histórico em que se insere a obra, bem como de avaliação da própria obra, como comprovam os trabalhos de Philippe Lejeune. E como se pode constatar em Coto vedado, contribui também na discussão de questões fulcrais do próprio fazer literário - ficção e realidade, autor, narrador, e personagem e toda a problemática do pacto que se estabelece entre autor e leitor Busca-se, portanto, refletir sobre o processo narrativo de Goytisolo e identificar as estratégias discursivas que o autor mobiliza para construir uma personagem de reconhecida importância em sua autobiografia. Nesse sentido as teorias sobre o gênero autobiográfico, desenvolvidas por Philippe Lejeune,Jean Starobinski, James Olney, autores que formam o referencial teórico deste estudo, são fundamentais para o desenvolvimento do tema e a compreensão do processo de resgate do passado por meio da escritura. Um gênero no qual o autor, pela escrita, se constrói e se desnuda.
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PERSONAGENS DE MIGUEL DELIBES EM MADERA DE HÉROE
Cláudia Buxbaum da Costa Farias (PG-UFF)
Esta comunicação, a partir de reflexões provocadas pela leitura de Rosenfeld, Candido, Brait entre outros, volta-se para a construção das personagens de Miguel Delibes em Madera de Héroe. O escritor afirmava ter sido sempre um novelista que escreveu para as personagens, pois acreditava que todos os demais elementos da narrativa giravam em torno das exigências de sua construção. No universo narrativo Delibeano, a transparência e a naturalidade criaram a realidade das personagens. Tal estilo foi o meio encontrado pelo castelhano para descortinar as diversas vozes presentes em suas narrativas. No seu penúltimo livro, Madera de Héroe, de 1987, o escritor abordou temas como: a guerra civil espanhola, o heroísmo, a morte, a família, a amizade, a política e a religião. Gervasio García de Lastra, neto de um fervoroso ex-combatente de guerra, foi criado sob o dilema familiar e social de ser ou não ser um herói. A cobrança heróica o acompanhou e o influenciou em todas as etapas de sua vida. A narrativa está organizada em três partes. O livro I expõe as influências familiares nas supostas manifestações heróicas. No segundo, a primeira comunhão, a importância do ambiente escolar na adolescência, a identificação e conscientização do medo que desmistificou a suposta vocação. Nesse momento, Gervasio começa a diferenciar dois mundos: o familiar e o social, visto que sempre concordaram com os mesmos valores mitificadores do heroísmo. No livro III, Delibes dá vida a uma personagem questionadora, já mais amadurecida pelas experiências, perdas pessoais vividas e que se prende a uma questão: não poderia ser o homem que morre generosamente o que honra a causa à que serve?
EL CAMINO HECHO POR HUIDOBRO HACIA EL CREACIONISMO
Cristiane Lucia da Silva (PG-UFPE)
Este trabajo tiene por objetivo analizar la carrera literaria de Vicente Huidobro desde las escuelas literarias como el Romanticismo, el Simbolismo y el Modernismo (esta escuela literaria equivale al Parnasianismo y al Simbolismo brasileño), hasta su llegada triunfal al Creacionismo. Él rompió, primeramente, con la norma culta, pues esta cortaba las alas de su libertad individual, siendo a partir de esto que evaluaremos la cualidad de lo nuevo, de lo original que se encontrará en sus obras. Esta superación no fue algo que ocurrió rápidamente, mas a través de las escuelas literarias iniciando por el Romanticismo, la norma finalmente fue vencida. Ya en el Simbolismo, uno de los principales escritores fue Stéphane Mallarmé y para él la palabra principal era el sueño, pues a partir de ella ultrapasaremos el nivel del significado y paralelamente trabajaremos todos los sentidos de los lectores. Esto influenció profundamente a Huidobro que pasó a creer que es la poesía una creación ilimitada, ya que a través de ella podemos recrear el mundo, tornando, de esta manera, el poeta en un pequeño Dios. El Modernismo en la literatura hispanoamericana tuvo como uno de sus principales objetivos renovar las expresiones. Darío, uno de los mayores nombres del Modernismo, influenció tanto en la poesía hispánica cuanto su alumno Huidobro, pues consiguió una renovación del lenguaje y esta renovación ha influenciado los primeros libros de Huidobro. Él también tuvo fuertes influencias de la corriente cubista, asimilando principalmente la característica de ser el amo de la naturaleza, trasladándola, por supuesto, para sus poesías. Podemos notar la búsqueda de un escritor para conseguir un estilo propio, siendo, así, que llega a crear su propia Vanguardia, el Creacionismo.
LA AUTOBIOGRAFÍA, LA DEFENSA Y LA IRONÍA EN LA RESPUESTA DE LA POETISA A LA MUY ILUSRE SOR FILOTEA DE LA CRUZ, DE SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ
Cristiane Lucia da Silva (PG-UFPE)
Este trabajo pretende analizar tres características fundamentales (la autobiografía, la defensa y la ironía) en la Respuesta de la poetisa a la muy ilustre Sor Filotea de la Cruz, carta escrita por Sor Juana Inés de la Cruz. La Respuesta tiene por género la autobiografía, porque en ella es narrada su propia vida, en la cual ella se pone como sujeto, construyendo un yo propio y, según Philippe Lejeune, son valores autobiográficos. En esta carta, Cruz también utiliza la ironía como un modo de defensa, género utilizado en los textos coloniales que aparece en el siglo XVII. La palabra ironía viene del griego eironeía y solamente alcanza un lugar privilegiado en la literatura con los románticos alemanes, siendo que dentro de ella existen varias divisiones. Mas, para nuestro trabajo utilizaremos apenas la ironía verbal intencionada (cuando la persona tiene la intención de hacer con que sus pensamientos sean encubiertos por sus palabras, utilizando así la ironía verbal) que es donde la ironía de Sor Juana Inés de la Cruz se encaja perfectamente. Y, por fin, el género de la defensa,
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porque él tiene un papel muy importante ya que usado para combatir los fundamentos ideológicos del sistema. La monja usa este género para luchar contra el pensamiento de una sociedad barroca machista, en la cual una mujer no podría tener tanta fama o ser tan inteligente como lo era ella.
O INTELECTUAL EXILADO NA OBRA DE AUGUSTO ROA BASTOS
Damaris Pereira Santana Lima (UFMS)
Esta pesquisa visa a uma investigação em como a literatura articula-se com a história, a tradição, o mito, a memória e o imaginário nacional para a reconstrução da identidade paraguaia na obra do escritor Augusto Roa Bastos. Os textos analisados são os que compõem a trilogia ―del dolor paraguayo‖: Hijo de Hombre, Yo, El Supremo e El Fiscal. Para isso, a trilogia será analisada à luz do referencial teórico que diz respeito ao Intelectual, ao Exílio, à Literatura de Testemunho e à Memória Cultural, conceitos abordados pelos Estudos Culturais e também pelos estudiosos de História. A análise também será fundamentada pela Teoria da Literatura, objetivando-se assim, a construção de um arcabouço teórico para reflexão crítica acerca da ficcionalização da história do Paraguai. Esta investigação tem o intuito de contribuir com os estudos culturais sobre a América Latina e avaliar a ação do intelectual latino-americano e sua possibilidade de intervenção no mundo contemporâneo. Esta pesquisa será teórico-analítica fundamentada nos Estudos Culturais e na Literatura Comparada, tal referencial comporta conceitos como: o intelectual, o exílio, literatura de testemunho e memória cultural. A abordagem da trilogia de Augusto Roa Bastos pelo viés da Literatura e dos Estudos Culturais alinha-se à perspectiva de releitura da história do Paraguai de modo a tentar resgatar a contribuição de grupos marginalizados ou silenciados pela narrativa tradicional. Sendo esta pesquisa de cunho interdisciplinar, a metodologia adotada para o seu desenvolvimento volta-se para a discussão de alguns conceitos e aspectos relativos à cultura paraguaia a partir de literatura subsidiária da Literatura Comparada, dos Estudos Culturais e da História. Para a construção de um arcabouço teórico para a reflexão crítica acerca da ficcionalização será apresentada uma possibilidade de leitura analítica da trilogia de Roa Bastos fundamentada pela Teoria da Literatura.
UMA LEITURA: SOFRIMENTO FEMININO NO CONTO O CORPO, DE CLARICE LISPECTOR
Daniela Gomes Loureiro (UFMS)
Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/CNPq)
Este estudo configura uma linha de investigação própria da crítica feminina e propõe um olhar sobre as representações de gênero na cultura patriarcal, a partir do conto O corpo, de Clarice Lispector, que foi narrado de forma incisiva e chocante, numa analogia à Paixão de Cristo, à via sacra, destacado pelas estações de sofrimento e sacrifício do corpo. O patriarcado estruturou-se na autoridade masculina, caracterizando-se pela ordenação do mundo em opostos hierárquicos, na dualidade sexual básica entre homem/mulher, macho/fêmea. Essas denominações patriarcalistas determinaram os papéis sociais do homem e da mulher, caracterizando, também, o sofrimento presente nas personagens femininas do conto de Lispector. A personagem Beatriz foi descrita através de seu corpo grotesco e Carmem como seu oposto, a mulher elegante. O físico e as ações das personagens foram caracterizados de forma grotesca e nauseante. A personagem masculina figurativizou o animal, o reprodutor, que aduba e fertiliza. As mulheres desempenharam e agregaram o papel da esposa, embora em dois corpos diferentes, e isso transpareceu quando elas mantiveram relações sexuais entre si ao descobrirem a traição de Xavier. Isso abriu possibilidades a hybris nas personagens femininas, pois o relacionamento das duas mulheres surgiu da cólera, da ira, do sofrimento causado pela descoberta da traição. No conto, a bigamia relacionou-se ao sentimento de domínio e poder sobre as mulheres. O homem mostrou esse poder dominando e utilizando-as como objetos sexuais. Assim, este ensaio mostra que as mulheres, ao longo da narrativa, não se contentam mais com os papéis a elas impostos pela personagem masculina, transgredindo a ordem estabelecida pelo universo patriarcal. Elas libertam-se das normas sociais e ou religiosas, transbordando no sofrimento e extravasando-se na força de tantos recalques, para agir conforme seus impulsos.
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LITERATURA E COMPROMISSO EM LA HORA VIOLETA DE MONTSERRAT ROIG
Daniele Cristina da Silva (PG - UFMT)
Rhina Landos MartÍnez André (UFMT)
Esta comunicação tem por objetivo apresentar a inserção de alguns personagens nas questões políticas e sociais, as quais permeiam o contexto da obra La Hora Violeta (1993) de Montserrat Roig, escritora espanhola. Esta autora, na maioria de suas obras, se interessa por mostrar os conflitos gerados por uma ditadura que deixou os resquícios da censura e da repressão sofrida durante o governo franquista. Nesta obra se confere especial atenção ao comportamento de um grupo de mulheres que direta ou indiretamente foram atingidas pelas conseqüências geradas pela guerra e o período pós-guerra. Para esta discussão acudimos a alguns estudos teóricos de autores como Sartre, Szurmuk, Seligmann-Silva e Galdona Peréz. Nota-se na produção ficcional de Montserrat Roig o reflexo do seu trabalho como jornalista envolvida com aspectos políticos e sociais. Sua produção é composta por uma diversidade de gêneros, como narrativa, ensaio, biografia, crônica, teatro, além do jornalismo tanto escrito como audiovisual. Roig participa, por um tempo, do Partido Socialista Unificado de Cataluña (PSUC). Esse envolvimento político da autora reflete em sua produção ao criar personagens inseridos em contextos permeados por fatores de conflito, passagem de tempo, solidão, machismo, diferença de classes sociais e a própria questão nacional. Suas narrativas sempre evidenciam a ―grande História‖ e as ―pequenas histórias‖, ou seja, que vários personagens, com suas histórias particulares estão, de maneira direta ou indireta, influenciadas pela própria História da Espanha pós-franquista. Dessa forma, na produção literária de Montserrat Roig é evidente certa referencialidade, assim como sua preocupação com a representação de uma história silenciada.
O DIURNO E O NOTURNO: ENSAIO E FICÇÃO EM ERNESTO SABATO
Diogo de Hollanda (UFRJ)
Esta comunicação reúne algumas constatações iniciais de um projeto de pesquisa de mestrado sobre as relações de ensaio e ficção na obra de Ernesto Sabato. Partindo das definições do escritor para os dois gêneros, "o diurno e o noturno", este trabalho pretende mostrar como a alternância – e por vezes concomitância – de ensaio e ficção nos livros de Sabato alinham-se à sua visão sobre arte e literatura, assim como dialogam com o conflito entre razão e irracionalidade, luzes e trevas, que marca a obra do autor. Para o ―escritor explorador‖ defendido por Sabato, os romances são a chave para as zonas escuras vedadas à razão. Por outro lado, embora a irracionalidade seja atributo específico do romance, não existe romance sem ideias, salienta o autor, que, justamente por essa natureza híbrida, considera esse gênero literário como o único, entre todas as atividades do espírito, capaz de realizar a síntese do homem. Percorrendo a obra do escritor desde Uno y el universo (1945) a La resistencia (2000), a comunicação destacará duas grandes funções exercidas pelos romances em relação à ensaística: a reiteração de ideias e a consubstanciação de um projeto literário. Para respaldar o primeiro ponto, mostrará como algumas ideias expostas pela primeira vez em ensaios reaparecem, às vezes textualmente, na cena ficcional – há casos em que uma mesma frase trafega, intacta, por até três livros. No que tange à consubstanciação de um projeto literário, o trabalho utilizará como principal exemplo a representação da realidade argentina, demonstrando como, neste quesito em particular, os romances Sobre héroes y tumbas (1961) e Abbadón el exterminador (1974) são a execução de um programa cujas linhas principais haviam sido traçadas no livro de ensaios Heterodoxia (1953).
(Apoio: CNPq)
BARROQUISMOS NOS CONTOS DE LEZAMA LIMA
Edelberto Pauli (UFMS)
É a literatura de Lezama Lima (1910-1976) que culmina no romance Paradiso (1966), que dá início à ressurreição, primeiramente cubana, do barroco na América hispânica. Boa parte dos efeitos literários obtidos pelo escritor decorre de apropriações de elementos da poética seiscentista, bem ambientados no século XX, principalmente seu pendor para o artificial, para o suntuoso, para o decorativo. Partindo dos contos que o escritor escreveu entre 1936 e 1946, nesta apresentação re-encontraremos traços que podem facilmente ser reinterpretados à luz dos quadros fornecidos pela poética e estilística barrocas, como por exemplo: o desbordamento do argumento pela acumulação de elementos secundários à ação; também a afirmação esquemática das dualidades pelo uso de antíteses e
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inversões, os círculos de luz e sombra, e no aspecto sintático e figurativo os efeitos de panejamento – véus ou dobras – muito utilizados na decoração dos cenários barrocos. A ―dobra têxtil‖, conceito retirado da obra de Gilles Deleuze, não só implica aqui na construção de uma linguagem decorativa, mas nos conduz, por meio das inversões ou quiasmas, ao interior dos personagens, às dobras da alma. Embora os traços barrocos da obra de Lezama já tenham sido bastante mencionados pela crítica, nos contos do escritor, esse aspecto ainda não foi suficientemente explorado; e é justamente a retomada do barroco que permitirá a Lezama ampliar as fronteiras do gênero no idioma espanhol.
A POÉTICA DO RISO NOS CARACTERES DE LA CELESTINA
Eleni Nogueira dos Santos (PG-USP)
O objetivo do texto é analisar as diferentes manifestações do riso que ocorrem na conhecida obra, La Celestina, de Fernando de Rojas que foi publica no final do século XV, isto é em 1499 em Burgos-Espanha. Com esse intuito, recorremos a alguns dos diversos textos críticos e teóricos que versam sobre o riso, que foram escritos tanto em épocas anteriores à escritura da obra quanto aos contemporâneos a ela, entre outros dos quais podemos citar a obra História do riso e do escárnio do historiador francês Georges Monois que nos mostra as diversas formas com que o homem manifesta e encara o riso, sempre levando em conta o momento histórico. Então, analisamos as cenas nas quais o riso aparece de forma bastante explícita e que é manifestado tanto pelas personagens de classe social baixa como Celestina e Parmeno quanto por aquelas da classe social mais elevada como Alisa e Calisto. Nesse sentido, encontramos em La Celestina um ambiente literário bastante promissor para uma análise acerca desse assunto, uma vez que lá encontramos personagens de diferentes condições sociais. Elas riem à sua maneira e em conseqüência disso surgem os comentários delas mesmas ou de outras personagens nos quais podemos perceber a repercussão dessa manifestação puramente humana, que é o riso, e que nos ajuda a compreender o sentido que o riso tinha na época em que a obra fora escrita. Dessa forma, podemos perceber que o riso era, naquela época, visto de uma forma muito negativa e até mesmo demoníaca e que a sua manifestação tinha um sentido diferente de acordo com a situação ou condição social de cada pessoa.
LO DIABÓLICO Y LO ANGELICAL FEMENINO EN LOS RELATOS DEL RÍO AMAZONAS
Elsa Otilia Heufemann-Barría (UFAM)
Una característica recurrente de las crónicas del Nuevo Mundo, del siglo XVI, era la casi nula presencia femenina en sus relatos. Menos frecuente aún era la participación de mujeres en las expediciones organizadas para explorar y conquistar nuevas tierras. Sin embargo, una famosa y trágica expedición realizada en 1561 a lo largo del río Amazonas contó con participantes femeninas que marcaron su nombre en la historia y en la literatura. Se trata de la sangrienta expedición comandada por el capitán Pedro de Ursúa, quien fue asesinado, durante la bajada del río, por uno de sus tripulantes conocido como el Tirano o el Loco Lope de Aguirre. Las figuras femeninas Inés de Atienza y Elvira, amante e hija de Ursúa y de Lope de Aguirre, respectivamente, se destacaron de forma diferente en los varios relatos que se conservan de la época. La bella Inés es considerada como una influencia maligna para el capitán, producto de sus características diabólicas. Por su parte Elvira es tratada como un ángel por su carácter dulce y tranquilo, a pesar de ser hija de Aguirre. Lo demoníaco y lo angelical están presentes, veladamente, en los textos. Según Jacques Le Goff, estos conceptos formaban parte de lo maravilloso medieval que comandaba la mentalidad de los conquistadores españoles. Se pretende demostrar a través de esta comunicación que, aunque muy discreta y pequeña haya sido la presencia de ambas mujeres en los relatos, tuvieron una importante participación en el desenlace de los problemas enfrentados en la expedición. Las figuras de Inés y Elvira se han revestido de una fuerza narrativa que ha sido muy bien explotada por escritores de todas las épocas, que han hecho una relectura de textos originales y han dejado plasmadas sus figuras en importantes obras de ficción.
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SÉCULO DE OURO: A TÉCNICA DA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM FEMININO EM OBRAS DE LOPE DE VEGA E DE TIRSO DE MOLINA
Ester Abreu Vieira de Oliveira (UFES)
O teatro clássico espanhol, condicionado a esquemas éticos, sociais e políticos, destaca condições sócio-políticas a partir de circunstâncias trágicas dos personagens e coloca em cena temas de injustiças sociais e políticas. Os personagens são estereótipos: o rei, o galã, a dama, o gracioso e a criada. O eixo da história é a honra. A dama complementa as características do galã. Assim possui virtudes de nobreza e idealismo amoroso e audácia. Em geral entrega-se ao amor. A criada é uma espécie de confidente da dama. Pretendemos apresentar características de personagens femininos de dois significativos dramaturgos do Século de Ouro Espanhol, Lope de Vega e Tirso de Molina.
Desses escritores objetivamos apresentar as características configuradoras de personagens femininos, em Fuente Ovejuna e La dama boba de Lope de la Vega e em El burlador de Sevilla e Don Gil de las calzas verdes de Tirso de Molina, e focar, principalmente, o tema do amor (apaixonado, difícil, com obstáculos para barreiras sociais, tranquilo) e o da honra, de acordo com o modo como se apresentam nas obras citadas, mediante nossas observações. O conceito da honra da Espanha do século XVII é muito peculiar e ela tem um caráter social e é comparada à vida. A honra se obtém com atos próprios, mas ela também depende de atos alheios, da estimação e da fama que lhe dão as demais pessoas e ela se perde, igualmente por atos alheios quando lhe é retirada a consideração e o respeito e ela se agravará quando essa ofensa se torna pública.
OS ANIMAIS EM PEDRO PÁRAMO, DE JUAN RULFO
Evely Vânia Libanori (UEM)
Em Pedro Páramo, o corvo, o cavalo e o gato são animais que mantém estreita ligação existencial com o homem. Na obra, a interação homem/animal é fundamental para o entendimento de temas filosóficos como "identidade", "o outro", "amor", "morte". O corvo é o batedor da chegada de Juan Preciado no mundo da morte. O cavalo de Miguel Páramo é o único ser que sofre, verdadeiramente, a morte do seu dono. O gato é o animal que faz visitas noturnas à Susana San Juan, com quem mantém um diálogo somente inteligível para os dois. A relação "com" o outro é, portanto, a forma como se deve entender o mundo interno das personagens da obra. Afinal, só é possível pensar a própria individualidade se houver "o outro" como mediador. Assim sendo, a base da pesquisa é o tratado filosófico Ser e tempo, de Martin Heidegger. Para ele, a busca daquilo que é mais individual deve, necessariamente, levar em conta a relação com os outros seres, ou seja, tudo aquilo que não sou eu e que está ligado a mim em sua existência. A construção da ética existencial pressupõe, portanto, a consideração com tudo que está ao redor do homem. A inserção do "outro" como parte da consideração humana na sua forma de agir é o que significa a expressão "ser-com", frequentemente usada por Heidegger. E, não necessariamente, "o outro" é o humano. Em Pedro Páramo, o homem "é-com" outros homens e também com animais, pois, assim como os animais, os homens partilham da única e inquestionável verdade, que é a de passar a etenidade como mortos.
LA MEMÓRIA Y EL RECUERDO EN LA FICCIÓN GALDOSIANA
Fabiana Vanessa Gonzalis (UFU)
El lugar de la memoria histórica fue una de las preocupaciones del realismo del escritor canario Pérez Galdós. Su deseo de ser el Balzac español le rindió toda la vida de producción narrativa preocupada con el registro artístico-histórico de su país, y en sus más de ochenta novelas se encuentran fuentes de datos importantes para la interpretación de la vida cotidiana del ochocientos madrileño. Este trabajo objetiva trazar, por medio del examen de los términos ―recuerdo‖, ―memoria‖ y otras expresiones y construcciones que se relacionen a sendos conceptos, utilizados por el autor para nombrar y encabezar capítulos de sus novelas, su propia tesis sobre la cuestión de la memoria, que problematiza la relación entre lo histórico y lo artístico. Así, a partir del análisis del enunciado de los títulos o nombres de capítulos de sus Novelas Contemporáneas, a cuyo objetivo de ―novelar‖ se añadía el de ―registrar‖ la vida contemporánea bajo puntos de vista diferenciados, se pretende discutir el papel de las representaciones del pasado, la percepción del narrador y del personaje y el papel de la imaginación en esta parte de la producción galdosiana. Entre los cimientos para discusión de los elementos recopilados está la teoría de la memoria de Maurice Halbwachs, y sus conceptos de memoria colectiva y de memoria individual, según los cuales se debe coordinar individuo y grupo, puesto que es a partir del grupo que se originarán las ideas, reflexiones y sentimientos que se les
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atribuirán a cada uno de manera individual. Se pondrán también de relieve otros conceptos del teórico, como intuición sensible, recuerdo e imagen, a partir de su correlación con la obra galdosiana.
A RECRIAÇÃO DA PERSONAGEM VICTORIA OCAMPO EM “LAS LIBRES DEL SUR”, DE MARÍA ROSA LOJO
Fernanda Aparecida Ribeiro (PG-UNESP/Assis)
Em seu livro En busca de la identidad (2004), Mercedes Giuffré declara que o romance histórico contemporâneo é uma forma de reescritura da história e de interpretação do passado histórico pelo viés da imaginação. É justamente esse caminho que a escritora argentina María Rosa Lojo (1954- ) percorre no romance Las libres del Sur (2004) para recriar a trajetória da escritora Victoria Ocampo nos anos que antecederam à publicação da revista Sur. Através do olhar de uma personagem feminina, Carmen Brey, a vida de Ocampo se descortina em meio ao contexto cultural argentino e europeu dos anos vinte do século XX, enquanto a narração apresenta questões e reflexões sobre o papel da mulher na sociedade e a opinião pública sobre mulheres que não vivem conforme as normas sociais. Nesse sentido e concordando com a asserção de Gardarsdóttir, em La reformulación de la identidad genérica en la narrativa de mujeres argentinas de fin de siglo XX (2005), conclui-se que a literatura argentina escrita por mulheres do final do século XX e, consequentemente, do início do século XXI parte da noção de ―protesto‖ e de ―descobrimento‖ postulados pela feminista americana Elaine Showalter em ―A literature of Their Own‖ (1986). Assim, o trabalho aqui proposto é de analisar o romance Las libres del Sur, de María Rosa Lojo, sob a ótica da crítica literária feminista, verificando como a autora reconstrói a história de Victoria Ocampo como uma mulher que, ao tentar romper a opressão que a sociedade patriarcal exercia sobre a mulher, descobre um novo mundo em sua ―segunda educação literária‖ junto a Tagore, José Ortega e outros intelectuais que influenciarão sua vida, inclusive no âmbito literário.
O INTELECTUAL E AS MASSAS: O PAPEL DA REVISTA DE OCCIDENTE NO INÍCIO DA SEGUNDA REPÚBLICA
Flavia Ferreira dos Santos (PG-UFRJ)
A leitura dos volumes referentes aos anos de 1930 e 1931 da Revista de Occidente (R. de O.), uma das publicações culturais mais importantes da Espanha, revelam uma preocupação constante com o aparecimento da massa não só como fenômeno social que merece ser objeto de análise em si, mas também como ponto de partida para reflexões estéticas sobre a literatura da época. Se em seu projeto inicial (1923) a publicação se definia não como una revista ―temática‖ – nem literária nem científica – mas sim como um espaço de preocupação com as grandes questões da época nos mais diversos campos do saber, cuja única área a ser evitada era a política, o acirramento das lutas internas pelo poder na Espanha dos anos 30, que desemboca na proclamação da República e, posteriormente, na Guerra Civil, implica em uma readequação do projeto inicial da R. de O. à nova conjuntura. Cabe recordar que neste mesmo período o seu fundador, José Ortega y Gasset, publicava um dos seus livros de maior repercussão: A rebelião das massas. A partir da associação entre estética e hegemonia política (EAGLETON) e dos conceitos de massa, intelectual e campo intelectual (CAREY, GRAMSCI, BOURDIEU), procuramos observar como se constrói o conceito de ―massa‖ nos textos literários e nas reflexões sobre literatura dentro da publicação e como, paralelamente a este eixo, surgem também diversos discursos ―políticos‖ (textos sobre a o papel do Estado, sobre aspectos das sociedades atuais...). Por fim, pretendemos estabelecer como estes dois eixos temáticos se relacionam dentro da revista, mediados pelo conceito de estética, construindo um discurso que fornece elementos de suporte ao futuro fascismo espanhol (SAZ CAMPOS).
ANGÚSTIA E ESPERANÇA EM UM SONETO DE XAVIER VILLAURRUTIA
Geraldo Vicente Martins (UFMS)
Voltada, inicialmente, para a análise de narrativas marcadas por um claro teor pragmático, cuja organização era orientada pelo simulacro das ações dos sujeitos no mundo, a semiótica discursiva, a partir de meados da década de 1980, começa a preocupar-se também com os conteúdos passionais presentes nos textos por ela focalizados. Para dar conta do novo campo de interesse, passa a desenvolver mecanismos de abordagem do componente sensível que tais objetos põem em jogo,
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focalizando aspectos do enunciado e da enunciação que, neles, encontram-se implicados; nesse sentido, ao mesmo tempo em que se desenvolvem os estudos de natureza semissimbólica, determinados pela busca de correlações significativas entre os planos de expressão e de conteúdo dos textos, surgem pesquisas que se desdobram em torno da categoria da tensividade, direcionadas para a investigação do (des)equilíbrio que se cria na tensão entre os polos intenso e extenso contidos no discurso. Ainda no mesmo período, A. J. Greimas, um dos grandes responsáveis pelo projeto semiótico, publica ―Da imperfeição‖, obra cujas formulações, marcadas pelo tom especulativo, fornecem importantes elementos para a abordagem dos textos poéticos, uma vez que dizem respeito às relações entre os conceitos de estética e estesia na configuração especifica de tais textos. Recorrendo às propostas teóricas advindas dessas linhas de trabalho da semiótica, esta comunicação propõe-se a realizar uma análise do ―Soneto de la esperanza‖, do poeta mexicano Xavier Vilaurruttia, buscando identificar alguns aspectos da construção da angústia e da esperança, estados passionais que o texto coloca em cena, discutindo a pertinência e eficácia do instrumental mobilizado pela teoria para alcançar esse objetivo.
O ROMANCE HISTÓRICO CONTEMPORÂNEO DE MEDIAÇÃO: CARACTERIZAÇÃO EM ESCRITAS HÍBRIDAS HISPANO-AMERICANAS
Gilmei Francisco Fleck (UNIOESTE-CASCAVEL)
As escritas híbridas de história e ficção – configuradas como romances históricos – tem apresentando em sua trajetória desde o início do século XIX uma série de modalidades que se diferenciam desde a estrutura adotada à ideologia que os orienta na releitura do passado. Nesse sentido, pode-se observar que desde sua configuração romântica inicial, ou seja, do romance histórico clássico e tradicional às manifestações contemporâneas de cunho mais crítico, o romance histórico em solo americano apresenta na atualidade uma diversidade que extrapola as classificações feitas em décadas passadas por Aínsa (1991), Menton (1993) e até mesmo as de Fernández Prieto (2003). Isso nos levou a propor a nomenclatura de ―romance histórico contemporâneo de mediação‖ (FLECK, 2008) às manifestações mais recentes dessa narrativa híbrida. Ao longo do presente trabalho, que estuda romances voltados para a temática do descobrimento da América, buscamos caracterizar essa modalidade mais atual do romance histórico, valendo-nos de obras como Crónica del descubrimiento (1980), do uruguaio Alejandro Paternain; El último crimen de Colón (2001), do argentino Marcelo Leonardo Levinas e El Conquistador (2006), do também argentino Federico Andahazi. Propomo-nos, assim, a elencar e discutir os elementos oriundos dos romances históricos tradicionais resgatados por essa narrativa contemporânea e sua convivência com elementos mais experimentais e desconstrucionistas que caracterizam as escritas do novo romance histórico latino-americano e das metaficções historiográficas. Tal fato singulariza o procedimento de mediação que estrutura as escritas híbridas de história e ficção nos últimos anos.
A PERUANIDADE EM JOSÉ MARÍA ARGUEDAS: TRÂNSITOS E IDENTIDADES
Gislene Teixeira Coelho (UFJF)
Este trabalho objetiva apresentar uma leitura do conto El sueño del pongo, de José María Arguedas, refletindo sobre os trânsitos culturais e lingüísticos da sociedade peruana, que engendram uma discussão acerca da identidade do país. Apresentaremos uma reflexão sobre o conceito de mestiçagem, o qual atualiza a discussão sobre a questão indígena e nos faz pensar o índio inserido nos contextos sociais, históricos e culturais do Peru. A mestiçagem força um repensar o conceito de cultura, descentrando todo o pensamento crítico voltado para os ideais de pureza e homogeneidade. No conto, Arguedas desenvolve um trabalho exemplar com a língua e a cultura quéchua, apresentando uma ―linguagem inventada‖ que pode expressar com bastante sensibilidade os dilemas do mundo quéchua e reivindicar essa alteridade como parte da peruanidade. Nesse sentido, o escritor cria um espaço alternativo de ―simultaneidades contraditórias‖, em que as distintas manifestações culturais simultaneamente se embatem e se contaminam. O ficcionista ocupa um lugar cultural de confluências, de mediações, sem privilegiar ou isolar quaisquer dos elementos que compõem a heterogeneidade do mundo andino. Arguedas não trata a questão indígena isoladamente, de modo que não separa o índio da sociedade peruana, mas o pensa sempre em relação, inserido no meio social, histórico e cultural. No conto, Arguedas desenvolve esse confronto pelo embate entre pongo e hacendado, em que oposições binárias entre esses sujeitos – colonizador x colonizado, senhor x escravo, dominação x submissão – são reavaliadas pela história contada pelo
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Pongo. Esses personagens levantam discussões acerca da representação do indígena, revendo situações de preconceitos e criações de estereótipos sobre a imagem do índio, além de inverter antagonismos que colocam o índio sempre como símbolo de inferioridade e fragilidade.
VIOLENCIA TEMATIZADA, VIOLENCIA CONSTITUTIVA: LITERATURA Y CINE EN Y SOBRE LAS DICTADURAS ARGENTINA Y BRASILEÑA
Graciela Foglia (UNIFESP)
Argentina, 1976-1983; Brasil, 1964-1985: tiempos de extrema violencia dictatorial en ambos países. Sin embargo, las formas de representar dicha violencia en la literatura y en el cine, ayer y hoy, difieren significativamente. Mientras que en Brasil una parte de la literatura producida durante esos años tematiza la necesidad de adherir a la lucha contra la dictadura, en Argentina, al contrario, la escritura es más cifrada. Por su lado, en lo cinematográfico, algunas películas y documentales traen esa diferencia de otra forma: en Argentina, parece haber una confianza extremada (no siempre justificada) en el conocimiento que el público tiene sobre la historia reciente; en Brasil, en cambio, al espectador se le suministra información suficiente para que pueda situarse y reconstruir esa historia. En Pasiones Nacionales, Pablo Semán y Silvina Merenson al interpretar las diferentes formas de percibir la historia nacional en ambos países, afirman que el positivismo brasileño acarreó ―un autoritarismo elitista que, siendo menos violento que el argentino, confiará mucho menos en la autonomía de un pueblo que es visto más como un niño que como un soberano‖. Aquí quiero trasladar la idea de confianza o no en la autonomía del pueblo a la confianza o no en la autonomía del lector o espectador y usar dicha idea como clave, o por lo menos como punto de partida, para pensar las diferentes formas de representar la violencia instaurada durante las dictaduras. Para eso, en este trabajo me propongo describir y analizar algunas obras literarias y cinematográficas a la luz de teorías literaria y cinematográfica pertinentes.
(Agência financiadora: FAPESP)
LAS METÁFORAS ACUÁTICAS EN LA OBRA POÉTICA DE RAFAEL ALBERTI
Gustavo Rodrigues da Silva (USP)
El objetivo de esta comunicación es presentar y discutir los resultados de nuestra investigación sobre las metáforas acuáticas en la obra poética de Rafael Alberti a través de los análisis de dichas metáforas que están presentes en los poemas de dos obras: Marinero en tierra (1925) y Baladas y canciones del Paraná (1954). A partir de nuestros análisis, el mundo acuático se refiere a varios contextos de la vida del yo lírico como la niñez, la madre, entre otros. En el primer libro dicho mundo representa los varios aspectos de la niñez del yo lírico. Ya en el segundo alude a paisajes de la vida del yo lírico en España dado que Alberti está exiliado en la Argentina. Nuestro estudio es necesario en el contexto literario albertiano visto que en consulta a la bibliografía sobre las obras del autor no se encontró ninguna en la que se une el análisis de las metáforas y la hidrografía. A través de este estudio esperamos llegar a la conclusión de que Alberti usa las metáforas acuáticas a lo largo de su obra para representar varias esferas de su vida. Poseemos tres referenciales teóricos metodológicos. El primero es el autor Langbaum con su obra La poesía de la experiencia, el monólogo dramático en la moderna tradición literaria (1996) en la que distingue la poesía del significado y de la experiencia. El segundo es el autor Ferraté con el artículo Lingüística y poética (1996) en el que discute la teoría de la comunicación poética que se llama actitud estética. El último es el autor Llorens en el artículo Hidrografía del destierro (2006) en el que presenta la tradición literaria poética española de las metáforas acuáticas.
AS FRONTEIRAS DA ESCRITA E A CONDIÇÃO DE ESTRANGEIRO EM MARIO BELLATÍN
Isabel Jasinski (UFPR)
A condição de estrangeiro avança além das determinações históricas para emergir enquanto exercício de resituamento epistemológico e existencial que incide sobre a ação. O ato da escrita e o ato da leitura se sobrepõem num movimento de provocação instantâneo, único, sempre novo, inscrito no presente do não-lugar. Contudo não predomina nele somente o desfrute, ele pressupõe um ethos, uma ética, uma postura política diante da vida. Um comprometimento com a fruição e o atravessamento, frutos dos confins, da relação do eu com o outro, num processo de despesa e
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desprendimento, de hospitalidade incondicional. Nesse jogo, as fronteiras se esfumam, o conceito positivo de ―condição‖ e ―estrangeiro‖ perdem o sentido afirmativo, para fertilizar seu sentido metafísico e ―negativo‖, soberano e destrutivo. Mario Bellatín expressa sua compreensão da literatura em El arte de enseñar a escribir, proposta-currículo da Escuela Dinâmica de Escritores (EDDE), como uma prática que se situa nas fronteiras e pretende inserir a literatura no âmbito das demais artes: ―se trata de escapar a los cánones tradicionales del pensamiento‖ (BELLATÍN, 2007, p. 11). Para ele, o texto deve suplantar qualquer categoria, sendo construído nos limites da indecisão e da instabilidade, do exercício de lugares ocultos, estrangeiros enquanto se encontram fora dos territórios oficiais, na subliminaridade do eu, no excesso do outro. Este trabalho faz parte de um projeto que pretende abordar a obra do escritor mexicano em sua totalidade, a partir de um recorte teórico específico. Porém, neste momento, vai deter-se sobre a obra El jardín de la señora Murakami com o objetivo de analisar o conflito entre tradição e contestação que incide sobre a personagem, na configuração da sua ―estrangeiridade‖ em relação à sociedade que a acolhe.
O MUNDO NARRADO PELO OLHAR INFANTIL
NO ROMANCE EL PRÍNCIPE DESTRONADO, DE MIGUEL DELIBES
Isabela Maria de Abreu (UFF)
O romance El príncipe destronado, do escritor espanhol Miguel Delibes, possibilita ao leitor o estudo de diversos aspectos, dentre os quais os recursos utilizados na construção do discurso narrativo. No que diz respeito às vozes da narrativa, é o narrador quem assume o papel de sujeito da enunciação e tem, portanto, como função primordial contar. Contudo, o leitor deve estar sempre atento a fim de identificar o enfoque ao qual recorre o autor ao longo da narração, levando-se em consideração que uma voz pode predominar como também várias vozes podem se alternar ao longo do romance. Esta capacidade do autor de introduzir o leitor na narrativa, como uma câmera que determina o foco da atenção do leitor, traz em si uma intencionalidade, pressupõe o silenciamento ou o predomínio de vozes, a ocultação de fatos, o preenchimento de lacunas que surgem dos diálogos entre os personagens e revela, portanto, a visão de mundo proposta pelo escritor, mostrada, por exemplo, através de um ângulo de enfoque onisciente, que vê e controla tudo, ou do foco narrativo centrado em um ou vários personagens. Segundo o teórico Oscar Tacca, em Las voces de la novela (Espanha, 1985), a maneira pela qual a enunciação do narrador e a dos personagens se entrecruzam evidencia o nível da sua interferência no relato, isto é, o grau de implicação do narrador nos discursos que introduz. Neste sentido, nesta comunicação será analisada a relação entre o narrador e o foco narrativo no romance em questão, considerando-se as diferentes possibilidades que o escritor tem de orientar o olhar do leitor e o efeito produzido na compreensão da história que está sendo contada.
LA PINTURA DE RETRATOS EN PERIBAÑEZ Y EL COMENDADOR DE OCAÑA DE LOPE DE VEJA
Isabella Santana Gonçalves Pereira (UFF)
El objetivo de este trabajo es la pintura de retratos en Peribáñez y el Comendador de Ocaña. El retrato, signo verbal, índice e ícono en la presentación/representación de la obra teatral - texto/representación, diálogos/didascalias – es, en las réplicas de los personajes, didascalia implícita; ícono en la representación en el espacio escénico. Dialogando con teatro y pintura, tenemos, en esta obra, primeramente el díptico de Casilda y Peribañez, pintado en una estrecha relación entre los signos verbales, íconos de los personajes en escena y el espacio – campo - donde viven. Los colores, las comparaciones evidencian la vida de los campesinos. Son los primeros retratos de los protagonistas. Lope de Vega adopta un medio convencional para poner lado a lado la belleza del matrimonio, y confirma en la pintura de los retratos de los campesinos protagonistas las comparaciones con la naturaleza, comparaciones con lo que es más reconocido por la joven pareja. En esta obra, la pintura de un retrato mueve la acción, establece la tensión amorosa entre los personajes. Tener el retrato de la persona amada era tenerla presente, era índice de fidelidad o infidelidad. Naturalmente, Lope de Vega al pintar los retratos de los campesinos en escena, en las primeras escenas, indica al lector/espectador la importancia de la pintura en su obra y en el contexto teatro/pintura en aquel tiempo: el siglo XVII. Por todo eso, la pintura de retratos se encuentra en la obra de Lope de Vega, objeto de nuestro trabajo.
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ENCONTROS E DESENCONTROS FICCIONAIS COM JORGE LUIS BORGES
Isis Milreu (PG-UNESP/ Assis)
O presente trabalho pretende analisar a ficcionalização de Jorge Luis Borges nos contos La entrevista, de Mempo Giardinelli, Encuentros y desencuentros de Alina Diaconú e Guiraldes, Borges y yo, de Álvaro Uribe, reunidos no livro Borges Múltiple – Cuentos y ensayos de cuentistas (1999), de Pablo Brescia e Lauro Zavala. Estes contos possuem em comum, além da conversão do escritor argentino em personagem, o relato de encontros ficcionais entre os narradores e Borges. Em La entrevista e Guiraldes, Borges y yo, o encontro ocorre entre admiradores da poética borgeana, os quais apresentam sentimentos ambíguos em relação ao autor argentino. Já em Encuentros y desencuentros, um dos personagens borgeanos, Ulrika, depara-se com o seu criador. Nestas obras, através da desmistificação e conseqüente humanização do escritor argentino, podemos vê-lo de uma forma mais ampla e próxima. Por isso, a literaturização de Borges também possibilita a aproximação do leitor com a poética borgeana de uma maneira mais lúdica. Ademais, estes relatos apresentam um intenso diálogo dos autores com o universo ficcional borgeano, mesmo que em alguns momentos dos contos, os encontros tornem-se desencontros. Desta maneira, partindo da análise das obras citadas, procuraremos refletir sobre como cada autor converteu Borges em objeto literário, pois este é o objetivo principal do nosso trabalho. Assim, abordaremos os elementos formais das narrativas selecionadas, buscando entender como se deu o diálogo entre elas e a poética borgeana. Para embasar nossas reflexões, nos apoiaremos em autores que além de analisarem a obra borgeana também propõem novas perspectivas para sua leitura. Entre ele podemos citar Beatriz Sarlo, Ricardo Piglia, Júlio Pimentel Pinto, Davi Arrigucci Jr. e Jorge Schwartz.
EL MANUSCRITO DE LA SEGUNDA CASACA: LAS VARIANTES Y LAS OMISIONES LÉXICAS Y SINTÁCTICAS ENTRE LAS DOS VERSIONES
Ismênia Sales de Souza (US Air Force Academy)
El análisis crítico de los manuscritos de Benito Pérez Galdós aún se encuentra en su etapa inicial en relación a la inmensa crítica literaria escrita sobre las novelas del novelista. El manuscrito de La segunda casaca (1876), quizás sea el más significativo de la serie de Los Episodios Nacionales, pues marca una importante evolución literaria en el proceso creativo del autor. Ese trabajo consiste en un análisis comparativo entre el manuscrito y la obra publicada de La segunda casaca de Galdós. Aquí, me dedico a presentar y examinar las variaciones y omisiones lingüísticas relacionadas con el desarrollo del carácter y la personalidad de los tres principales protagonistas, la acción de la novela, las sustituciones, las variantes y las omisiones léxicas y sintácticas entre las dos versiones. En ese estudio también se examinan la preocupación por el tamaño del texto, la necesidad de minimizar el aspecto melodramático y, la creación de una estructura rica y diversa en relación el ritmo y sonoridad en la narrativa. Esos son aspectos nunca vistos o analizados antes y que se encuentran en el manuscrito de La segunda casaca. En la versión manuscrita, las variantes y las omisiones se centran en el desarrollo de la acción de la obra y en el proceso de caracterización de los tres protagonistas principales: Monsalud, Jenara y Juan Bragas. Las variaciones, los cambios y las omisiones más importantes están relacionadas con la caracterización de Bragas. Galdós, en el manuscrito gradualmente se distancia de la preestablecida caracterización de Bragas: oportunista, cínico e interesado; conducta establecida en los dos primeros episodios de la serie. Los cambios, las variaciones y las sustituciones léxicas, sintácticas y estilísticas encontradas en el manuscrito demuestran la preocupación y el profundo conocimiento del novelista del poder y efecto de la lengua en el proceso creativo.
UNA NUEVA CRÓNICA SOBRE LA CONQUISTA: LA VERSIÓN DE FANNY DEL RÍO PARA LA HISTORIA DE DOÑA MARINA, LA LLAMADA LA MALINCHE
Janaína de Azevedo Baladão (PPG-Letras,UFRGS/CAPES)
Los primeros intérpretes de los españoles fueron los indígenas y los náufragos desgarrados de expediciones llevadas a cabo antes de 1519. Involucrada en ese transcurso, doña Marina ejerció un papel fundamental en la Conquista de México. Hija de un gran tlatoani, en el rol de traductora, representó el eslabón que encadenó dos mundos conflictivos: el viejo y el nuevo. Conocedora de la lengua maya y del náhuatl, la lengua oficial del imperio mexica, al establecer contacto con los españoles aprendió el castellano y pronto se convirtió en la intérprete del gran conquistador. De su relación con Cortés, en la condición de amante-esclava, nació Martín, que simbólicamente dio origen
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al mestizaje en América. Si, por un lado, se la considera la madre fundadora de América, por otro, se la califica como la traidora de la patria por ayudar a los conquistadores a entender la forma de articulación del mundo prehispánico. Verdad que no tenemos su propia interpretación sobre la Conquista, ya que, a que todo indica, no ingresó en el universo de la escrita. Sin embargo, en La verdadera historia de Malinche (2009), Fanny del Río la transforma en narradora-protagonista. Son treinta cartas ficcionales y un testamento en primera persona destinados a contar a Martín su historia de vida. Teniendo en cuenta que la teoría de la memoria cultural propuesta por Assmann (2008) investiga el texto como un legado perteneciente a la memoria cultural de un pueblo para reconfigurar el pasado y arrojar luces en lo que estaba reprimido y olvidado, este trabajo se propone analizar la representación de Marina, la llamada la Malinche, en un mundo narrativo ficcional colmado de referencias cristianas. Este estudio se inscribe en la línea de investigación ―Encontros, desencontros, gênero e etnia: ressonâncias da Conquista na literatura latino-americana contemporânea‖, de la profa. Dra. Márcia Hoppe Navarro.
A DEVORAÇÃO DO PODER E DA ORDEM EM CACHAFAZ (1980), DE COPI
Jean Carlos da Silva Roveri (UNESP/Assis)
O argentino Raúl Damonte Botana (1939-1987), conhecido pelo pseudônimo Copi, desde cedo se viu exilado de sua terra natal, passando a viver na França, onde escreveu grande parte de sua obra e construiu sua carreira, reconstruindo, através de suas obras, um universo onírico, carregado de humor e ironia, com uma crítica política mordaz a uma sociedade conservadora e preconceituosa. Desse modo, falar do dramaturgo argentino já seria fazer um relato sinuoso e delirante: a vida errante e nômade desde a adolescência; o exercício da crítica política; a herança familiar (seu pai era um ex-peronista que se opôs ao regime ditatorial de Perón e por isso foi exilado, levando toda família); a vida nos guetos gays parisienses; os desenhos ácidos e a escrita na qual a violência, o sexo e a travestilidade são marcas presentes. Embora nunca afeito a sua condição de exilado, Copi constrói uma estética de transgressão por meio do exagero, do cômico e da grosseria para criticar de modo corrosivo a sociedade Argentina. Neste trabalho, proponho-me a analisar, a partir do ponto de vista de um escritor que olha seu país de fora, a obra teatral Cachafaz (1980), focalizando nela a antropofagia como alegoria, uma espécie de devoração do poder e da ordem. Desconstruindo o ideal de masculinidade argentina, o dramaturgo representa nesta peça, através da figura cultural do gaucho, do compadrito e da milonguenta (agora homossexuais), uma minoria sexual, que somente ascende e ganha respeito social após um ato de barbárie, forma de reação e devoração do poder e da ordem.
FIOS FÍLMICOS DA TECITURA LITERÁRIA EM EL BESO DE LA MUJER ARAÑA, DE MANUEL PUIG
Joanna Durand Zwarg (UFMS\CPAN)
Apresento uma investigação a respeito da inscrição fílmica empreendida por Manuel Puig em seu romance El Beso de la Mujer Araña (1976). Nesta obra o cinema aparece como elemento essencial na condução da trama composta por Puig, em que as personagens Molina e Valentín recriam narrativas fílmicas e encontram, no imaginário cinematográfico ao qual imergem ou são submetidas, lugar para reagir ao ambiente repressor que lhes é imposto, a cela de um presídio em época de Ditadura Militar. O universo cinematográfico leva essas personagens a aparentes jogos de fantasias e individualismos que aos poucos mostram- se como jogos de realidades escondidas e como representações de coletividades marginalizadas. As vozes de Molina e Valentín, ao expressarem diferentes formas de ler filmes, fazem referência a espaços e tempos configurados em memórias particulares, estas carregadas de experiências e desejos aliados a questões históricas e políticas da América Latina. Este trabalho encontrará apoio em reflexões e teorias a respeito dos papéis desempenhados por leitor\espectador na concretização de um texto e sobre formas de ser da literatura e da sociedade na América Latina. Para isso recorremos especialmente a escritos de Umberto Eco, Robert Stam, Ricardo Piglia e Beatriz Sarlo. Trata-se da abordagem mais minuciosa de parte da Dissertação defendida por mim no Programa de Mestrado em Estudos de Linguagens (UFMS\CCHS), intitulada Dimensões Cinematográficas de Molina: Olhares de Manuel Puig e Hector Babenco, orientada pela Professora Doutora Maria Adélia Menegazzo, em 2008.
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MIGUEL DELIBES E ASSIS BRASIL: A RELATIVIZAÇÃO DA TAXIONOMIA DOS ESTILOS EM LOS SANTOS INOCENTES E VIDEIRAS DE CRISTAL
Jorge Paulo de Oliveira Neres (UNESA)
A proposta desta comunicação reside na análise da obra literária livre das peias da taxionomia dos estilos de época, vistos estes, antes de tudo, como resultantes de procedimentos didáticos ultrapassados e eivados do racionalismo oco vigente no século XIX e que ainda hoje se faz presente não só nos livros didáticos, como também em grande parte dos estudos acadêmicos. Propõe-se a discussão dos romances Los santos inocentes, de Miguel Delibes, e Videiras de cristal, de Luiz Antonio de Assis Brasil, sob o foco comparativo, entendidos enquanto construções narrativas que transcendem quaisquer classificações de modismo de época, impondo-se como expressões de uma das linguagens da arte, a literatura, essencialmente de natureza ficcional, logo, atemporal. Desqualifica-se a incessante preocupação em se rotular as obras, notadamente àquela de mão única, sempre de fora para dentro, ávida por nomenclatura, a fim de pôr em relevância os mecanismos especiais da linguagem estética, de caráter interno, a conferirem universalidade e transcendência às duas narrativas. Discute-se a inferência ou não de marcas realistas, modernas, pós-modernas ou outras nas obras, levando-se em consideração estudos de André Trouche, Antonio Candido, Antonio Esteves, Baudelaire, Linda Hutcheon, Magnólia Nascimento, Mikhail Bakhtin, Silviano Santiago, dentre outros. Tem-se por objetivo primordial destacar a relevância e imanência das obras no contraponto ao enquadramento oriundo do excessivo rigor racionalista dos variados métodos didáticos.
SEXISMO RELIGIOSO Y SOCIAL EN LA PLAZA DEL DIAMANTE
Josefa Buendía Gómez (FACSUMARE)
Siempre me pareció muy sugestiva la imagen usada por Gabriel García Márquez, para definir lo que es el arte de escribir, de construir mundos, subjetividades, contextos, ritmos, relaciones y escenarios con palabras. Él compara la actividad literaria con una obra de carpintería, para la que se necesitan clavos, tornillos, bisagras3 etc.: palabras organizadas creando arte. Pero al mismo tiempo, el lenguaje es una actividad histórica y social que, a pesar de los artificios usados, siempre podemos encontrar algunas fisuras o rendijas por donde podamos asomarnos y descubrir aspectos de la realidad en la cual la escritora o escritor está inserto. En esta ocasión me paseo por La Plaza del Diamante, obra escrita por Mercè Rodoreda, a partir del lugar de las mujeres y de la mirada de género como categoría analítica, por considerarla una herramienta válida para desvelar la construcción de las desigualdades políticas y simbólicas entre hombres y mujeres. La obra está salpicada de referencias simbólicas, con contenido religioso, a través de las cuales se reconstruye el mundo cultural y las creencias de la sociedad española de la época. Natalia, la protagonista, narra una serie de hechos a través de los cuales podemos entrever su crítica a la sociedad y a la cultura, que divulga valores que legitiman el control y el sometimiento que los hombres ejercen sobre las mujeres. Religión, sexualidad, familia, maternidad, etc. son algunos de los aspectos que me propongo analizar, tomando como base algunos de los episodios de la Plaza del Diamante.
O JOGO, A ÉTICA E O (DES)HUMANO EM JORGE LUIS BORGES
Joyce Glenda Barros Amorim (UFMS)
Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/CNPq)
É sabido que o escritor argentino Jorge Luis Borges renovou a linguagem literária com livros como Ficções, que apresenta contos com temas variados, onde figuram filosofia, metafísica, o duplo, o múltiplo e o enigmático. Dentre esses contos, escolhi ―A loteria em Babilônia‖ para realizar minha análise, tendo por base os conceitos de jogo (de Johan Huizinga), de ética (de Álvaro Valls), de imperativo moral (de Immanuel Kant), bem como os conceitos de propriedade e de lazer apresentados por Hannah Arendt no livro A condição humana. Primeiramente, parto do ponto de vista de Johan Huizinga (defendido no livro Homo Ludens), para quem o jogo possui uma realidade autônoma, uma vez que é dotado de regras próprias, sendo uma espécie de intervalo, de fuga às normas do mundo social; isto porque, dentro do círculo do jogo, as leis e costumes da vida cotidiana
3 Entrevista de Conchita Penilla com Gabriel García Márquez, filmada por Yves Billon e Mauricio Martínez-Cavard, na qual desentranham os enigmas de seu particular estilo de escritor. Publicado em DVD pela Les films du village em 1998, sob o titulo La escritura embrujada.
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perdem a validade. Assim, defendo a ideia de que o jogo pode exercer tanta fascinação sobre os indivíduos que é capaz até mesmo fazê-los esquecer de seus valores, uma vez que os personagens, ao aceitarem o desafio do jogo, abrem mão de princípios éticos e optam por correr um duplo risco: em caso de sorte no sorteio, recebem uma soma vultosa; já o caso de revés pode resultar em prisão (privação da liberdade) ou até mesmo em morte, isto é, na privação daquele que, segundo Hannah Arendt, constitui o bem supremo dos indivíduos, a propriedade mais privada de todas: a vida (o corpo). Isso demonstra que, no conto, o jogo e a realidade se misturam, pois o resultado dos sorteios afeta diretamente a vida dos participantes. Em verdade, o jogo de ―A loteria em Babilônia‖ chega mesmo a misturar-se à esfera do sagrado, do mágico, pois, como explica Huizinga, para o espírito humano as ideias de felicidade, de sorte e de destino parecem estar muito próximas do domínio do sagrado, o que fica evidente no texto analisado. Por fim, destaco a ideia de que o jogo do conto apresenta uma tensão que é causada pela incerteza quanto ao resultado. Para Huizinga, esta tensão chega ao extremo nos jogos de azar (que é o caso do conto) e nas competições esportivas, e é este elemento de tensão que confere ao jogo um certo valor ético, embora ele considere que o jogo enquanto tal esteja para além do domínio do bem e do mal.
SUBALTERNO TEM “LUGAR”?
Juliana Leal (UFVJM / PG-UFMG)
Partindo de uma leitura interpretativa do texto ―Tercera intervención: Armandito‖ do romance La gula del picaflor, do escritor boliviano Juan Claudio Lechín, cuja personagem central é uma mulher indígena de origem aimara, bem como de uma análise da trajetória de vida da personagem Fausta, de origem quéchua, no filme La teta asustada, da cineasta peruana Claudia Llosa, pretendo ampliar as discussões sobre os ―lugares‖ assumidos, que decorrem de processos de imposições ou subversões sociais, ou as ―vozes‖ – silenciosas, silenciadas ou ―silenciantes‖ da ―subalternidade‖ no complexo cenário cultural da contemporaneidade latino-americana no qual brancos e indígenas, homens e mulheres, ricos e pobres convivem, defendem e (re)criam espaços de poder e de resistência. Pretendo discorrer sobre a ambigüidade que o termo ―lugar‖ apresenta quando utilizado na construção de imagens fechadas sobre a condição social do chamados ―subalternos‖. Nos dois exemplos mencionados, do livro e do filme, mulheres indígenas pobres. Para tanto, lançarei mão de reflexões teóricas sobre o significado de ser ―indígena‖, bem como o da complexidade inerente às tentativas de compreensão e definição deste termo, apresentadas pelo escritor uruguaio Rafael Courtoisie, em texto do romance Tajos; do escritor chileno Pedro Lemebel, em crônica de seu romance Adiós mariquita linda e em textos do livro de narrativas Nuevo catequismo para índios remisos, do mexicano Carlos Monsiváis, ademais de algumas contribuições teóricas, tais como às que abordam temáticas como o poder, os vieses paradoxais da condição da subalternidade e a construção da identidade ou identidades, apresentadas por Gayatri Spivak (2010), Michel Foucault (2005), Silviano Santiago (2004) e Stuart Hall (2004).
A TRADUÇÃO DE COMENTARIOS NO BRASIL
Jurandir Andrade Barbosa (UFMS)
Este trabalho tem como objeto de análise a tradução em língua portuguesa no Brasil da obra Comentarios, de Álvar Nuñez Cabeza de Vaca, traduzida por Jurandir Soares dos Santos e editada em 1999 pela L&PM POCKET, de Porto Alegre. O trabalho de todo tradutor apresenta como principal elemento caracterizador a necessidade de uma ―apropriação‖ cultural, dado que a língua de origem (objeto da tradução) guarda estreita ligação com o substrato cultural em que é produzida. Tanto é assim que na língua de chegada (resultado da tradução) há aspectos que obrigam o processo de tradução a atuar como uma espécie de adaptador cultural. A tradução da Editora L&PM POCKET dos Comentarios não pode deixar de ser considerada uma iniciativa bem vinda, por sua importância como objeto de estudo, sendo, ainda, a única tradução, com referência explícita ao tradutor, da obra de Cabeza de Vaca disponível no Brasil. No entanto, apesar de ser benfazeja, não podemos abandonar a crítica, indispensável para uma melhor intelecção não somente do texto de Cabeza de Vaca, mas também para aferir que outros fatores acabam por confluir no processo de tradução. Para expor nossa proposição crítica acerca dos Comentarios no Brasil, utilizamos a pesquisa bibliográfica que adentra nos Estudos de Tradução. Isso não somente é desejável, mas também imprescindível, dado que se trata de uma comparação crítica entre as apresentações (a hispânica e a brasileira, respectivamente) que se querem correlatas de uma obra escrita. O referencial teórico a ser utilizado
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recairá sobre o conceito de desconstrução de Jacques Derrida e o conceito de Tradução exposto sobretudo nas obras de Rosemary Arrojo entre outros.
ENSAIOS DE MAX AUB EM CUADERNOS AMERICANOS
Karina Arruda Cruz (PG-USP)
Com base no estudo de todos os ensaios que Max Aub publica, no contexto da literatura do exílio republicano espanhol de 1939, na revista Cuadernos Americanos entre 1947 e 1971, subdividimos a produção ensaística do autor extraída do periódico em função do enfoque temático apresentado. De tal seleção, originou-se um grupo de textos de maior envergadura política. Os ensaios sobre política são, no entanto, muito menos numerosos que os demais (vinte e um, no total), correspondendo a cerca de 1/5 de toda a produção ensaística de Aub publicada em Cuadernos Americanos. A proporção dos ensaios sobre política pode ser considerada, por um lado, alta se pensarmos que os textos são de autoria de um literato e não de um historiador ou cientista político, por exemplo; por outro lado, o índice não provoca surpresa se levarmos em conta que o autor escreve sobretudo na condição de intelectual, reavivando o protagonismo político que os intelectuais exerceram antes de que coubesse à classe operária a dianteira pela luta a favor de políticas democráticas. Pretendemos, nesta comunicação, apresentar os quatro textos que constituem esse corpus: ―Una carta‖, ―El discurso de Arévalo‖, ―Bases norteamericanas en España‖ e ―Franco en la UNESCO‖. O objetivo é, desse modo, o de mostrar que o contexto político, o devir de forças históricas determina em grande parte a produção e a recepção dos textos poéticos de Aub circunscritos ao exílio, tendo em vista que a ênfase dada, nos ensaios sobre política, às circunstâncias da época reitera o lugar de que escreve o autor exilado republicano espanhol.
(Apoio: Capes)
LAZARILLO DE TORMES: UMA HISTÓRIA DE CORRUPÇÃO
Katia Aparecida da Silva Oliveira (UFTM)
A leitura do Lazarillo de Tormes coloca-nos frente a uma história de corrupção. Lázaro de Tormes, narrador e personagem desse romance picaresco, ao longo da narrativa, apresenta a sua história desde o seu nascimento até o momento em que se encontrava ao escrever uma carta a Vuestra Merced, a fim de explicar-lhe um determinado caso. Porém, ao observamos com atenção, percebemos que a sua narrativa singular apresenta além de sua história, o seu processo de inclusão social que, no contexto da narrativa, é também o seu processo de corrupção. Lázaro nos é apresentado, durante a sua infância, como uma personagem que observa o mundo que o cerca de forma bastante crítica, mas essa capacidade vai perdendo-se aos poucos, conforme vai integrando-se à sociedade que antes criticava. Olhando com atenção para a narrativa de Lázaro, é possível perceber uma série de contradições que contribuem à construção do sentido da obra, denunciando a forma como a personagem se corrompia à medida em que se integrava socialmente. Essas contradições e o processo de corrupção da personagem se fazem mais claras quando nos propomos a relacionar os discursos de Lázaro como narrador e como personagem de sua narrativa, além de observar também a forma como a voz do autor implícito da obra, segundo as definições de BOOTH (1980: 88, 92), se faz ouvir ao longo do romance. Pretendemos nesse trabalho, enfim, desenvolver uma leitura do Lazarillo de Tormes que considere a forma como se evidencia, ao longo do romance, o processo inclusão social de Lázaro de Tormes e sua conseqüente corrupção, considerando, para isso, a presença da voz do autor implícito da obra e as contradições presentes na narrativa.
A SUPERAÇÃO DA ALTERIDADE EM “TODAS
AQUELAS COISAS”, DE LUIZ VILELA
Laura Eliane de Magalhães Alvarez Delgado (PG-MEL/CCHS/UFMS)
Rauer Ribeiro Rodrigues (CPAN/UFMS)
―Todas aquelas coisas‖ faz parte da coletânea Lindas Pernas, lançada em 1979 por Luiz Vilela. Nosso objetivo é mostrar a superação da alteridade, pois – neste conto – o eu aceita em si mesmo o outro, o estrangeiro. Luiz Vilela forja alternativas de entendimento entre a alteridade que simboliza o ―diferente‖ e o eu, que passa a representar um nós de identidade coletiva. Nosso trabalho se valerá de teóricos como Julia Kristeva, Octavio Paz e Renato Ortiz. A narrativa se passa em São Paulo, e
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envolve as seguintes personagens: o jornalista e o espanhol Diego. O conto relata a amizade do jornalista com o espanhol Diego, a quem conhece num bar. Diego perdeu o pai aos dois anos de idade, e aos quinze veio para o Brasil, nunca mais retornando à cidade natal, Barcelona. Dessa convivência, surge à curiosidade em se conhecer a Espanha, cidade exaltada pelo espanhol em conversas com o jornalista. Ele conta, em tom nostálgico, suas lembranças, descreve as frutas, a cidade, as estações e, sobre as mulheres, como sendo as mais belas e fogosas já existentes. Tempos depois, o jornalista junta suas economias e viaja para a Espanha. Lá, comprova que algumas coisas são verdades e que outras já não existem mais. Ao voltar ao Brasil, o jornalista retorna a São Paulo e procura o amigo espanhol; para sua surpresa, descobre que Diego falecera há um ano. Sua surpresa é maior ao descobrir a verdade sobre Diego, o espanhol – e, nesta surpresa no clímax do conto, Vilela funde alteridades. Provar essa proposição é o objetivo de nosso trabalho.
ESCRITA E RECEPÇÃO PERFORMÁTICA EM 2666, DE ROBERTO BOLAÑO
Loiany Camile Gomes (UFMG)
Pretende-se abordar neste trabalho a relação entre escrita performática e recepção, uma vez que tal escritura demanda uma atitude de leitura também performática. Tem-se como mote a primeira parte do romance 2666, de Roberto Bolaño, – La parte de los críticos –, que trata de quatro críticos literários europeus e sua desesperada busca por um escritor alemão, Benno von Archimboldi. Os críticos são respeitados estudiosos desse autor; para encontrá-lo, viajam até o México seguindo pistas diversas. Partindo da teoria da Estética da Recepção, tendo como autores fundamentais Wolfgang Iser e H. R. Jauss, objetiva-se pensar possibilidades para uma recepção que abarque a idéia de performance e escrita; Graciela Ravetti e Diana Klinger auxiliarão como corpus teórico nesse momento. Uma leitura performática pressupõe uma ação de deslocamento de quem lê o texto literário; é a partir desse ato que o receptor inscreve-se na obra, compõe-na com suas reflexões, interpretações e releituras. O eu enunciativo é chamado a participar da escritura, abalando suas certezas, indo a outro lugar diferente do até então ocupado por ele. Nesse ponto, entretanto, surge uma controvérsia: de certa maneira, depois de todas as suas leituras, o leitor já não é outro? Já não saiu de um lugar ―X‖ e chegou em um lugar ―Y‖? Não seria toda leitura um ato performático? Entende-se aqui que não se trata de mero deslocamento ou mera interpretação, mas sim de um ir além, de reescrever mentalmente o que se leu a partir de uma perspectiva própria. Trata-se ainda de pensar que a recepção performática depende do potencial performático do texto, ou seja, ele deve entregar ao leitor uma possibilidade de síntese, deve estar aberto para quem o lê. A performance reside justamente nas marcas do texto.
A SENSIBILIDADE DO CAMP NA CRIAÇÃO DOS MICRO-RELATOS COM O EXEMPLO DO AUTOR AUGUSTO MONTERROSO
Luciana Aparecida da Silva (PG-UFRJ)
A proposta inicial é denotar nos aspectos objetivos a essência do Camp, isto é, como o autor adquire a sensibilidade e a utiliza na construção de uma obra artística no campo da literatura, com a liberdade individual, e a expõe aos leitores, com características diferentes de outros gêneros literários (como as fábulas, os contos, entre outros) ou em outros aspectos (nas diversas formas de redigir, na forma como são elaboradas as inter-relações entre os autores e os leitores, através dos diálogos durante as leituras, etc.). O indispensável é entender o significado do Camp e, através da sensibilidade de todos que a possuem, como esta é utilizada na arte literária ou no transcorrer diário da própria vida, e como pode ser usada e vivida pelo ser humano. A referência teórico-metodológica a ser exposta é a presença do Camp nas narrativas pós-modernas, exemplificadas pelos micro-relatos, que são narrativas breves (geralmente ocupam o espaço de uma página nos acontecimentos narrados), possuem estruturas híbridas internas, como exemplo com os personagens de fábulas (porém, não são escritas idênticas a este gênero literário), e são fragmentárias, não apresentando um final definido – cada leitor, ao ler os micro-relatos, estabelece o desfecho que deseja, de acordo com a forma como interpretou a leitura, o que o leva a refletir e a estabelecer uma ponte com a vida sócio-cultural que possui no ambiente onde vive. A elaboração dos micro-relatos é redigida sem ―reproduzir‖ os estilos de outros autores dos diversos gêneros literários, já que cada autor possui o seu estilo pessoal, o seu próprio Camp. E como exemplo para uma melhor compreensão desse conceito, será utilizado um micro-relato cujo nome é ―El Mono piensa en ese tema‖, do autor guatemalteco Augusto Monterroso, para elucidar a interação entre o Camp e a obra literária do micro-relato.
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A ANACRONIA DA MEMÓRIA EM O MORTO CERTO, DE JORGE SEMPRUN
Lucy Miranda do Nascimento (PG - UFMT/ MeEL)
Baseando-se na proposta analítica de Gerard Genette em o Discurso da narrativa (1979), verificamos no presente trabalho, em que medida o mesmo método por ele adotado para analisar O Tempo Perdido, de Proust, é significativo na análise da obra O morto certo (2005), do escritor espanhol Jorge Semprun, sobrevivente do regime concentracionário nazista. A concepção genettiana objetiva a análise da narrativa, por considerá-la um conjunto irredutível prenhe de significação estética, bem como, os recursos utilizados referente à inversão temporal e à ruptura da linearidade, configurados pelo uso da anacronia. Dessa maneira, o jogo anacrônico permite o surgimento de outras narrativas subordinadas à narrativa principal, havendo constantes retornos e projeções fora do tempo da narrativa primeira, que figuram um efeito elíptico na obra semelhante ao jogo mnemônico. Contudo, observamos que tais recursos, estão presentes na obra supracitada de Semprun e é pertinente destacar, que a mesma é o testemunho autobiográfico do escritor referente ao período que esteve preso no campo de concentração alemão de Buchenwald. Para tanto, tomaremos alguns pontos que nortearão a análise, como: 1) verificar quais mudanças anacrônicas são utilizadas por Semprun; 2) inquirir se há um sentido estético nas mesmas; 3) pensar em que medida o fluxo da memória influencia na feitura da narrativa de Semprun, considerando que seu testemunho parte de um processo de rememoração de um passado de mais de cinqüenta anos atrás. A investigação será de cunho bibliográfico tendo como suporte teórico principal os seguintes pensadores; Gérard Genette, Walter Benjamin, Tzevetan Todorov, Giorgio Agamben, Alba Olmi. Almejando a contribuição no conhecimento existente, esse trabalho além dos objetivos propostos, visa também dar a conhecer o estudo sobre um autor espanhol pouco pesquisado na região centro oeste.
(Agência de fomento: FAPEMAT)
JUANA INÉS DE LA CRUZ EN LAS ENTRELÍNEAS DEL DESTINO
Luis Eduardo Fiori (PG-UNESP)
Este trabajo tiene como objetivo presentar y analizar la batalla retórica entre la monja y algunos de sus superiores jerárquicos en la iglesia colonial, así como la ironía con que construye a sus contra-argumentos en la defensa de los tres santos padres católicos: Crisóstmo, Augustín y Tomás de Aquino al rechazar las proposiciones del ilustre retórico Antonio Vieira. Al final defenderé la hipótesis de que aunque asfixiada por el orden vigente, ella logra transcender las limitaciones del espacio privado y conquista el espacio público en su tiempo y, en términos literarios, en la posteridad. La conquista de espacio, según Virginia Woolf en Una habitación propia, depende primeramente de la obtención de condiciones materiales, como dinero y después de condiciones apropiadas para el ejercicio intelectual, tales como un tiempo durante el día para la práctica de la lectura y de la escritura. Cómo entonces, Sor Juana logró estudiar y escribir en un convento mexicano plagado de reglas y restricciones? Este es un planteamiento a ser investigado. Primero presento brevemente el texto del jesuita Antonio Vieira: el Sermón del Mandato, que es la chispa que vino a detonar toda la secuencia de despliegues que llevarían la monja a la ruina. Tras eso, analizo la Carta Atenagórica, en que los argumentos de Vieira son coma por coma desmontados brillantemente por la interpretación de Juana Inés. Analizo más adelante la Carta de Sor Filotea, instrumento de reprensión destinado a Sor Juana y, finalmente, analizo los recursos discursivos de un trecho de la ―Respuesta‖, carta de tenor ensayístico en que la monja se defiende de las acusaciones de Filotea. Como de la ―Respuesta‖ solamente un trecho será abordado me detendré en los recursos discursivos.
COMEDIAS BARROCAS: DE LA PINTURA DE RETRATOS EN ESCENA AL RETRATO DE JOSÉ PAREJAS DE DIEGO VELÁZQUEZ
Lygia Rodrigues Vianna Peres (UFF)
El objetivo de ese trabajo es presentar resultados de investigaciones entre el teatro barroco del Siglo XVII, el llamado Siglo de Oro de las letras y de las artes, y la pintura de retratos. Dramaturgos como Lope de Vega, Tirso de Molina y Calderón de la Barca señalan la estrecha relación entre poesía y pintura, a través de retratos pintados o presentados en la escena, cuya importancia se muestra en el desarrollo de las acciones y en la caracterización de los personajes. Conocedores del arte de la pintura, los dramaturgos nos ofrecen la oportunidad de leer los teóricos en España, Francisco Pacheco y Vicente Carducho. Teóricos que, a su vez, son grandes lectores de los italianos León Battista Alberti, Ludovico Dolce, Giorgio Vasari, Benedetto Varchi. Retratos que no son ya la copia del
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modelo, mas la expression natural del alma o de la passion del amante pintor. Por ello nos situamos en Roma a mediados del siglo XVII, cuando Velázquez se encuentra en la Ciudad Eterna. Es el momento de su reconocimiento en Italia, cuando pinta retratos de hombres ilustres y pinta el retrato de José Pareja, su esclavo, para presentarse como miembro de la Congregazione dei Virtuosi al Pantheon. En la delimitación de un corpus de comedias de dichos dramaturgos vamos a leer la obra de teatro como texto/representación, diálogos/didascalias, cuando las didascalias implícitas, voces de los personajes amantes pintan para el lector/espectador los bellos retratos de sus amadas.
COSA DE NEGROS DE CUCURTO ES COSA DE TODOS
Mara Gonzalez Bezerra (PGL-UFSC/CNPq)
Este artículo fue escrito a partir de una lectura del libro Cosa de Negros del escritor argentino Washington Cucurto, seudónimo de Santiago Vega. El trabajo analisa la expresión del lenguaje en la obra y dos palabras recurrentes, negros y cumbia. Observase que en el sentido semantico estas palabras tienen significados diferentes cuando se usan en la Argentina o en Brasil. El lector descubre que en Cucurto todos pueden ser negros y la cumbia es para y de todos. La palabra cumbia con mucho destaque en el libro suplanta al tango como el ritmo más popular argentino. La música también crea una identidad sin distinción de edad o rango social en el pueblo argentino o extranjero. Son diversas las representaciones o variaciones del ritmo asi como las letras de las canciones. Investigamos porque se cree popularmente que no hay negros en la Argentina. Ser negro y cumbiero establece una marca de grupo. Pueblos inmigrantes como paraguayos, peruanos, dominicanos, bolivianos y norteños que emigran a Buenos Aires se suman a la cumbia la cual actua como un factor de inclusión para grupos marginales. Los objetivos son reconocer los aspectos abordados por el escritor de acuerdo com la comarca cultural, como el lenguaje, la oralidad en el texto y la urbe. Cucurto innova en el idioma llamando la atención de criticos literários como Sarlo y Piglia. Los elementos de frontera de los dos relatos que componen el volumen son percibidos a través del realismo cotidiano basados en el trabajo de Ludmer que se refleja en las villas o la capital. Entre los resultados, se observa que la literatura puede destellar los cambios sociales y culturales de un país.
(Apoio: CNPq)
El PRÍNCIPE DE LAS NIEBLAS E OS RIOS INÚMERÁVEIS: UMA LEITURA COMPARADA
Maira Angélica Pandolfi (UNESP)
Esta comunicação pretende apresentar uma leitura comparada dos aspectos concernentes à ambientação gótica, donjuanismo e mito fáustico presentes na obra El Príncipe de la niebla (1993), do escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, e no episódio intitulado ―A queda da casa de Creek‖ (que tem como subtítulo a obra de Álvares de Azevedo, Noite na Taverna) e compõe o Livro V do romance histórico Os rios inumeráveis (1977), do escritor brasileiro Álvaro Cardoso Gomes. Esta última é um romance composto de nove livros que figuram como novelas que podem ser lidas separadamente, embora não se deva ignorar sua relação com o conjunto da obra. Nos textos selecionados, encontramos elementos temáticos comuns, mas também formas distintas de elaboração discursiva por meio da paródia e da intertextualidade que evidenciam o diálogo com uma determinada tradição literária ocidental do passado sem que se perca o momento histórico cultural de produção da enunciação. Em ambos os textos, há uma profusão de lugares e vozes que delineiam uma atmosfera de mistério, nuances de vampirismo e tendência ao lúgubre. Como referencial teórico-metodológico para esta leitura, serão consideradas as novas perspectivas tomadas pela teoria, crítica e história literárias que pressupõem o diálogo com outros ramos do saber, além de considerar o contexto de produção e recepção dessas obras. Os estudos culturais, as teorias do discurso, a psicanálise, entre outros, podem ser utilizados como referenciais teórico-metodológicos na abordagem comparatista de textos literários. Além disso, a abordagem crítica dos mitos em produções literárias de diferentes nacionalidades pode adotar, ao mesmo tempo, uma visão diacrônica e sincrônica.
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A HISTÓRIA QUE TENHO PARA CONTAR
Márcia Horácio Barbosa (UNIVAG - Centro Universitário - MT)
Esta comunicação é parte integrante da pesquisa bibliográfica realizada no mestrado no Instituto de Linguagens da Universidade Federal do Mato Grosso, tendo por objeto a narrativa de Eduardo Galeano, Días y noches de amor y de guerra e com fundamentação teórica de Hannah Arendt, Edward Peters, Elias Canetti e Eric Hobsbawn. Autor e obra resgatam um período recente da história de vários países latinos, inclusive o Brasil, no período das ditaduras que se multiplicavam em nomes militares e civis, oscilavam entre subversivos e controladores da ordem pública, direitos civis e violência institucional. Neste cenário de valores e relatos ideológicos, a história oficial escreveu que eram momentos de grande turbulência; essas, assolavam as famílias, as universidades e escolas, nomeavam inimigos e propagavam as consequências de uma ou outra escolha. Muitos foram calados pelo medo e por derrota. Contudo, uma voz ainda se ouve, talvez seja um sussurro. Mas nem tudo foi dito a respeito de todos. Muitos países, como o Brasil, tenta seguir em frente, considerando que a melhor maneira de superar o trauma, seja seguir sem pensar em culpabilidade. Outros países optaram por promover julgamentos de grande chamamento popular, relatos dramáticos e sentimentos inomináveis. Ainda existem aqueles que quantificaram um valor para a dor... Não importa, Galeano diz que escrever sobre esse período é a certeza que de fato ela, ocorreu e uma maneira eficaz de saber reconhecer os momentos que antecederam as ditaduras militares. Caso contrário, a história oficial registra o momento como sendo de preservação da sociedade civil, incapaz de conter um inimigo cruel - naquela época, o comunismo. E hoje, quais são nossos inimigos ocultos? Galeano conta histórias que poucos querem saber, mas deveríamos todos ouvir.
ÀS MARGENS DO POÇO, NO FUNDO DE CASA, O ENCONTRO DO EU NARRADOR COM O OUTRO NARRATÁRIO OU AS PERIPÉCIAS DISCURSIVAS EM CELESTINO ANTES DEL ALBA, DE REINALDO ARENAS
Márcio Antonio de Souza Maciel (UEMS; PG-UNESP/Assis)
Temos como objetivo, nessa comunicação, discutir algumas questões que versam sobre a dualidade narrativa entre o eu narrador (criador e sujeito do discurso) versus o seu duplo narratário Celestino (criatura e objeto discursivo), no texto Celestino antes del alba, de 1967, do escritor cubano Reinaldo Arenas (1943-1990). O romance foi o primeiro e o único, de sua autoria, publicado em seu país, antes da perseguição política e pessoal que sofrera o que culminou, por sua vez, com o seu exílio nos EUA, na década de 80. Apesar de ser a sua estréia no mundo das letras, traz muito já do seu labor artístico no que se refere, por exemplo, à criação polifônica que, mais tarde, comprovaríamos dentro da sua vasta obra ficcional e, com destaque especial, no conhecido ciclo pentagônico. Dentro da bibliografia utilizada no texto, destacamos, primeiramente, a prosa romanesca Celestino antes del alba (2000) e o diário autobiográfico Antes que anochezca (2008), ambos de Reinaldo Arenas. Em segundo lugar, nos ajudam nas leituras os textos teóricos sobre a escrita areniana, Del alba al anochecer: la escritura en Reinaldo Arenas (2008), organizado pela estudiosa María Teresa Miaja de la Peña e La pentagonía de Reinaldo Arenas: un conjunto de novelas testimoniales y autobiográficas (2005), da hispanista Stéphanie Panichelli Teyssen. Finalmente, pensamos, que seja, portanto, de interesse tanto o estudo, sempre atual, das notas bakhtinianas sobre as vozes narratárias dentro da sua prática romanesca quanto o estabelecimento de uma ―poética do enfrentamento‖, segundo nossa leitura, a propósito da literatura do autor holguineiro.
REPRESENTAÇÕES DA IDENTIDADE NACIONAL ESPANHOLA NA SÉRIE EL CAPITÁN ALATRISTE
Maria de Fátima Alves de Oliveira Marcari (UNESP/Assis)
A série de romances históricos El capitán Alatriste (1996-2006), do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte, apresenta uma releitura do século XVII espanhol, período emblemático no qual se mesclam o orgulho nacionalista e a amargura pelo declive imperial. A série se caracteriza pelo hibridismo de gêneros, tais como a narrativa histórica, o relato de aventuras, o folhetim e a narrativa de viagem. Predomina, no entanto, o retorno aos moldes realistas da narrativa histórica do século XIX. Dentre os temas explorados pela série, analisaremos a figuração da identidade nacional, projetada principalmente na recriação da identidade coletiva dos soldados que teriam lutado nas guerras pela manutenção do império espanhol. Neste sentido, o terceiro volume da série - El sol de Breda (1998) - apresenta, sob a forma de um relato de tintas épicas, a história de um herói coletivo: os famosos
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tercios espanhóis. Os tercios formaram, durante cerca de 170 anos (1534-1704), as unidades militares mais características da Espanha. A partir do século XVIII, houve tentativas de rastreamento de alguns regimentos de maior relevância no exército espanhol; no entanto, nunca se tentou a tarefa de reconstituí-los. Pérez-Reverte tenta preencher essa lacuna por meio da recriação da história do tercio de Cartagena. Assim, os soldados espanhóis, tropa sem nome e sem voz no discurso histórico tradicional, são personificados na esquadra veterana do apócrifo capitão Alatriste, cujos integrantes apresentam os principais caracteres que teriam forjado o caráter nacional espanhol.
(Agência financiadora: FAPESP)
ESTRATEGIAS PARA LA REPRESENTACIÓN DEL SUJETO SUBALTERNO EN LA ESCRITURA FEMENINA DECIMONONICA: UNA LECTURA DE AVES SIN NIDO DE CLORINDA MATTO DE TURNER
Maria Josele Bucco Coelho (UFPR)
Según Forgas Berdet (2000), los textos de las autoras decimonónicas responden a la tensión que la escritora experimentaba al componer sus obras en un ámbito político-literario casi exclusivamente masculino. Al escribir y escribirse, se inscribían como prototipos en el modelo social que perpetuaban. Sabían que no se las iba a juzgar únicamente por lo que decían sus textos, sino, sobre todo, por lo que estos textos decían de ellas. Es en este contexto que escribe y se inscribe la escritora peruana Clorinda Matto de Turner, una mujer consciente de su papel en una sociedad que otorgaba privilegios basados en la identidad cultural, en la clase económica o en el género. Su novela, Aves sin nido, es un texto aún marcado por los ideologemas románticos, sin embargo, opera con dispositivos bastante porosos que posibilitan la presencia de reivindicaciones no solamente étnicas, sino también genéricas. Este estudio pretende desvelar cómo estos dispositivos – o estrategias discursivas posibilitan la representación de los sujetos subalternos femeninos en la narrativa. Para ello, en conformidad con Carbonell, se debe recurrir a la deconstrucción para demostrar que todo texto literario es un nudo retórico que debe ser pensado y leído a contracorriente para que se pueda elucidar lo que está oscuro y silenciado haciendo la contraposición con lo que muestra y defiende. Así que, al analizar la obra Aves sin nido desde esta perspectiva postcolonialista, este estudio busca elucidar las maniobras ficcionales utilizadas para la disolución del discurso hegemónico y la convivencia de sujetos marginales en la narrativa decimonónica.
A LOUCA DA CASA DE BERNARDA ALBA
Maria Mirtis Caser (UFES)
Em La loca del desván, Sandra Gilbert & Susan Gubar, reinterpretando as produções das escritoras do século XIX, analisam o mal-estar feminino diante da impossibilidade da escrita, uma vez que esse privilégio estava reservado somente aos homens. Da angústia, resultante do impedimento da criação, outras faltas acabam por aflorar: do amor, do sexo, do direito de ir e vir, da possibilidade de gerar o próprio sustento, garantidor de independência, que se apresenta como ordem natural para os homens mas está vedada definitivamente para a parte feminina da população, que se deve contentar em ser mantida pelo outro. No que diz respeito à Espanha do final do século XIX e início do XX, a ordem patriarcal vigente não deixa às mulheres qualquer opção fora do casamento e do que com essa instituição se relaciona, transformando-as em títeres nas mãos dos que detêm a força, o poder, o dinheiro. À luz daquela análise e deste contexto, estuda-se a relação que se estabelece entre as mulheres que compõem o mundo dramático de Federico García Lorca em La Casa de Bernarda Alba, obra em que as filhas, a mãe e as criadas sofrem o jugo da protagonista que, com a morte do marido, assume o cajado da autoridade, e traz a casa envolta em clima de opressão e silêncio, palavra que inaugura e fecha a fala da matriarca. Pelas frestas das janelas e da loucura, a mãe de Bernarda Alba fala de mar, de amor, de filhos, de alegria e expõe, aos gritos, desejos que habitam os corações, as mentes e os corpos das moradoras da casa.
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LA HONRA DE YERMA
Mario Miguel González (USP)
En Yerma, Lorca contrapone claramente las dos nociones de honra que se pueden identificar en autores españoles desde el siglo XVII, a partir del concepto medieval que la definía como ―loor, reverencia o consideración que el hombre gana por su virtud o buenos hechos‖ e imponía la superioridad de la ―vida de la honra‖ con relación a la existencia física. Ese concepto se iría consolidando en los autores literarios, especialmente en el teatro clásico, como el fruto de la opinión ajena. Pero, en otros casos, la honra es sinónimo de la dignidad individual que no depende de la opinión de los demás y de las instituciones. El poema trágico Yerma suele ser entendido como un ―drama de honra‖. Sin embargo, no cabe considerarlo dentro del tipo de dramas así rotulados por el teatro clásico español. El personaje Juan, sí, podría representar los maridos celosos del teatro clásico. Pero su manera de entenderse como hombre honrado no llega a culminar en una venganza sangrienta. Se limita a reprimir las actitudes de su mujer que él considera deshonrosas porque le parece que pueden motivar opiniones ajenas menos favorables con relación a su persona. Ya Yerma es la negación de la honra tradicional. Jamás se pauta por la opinión ajena. Para saberse honrada le basta saberse fiel a una ética que le nace de la noción de dignidad que preside sus actos y que la arrastra a la locura que culmina en el final trágico. Con eso, hace eco en ella la noción más profunda de honra que, en algunos casos, cabe percibir también en la literatura clásica española.
(Agência financiadora: FAPESP)
OUTRAS FACES DO EXÍLIO EM SEFARAD, DE ANTONIO MUÑOZ MOLINA
Michele Fonseca de Arruda (FERLAGOS/ PG-UFF/PG-UFRJ)
No despertar do século XXI, sob o signo da pós-modernidade, Antonio Muñoz Molina traz à luz Sefarad – Una novela de novelas, obra articulada em torno a seu título, que evoca um dos símbolos universais do exílio, topônimo de origem hebraica que se refere à pátria perdida e jamais esquecida dos judeus expulsos da Península Ibérica em 1492 pelos reis católicos. Nesta obra, o escritor andaluz forja poéticas nas quais a representação da peregrinação do povo hebreu conduz ao tema da exclusão, em que personagens reais e fictícios trazem a reflexão o drama dos que sofreram com as perseguições e o exílio involuntário, vitimados pelo nazismo, pelo stalinismo ou pela repressão franquista. Entretanto Antonio Muñoz Molina não se limita a evocar histórias de exilados pelas fronteiras étnicas, geográficas ou religiosas, em Sefarad despontam relatos de personagens alijados do convívio social por obstáculos impostos pela própria vida, em que a nostalgia, a inadaptação, a vergonha ou a enfermidade fixam limites, negam oportunidades, destroem destinos. Segundo o crítico literário hispanista Paul Ilie em seu livro Literatura y exilio interior, normalmente são chamados exilados os que foram proscritos de sua terra natal, especialmente por razões políticas. Entretanto, para o estudioso novaiorquino, esta não é a única forma de desterro existente, há uma outra, a qual denomina ―exílio interior‖, um tipo diferente de exílio, mas que guarda alguns fatores comuns com a forçosa emigração territorial, como a perda da própria identidade e a sensação de marginação diante dos valores canônicos sociais. A proposta desta comunicação é fazer uma leitura destas outras faces do exílio, da vida destes personagens que se refugiaram não apenas em terras alheias, mas também na própria alma e que por algum motivo parecem ter sido expulsos do ―paraíso‖ da humanidade.
DEL PERSONAJE AL HÉROE: ESTUDIO COMPARATIVO DE DOS ADAPTACIONES DRAMÁTICAS DEL TEMA DE MARTÍN PELÁEZ
Miriam Palacios Larrosa (Universidade Estadual Paulista)
En el presente trabajo, pretendemos poner de manifiesto las transformaciones que se obran desde el punto de vista dramático del personaje citado en el título, en función de su protagonismo creciente, en dos adaptaciones dramáticas del episodio de origen cronístico de la cobardía del caballero asturiano del Cid. Nos referimos a las piezas Las hazañas del Cid y su muerte, con la tomada de Valencia (HÄMEL, 1910), de fecha y autor inciertos aunque frecuentemente atribuida a Lope de Vega, y que a su vez parece ser la primera acomodación teatral de dicho episodio, por un lado, y en segundo lugar, El cobarde más valiente, de hacia 1610 ó 1612, y escrita por Tirso de Molina (DE LOS RÍOS, 1952), pues hasta el célebre mercedario escoge al citado personaje para construir un drama al gusto áureo. Nuestro propósito es el de trazar las relaciones entre épica y drama al tratarse de una adaptación teatral de una materia tradicional, y evidenciar los mecanismos empleados. En la primera obra citada el asturiano es introducido como mero acicate para reforzar el mito y la leyenda de Rodrigo Díaz,
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mientras que en la pieza tirsiana el caballero cobra tintes de héroe, no sólo al experimentar una transformación que lo introduce en la nómina de los que están llamados a vencer, sino también sustentando todo el peso dramático de héroe épico a la vez que galán teatral. Al hablar de tema, enlazamos con la perspectiva de la literatura comparada llamada Tematología (RODIEK, 1995; NAUPERT, 2001) que se interesa por la procedencia, recorrido histórico y diversas adaptaciones culturales de materias mitológicas y legendarias, entre cuyos fundamentos metodológicos también se encuentran las afinidades nacionales.
(El presente trabajo se inscribe en las actividades del Proyecto del Plan Nacional de I+D+i del Ministerio de Ciencia e Innovación de España, (con subvención de Fondos Feder) FFI2009-13058: Formas de la Épica Hispánica: Tradiciones y Contextos Históricos.)
A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE ALFONSINA STORNI E A RECEPÇÃO DE SUA OBRA
Nildicéia Aparecida Rocha (FCLAr-UNESP)
Este trabalho apresenta a trajetória traçada pela Crítica Literária sobre a produção poética de Alfonsina Storni, escritora argentina de início do século XX. A primeira produção literária de Alfonsina Storni, denominada modernista ou tardorromántica (SARLO, 1988), é a produzida no período de 1916 a 1925; a partir de Ocre, 1926, ela marca uma ruptura, confirmada em seus últimos dois livros de poesia, Mundo de siete pozos (1935) y Mascarilla y Trébol (1938), com marcas de vanguardismo e novas experiências estéticas, como o antisoneto. Com relação a Crítica construída em relação a obra poética de Alfonsina Storni pelos seus contemporâneos, temos três posturas de leitura: aproximações críticas e biográficas, propostas de leituras dos críticos e poetas vinculados à Vanguarda Argentina e certos textos críticos realizados por mulheres junto ao meio acadêmico. De acordo com Salomone (2006), a crítica realizada pela terceira tendência marca outro ponto de referência constitutiva da escritura de Alfonsina Storni, evidenciam tensões e posições que se distanciam da crítica hegemônica. A posteriori, há a configuração de uma Literatura Feminina, junto a uma crítica normativa, a qual vai considerar a produção escritural produzida por mulheres como produzida por um sujeito biológico mulher, e que representa uma textualidade com certas características naturalizadas como próprias à mulher. Hoje, à luz da Crítica Feminista e das contribuições da Análise de Discurso, principalmente sobre os conceitos e as articulações entre linguagem e poder, a leitura crítica da produção feminina, constituída por textos de escritoras mulheres desde meados do século XIX, é focalizada como fruto de uma perspectiva ideológica tipicamente androcêntrica e patriarcal, por exemplo, em poemas de Alfonsina Storni. De acordo com Alicia Salomone (2006), a partir dos anos 80 do século passado, o olhar sobre a produção literária de escritoras latino-americanas terá outro enfoque, o que ela denomina ―crítica atual: crítica feminista e modernidade cultural‖.
(Agência financiadora: FAPESP)
O BOOM AUTOBIOGRÁFICO: AYAAN HIRSI ALI E GIOCONDA BELLI, A PERSPECTIVA DE UM NOVO MUNDO
Patrícia Ribeiro Brasil (PG-UFRGS)
Os gêneros confessionais em sua maioria, sempre foram excluídos do Cânone Literário por ser considerados baixa literatura. Por não possuírem o valor artístico atribuído à ficção, a eles foi destinado um lugar menor dentro dos estudos literários. Desde o final da segunda guerra mundial, surgiu com maior relevância relatos autobiográficos das experiências traumáticas vivenciadas pela humanidade. Despontando como um gênero literário vanguardista, a autobiografia expressa não apenas o trauma, mas o olhar peculiar do autor sobre o mundo. Na última década o mercado editorial foi invadido com estes relatos autobiográficos. Este boom autobiográfico desponta com uma forma de situar o sujeito no mundo, um sujeito de certa forma fragmentado e que pontua a experiência pessoal com uma alternativa de reconstrução de sua identidade de reconstruir este mundo. Em países de terceiro mundo, e particularmente na América Latina após os processos ditatoriais da metade do século passado, a necessidade de expor a sua subjetividade e de contar/recontar a história surge com grande força. Após a leitura das autobiografias: El país bajo mi piel, da poetisa nicaragüense Gioconda Belli e Infiel da parlamentar somali-holandesa Ayaan Hirsi Ali observa-se possibilidades de realizar uma análise da autobiografia como um gênero literário de vanguarda, percorrendo um caminho histórico da constituição do gênero literário e de suas diferentes apresentações (relatos, diários, etc.), a posição do autor/narrador, bem como a leitura comparatista entre estas duas obras,
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centrando a análise dos textos nas questões de autoria, identidade/alteridade, diáspora além de pontuar algumas questões de gênero, raça e religião.
NOVOS DESAFIOS NA TRANSMISSÃO DO TEXTO LITERÁRIO: CONTRIBUIÇÕES DA FILOLOGIA TEXTUAL
Patrício Nunes Barreiros (UEFS-UNEB-UFBA)
Disciplinas de Literaturas de Língua Espanhola são componentes obrigatórios dos cursos de Licenciatura em Língua Espanhola, em todo Brasil. Entretanto, não é fácil encontrar, nas bibliotecas das Universidades e no mercado de livros brasileiro, obras de autores hispânicos editadas em língua espanhola. É comum, no entanto, encontrar obras adaptadas e resumidas para fins didáticos de ensino de língua, sendo que estas não servem para o estudo do texto, enquanto fenômeno literário. Por conta desta dificuldade, na maioria das vezes, recorre-se à Internet, no intuito de ter acesso ao texto do autor em língua espanhola. Contudo, a rede mundial de computadores é um espaço democrático, onde os textos circulam livremente, favorecendo todo tipo de adulterações. Naturalmente, análises e estudos provenientes de textos literários que não correspondam à obra do autor (por terem sido adulterados ou mutilados), não têm caráter verdadeiramente científico. Dessa forma, é indispensável que se tenha critérios ao escolher a fonte em que está disponível o texto literário que se almeja ler e, principalmente, estudar. A Filologia, enquanto ciência do texto, desde a antiguidade grega, com os filólogos alexandrinos do século III a. C., busca restituir a autenticidade dos textos, livrá-los das adulterações sofridas ao longo de sua transmissão, oferecendo aos leitores textos confiáveis, estabelecidos a partir da aplicação do método da Crítica Textual. Neste trabalho, pretende-se apresentar um estudo acerca da veiculação, na Internet, de dois textos canônicos da literatura de língua espanhola: El Lazarillo de tormes y La Araucana, com o objetivo de demonstrar problemas textuais que podem comprometer a ―leitura‖ de tais textos. Para esse estudo considera-se o aporte teórico da Filologia Textual, principalmente no âmbito da edição de textos.
TRADIÇÃO, MEMÓRIA, IDENTIDADE E HIBRIDISMO: AS NARRATIVAS DE AUGUSTO ROA BASTOS NOS ANOS DE 1990
Paulo Henrique Pressotto (UEMS)
Este trabalho tem como objetivo a análise crítica dos seguintes romances de Augusto Roa Bastos: El fiscal (1992); Contravida (1994) e Madama Sui (1995). Roa Bastos, com seus personagens relacionados à política e à sociedade paraguaia, revela ao leitor as problemáticas pelas quais passou o Paraguai. Com a transição democrática e a queda de Strossner do poder e a sua expulsão do país, os paraguaios ficaram livres das torturas e das perseguições políticas anteriores à década de 90. Um dos aspectos formais e temáticos de seus últimos livros é resgatar fragmentos do passado e reconstruir os relatos que revelam a realidade de seu povo, por meio de personagens e fatos históricos, não deixando de lado os aspectos mais populares e melodramáticos que, afinal, estão ligados à cultura popular. Para isso, aplicaremos à análise textos que tratam dos estudos culturais, proporcionando às leituras das narrativas uma maior amplitude analítica ao enfocar a cultura popular paraguaia e a vida social e política do povo. Destacaremos ainda as características híbridas, a identidade, o caráter biográfico da narrativa; o metatexto; a centralidade do narrador na escritura; a voz do personagem-protagonista excluído; a memória do que não foi vivenciado pelo autor; a reflexão social sobre o contexto histórico paraguaio e o jogo de linguagem (memória/realidade/história). A literatura hispano-americana do pós-boom, produzida nos anos 80 e 90, é heterogênea. Com relação às narrativas, constatamos que elas apresentam características tanto estéticas como poéticas, em geral, que confundem, por vezes, a crítica que tenta analisá-las, colocando-as num perfil hegemônico que não reflete a realidade de sua composição. Assim, para melhor solucionar os problemas da ficção pós-ditatorial, de Roa Bastos, e buscar resultados positivos, em suas narrativas da década de 90, convergiremos os estudos culturais e os estudos literários.
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ESPECTROS DE FEDERICO GARCÍA LORCA Y ANTONIO MACHADO
Rachel Coelho Coimbra (PG-UFF)
La presente comunicación propone la lectura de poemas de dos de los más importantes poetas de la Literatura Española - Antonio Machado y Federico García Lorca – a partir de la idea de una ética por venir, desarrollada por el filósofo francés Jacques Derrida. Así siendo, pretendemos observar dos poemas escritos durante los años 1935 y 1936: Llanto por Ignácio Sánchez Mejías (1935), de Federico García Lorca y El crimen fue en Granada (1936), de Antonio Machado, con el objetivo de demostrar la presencia, en ambos, de un discurso capaz de proponer un cuestionamiento ético cuando de las atrocidades ocurridas durante el período de la Guerra Civil Española (1936 – 1939). Vale decir que entendemos aquí el concepto de ética no como un sistema de reglas morales, sino una responsabilidad ética, capaz de generar tomadas de decisión a partir de una visión humanista. Tal visión consistiría, por tanto, en un compromiso del Hombre con el propio Hombre. Es así que comprendemos que los espectros de Antonio Machado y de Federico García Lorca, presentes en su poesía, posiblemente constituyen algunos de los factores que contribuyeron para la renovación política de España del período posfranquista. Elegimos los dos poemas anteriormente mencionados debido al diálogo existente entre ambos. Antonio Machado, por ejemplo, claramente en El crimen fue en Granada hace referencia a la poesía Lorquiana, al utilizar imágenes recurrentes en la obra de García Lorca (la muerte, el pueblo gitano, etc.). Para el análisis de los poemas mencionados, utilizaremos la teoría desarrollada por Alfredo Bosi y Carlos Bousoño, con respecto a sus estudios acerca de la poesía. En tiempos de crisis de la ―eticidad‖ de la ética, creemos que la presente propuesta de investigación podrá ser útil para un proceso de reflexión sobre nuestro propio tiempo.
AQUILES, A TARTARUGA E O TABULEIRO DE XADREZ
Raphaella Lira (PG-UFRJ)
Jorge Luis Borges foi, de fato, um dos escritores latino-americanos de maior importância do último século. Depois dele, tornou-se impossível escrever sem lidar com seu inextrincável legado. Talvez por essa mesma razão, a maneira como o próprio escritor se retratou, seja em sua obra ficcional, seja nas diversas entrevistas concedidas ao longo de sua carreira, chame tanto a atenção. Sob o abrigo das páginas de cada conto, de cada poesia, de cada entrevista, o leitor se depara com um universo plural, no qual tudo parece, curiosamente, olhar-se no espelho. Inclusive seu autor, demiurgo de uma infinita e labiríntica biblioteca. Ao longo de sua existência, Jorge Luis Borges parece ter se dedicado à construção de um outro personagem, Jorge Luis Borges. Metaforicamente, o escritor argentino parece ter se valido do conhecido paradoxo proposto por Zenão para jogar com seu leitor. Aquiles, de forma análoga ao leitor de Borges, é infinitamente rápido e, no entanto, nunca alcança a tartaruga, que seria a personificação de Jorge Luis Borges. O jogo se prolonga infinitamente, e nunca é possível afirmar com segurança de que maneira e em que ponto irá terminar a ficção ou mesmo se poderíamos apontar sem dúvida um vestígio autobiográfico. Os limites entre ficção e realidade não podem ser claramente delimitados, deixando, como no paradoxo de Zenão, o jogo entre autor e leitor se estender infinitamente. Onde começa a realidade, ou mesmo, em que ponto terminam os ecos da experiência individual e onde começa a convergência autobiográfica de diferentes reminiscências pessoais? A resposta se encontra no tabuleiro de xadrez. Assim, o presente trabalho se propõe a analisar o pacto autobiográfico na obra de Jorge Luis Borges, tendo como base o arcabouço teórico fornecido por autores como Philippe Lejeune, Paula Sibilia, entre outros.
ENTRE A ORALIDADE E A ESCRITA: O LIVRO DE CARLOS MAGNO E OS DOZE PARES DE FRANÇA COMO UMA DAS MATRIZES DA ENCANTARIA NO TAMBOR DE MINA
Regina Célia de Lima e Silva (Unilasalle / RJ)
Esta comunicação é a apresentação de uma pequena parte do projeto de pesquisa sobre a influência da obra Carlos Magno e Os Doze Pares de França na religião conhecida com o nome de Tambor de Mina. Influenciada pela cultura africana, indígena e européia, esta religião, nascida no Maranhão, tem em seu panteão de divindades a presença de espíritos encantados. Estas entidades formam o que se chama de Encantaria, que tem como estrutura básica sua divisão em grupos ou famílias. Nelas são cultuados príncipes, princesas, duques, seres que viveram na Terra um dia, mas que não morreram, apenas se encantaram, fazendo parte desde então de regiões chamadas de encantes e que se situariam em matas, rios, cachoeiras, entre outros lugares. Dentro deste grupo de encantados encontram-se alguns personagens, como Dom Sebastião, o Rei Turco, o Rei de França e vários
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outros encontrados na história de Carlos Magno, como Ferrabrás e a Princesa Floripes. Para aprofundar o diálogo entre a Literatura e a religião do Tambor de Mina, precisarei voltar no tempo para recontar como ela se iniciou, através da linda história do Rei Turco e suas filhas, princesas que se encantaram ao fugir após a luta entre mouros e cristãos, vindo parar em nossas terras. O suporte teórico para a investigação desses dados e sobre a Encantaria Brasileira é obtido nos estudos de Mundicarmo Ferretti e Reginaldo Prandi. A pesquisa tem como um de seus objetivos investigar como uma obra literária tornou-se uma das bases daquela religião e entender como se dá a presença de seus personagens naquele culto. Para tanto, um de seus eixos é a observação da transição entre escrita e oralidade, com base nas leituras de autores como Zumthor e Walter Ong.
EL ÁRBOL: SUJECIÓN Y LIBERACIÓN FEMENINA
Rhina Landos Martínez André (UFMT)
María Luisa Bombal, chilena, es una escritora cuya producción literaria es mínima si comparada con los autores que han colmado los estantes de las librerías. Sin embargo, su escasa obra narrativa contiene un innegable vigor y rigor estético. La autora surge en la época de la renovación contemporánea chilena llevando a cabo una minuciosa indagación del subconsciente prestando atención, sobre todo, a la condición femenina. En apenas tres cuentos es notable la forma como muestra que la tradición femenina, encerrada en una historia dominante y silenciada, es decir, la sujeción de la mujer al hombre determinada por reglas insertadas en patriarcados tradicionales, puede constituirse en una fuente positiva de fuerza y de cambio. Puede decirse que su obra narrativa e, particularmente, el cuento El árbol (1939), es un espejo de su propia historia de vida, tal como afirma Benjamin, (1994), ―O narrador retira da experiência o que ele conta: sua própria experiência ou a relatada pelos outros. E incorpora as coisas narradas à experiência de seus ouvintes. O romancista segrega-se‖. Visto desde esa perspectiva la autora viene a ocupar el vacío espacio de la producción femenina en el primer tercio de siglo de su país, mostrando que es posible dar una respuesta conciente de la condición de género. Por tanto, este trabajo muestra que en el cuento El árbol se manifiesta la voz de la autora con el deseo compartido de otras voces de solidaridad con las mujeres, víctimas de las circunstancias sociales, culturales e históricas para subvertir el estatus marginal, salir de las márgenes discriminatorias y enfrentar el discurso canónico. Otros aspectos que son objeto de análisis son los elementos que la autora utiliza para configurar la incomunicación y el tedio. W. Benjamin, Iris Zavala y Marina Fé son entre otros, autores que contribuyen para el análisis teórico.
O ELIXIR PORNOGRÁFICO – UM ESTUDO DO EROTISMO NAS POESIAS DE BERNARDO GUIMARÃES
Rodrigo [Kruppa] Gomes (UFMS)
Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/CNPq)
A presente comunicação tem como objetivo a explanação dos estudos sobre o erotismo na obra do brasileiro Bernardo Guimarães, mais especificamente no poema ―O Elixir do Pajé‖, tal como sua vicissitude dentro do contexto poético romântico. A análise será baseada em estudos teóricos de Georges Bataille, Lucia Castello Branco, Sandra M. Lapeiz, entre outros. O poema ―Elixir do Pajé‖ discorda dos padrões estabelecidos pelo romantismo, rompendo com a idealização do indígena: o índio na obra não é herói ou dispõe de uma pureza mítica, mas é levado por instintos libidinosos, rendendo-se à corrupção proporcionada pelo uso do elixir. O poema pode ser comparado com os de Gonçalves Dias, atuando como uma espécie de ―inversão‖ simétrica com o poema ―I-Juca-Pirama‖, no qual ocorre a exaltação da figura do índio.
TRILOGIA DEL MATAMBRE: CARNE Y RETÓRICA EN ECHEVERRÍA
Rodrigo Labriola (UFF)
Para Roland Barthes, el mito es un habla cuyo sistema de significación es más deformar que ocultar. El mito naturaliza la historia, y, por tanto, su objetivo es despolitizar. Frente a esto, la respuesta desmitificadora generada por el análisis debería ser historizar los conceptos mitificados para construir mitologías: metadiscursos que pongan en evidencia la artificialidad del mito. Sin embargo, justamente por deformante, el mito también puede participar de un tipo de retórica capaz de politizar lo inefable, como por ejemplo el horror en las circunstancias de extrema violencia sufridas en Latinoamérica,
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según Luiz Costa Lima; y El matadero, de Esteban Echeverría, quizá sea el primer texto que así lo aprovecha en el seno de la literatura hispanoamericana. El objetivo de este trabajo es confrontar este tan mentado texto de Echeverría con otros dos textos breves del mismo autor, igualmente secretos y excéntricos a su producción, pero inconclusos, que fueron encontrados por Juan María Gutiérrez entre papeles póstumos y publicados por primera vez bajo la clasificación de ―ensayos‖ (como El matadero): i.e. Apología del matambre e Historia de un matambre de toro. De esta manera, se conforma una trilogía a partir de la cual podríamos conjeturar un trabajo de escritura desarrollado sobre la posibilidad de usar el matambre — un corte de carne vacuna típico del Río de la Plata, nimbado por mitos referidos a la alimentación — como núcleo metafórico de una retoricidad (en los términos de David Wellbery) meditada y ensayada en diversas ocasiones, y que cancelaría definitivamente esas harto invocadas pasiones descontroladas del romanticismo con las que cierta historiografía literaria tradicional suele explicar la crudeza estética de El matadero. Las conclusiones propuestas son tentadoras, pues demuestran la existencia de un dispositivo ficcional sólido y bien articulado en la literatura hispanoamericana, cuyo alcance sería visible hasta los neobarrocos del siglo XX.
LA MUERTE EN LA POÉTICA DE REINALDO ARENAS
Rodrigo Vasconcelos Machado (UFPR)
Esta investigación tiene como meta el análisis de la problemática de la muerte en el quehacer poético del escritor cubano Reinaldo Arenas (1943-1990). Las obras que van a ser estudiadas son su autobiografía Antes que anochezca, de 1990, y los poemas del libro Inferno, de 2001. Antes que anochezca se inscribe dentro de las producciones autobiográficas, ya que es una obra que narra la vida de Arenas, desde su nacimiento hasta su suicidio. El ―yo‖ de la enunciación plantea el hecho de vivir su opción sexual en un medio donde predominan los prejuicios machistas. La isla de Cuba había sido colonizada por los españoles que transmitieron un imaginario sociocultural cargado del ideario católico. Así, la homosexualidad sería siempre considerada como un reto al orden establecido, es decir, enmarcar un lugar en esta sociedad estaba plagado de riesgos para quienes lo intentaban. El ―yo‖ de la enunciación plantea el hecho de vivir su opción sexual en un medio donde predominan los prejuicios machistas. Ya en el libro Inferno, Arenas desarrolla una poética que tiene en su vórtice la rebeldía y la cólera. Las relaciones entre las dos obras investigadas no conlleva a una oposición, es decir, la prosa está muy cerca de la poesía. Ademas, la práxis poética del novelista profundizó y enriqueció los puntos centrales desarrollados en sus obras, como por ejemplo, el rechazo a cualquier tipo de poder opresivo; la condición humana y la reivindicación de la libertad. En definitiva, constatamos a lo largo de nuestro análisis que la autobiografía Antes que Anochezca establece el diálogo con Inferno a partir de la cuestión de la libertad de expresión, ya que ambas obras proponen una visión de mundo que está más allá de las cuestiones políticas.
LITERATURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA EM SOLDADOS DE SALAMINA
Rosana Silva da Mota (UCB/ PG-UFF/PG-UFRJ)
O século XX foi o mais traumático para o mundo contemporâneo, vários conflitos marcaram nossa trajetória: guerras e ditaduras impediram o desenvolvimento de algumas nações, exilaram ou mataram diversas vozes que objetivavam um bem comum. Neste período ocorreu a última guerra onde não se lutou por territórios, riquezas e sim por ideais de justiça e liberdade, envolveu todo um país, seja na luta armada ou no comando dos grupos participantes. Neste contexto se desenvolverá esta comunicação que enfocará um período importante para a história de Espanha, a Guerra Civil (1930 – 1939) apresentando suas conseqüências para as pessoas que a vivenciaram e seus herdeiros que carregaram a nefasta derrota da liberdade. Analisar-se-á o papel da literatura, a partir da leitura de Soldados de Salamina de Javier Cercas que utiliza sua escritura para a recuperação da memória histórica, sob a ótica da ficção contemporânea. O escritor solidifica sua narração através de documentos, depoimentos de sobreviventes desse processo tão doloroso para o povo espanhol. Para dar mais veracidade às suas afirmativas, cita alguns emblemáticos autores hispano-americanos como Ricardo Piglia, Roberto Bolaño a quem foi ficcionalizado em seus relatos, a literatura espanhola foi representada por Rafael Sánchez Ferlosio e Enrique Vila-Matas. O livro publicado no ano de 2001 relata a vida do autor Rafael Sánchez Mazas, um dos fundadores do partido falangista espanhol, e de sua sobrevivência a um possível fuzilamento na província de Banyoles, na Cataluña, em janeiro de 1939, já no final da guerra civil espanhola. Este fato alavanca a narrativa, já que Cercas afirma
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escrever um relato real. Para embasar as questões teóricas foram utilizadas as reflexões de Francisco Rico (2004) e Juan Eslava Galán (2004) sobre a Guerra Civil Espanhola e Luiz Costa Lima (2006) sobre a relação entre história e literatura que busca enfocar o resgate da memória histórica pela ficção e sua influência na construção do perfil do autor contemporâneo.
ALEGORIAS DAS EMBARCAÇÕES EM GARCÍA MÁRQUEZ E SARAMAGO
Rosangela Manhas Mantolvani (PG-USP)
Entre as inúmeras publicações de Gabriel García Márquez, encontra-se a produção da ficção A última viagem do navio fantasma (2001), com ilustrações de Carmem Solé Vendrell, texto ficcional que possui a estrutura do conto, considerado literatura para jovens ou adultos. Este trabalho tratou de articular uma comparação desse texto de García Márquez com o texto de José Saramago O conto da Ilha Desconhecida (1998), ilustrado pelas aquarelas de Arthur Luiz Piza, editado no Brasil pela Companhia das Letras. Nessas construções, apresentam-se diferentes tipos de alegorias (Todorov, 2006), as quais permitem leituras que conduzem a interpretações que refazem percursos existenciais pela condução dos protagonistas ao nível da idealização de realidades, em que a presença de elementos do mágico e do maravilhoso se condensa nas imagens diferenciadas das embarcações, cuja presença do mar se mostra sob diferentes visões, interferindo na vida tanto de um quanto de outro protagonista. Além dos elementos insólitos presentes na narrativa, o estilo dos autores revela certa semelhança no tocante às questões formais, cujo tom da oralidade representada na escrita denota a familiaridade com os contos populares. Em ambos os textos as imagens das embarcações tornam-se pouco a pouco elementos que insinuam realidades aparentemente contrastantes: uma embarcação torna-se um porto seguro, uma ilha capaz de abrigar a existência, enquanto outra se torna a imagem do inseguro, do desconhecido e cada vez mais absurdo, funcionando no plano da instabilidade das coisas irreais, embora conduzam de qualquer maneira a uma leitura existencial em que as interpretações oscilam consideravelmente devido ao grau de polissemia.
A CONSTRUÇÃO DA OBRA LITERÁRIA EM DEFESA DA MULHER. ESTRATÉGIAS DE CRISTINA DE PIZÁN E MARÍA DE ZAYAS
Rosangela Schardong
La ciudad de las damas (1405), de Cristina de Pizán (1364-1430), constitui uma declarada réplica à literatura misógina medieval. No prólogo a autora francesa denuncia que filósofos, poetas e pregadores parecem falar com a mesma voz para reiterar que a mulher é má por natureza e sempre inclinada ao vício. La ciudad de las damas apresenta uma contundente defesa da mulher que, estrategicamente, prova sua argumentação com a História de mulheres célebres. A defesa se desenvolve seguindo um traçado arquitetônico, descrito como o de uma cidade fortificada, com fundações, muros, fossos, torres, edifícios, ruas, cúpulas e telhados. A engenhosa construção de La ciudad de las damas segue um movimento ascendente, com vistas a enaltecer a mulher. Sua função declarada é oferecer refúgio às mulheres de valor contra o ataque de seus inimigos. Este artigo pretende apontar as semelhanças temáticas e estruturais entre a mencionada obra de Cristina de Pizán e as coletâneas de contos de María de Zayas (s. XVII). A contista espanhola alia-se ao projeto de Pizán ao arquitetar sua obra como uma defesa da mulher. Com uma incisiva réplica aos argumentos misóginos e aos modelos que depreciavam a mulher nas artes espanholas dos séculos XVI e XVII, Zayas constrói uma galeria de exemplos que deve deleitar e instruir o leitor. Utilizando os recursos da arte poética Zayas compõe admiráveis contos que provam, em progressão complementar e intensidade crescente, que as mulheres possuem virtudes e que os homens também têm inclinações para os vícios.
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RECORDAÇÕES DE UMA MULHER:
A GUERRA CIVIL ESPANHOLA E O IMPACTO NO UNIVERSO FAMILIAR
Rosenir Antonia da Silva (UFMT)
O presente trabalho apresenta parte de uma pesquisa maior que tem como objetivo analisar as manifestações do poder e da autoridade em uma personagem feminina na obra literária Primeira Memória (1960), da escritora espanhola Ana Maria Matute. Observamos, em uma apreciação preliminar, que a autora usa o recurso da memória para que dela surjam, da protagonista principal, muitas recordações de seus anos de infância e de pré-adolescência, possivelmente recordações e vestígios semelhantes aos da vida da autora, que vivenciou o trauma do conflito em sua infância e as conseqüências desse trauma, como adulta. Nesse sentido, pretendo demonstrar como os recursos literários memorialísticos utilizados pela autora evidenciam o impacto da guerra civil espanhola no universo familiar e como à mulher coube a função de contribuir para a reestruturação da nova Espanha, bem como evidenciar as fragmentadas relações familiares e sociais, as limitações que as mulheres/ escritoras enfrentaram e a forma como se opunham ao regime do General Francisco Franco. A análise está situada dentro da crítica literária feminina que desvela a interiorização, subordinação e exclusão das mulheres, tanto no campo social quanto no literário, na Espanha de pós-guerra. Por esta razão, recorro à Galdona Pérez, Martín Gaite, Janete W. Perez, Ñúnez Puente, Conde Peñalosa e, para ampliar a discussão sobre memórias, busco afirmativas em Maurice Halbwachs. Já para discorrer sobre a relação entre autor, público e obra, fundamento-me nas considerações do crítico literário brasileiro Antonio Cândido.
A FESTA CARNAVALIZANTE NA PÓETICA
BARROCO-ESPANHOLA DE GREGÓRIO DE MATOS
Samuel Anderson de Oliveira Lima (UFRN)
A poesia de Gregório de Matos, escrita em língua espanhola, nos remete, em muitos instantes, ao ambiente carnavalizante da festa barroca. O século XVII é caracterizado pela suntuosidade de suas manifestações festivas, quer profanas ou santas, imerso no ambiente da transplantação cultural tão arraigada nesse momento. Ou seja, o entorno colonial possibilita esse dialogismo entre as diferentes esferas sociais ali encontradas como os negros, os índios, os brancos, os pobres, os ricos, os católicos, os não católicos, etc. e através da máscara, os papéis se invertem, por exemplo, o sacerdote sai do claustro e desce à rua para beber, comer e bailar, contrastando com tudo aquilo pregado pela ―religião‖. Em outro caso, o Rei é destronado no percurso alegórico da festa quando se traveste de bufão, sendo ridicularizado pela população com termos pejorativos. Sendo assim, o conteúdo vocabular é a arma para esse destronamento. Todo esse universo díspar está envolto na festa barroca. E isso tudo pode ser observado na construção da sátira gregoriana, onde a linguagem artificiosa, paradoxal, metonímica constrói o sentido barroco da festa. Portanto, este trabalho objetiva mostrar, através do texto poético espanhol de Gregório de Matos, a realização da festa carnavalizante tão presente nos salões barrocos coloniais e tão constante nas letras de sua poesia. Para isso, a construção deste texto foi realizada a partir de leituras de teóricos como Afonso Ávila, Affonso Romano de Santana, Severo Sarduy, Helmut Hatzfeld, grandes estudiosos do Barroco, e também através da seleção de poemas do conjunto da obra gregoriana, em especial, os escritos em língua espanhola.
LA CUESTIÓN INDÍGENA EN ALGUNAS NARRATIVAS
CONTEMPORÁNEAS PRODUCIDAS EN LATINOAMÉRICA
Silvina Liliana Carrizo (UFJF)
En esta ponencia me interesa trabajar la forma con la cual la narrativa contemporánea buscar interpretar el contenido histórico de la cuestión indígena, tanto a partir de lo social como desde la problemática de la narración. Para esto me propongo analizar de forma comparativa cuatro novelas publicadas en esta década: Muertos Incómodos, Abril Rojo, La hora azul y Nove Noites. En estas narrativas el motivo del viaje, en el sentido de viaje al ―horror‖ conjuntamente con la reinterpretación de la ―extranjería‖, y ciertos modos y artificios de la subjetivación son experimentados o nuevamente redefinidos para dar cuenta de la doble problemática social y literaria que atraviesa aún en la actualidad el hecho de aventurarse en la cuestión indígena.
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O ARTÍSTICO ENTRE NEGÓCIOS E AMIZADE NAS CARTAS DE CAMILO JOSÉ CELA E RAFAEL ALBERTI
Solange Munhoz (CEETEPS)
Durante o governo Franco, algumas das formas de encontro entre artistas e intelectuais espanhóis do exílio e do interior se dão por meio de missivas e por meio de publicações em revistas que circulavam em ambos os lados do Oceano Atlântico, livre ou secretamente, graças à rede particular de contatos. Algumas dessas missivas estão reunidas no livro Correspondencia con el exilio (2009). Em suas mais de 900 páginas, encontramos 839 cartas escritas e recebidas por Camilo José Cela, que podem ser lidas no conjunto ou separadamente, por missivistas, formando subconjuntos. Neste trabalho, pretendemos nos deter nas cartas trocadas entre Cela e Rafael Alberti por entender que nelas se constrói um espaço para discutir a criação artística (principalmente) de Alberti, tanto relacionada com a produção literária quanto relacionada com as artes plásticas, além da discussão sobre aspectos de editoração. Por um lado, nos interessa resgatar os principais temas abordados pelos escritores na medida em que lançam luz sobre a realidade cultural da Espanha das décadas de 50 e 60. Para isso, consideramos que o gênero literário epistolar comporta o caráter documental, podendo se constituir em crônica de diversas realidades. Por outro lado, nos interessa reconhecer aspectos da literariedade que aparecem no conjunto dessa produção de cartas pela expressão da subjetividade de dois escritores atuantes em suas especialidades de trabalho. Para realizar a leitura proposta, apoiamo-nos nos estudos sobre o tema produzidos por, principalmente, Carles Bastons i Vivanco, Luis Beltrán Almería e Philippe Lejeune.
YOPARÁ: A VEZ E A VOZ DA MULHER PARAGUAIA DAS CLASSES POBRES NOS CONTOS DE JOSEFINA PLÁ
Suely Aparecida de Souza Mendonça (FCLA/ PPGL /UNESP-Assis)
A maioria dos contos de Josefina Plá retrata o Paraguai, um dos países da América Latina que mais se destacam pelos processos de bilinguismo e diglossia. Na pátria de Roa Bastos, a população fala duas línguas oficiais, o guarani e o castelhano. Embora o castelhano seja o idioma mais ensinado nas escolas e aplicado nos documentos oficiais e o guarani falado por uma parcela representativa, a maioria da população paraguaia utiliza uma variante lingüística popular denominada jopará ou yopará, configurada pela mescla dos dois idiomas oficiais. Por esse viés, esta comunicação tem por objetivo apresentar a mulher paraguaia dos contos de Plá como elemento relevante nos processos formadores do contexto cultural paraguaio, uma vez que ela é a principal responsável pela transmissão da língua nativa a sua descendência, mesmo com a expansão geográfica do castelhano em todos os cantos do Paraguai. O estudo crítico dessas variantes focalizadas nas narrativas terá como respaldo teórico alguns ensaios de Plá, pois além de escrever poemas, contos e peças de teatro, a autora é uma conhecedora da realidade literária e cultural paraguaias. Assim, os contos apresentam-se como um mapa diversificado de palavras e expressões em yopará que ora constituem marcas da oralidade, ora indícios de uma terceira língua local. As protagonistas, mulheres das classes pobres paraguaias, são o cerne do processo cultural e lingüístico, pois elas expressam de maneira significativa essa variante popular, saindo da clandestinidade das sociedades periféricas e inserindo no mundo da linguagem literária. O yopará não ocorre por acaso nos contos, uma vez que a autora, propositalmente, adequou o aspecto idiomático do texto e dá voz e vez à mulher paraguaia das classes pobres. Dessa forma, Plá sugere novos rumos para a literatura local, principalmente para a prosa crítica, distanciando-se do nacionalismo literário romântico, narcisista e idealizador das primeiras décadas do século XX.
(Apoio: CNPq)
O LÁPIS DO CARPINTEIRO E SEUS RUMORES DE UM DISCURSO QUE FALA DA PRÓPRIA VOZ QUE O CARREGA
Susana Álvarez Martínez (UNIPLI)
Esta comunicação nasce como resultado parcial da investigação desenvolvida no doutorado em Literatura Comparada sobre o Livro das mil e uma noites e O lápis do carpinteiro. Com o objetivo de ampliar os estudos sobre a literatura rivasiana, utilizarei as narrativas que compõe O lapis do carpinteiro (título em galego) para justificar diversos relatos de Manuel Rivas. Este, a partir da sua formação literária afirma que sua escrita nasce de tudo o que ouvia ou ouviu, o que permite confirmar que as suas narrativas são discursos do real. Para isso, procurarei apreender no texto, em sua versão
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na língua galega, o rumor de um discurso que fala da sua própria voz que o carrega. Alcançar tal intento exigirá pinçar os índices da oralidade, traços presentes no interior do texto que informam sobre a intervenção da voz humana na sua publicação, e ter como base de apoio as teorias de Walter Ong e Paul Zumthor. Estes teóricos concordam ao dizer que admitir que um texto, em qualquer momento da sua existência, tenha sido oral é tomar consciência de um fato histórico que não se confunde com a situação de que subsiste a marca escrita, e que jamais aparecerá ―a nossos olhos‖. Desta forma, a escrita não poderá nunca prescindir da oralidade. A expressão oral pode existir sem a escrita, mas esta não poderá nunca existir sem a oralidade. Assim sendo, não há linguagem escrita sem a linguagem oral, o texto por si só não tem significado, é a leitura do texto que lhe dá o significado.
NACIÓN E IDENTIDAD EN EL RENACIMIENTO DE LAS LITERATURAS PERIFÉRICAS DE ESPAÑA
Thays Keylla de Albuquerque (PPGL/ UFPE)
José Alberto Miranda Poza (UFPE)
Desde finales del siglo XX con el adviento de los estudios culturales y poscoloniales es corriente el tema de la nación y de la identidad en los estudios humanísticos. Esta investigación trata de estos dos temas relacionándolos con las literaturas españolas de lengua no castellana. Partimos de la idea que la literatura se presenta, en este caso, como una manifestación que trae intrínsecamente la crisis de la ideología del Estado-nación y de la identidad nacional, pues refleja la desintegración de una colectividad impuesta frente a la necesidad del establecimiento de fronteras para demarcar particularismos. Es así como las literaturas catalana, gallega y vasca, desde los renacimientos del siglo XIX, buscan valorar la cultura y lengua autóctonas a través de una constante negación de la España Una, representada por el poder histórico unificador de Castilla y de la lengua castellana. El reto de la investigación es enseñar analíticamente el renacimiento de las literaturas periféricas de España en su relación - histórica y actual - con el tema de la identidad nacional en España (nación de naciones). Para ello, usaremos consideraciones teóricas clásicas sobre el tema de la identidad y de la nación: Zigmunt Bauman, Stuart Hall y Homi Bhabha; junto a otros importantes autores (tradicionales y actuales) de los estudios hispánicos: Ortega y Gasset, Ribera Llopis, Alonso Montero, Romero Tobar; además de manuales específicos de la historia de las literaturas gallega, catalana y vasca. Este es un estudio que mezcla historia de la literatura, crítica de textos y estudios culturales para una comprensión más amplia de la literatura hispánica en sus particularidades y diversidades.
O MÚLTIPLO E O INFINITO – UMA LEITURA COMPARADA ENTRE JORGE LUIS BORGES E CHARLES SCHULZ
Thyago Celso Souza e Silva de Oliveira (UFMS/CNPq)
Rosana Cristina Zanelatto Santos (UFMS/CNPq)
Neste trabalho serão exploradas e comparadas: a multiplicidade (no sentido que Italo Calvino define nas Seis propostas para o próximo milênio)de interpretações, relações e realidades na obra do cartunista Charles Schulz e a infinidade, o labirinto e o abismo em alguns contos de Jorge Luis Borges – entre eles, O Aleph, O livro de areia e A casa de Astérion. Uma vez que em seus quadrinhos Schulz trabalha longamente a metanarratividade, dando vida e imaginação humanas a seus personagens, falaremos sobre o efeito disso na realidade ficcional e nos estudos literários (lendo, portanto, os quadrinhos de Schulz como literatura). A comparação feita entre Schulz e Borges se deve principalmente ao fato de o escritor argentino ser reconhecidamente uma das figuras mais representativas na área da metanarrativa. Para realizar este trabalho, o aporte teórico básico serão ensaios do próprio Borges (como Os precursores de Kafka); as Seis propostas para o próximo milênio, de Italo Calvino; e A condição pós-moderna, de Jean-François Lyotard, além de comparações com outras obras ficcionais, como Na construção da muralha da China, de Franz Kafka, e Se um viajante numa noite de inverno, também de Italo Calvino.
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RECUERDOS DEL ALMA EN ITINERARIOS JACOBEOS: LECTURA DEL CUENTO LA ROSA DE PIEDRA, DE MANUEL RIVAS
Virginia Videira Casco (UFF)
El cuento denominado La rosa de piedra, refleja, una vez más, la sencillez de la estructura estilística del autor, Manuel Rivas, que usufructua del conocimiento de la complejidad simbólica acerca de las leyendas y costumbres del mito jacobeo, para llegar hasta uno de los mayores secretos que habita en el ser humano, el del alma. Del sexto volumen de relatos del escritor gallego llamado Ella, maldita alma, este cuento se destaca al presentar como contexto la región de Galícia, su tierra natal, y como escenários el recorrido galaico del Camino de Santiago. En este viaje, de poca distancia terrestre, entre el pueblo prerromano de O Cebreiro y Finisterre, pasando por el laberinto de piedra de la ciudad de Santiago de Compostela, y de las infinitas historias y recuerdos que guardan cada uno de sus personajes, el autor destaca lo extraordinario del ser humano común. Como él mismo describe: ―El título es una queja contra el alma, que nos obliga a abrir los ojos, con lo bien que estaríamos sin preguntar nada ni buscar más allá de lo que se ve". Esa alma, ese concepto tan difícil de explicar, y que del punto de vista teórico abordaremos con los estudios de Mikhail Batkhtin expuestos en su libro Estética da criação verbal, es la protagonista de los cuentos que componen Ella, maldita alma. A través de ella, intentaremos desvendar, en La rosa de piedra, las diversas situaciones de amor, amistad, belleza, hambre, muerte etc, encarnadas en los personajes descritos por el autor, por medio de un relato que nace de una piedra y se desenvuelve como una rosa, de forma laberíntica.
UN VIAJE POR LAS MEMORIAS EN ARDE EL MONTE DE NOCHE DE JUÁN TOMÁS ÁVILA LAUREL
Wodisney Cordeiro dos Santos (UNEB)
Las memorias nos remiten a momentos muy significativos de nuestras vidas. En "Arde el monte de noche" el narrador nos conduce a su infancia y así también nos desloca hacia un lugar donde las tradiciones culturales significan sobrevivencia. "Arde el monte de noche", obra del escritor africano, de Guinea Ecuatorial, Juan Tomás Ávila Laurel, señala un momento distinto en la literatura, pues nos permite romper las fronteras continentales y nos lleva a conocer un mundo tan diferente, y a la vez, tan nuestro. Esta novela es un viaje hacia el interior del lector y le da a éste la oportunidad de reflejar sobre su juventud, su gente, su vida, su hogar, su comunidad. Luego, este trabajo tiene como objetivo la reflexión y la profundización en los estudios de la literatura hispanoafricana. Con la metodología utilizada basada en la investigación bibliográfica, se ve que la obra ultrapasa el Atlante y dialoga con otras obras, otras culturas, contribuyendo para que el lector pueda verse no sólo en su propio mundo, sino como parte de un universo mayor, un mundo en que todos pueden insertarse. Aunque sea considerado por algunos críticos como una persona prolífica y polifacética Juán Tomás Ávila Laurel se presenta también como un autor que busca, a través del pasado, discutir el presente. En ―Arde el monte de noche‖ una sencilla canción es capaz de iniciar toda una discusión relacionada a una gente tan alejada y tan cercana. Hay en esta obra una gran posibilidad que el lector pueda sentirse dentro de ella y recurrir cada rincón como si cada espacio recurrido formara parte de su mundo. ―Arde el monte de noche‖ es un viaje al interior de sí mismo.
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COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS AREÁ TEMÁTICA 4 - ESTUDOS CULTURAIS E HISTÓRICOS
OCTAVIO PAZ: O LEGADO CRÍTICO CULTURAL DA AMÉRICA HISPÂNICA
Adriana Binati Martinez (UNICENTRO)
No panorama historiográfico da crítica cultural hispano-americana contemporânea, observa-se que a produção ensaística de Octavio Paz configura-se como uma das mais importantes. Através de perspectivas multidisciplinares, tal como o cotejo literatura e história, nota-se ao longo de sua trajetória ensaística, de mais de 40 anos, uma espécie de legado crítico cultural acerca da América Hispânica na medida em que se constroem e se consolidam algumas de suas reflexões quanto aos conflitos e as bases que norteiam a problemática identidade cultural hispano-americana. Em linhas gerais, nas obras do autor mexicano, a polêmica questão identitária de países de língua espanhola na América que sofreram o processo histórico-cultural da Colonização está pautada em visões complexas e abordagens teóricas reflexivas heterogêneas, rompendo, portanto, com a proposta unilateral tradicional que se apresentou desde o século XIX, como, por exemplo, colonizador/colonizado e a ideologia da nacionalidade. Entretanto, nos estudos da produção ensaística do autor Octavio Paz, em sua grande maioria, concentra-se no exame de sua obra isolada e não em conjunto. Portanto, com o objetivo de estudar a questão da identidade cultural da América Hispânica na produção de Octavio Paz, essa pesquisa centra-se na trajetória ensaística do autor observando sua construção analítica e reflexiva em algumas de suas obras centrais inscritas nesse gênero discursivo. Assim, a realização dessa pesquisa constitui-se em dois momentos; no primeiro há a discussão de referenciais teórico-metodológicos de História Cultural – como Peter Burker – Gênero Ensaístico – como Silviano Santiago – Gênero autobiográfico – como Philippe Lejeune; e, num segundo momento, na análise de algumas obras ensaísticas de Octavio Paz na perspectiva de evidenciar um legado crítico cultural de América Hispânica coeso na configuração identitária hispano-americana heterogênea, dinâmica, cosmopolita.
FRONTEIRAS IMAGINÁRIAS EM DUAS TRADUÇÕES PORTUGUÊS-ESPANHOL DE „O MENINO MALUQUINHO‟
Alencar Henrique de Oliveira (POSUGF)
Este trabalho descreve e analisa as traduções português-espanhol da obra ‗O Menino Maluquinho‘ (Ziraldo: 1980), realizadas por Juan Forn (Forn:2003), para os mercados argentino e chileno. Destaca adaptações, omissões e acréscimos, confronta esses destaques com os conceitos de equivalência formal e equivalência dinâmica (Nida:1982) e com o conceito de ‗escopo‘ (Vermeer:1989). A tentativa de validar ou não os conceitos de equivalência e de escopo para tradução de elementos culturais é a motivação da escolha das obras estudadas. O corpus é retirado das mesmas obras, isolando trechos com aspectos culturais. A obra original escolhida é singela, despretensiosa e breve. A proximidade entre o Brasil, a Argentina e o Chile vem se estreitando. Países de colonização ibérica, todos têm uma base cultural autóctone em suas comunidades indígenas, uma história política com paralelos incríveis e desafios sociais e culturais semelhantes. A diferença nos idiomas nacionais não é grande desafio para essa integração e a aproximação político-administrativa é impulsionada pelo projeto de integração regional. Feitas essas considerações, a pergunta que nos fazemos é: ao trabalhar a tradução de elementos culturais de uma obra infantil brasileira, é possível sustentar a existência de equivalência formal e dinâmica nessas traduções? Ou seria o escopo (propósito) o motus da tradução, e este faria a passagem da obra pela alfândega da fronteira cultural? Ou a equivalência e escopo seriam apenas uma fronteira imaginária?
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“LA TETA ASUSTADA”- UN DIÁLOGO INTERCULTURAL
Ester M. R. Osorio (UNESP/ASSIS)
―La Teta Asustada‖, película peruana dirigida por Claudia Llosa fue premiada en el Festival de Berlín y en el Festival de La Havana, además de haber sido muy bien comentada en los diversos medios de comunicación en el mundo entero, fue indicada, también, al Oscar como mejor película extranjera de 2009.Esta sensible obra del séptimo arte, muestra de creatividad estética, nos permite hacer una lectura intercultural de los valores y problemas de la sociedad peruana y latinoamericana durante la década de 1980-1990, para ese objetivo utilizamos algunos concptos Bakhtinianos como: dialogia, ideologia, infraestrutura y superestructura.La protagonista Fausta, joven que nació con el pavor de los niños que ven, desde el vientre materno, la violencia a que su madre ha sido sometida por el poder de las fuerzas armadas. A través de las voces interiores, en contacto con las voces reales del momento histórico que Fausta enfrenta, se va construyendo la protagonista, el autor, de esta forma, muestra un diálogo que nos va indicando los diferentes conflictos vividos por el pueblo: violencia contra la mujer indígena, autoritarismo de las fuerzas armadas, mitos, importancia de la fertilidad, la amamentación, la virginidad, la muerte, etc. Las comunidades indígenas al ser expulsadas de sus espacios se ven cada vez mas fragilizadas y expuestas a la violencia urbana, que en este caso, se agrava con la carga de violencia del autoritarismo militar sufrido por América Latina en esa década (80-90).
(Agência financiadora: FAPESP)
LA VUELTA A ESPAŇA FRANQUISTA EN TRES PELÍCULAS
Flávio Adriano Nantes Nunes (UFMS/CPCX)
La propuesta de trabajo tiene el objetivo de presentar algunos elementos que forman parte de la historia de la nación española, más precisamente del período de la dictadura de Francisco Franco. Para analizar dichos elementos – por intermedio de tres películas: La lengua de las mariposas, de José Luís Cuerda, 1999, El laberinto del fauno, de Guillermo del Toro, 2006 e Salvador Puig Antich, de Manuel Huerga, 2006 – utilizaremos algunas teorías acerca de la memoria, olvido, perdón, monumento de piedra, propuestas por Hugo Achugar (Planetas sin boca), Beatriz Sarlo (Tiempo pasado), y algunos ensayos desarrollados por el filosofo Jacques Derrida. Las producciones cinematográficas antedichas representan, entre otras cosas, la violencia extremada contra los derechos humanos, la destrucción psicológica, las huellas de los dolores en la memoria y en el propio cuerpo ocurridas a lo largo de la dictadura franquista. Los sujetos/víctimas que sufrieron con este régimen político, antes silenciados, reciben voz a partir de los textos fílmicos para revelar los hechos ocurridos y que quizá sigan obscuros. La memoria de un pueblo, nación, comunidad emerge a partir de un constructo humano cualquiera, como el cine, por ejemplo. Esta memoria, rescatada en el interior de una narración, tiene la función de traer a la luz hechos históricos, informaciones olvidados/ocultos por gobiernos, Estado-Nación e instituciones a lo largo de los tiempos. Tal rescate, por intermedio de una narrativa cualquiera, ejerce el oficio de decir a las gentes del porvenir los eventos del pasado. Es a partir de las memorias dispuestas en las películas que nos enteramos acerca del terror, genocidio, guerras, dictaduras, hechos inhumanos, arbitrariedades de poder, así, La lengua de las mariposas, El laberinto del fauno y Salvador Puig Antich ejercen la función de archivar/rescatar y demostrar algunos de los eventos ocurridos en el período de la dictadura franquista. ¿Y esto para qué? Para que dictaduras y los elementos en torno a ella no vuelvan a ocurrir en España y en ninguna otra sociedad.
AS CARTAS ESQUECIDAS DE ALFONSO REYES
Livia Reis(UFF/CNPq/Faperj)
Ao longo dos anos em que viveu no Rio de Janeiro, entre 1930 e 1937, e até o fim de sua vida, já na sua México natal, o poeta, ensaísta e diplomata Alfonso Reyes trocou um grande número de cartas com seus pares, escritores, políticos e personalidades importantes na vida cultural brasileira. O acervo de cartas que se encontra na Capilla Alfonsina, biblioteca de Reyes, situada na cidade do México, guarda um vastíssimo material, que apenas começa a ser descoberto. Nossa pesquisa vem se debruçando sobre este acervo e, a partir da leitura destas cartas, pode-se perceber que o autor nunca abandona uma visão estética e crítica, mesmo quando trata de temas mais triviais. Ao mesmo tempo, as cartas nos colocam diante de um homem extremamente preocupado com as relações de amizade, que muitas vezes se confundem com a perspectiva do escritor, sem nunca abandonar o
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papel de diplomata que desempenhava, na sua estadia em terras brasileiras. No acervo encontramos cartas trocadas com políticos, como Carlos Lacerda, escritores, como Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho, entre outros. Ou seja, as cartas se mostram um material riquíssimo para o estudo dos papéis que assumiu Don Alfonso durante sua permanência no Brasil, bem como para se desvendar o próprio Brasil daquele tempo. Este ensaio vai apontar esse percurso crítico e como ele contribui para entender a relação de Alfonso Reyes com o Brasil.
O CINEMA MUDO PELO OLHAR QUIROGUIANO E SUA RELAÇÃO COM A INDÚSTRIA CULTURAL
Karina Magno Brazorotto (PG-UNICAMP)
O cinema do início do século XX visto pelos olhos do escritor uruguaio Horacio Quiroga (1878-1937) em suas diversas crônicas que discorriam sobre a produção cinematográfica, sobretudo a americana, publicadas em revistas populares em Buenos Aires (Caras y Caretas; El Hogar, Atlântida), joga luz no caminho que a indústria norte-americana do entretenimento trilhou desde o inicio. Em suas crônicas, Quiroga aponta alguns elementos, como o fim último ser o lucro, a massificação cultural, a padronização da interpretação, transformado um autor bom em mediano, entre outros, que, mais tarde, Adorno & Horkheimer, vão esquematizá-los, teorizá-los e situá-los como elementos inerentes da indústria cultural. Esses elementos na percepção de Quiroga enfraqueciam o cinema, mas eram responsáveis pelos lucros dos estúdios, os quais produziam os filmes veiculados em grande parte do mundo. A estandardização da produção e da interpretação dos atores, a elevação de um nome para ser o chamariz e assim ser sucesso de bilheteria, já estava presente no cinema desde o seu nascimento, como se pode perceber nas crônicas de Horacio Quiroga. Portanto, pretendo analisar algumas crônicas quioguianas sobre o cinema em relação à teoria da indústria cultural, pensando como um espectador crítico do cinema mudo percebia a máquina da indústria cultural agindo, mas sem conseguir nomeá-la ou identificá-la como sendo parte de um todo, mas conseguindo, de alguma forma, apontar, inconscientemente, os rumos da indústria cinematográfica, criticada com bases teóricas na Dialética do Esclaremento, por Adorno & Horkheimer.
O QUE DIZEM AS PUBLICIDADES SOBRE A MULHER: ADEQUAÇÕES E INADEQUAÇÕES DE GÊNEROS
Lucila Carneiro Guadelupe (UFF)
Esta comunicação pretende apresentar os resultados finais de pesquisa acadêmica desenvolvida no Mestrado em Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Estrangeira – Espanhol, da Universidade Federal Fluminense. A partir das análises, foi possível observar a relação do gênero publicidade com as esferas da atividade humana que envolvem nossa vida. É legitimada a percepção de que vários discursos são atravessados no gênero publicidade e que estes influenciam, de certa forma, o comportamento dos grupos sociais. Analisando as publicidades sob a ótica dos estudos interculturais e acreditando que os estereótipos relacionam-se com a formação da identidade feminina, o presente estudo se propôs a detectá-los, apresentando um paralelo entre as perspectivas culturais brasileiras e as hispânicas – especificamente a peruana (CUCHE, 2002; HALL, 2003; MENDES, 2007; MOTA, 2004; PARAQUETT, 2007). As análises demonstraram que a mulher é representada por uma beleza estereotipada, ressaltando a mulher branca e magra. Os estereótipos culturais, tais como ser jovem e magra, trazem a representação da beleza, e são seguidos por identidades comuns ao público feminino. De fato, a análise do corpus revela que a representação da mulher que sobressai no discurso publicitário está diretamente ligada a padrões estereotipados de beleza e forma física instituídos por uma sociedade que está arraigada na ‗cultura do corpo‘. Essa afirmação confirma-se tanto nas publicidades das revistas brasileiras quanto nas peruanas. A partir de Bakhtin (2003), pude confirmar que os enunciados apresentados nos anúncios publicitários estão relacionados com inúmeros outros já ditos anteriormente, e, certamente, produzirão vários outros em resposta a estes.
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LA LOCURA DE JUANA I – UN PERGAMINO ENTRE LA HISTORIA Y LA FICCIÓN
María Dolores Aybar Ramírez (UNESP – FCLAr)
Los textos contemporáneos a Juana I (1479-1555), van formando un extenso pergamino que se elabora bajo el signo del hibridismo de género, lo cual pone en tela de juicio, ya en los siglos XV y XVI, la separación dicotómica entre historia y ficción. Juana se construye discursivamente en romances históricos o en retratos y documentos oficiales; en epístolas, diarios y crónicas puestos al servicio de diferentes señores. Los discursos que defienden la locura de Juana, alegato mayor para la usurpación del trono que le pertenecería, como reina propietaria de España, van legitimándose históricamente y en la misma proporción, crean representaciones que subordinan Juana I, la reina sin reino, a Juana la Loca, personaje histórico-ficcional. En el siglo XIX, la locura de amor de Juana se convierte en un motivo central para el romanticismo francés y posteriormente, para el español. Sin borrar los primeros, se trazan nuevos signos en el viejo pergamino, y la locura es ahora el elemento-eje de novelas o dramas históricos pero también de biografías históricas o ficcionales. En esa misma línea continúan los textos literarios, históricos y pseudo-históricos hasta nuestros días. Ora refutando, ora confirmando la enajenación mental de la Reina, los discursos materializan la centralidad de la misma como poderoso motivo repetido por la historia y la ficción. Paralelamente, todos esos discursos elaboran diferentes representaciones de la locura, confirmando la propuesta foucaultiana. Con base en las teorías de la panintextextualidad, y más concretamente en la cámara de ecos de Barthes, transitamos entre diversas series discursivas, promoviendo amplios recorridos para observar el diálogo entre los más importantes textos que desarrollan la locura de Juana I. Ya con base en la intertextualidad restrictiva genettiana, describimos sumariamente la materialidad del palimpsesto en que los ecos se encarnan en signos reconocibles, analizables y pasibles de taxonomías.
(Agência financiadora: FAPESP)
A PRESENÇA PARAGUAIA NA FAMÍLIA INDÍGENA TERENA IPEGUIANA E A POLÍTICA DE LÍNGUA
Mariana de Souza Garcia (UFMS)
Neste trabalho enfoco as línguas terena, espanhola e guarani dentro da temática línguas em contato. Adoto a perspectiva teórica de autores como Grenoble e Whaley (1998), Romaine (1995), Grosjean (1982) e Fishman (1991, 2001). A comunidade lingüística estudada se chama Ipegue, está localizada no município de Aquidauana-MS e é uma das comunidades indígenas do povo Terena. Subsidia a discussão um extenso levantamento bibliográfico interdisciplinar historiando o contato entre os terena e outros povos/línguas e também uma pesquisa de campo realizada no ano de 2004 com 158 entrevistas representando 18 porcento de pessoas desta comunidade (Garcia, 2007). Na pesquisa levantou-se entre outros, os usos de línguas nos domínios sociolingüísticos e as atitudes lingüísticas. A partir de eventos no âmbito internacional (tratados no nível das macrovariáveis) como o deslocamento terena do chaco paraguaio e a disputa territorial que culminou na Guerra do Paraguai, considero também eventos locais entre os municípios de Aquidauana-MS e Miranda-MS que culminaram em uma particularidade lingüística na comunidade de fala pesquisada (tratada no nível das microvariáveis), justamente pelo contato entre indígenas e trabalhadores paraguaios nas fronteiras entre a reserva indígena Taunay/Ipegue e as fazendas. O contato entre línguas é abordado em um modelo hierárquico de análise, no âmbito das tipologias sociolingüísticas de línguas ameaçadas de extinção, composto por uma hierarquia envolvendo dez categorias de estudos: econômica, política, social, geográfica, educacional, religiosa, lingüística, tecnológica, demográfica e do letramento. Uma atenção especial é dada ao uso de línguas no domínio da família e sua política de línguas que se estendeu à vizinhança ipeguiana. Finalizo refletindo sobre a vitalidade atual da língua terena nesta comunidade e secundariamente faço breves apontamentos relativos à língua espanhola e a oferta de língua estrangeira na escola municipal Feliciano Pio em Ipegue.
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SIMETRIAS E ASSIMETRIAS: A PENETRAÇÃO DE NOVOS IDEÁRIOS ARQUITETURAIS EM PORTO ALEGRE (BRASIL) E ROSÁRIO (ARGENTINA) NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Nara H. N. Machado (PUCRS)
Um expressivo aumento no número de construções ocorreu no Brasil e na América de fala espanhola ao longo dos primeiros trinta anos do século vinte. Entre outros elementos, ampliou-se crescentemente, em graus diferenciados, a altura dos prédios, implicando em mudanças nas paisagens visuais até então predominantemente horizontais. Concomitantemente, ocorreram, em grau crescente, modificações nas linguagens arquitetônicas até então dominantes, vinculadas, invariavelmente, ao ecletismo de cunho historicista. Novos paradigmas arquiteturais se fizeram presentes, tanto decorrentes de influências européias como oriundas da América do Norte, mais precisamente dos Estados Unidos. A presente comunicação tem como objetivo abordar algumas das mudanças de paradigmas arquiteturais verificados em Porto Alegre (Brasil) e Rosário (Argentina), nas primeiras décadas do século vinte, refletindo sobre as mesmas. Ambas, cidades de porte médio, são bastante importantes na região sul da América Latina. O enfoque residirá basicamente na verticalização que ocorreu nas duas cidades e no ingresso do chamado vocabulário decó nas mesmas. Tentar-se-á identificar, nas novas configurações espaciais, a força de novos referenciais aliada à persistência de valorizações anteriores assim como as hibridações resultantes. Também buscar-se-á verificar em que medida os resultados acabaram alterando e desfigurando especificidades existentes e, ao mesmo tempo, implicaram na conformação e visualização de novas identidades. Quanto aos referenciais teórico-metodológicos, adota-se a visão de arquitetura como um procedimento, essencialmente cultural, de produção de espaços, cuja peculiaridade básica reside em ser um espaço produzido pela mão do homem. Por espaço urbano entende-se uma parcela ou o todo da cidade: produto humano (individual e coletivo), fato artístico que abriga arquiteturas e exprime permanências e mudanças. Finalmente, o presente trabalho será desenvolvido através da consulta e análise de fontes bibliográficas e documentais bem como através de estudos de casos pontuais relevantes para os objetivos fixados.
GRANDES ANALES DE QUINCE DIAS: POLÍTICA E HISTÓRIA NA OBRA DE FRANCISCO DE QUEVEDO
Rachel Saint Williams (PPGHIS/ UFRJ)
O objetivo deste estudo é analisar as principais características presentes na obra Grandes Anales de Quince Dias de Francisco de Quevedo y Villegas, o renomado escritor espanhol seiscentista. Grandes Anales tem sua data final de redação em 16 de maio de 1621, trata-se de uma crônica que narra os eventos mais marcantes ocorridos no transcorrer do período identificado com a permuta dos reinados de Felipe III, para o início do reinado de seu sucessor, Felipe IV. Neste escrito, encontramos importantes análises pertinentes à atuação de Felipe III e das figuras que mais obtiveram proeminência política em seu reinado, especialmente os privados Duque de Lerma e Duque de Uceda. Assim como, podemos encontrar desveladas as expectativas de Quevedo em relação ao período que se iniciava e suas impressões inicias sobre as figuras axiais do novo reinado: Felipe IV e o Conde Duque de Olivares. Desta forma, Quevedo vai mesclando em sua crônica histórica, questões claramente pertinentes ao âmbito das reflexões sobre a prática política espanhola da época moderna. A concepção da história que se delineia em Grandes Anales concerne a uma visão didática e moralizante da mesma, composta a partir da justaposição entre vícios e virtudes. Nossa proposta analítica orienta-se para a percepção desta crônica histórica como um manual de orientação aos futuros governantes, postulando a dupla existência de uma politização da história e de uma historizicação da política.
A INFLUÊNCIA DA LITERATURA HISPANO AMERICANA-COLONIAL DO DISCURSO UTÓPICO LITERÁRIO DO RENASCIMENTO
Rogério Mendes Coelho (UFRN)
Os textos produzidos por navegadores, religiosos e intelectuais espanhóis entre os séculos XVI e XVII a respeito da América propuseram, entre as nuances da historiografia e do discurso ficcional; da imitação e do desvio, as bases interpretativas da América. Desse modo, a literatura hispano-americana colonial abriu uma perspectiva interessante para se refletir a respeito do significado da imaginação e da experiência nos séculos XVI e XVII já que esses escritos resultaram, sobretudo, da relação estabelecida entre os antigos arquétipos do imaginário europeu sobre regiões incógnitas
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sendo capazes de integrar o Novo Mundo à ancestralidade mítica ocidental e a dificuldade em lidar com a alteridade (AINSA, 1998; HOLANDA, 2002). A conseqüência disso é a retomada da formulação orgânica de uma sociedade ideal, na tentativa de constituir um espaço capaz de atender as necessidades mais antigas do homem de habitar o ―espaço perfeito” influenciando de maneira substancial as utopias do Renascimento. A Utopia (1516), de Thomas More, por exemplo, foi escrita com base nos relatos de um marujo que integrou a comitiva de Américo Vespúcio no continente americano; A Cidade do Sol (1603), de Tommaso Campanella, outro exemplo, foi escrita com base nas descrições de outro marujo que testemunhou as investidas de Cristovão Colombo no Novo Mundo apenas para citar as mais conhecidas. Desse modo, é através da literatura hispano-americana colonial, onde imaginação e realidade se confundiram, que se evidenciaram as bases interpretativas de um espaço integrado à cosmologia dos povos pela ação imaginativa do homem, admitindo a importância do Outro, tanto para o processo de formação das sociedades americanas quanto para os primeiros projetos utópicos da modernidade. Portanto, a proposta de trabalho pretende estabelecer um estudo sobre a textualidade colonial estabelecendo as relações sobre a contribuição do espaço americano na base do pensamento político moderno.
“SIMULTÁNEOS PERO NO CONTEMPORÁNEOS”: IMÁGENES DE UNA CARTOGRAFÍA ABISAL
Rômulo Monte Alto (UFMG)
Según Boaventura de Sousa Santos, el pensamiento moderno occidental es un ―pensamiento abisal‖ pues divide al mundo en dos zonas distintas y hace con que una de ellas se vuelva inexistente, a través de una representación interesada que implica en su exclusión y negación radical. Una de las estrategias de esa representación se puede precisar al analizar las imágenes vehiculadas en una actividad del manual de enseñanza de español como lengua extranjera Planet@, en que se compara una familia de la sierra peruana con una familia urbana española. La comparación de una familia campesina de Latinoamérica con otra de clase media de Europa ya sería de por si equivocada no fuera la explícita intención de reforzar la distancia temporal que media entre ellas, reduciendo la familia peruana a la labor con la naturaleza mientras la familia española se mide por una serie de prácticas culturales. Este texto busca analizar algunos supuestos que llevan los personajes de las figuras a compartir la simultaneidad de la existencia, lo que sin embargo no los vuelve contemporáneos ya que tampoco recorren la misma línea espacial y temporal que organiza la cartografía abisal.
DE VUESTRA MERCED A USTED: UNA PERSPECTIVA HISTÓRICA
Sabrina Lima de Souza Cerqueira (UnB)
Este trabajo tiene como objetivo trazar la evolución de las formas de tratamiento del español en los siglos XVI y XVII. En especial, se busca describir la progreso de la forma nominal de tratamiento Vuestra Merced > Usted. Para tanto, se utiliza como corpus piezas de teatro populares (entremeses). Se sabe que este no es el texto ideal para el estudio de las interacciones ya que no son interacciones reales, aunque representen grupos sociales, una sociedad, un momento histórico. Sin embargo, como se trata de un estudio histórico, algunos autores como como Haverkate (2001), Culpeper (1998), Cordisco (2003) lo ratifican y afirman que este tipo de texto es muy eficiente en los estudios como este que se propone. Además, esta es una de las pocas, si no la única, manera de estudiar las formas de tratamiento en las sincronías pasadas. Como metodología, se propone un estudio sociolingüístico cuantitativo y cualitativo de orientación interaccional (Brown e Levinson, 1978/1987; Mey, 2001; Kerbrat-Orecchioni, 2006; Briz, 2004;), pues acreditamos que muchas veces solamente el estudio cuantitativo no contempla todas las posibilidades de interpretación de los datos pues no considera el dato en contexto. Esta opción teórico-metodológica se muestra pertinente en este estudio pues revela aspectos que la presentación bruta de los datos no captó. Los resultados encontrados muestran que la forma vos sufrió depreciación: la utilizaban tanto como marca de cortesía, como para marcar inferioridad del oyente y entre iguales de las clases más adineradas. Se utilizaba las formas Vuestra Merced y variantes cuando se deseaba mantener la distancia social. El tú marcaba intimidad entre los interlocutores o inferioridad del oyente.
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EL SIGNIFICADO HUMANO DE LAS PLAZAS MAYORES
Salustiano Álvarez Gómez (PUC-MG)/(FUMEC-MG)
Sebastian Álvarez Gómez (Colegio de Aparejadores de Madrid)
El ser humano experimenta necesidades básicas, como agua, alimentos, ropas, y otros tipos de innúmeros artefactos de los que se sirve para suplir y satisfacer esas necesidades. La experiencia humana es una experiencia de sociabilidad. Ante la realidad impotente de cada individuo aislado el ser humano elabora formas de socializarse y relacionarse. La convivencia aparece como la necesidad más natural e innata para el ser humano. La experiencia de limitación, tanto de cada sujeto individual como la de grupos, lleva a la necesidad del contacto y del encuentro con otros seres y grupos humanos. De estas experiencias ancestrales y arcaicas surgieron en la Península Ibérica locales apropiados que históricamente adquirieron dimensiones sociales de importancia trascendental para las realizaciones políticas, económicas, artísticas y culturales. Es el caso de las plazas mayores, espacio vital en los pueblos y ciudades ibéricas. Su desarrollo expresa las formas de convivencia y de relaciones humanas que se despliegan a lo largo de la historia de la Península Ibérica, y de forma especial, en España, motivo de nuestro estudio. Las plazas mayores crecen como auténticos corazones sociales que revelan el centro neurálgico de las formaciones urbanas, ya sean grandes o pequeñas. La plaza mayor es una realidad vital en los pueblos y ciudades de España, espacios comunitarios que van formando la estructura de un lugar central y van asumiendo una finalidad funcional, fundamentada en tres bases: la primera, la de servir a la sociedad con utilidad económica y comercial. La segunda, de utilidad lúdica y artística. Por ultimo, de utilidad representativa, siendo el lugar de las decisiones y del diálogo.
AMÉRICA HISPÂNICA: IDENTIDADES CULTURAIS E CONTEMPORANEIDADE
Sara Araújo Brito Fazollo (UFRRJ)
Esta comunicação tem por objetivo contribuir para a ampliação e divulgação dos conhecimentos na área dos Estudos Culturais no âmbito da América Hispânica. Para tanto, serão apresentados alguns resultados da pesquisa desenvolvida nos últimos anos sobre Identidade Cultural, América Hispânica/Latina e Contemporaneidade que desenvolvi nos estudos do Doutorado. Pensar a América Latina não é tarefa muito fácil, por isso, torna-se necessária uma fundamentação teórica ampla para possível discussão sobre suas questões. Utilizaremos para esse trabalho os estudos de Connor (2000), Coutinho (2003, 2005), Cuche (2002), Hall (2003,2005), Pizarro (2006), Rama (1982), J. L. Santos (2005), M. Santos (2005), Sarlo (2006), entre outros. Para discutir a América Hispânica, identidade cultural e contemporaneidade, deparamo-nos com temas diversos, entre eles, a globalização. Esta, no mundo moderno, possibilita-nos uma nova compreensão dos aspectos sociais que envolvem a cultura e o processo de construção da identidade. Há uma instigante busca por caminhos variados, visando influenciar as dimensões sociais e éticas da globalização, e isso nos leva à inevitável questão cultural da identidade do sujeito. Com isso, a sociedade hispano-americana contemporânea segue novos rumos frente a essas recentes estratégias de crescimento cultural, social, econômico, entre outros. A discussão sobre a questão da identidade faz parte das transformações socioculturais de um mundo pós-moderno. As identidades constituem-se nas relações sociais intermediadas pela linguagem utilizada nas práticas discursivas do indivíduo. As identidades são fabricações, produto das tecnologias, disciplinas, técnicas e a globalização tem sua contribuição na formação e (re)construção das identidades, não só do sujeito em si, como de todo o grupo. Nessa América Hispânica, como em toda a América Latina, tão plural, a identidade cultural não é homogeneidade, mas sim uma compreensão que perpassa a alteridade e a heterogeneidade.
RAFAEL SÁNCHEZ FERLOSIO: ENTRE EL REBELDE Y EL MELANCÓLICO
Silvia Cárcamo (UFRJ)
Entre los relatos que generó la experiencia de la guerra civil española figura el relato de los hijos que instaura una mirada sobre el pasado y sobre los padres. Ese relato articula historia familiar y trauma nacional. Proponemos el estudio del texto breve La forja de un plumífero en el que Rafael Sánchez Ferlosio construye en el discurso autobiográfico una figura antiheroica, rebelde y melancólica que sobrepone historia familiar e contexto histórico. Ese yo guarda relación con la figura construida en la enunciación de los ensayos de Ferlosio y en su propia actuación como una especie de outsider paradójico que hace de la pereza, fracaso o descreimiento su marca personal. Simultáneamente familiarizado y distanciado de los medios de comunicación, crítico de las instituciones y favorecido por
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distinciones oficiales, el escritor erudito reproduce en el relato autobiográfico los principios de la poética de lo antiheroico que caracterizó a la literatura de la posguerra en España y que es objeto de reflexión en la ficción y en el ensayo de las últimas décadas. En el interior de esa historia, la paradoja del hijo rebelde e indisciplinado que acepta acríticamente a su padre fascista se muestra altamente significativa.
INTERCULTURALIDAD Y TECNOLOGÍA – LAS TIC A SERVICIO DE LA INTERCULTURALIDAD EN LOS PAÍSES HISPANOHABLANTES
Verônica Rangel Barreto (IFES)
El artículo discute la interrelación entre Interculturalidad y Tecnología en los países hispanohablantes. Se indaga, entre otros aspectos, ¿de qué forma(s) las Tecnologías de la Información y de la Comunicación (TIC) pueden servir de soporte para el proceso de la Interculturalidad en dichas naciones hispánicas. Antes todo, hay que hacer un recorrido histórico-cultural de cada país de habla hispánica y, en un segundo momento, exponer, de forma pragmática, la presencia de las TIC, su función e importancia para el desarrollo de una competencia intercultural. Se parte de que interculturalidad es una interacción dinámica de respeto a la diferencia cultural, de actitud (auto) crítica ante la diversidad. Implica una postura dialógica, defendiendo la horizontalidad en las relaciones, sin que para ello, cada sujeto social haya que abrir mano de su identidad cultural al comunicarse. Es lo que denominamos hibridación cultural, que nos remite a la alteridad. La interculturalidad busca dar cuenta del desafío lanzado por la globalización y sus implicaciones culturales y étnicas. Se tiene la identidad, homogeneidad y diversidad como ejes generadores de lo intercultural. Los valores en relieve son los de la paz, derechos humanos, igualdad, tolerancia, ciudadanía y aplicación democrática de las TIC en las naciones de habla hispánica. Así, se pretende una globalización de identidades, de cultura y de valores y que, de hecho, la accesibilidad y el manejo de lo tecnológico ocurran de manera igualitaria, no obstante el panorama histórico-político-económico-cultural de cada país en análisis.
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COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS AREÁ TEMÁTICA 5 - ESTUDOS DE FRONTEIRA
O BRASIL DO TURISTA DAGLIO
Antón Corbacho Quintela (Grupo GALABRA – UFG)
Salustiano Álvarez Gómez (PUC – MG)
Com base em dois ensaios do uruguaio Andrés Daglio, Kodak, el Brasil ante mi lente (1951) e Brasil, despertar de un mundo (1952), nesta comunicação reflete-se acerca da perspectiva que adota o sujeito estrangeiro que se apresenta e age como turista internacional. Esse turista reconhece-se como um observador legitimado para escrutar os campos sociais dos espaços que percorre e para emitir o seu parecer acerca do que tem inquirido. O espairecimento e a diversão podem bastar como justificativa para os turistas cujas pretensões não vão além do descanso. O turista, no entanto, que se sabe reflexivo acredita que o cometimento que deve assumir com a sua viagem é a observação detida e a valorização do observado com vistas à transmissão, aos seus patrícios e/ ou aos aborígines do lugar visitado, de um relato sobre essa experiência. Nesse relato constam informações julgadas úteis para aqueles que desejem repetir a viagem ou, simplesmente, se instruírem sobre o país estrangeiro. Além disso, crê-se que essas impressões de viagem podem apresentar, aos nativos, aspectos característicos dos seus campos sociais que fogem da percepção deles por eles carecerem de elementos contrastivos que permitam singularizar o próprio. A obra Kodak, El Brasil ante mi lente é, nesse sentido, paradigmática. Contém três apresentações, redigidas por comentaristas amigos de Daglio – Guilherme de Almeida, Telmo Manacorda; e Maurice Pierrefeu –, nas que se aprecia o mérito outorgado às impressões de viagem do autor pelo fato de estas partirem da mirada de um turista estrangeiro capaz de notar o que os nativos não enxergavam. Assim, o intuito desta comunicação é avaliar a distinção, tanto em relação tanto aos outros estrangeiros quanto aos nativos, que envolve a atitude do turista convertido em autor de impressões de viagem, de crônicas ou de reportagens.
LA ENSEÑANZA DEL PORTUGUÉS COMO LENGUA EXTRANJERA EN LA FRONTERA CON BOLIVIA
Daniela Teixeira de Castro (UFMS/CPAN)
Juliana Burgos Rojas (UFMS/CPAN)
Suzana Vinicia Mancilla Barreda (UFMS/CPAN)
Este trabajo tiene como ámbito la región fronteriza entre Bolivia y Brasil, más específicamente en los municipios de Corumbá, del lado brasileño y Puerto Quijarro del lado boliviano. El puente que se establece entre ambos territorios está mediado entre otros aspectos por el vínculo comercial que se da en esta región, donde la lengua, también adquiere un valor de moneda corriente local. Según Sanabría Fernández, la constitución del hablar del cruceño, habitante del departamento de Santa Cruz, donde está circunscrito Puerto Quijarro, tiene también en su procedencia el portugués. Por otro lado, es muy fácil constatar que los bolivianos, al tener un contacto cotidiano con la lengua portuguesa, se esfuerce por hablar el portugués, no sólo porque lo necesita para desarrollar sus prácticas comerciales sino también porque aprender portugués se constituye en un empuje para la asimilación cultural del boliviano en las instituciones que frecuenta al cruzar la frontera, como ser la escuela, la universidad y los centros comerciales, entre otros. La pesquisa que exponemos tiene como base teórica los escritos de Almeida Filho y su investigación relacionada al portugués para extranjeros y los aspectos identitarios inherentes. La metodología de la investigación involucra la propia práctica docente, para tanto se ha organizado un curso en convenio con la alcaldía de Puerto Quijarro, curso que se desarrolla como un programa piloto que permita al mismo tiempo en que se produce la práctica de la enseñanza del portugués, recabar datos entre los participantes a través de cuestionarios periódicos. Los resultados serán sistematizados para una segunda etapa de realización.
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LÍNGUA E ECONOMIA NA FRONTEIRA
Eliana Rosa Sturza (UFSM)
O mapeamento sobre o espaço de circulação do espanhol nas zonas de fronteira do Brasil com países do Prata tem apresentado, a partir das pesquisas que estamos realizando, uma relação da língua com as dinâmicas econômicas da fronteira. Essa relação é determinada, em maior ou menor grau, pelas histórias de ocupação, povoamento e desenvolvimento das comunidades fronteiriças. Está também associada ao modo como essas sociedades estabeleceram suas inter-relações com os países vizinhos, aumentando os espaços onde as línguas são praticadas. Esta vida local, portanto, está direcionada ao exterior, mas também está integrada a ele. Neste sentido, muitas comunidades fronteiriças se desterritorializam e as línguas passam a significar essas zonas fronteiriças como um novo lugar, com um modo de vida com particularidades e especificidades a serem consideradas para, por exemplo, o ensino das línguas. Organiza-se um corpus de enunciados, orais e escritos, em diferentes períodos históricos, que nos permita mapear os espaços de circulação espanhol na fronteira no qual incidam os efeitos da economia local sobre as relações entre as línguas, sobretudo sobre a extensão da circulação do espanhol no lado brasileiro da fronteira na região sul. Neste caso, levamos em conta que as condições dessa vida fronteiriça passam a emergir na enunciação dos fronteiriços e, nela, o espanhol se revela como constitutivo das práticas lingüísticas.
ESTUDOS LINGUÍSTICOS NA FRONTEIRA
CORUMBÁ – ARROYO CONCEPCIÓN
Helga Natalia Nunes Ferraz (UFMS/CPAN)
Suzana Vinicia Mancilla Barreda (UFMS/CPAN)
O projeto Estudos lingüísticos na fronteira Corumbá - Arroyo Concepción propõe a pesquisa de componentes lingüísticos, históricos, geográficos e sociais que possibilitem a caracterização dos bolivianos residentes em Arroyo Concepción, distrito do município de Puerto Quijarro, localizado no departamento de Santa Cruz, Bolívia. Este lugar apresenta uma ocupação relativamente nova com traços muito peculiares e diferenciados da região circundante. Os fluxos migratórios internos na Bolívia condensaram na região oriental boliviana uma multiplicidade populacional com variedades diferenciadas principalmente entre aquelas conhecidas como as variedades andinas e as variedades da região oriental ou castellano camba, como é conhecido. Os estudos do linguísta Xavier Albó é base fundamental neste trabalho, bem como o atlas linguistico boliviano elaborado pela sua equipe. Aspectos identitários delimitados históricamente tornam relevante nesta pesquisa a denomição de cambas e collas como identificadores asimetricos entre outros aspectos da variedade falada por estes. A metodologia da pesquisa prevê levantamento bibliografico relacionado ao contato linguístico e suas implicações, com autores como Sturza, Elizaicin e Spiga, que são fundamentais com trabalhos vinculados às línguas em contato no sul do país. O material recolhido de entrevistas com informantes de idades entre 18 e 60 anos, de ambos os sexos, e cujo ponto articulador é desenvolver atividade l na feira de Arroyo concepción, onde o contato linguistico entre bolivianos e brasileiros é mediado pela relação comercial amplamente descrita em estudos desenvolvidos pelo Programa em Estudos Fronteiriços desta instituição. O espaço fronteiriço joga um papel complexo na constituição da identidade dos seus habitantes e autores como Raffestin, Milton Santos e Saquet orientam o rumo da pesquisa na delimitação conceitual deste espaço que acolhe os que por aqui transitam.
VILMA TAPIA: UM OLHAR ERÓTICO NA LITERATURA LATINA
Isabel de Almeida (PPG-MEL/CCHS/UFMS)
Poeta boliviana, Vilma Tapia nasceu em La Paz em 1960. Estudou Ciências de Lá Educación na Universidad Mayor de San Simon de Cochabamba, cidade em que reside desde então. Dentre as várias atividades desenvolvidas, Tapia tem editado e colaborado com algumas revistas literárias, assim como foi convidada a alguns encontros de escritores e poetas na América Latina e na Europa. Publicou as seguintes obras: Del deseo y la Rosa (1992), Oh estaciones, oh Castillos (1999), Luciérnagas del fondo (2003), Corazones de Terca Escama (1995,2004) e El agua más cercana (2008). Seus poemas têm sido incluídos na Antologia de La poesia boliviana (2004), feita por Monica Velasquez Guzmãn, e na antologia bilíngüe Poesia entre dos mundos (2004), cuja tradução é de Wolfgang Ratz. Vilma Tapia compõe uma poética que abrange sensualismo, sentimentalismo e reflexões profundas sobre o corpo feminino. Assim, delineia-se um erotismo que se oculta por meio dos olhos, das mãos e do corpo, pois, no dizer da própria escritora, transcender o limite corpóreo do
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ser humano é algo muito natural. Não há libertinagem nos poemas de Tapia. Há um Eros que se insinua por meio de uma linguagem sensual e metaforizada. A entrega entre os corpos segue um caminho entre o prazer e o infinito. A presente comunicação tem como objetivo demonstrar o erotismo que se oculta na poesia de Vilma Tapia Anaya, através de jogos metafóricos. Para desenvolver este trabalho, apoiamo-nos nos postulados de Octávio Paz (A dupla chama) sobre a sexualidade, instinto, amor e erotismo, de Marcuse (Eros e Civilização) sobre a exteriorização da fantasia voltada para o corpo e de Paul Ricouer (A Metáfora Viva) sobre a sutileza metafórica.
O HIBRIDISMO CULTURAL PRESENTE NO QUADRO AUTORRETRATO EN LA FRONTERA ENTRE MÉXICO Y LOS ESTADOS UNIDOS, DE FRIDA KHALO
Mariana Rodrigues Lopes (PG-UPM)
No mundo globalizado no qual vivemos faz-se necessário entender como se formam as identidades culturais do sujeito que vive em constantes intercâmbios interculturais, sejam eles relacionados ao trabalho, ao estudo, a viagens ou a outras situações. As identidades, que durante muito tempo foram consideradas puras, na modernidade perdem seu status de pureza e passam a ser vistas através de outras perspectivas, já que as mesmas se hibridizam e produzem novas identidades. Segundo García Canclini, no que se refere à América, tais hibridismos começaram a surgir durante o período colonial, no qual os colonizadores europeus tentaram apagar a memória cultural dos povos indígenas impondo sua cultura como ―pura‖, ―verdadeira‖ e ―civilizada‖ baseados em suas concepções de civilização, contudo, percebe-se que na prática essas idéias não funcionaram, pois no contexto colonial americano houve uma mescla constante entre espanhóis, portugueses, ingleses, franceses, indígenas e negros. Nesse sentido, o presente trabalho estuda os hibridismos culturais que se desenvolvem na fronteira entre México e Estados Unidos a fim de compreender o cotidiano do sujeito que vive nesse ambiente fronteiriço. Com o intuito de entender a complexidade das relações dialógicas presentes no quadro que refletem as relações políticas e culturais entre México e Estados Unidos, analisaremos a obra Autorretrato en la Frontera entre México y los Estados Unidos (1938) de Frida Khalo tendo como eixo norteador o diálogo estabelecido pela artista acerca dos hibridismos culturais presentes na obra e qual a relevância do processo de imigração México - EUA na formação da sociedade mexicana contemporânea. Para elaboração desse trabalho nos basearemos nos de Mikhail Bakhtin, Homi K. Bhabha, Edward Said, Stuart Hall, Néstor García Canclini.
HELIO SEREJO: UM HOMEM DESAJEITADO E DE GESTOS XUCROS
Rafael Cardoso-Ferreira (UFMS)
Edgar Cézar Nolasco (UFMS/NECC)
Este ensaio tem por objetivo discutir a vida e algumas obras de um memorialista sul-mato-grossense que, sem dúvida, foi um importante escritor para a cultura de nosso Estado. Este de quem falamos é o escritor Hélio Serejo. Justifica-se a relevância de nosso estudo quando constatamos que, ao se estudar uma obra fronteiriça como os escritos de Hélio Serejo, abre-se mais uma oportunidade para se deter na cultura local sul-mato-grossense. Deteremo-nos, em especial, nas obras Balaio de Bugre e Contos Crioulos, para mostrar que o Nativismo é marca veemente em sua escrita e um dos pontos mais fortes de sua ideologia. Os estudos comparados também nos ajudarão a compreender questões que se impõem entre as culturas nacionais e suas respectivas produções culturais. Um fecundo intelectual de uma vasta região de fronteira do oeste brasileiro, Serejo legou à posteridade um patrimônio cultural depositado em mais de sessenta livros que mapeiam trabalho ervateiro, costumes, alimentação, mitos, lendas, medicina natural e festas da cultura sul-mato-grossense. É importante observar, para a construção de nosso ensaio, que o amor à terra natal não lhe proíbe denunciar os acontecimentos aqui ocorridos. Pensando nessa fronteira Brasil-Paraguai-Bolivia, os livros: O local da cultura, de Homi Bhabha; A mobilidade das fronteiras, de Cássio Eduardo Viana Hissa; Fronteiras do Local, de Paulo Sérgio Nolasco dos Santos, Crítica Cult, de Eneida Maria de Souza, e o livro Geografias literárias e culturais: espaços/temporalidades, organizado por Gilda Neves Bittencourt, Léa dos S. Masina e Rita T. Schmidt, nos ajudarão a delimitar o espaço territorial no qual devemos nos deter. É nesse sentido que o nosso ensaio se centrará.
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COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS ÁREA TEMÁTICA 6 - ESTUDOS RELATIVOS À POLÍTICA LINGUÍSTICA E O ENSINO DO ESPANHOL NO BRASIL
LA CIRCULACIÓN Y REPRODUCCIÓN DE LOS BIENES CULTURALES COMO FACTOR EN LA EVOLUCIÓN GLOTOPOLÍTICA DEL ESPAÑOL
Adrián Pablo Fanjul (USP)
Partimos de la premisa de que el perfil glotopolítico que la lengua española presenta a fines del siglo XX combina una situación de estandarización que muchos especialistas coinciden en denominar como ―policéntrica‖ con una identificación, por parte de los hablantes, de un espacio lingüístico que los incluye y que se extiende, con diversos grados de extrañamiento, más allá de su variedad local. A partir de ello, presentamos una reflexión crítica sobre el papel que tuvo, desde el siglo XIX, para llegar a esa situación, la transformación cualitativa de los modos de producción y circulación de enunciados, posibilitada por las tecnologías de impresión y grabación, e incentivada por la urbanización y por políticas de alfabetización. Creemos que ese proceso mundial ha sido considerado pero no adecuadamente ponderado en las perspectivas que, desde lugares de mayor o menor cientificidad, representan a la lengua española desde la noción de ―unidad en la diversidad‖. Nuestra crítica a esas descripciones se centra en que sólo tienen en cuenta bienes culturales en circulación en los que se producen gestos de neutralización de rasgos locales, sobredimensionándose esos gestos como un supuesto ―español neutro‖, y no consideran los procesos de identificación desencadenados, en su circulación por el mundo hispánico, por productos de fuerte raigambre local. Nuestras conclusiones apuntan a que la percepción de ―una lengua‖ entre los hablantes de español, percepción que vemos como irregular y contradictoria, está marcada por los efectos de dos procesos opuestos en cuanto a la circulación de bienes culturales: la exposición a enunciados en los que ha habido intentos efectivos de borrado de rasgos locales y la identificación con las desigualdades de espacios sociales representados en obras y en géneros en que la fuerte idiomaticidad local no permite suponer una ―comprensión‖ generalizada sino más bien un considerable extrañamiento respecto de la materialidad lingüística.
(Agência financiadora: FAPESP)
INTEGRAÇÃO E POLÍTICA LINGUÍSTICA: IMPLANTAÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLA NAS ESCOLAS MATO-GROSSENSES
Aidir Auxiliadora Arruda (Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso)
O conhecimento de uma segunda língua, atualmente, é considerado um direito, e está afiançado na Lei de Diretrizes e Bases, como um requisito para que a cidadania plena seja exercida no mundo globalizado em que vivemos. Nesse sentido, destaca-se a importância da lei 11.161/05 aprovada recentemente no Brasil para que os centros públicos de educação básica do país ofertem o espanhol entre suas matérias. Com esta iniciativa do governo brasileiro, a partir do próximo ano, todas as escolas do país deverão oferecer obrigatoriamente a possibilidade de estudar a língua de Cervantes. Esta lei veio atender a uma preocupação dos estudantes brasileiros que vinham reivindicando a possibilidade de estudar a língua espanhola em centros públicos de ensino, uma vez que em 80% dos centros de ensino particulares acontece oferta à aprendizagem do espanhol. Foi-se o tempo em que falar inglês era um diferencial suficiente, que fazia qualquer currículo ficar mais completo. Hoje em dia, ter o domínio de uma segunda língua é pouco. O inglês, por causa dos avanços da informática, já virou básico e quem se interessa por uma boa preparação para o mercado, corre atrás de um terceiro idioma que, geralmente, é o espanhol. O uso da segunda língua mais falada no ocidente vem crescendo rapidamente em todo o mundo. São aproximadamente 400 milhões de pessoas falando espanhol e, a cada ano, mais de 200 mil pessoas escolhem fazer um intercâmbio para aprender o idioma. A língua espanhola, apesar de toda marca ibérica que lhe possam atribuir, deve ser vista e trabalhada como uma língua internacional, status já alcançado pela língua inglesa. Nesse sentido, uma vez ―desterritorializada‖, a língua espanhola estará apta a cumprir seu verdadeiro papel no currículo escolar brasileiro: ampliar as chances de crescimento pessoal, acadêmico e profissional de nossos estudantes, além de despertar o interesse destes em comunicar-se com o mundo.
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A LÍNGUA ESPANHOLA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE GLOTOPOLÍTICA
Ana Maria Mendes Larghi (PG-UFF)
A presença cada vez maior da língua espanhola no Brasil e a sua regulamentação no País têm influenciado maior difusão tanto pelo poder público quanto pelo privado. Diante desta realidade, estudar o funcionamento social de uma língua e as condições políticas para a sua permanência ou não na sociedade, é parte importante de um trabalho de política linguística que pretende apresentar resultados sobre a implantação da Língua Espanhola, como língua estrangeira (E/LE), no Estado do Rio de Janeiro até os dias atuais. Reintera-se a importância do aprendizado da língua estrangeira no processo de inclusão social. O caminho que a língua espanhola percorre em busca da consolidação e da implantação em terras brasileiras vem de encontro com questões decisivamente políticas. O objetivo principal desta investigação é fazer um diagnóstico sobre a situação do ensino da língua espanhola no Estado do Rio de Janeiro, um trabalho de glotopolítica que busca verificar, por amostragem, a ocorrência da língua espanhola nas diversas coordenadorias que compõem a Secretaria Estadual do Rio de Janeiro. Desta maneira, possibilitar uma análise dos impactos causados por medidas que politicamente atingem toda a sociedade. Medir a eficácia das medidas na educação e a sua contribuição para a formação do aluno faz parte de uma maneira científica de entender as políticas públicas, para que a educação no Estado do Rio de Janeiro encontre novos e determinantes rumos para a sua melhoria.
É CHEGADA A HORA DO ESPANHOL EM DOURADOS – MS?
Angela Karina Manfio (UEMS)
Pretendemos neste trabalho fazer um levantamento das escolas públicas da cidade de Dourados, estado de mato Grosso do Sul, que implantaram o Espanhol como Língua Estrangeira (ELE) no Ensino Médio em 2010. Até 2009 havia uma escola estadual que oferecia ELE na grade curricular e este é o último ano para o cumprimento da Lei Federal 11.161 promulgada em 2005. Sabemos que, desde então, muitos dirigentes escolares e secretarias de ensino alegaram que não havia professores suficientes para ministrar a disciplina, por isso, resolvemos perscrutar se outras escolas cumpriram a legislação. A fim de obter dados concretos sobre a problemática da implantação do Espanhol neste município, fizemos uma pesquisa por meio de entrevistas com os professores de ELE, os coordenadores e os diretores para examinar quais foram os fatores determinantes para o oferecimento do idioma na grade curricular (além da lei), qual foi o caminho percorrido para isso, qual é a qualificação dos docentes que estão atuando nessa área e se há material didático para as aulas de ELE. Devemos reclamar nossos direitos como docentes e formadores de professores de Língua Espanhola e, para tanto, é necessário que acompanhemos os processos de implantação que obtiveram êxito para que possamos seguir esses passos nas instituições de ensino que ainda não se adequaram à lei. Também necessitamos assegurar que, além do cumprimento da Lei 11.161, o processo de implantação do ELE seja transparente e que o ensino do idioma tenha qualidade. Os dados nos revelaram que alguns avanços foram alcançados, entretanto muito empenho será necessário para que chegue a hora do Espanhol em Dourados.
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E ESTEREÓTIPOS:
O STATUS DA LÍNGUA ESPANHOLA EM CONTEXTOS DE ENSINO E TRADUÇÃO
Angélica Karim Garcia Simão (UNESP/SJRP)
Este trabalho tem como objetivo propor uma reflexão a respeito de como as intervenções políticas relacionadas à língua espanhola interferem no status que a tradução da língua espanhola tem ocupado no Brasil nos últimos anos. Ao se fazer uma análise da trajetória do desenvolvimento do MERCOSUL, desde o seu surgimento até os dias atuais, pode-se constatar que pouco tem sido feito em termos de políticas culturais e linguísticas que articulem formas de ação conjunta dos tradutores das línguas portuguesa e espanhola inseridos nesse contexto. O tratado, que teve como principal objetivo estabelecer um mercado comum entre os países membros do bloco por meio do desenvolvimento da união aduaneira, o que o configurou como uma zona de livre comércio, é tido por alguns autores como um acordo de ―aparências‖. Dessa forma, são discutidos alguns pontos de contato entre a Lei n° 11.161 (projeto de Lei 3.987, de 2000, de autoria do Deputado Átila Lira, que tornou obrigatória a oferta de ensino do idioma espanhol como língua estrangeira nas escolas públicas e privadas do país) e o decreto n° 5.851, que promulgou o Acordo de Dispensa de Tradução de Documentos Administrativos para Efeitos de Imigração entre os Estados partes do MERCOSUL,
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celebrado em Florianópolis em 15 de dezembro de 2000, em vigor desde 2006. Nessa perspectiva, pretende-se discutir os limites da percepção da língua espanhola como língua estrangeira para o falante de português, bem como a noção da proximidade entre as duas línguas, fatos que parecem reafirmar crenças e estereótipos que circulam na sociedade a respeito da tradução desses idiomas.
(Agência financiadora: FAPESP)
HISTÓRIA DO ENSINO DO ESPANHOL NO BRASIL
Anselmo Guimarães (UFS)
Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de institucionalização do ensino de espanhol no Brasil através da legislação educacional, de 1919 a 2005. O período de recorte a ser estudado (1919 a 2005) foi escolhido tendo em vista dois eventos importantes: o primeiro é o concurso público que selecionou o primeiro professor catedrático de espanhol do Colégio Pedro II, Antenor Nascentes, e o segundo é a aprovação da Lei 11.161 em 5 de agosto de 2005, que institui a obrigatoriedade da oferta de língua espanhola no ensino médio e facultativa para o ensino fundamental da 5ª a 8ª séries (atualmente do 6º ao 9º ano). Analisaremos as configurações pedagógicas, políticas e culturais da implantação do ensino do espanhol na instrução pública brasileira. Assim, as motivações para implantação do espanhol no colégio de Pedro II, a reforma de Capanema na década de 1940, as LDBs de 1961, 1971 e 1996 e a nova ―Lei do Espanhol‖, como está sendo chamada a Lei 11.161/2005, que traz a obrigatoriedade de oferta do espanhol pelas escolas de nível médio serão contempladas neste trabalho. Este trabalho trará uma retrospectiva histórica do ensino do espanhol nas escolas, suas finalidades pedagógicas, políticas e culturais, com base nas leis promulgadas, publicações no Diário Oficial da União, bem como obras adotadas nas primeiras décadas do século XX. Revisaremos obras de História da Educação Brasileira e, juntamente com os dados levantados, buscaremos identificar e avaliar as finalidades pedagógicas, políticas e culturais do ensino da língua de Cervantes no Brasil como disciplina escolar.
IMPLANTAÇÃO DA LEI 11.161/2005 NO IFBA/CAMPUS SALVADOR
Cely dos Santos Vianna (IFBA/Campus Salvador)
O que se pretende com a implantação da Lei 11.161/2005 no IFBA/Campus Salvador é seguir no esforço de educar para a liberdade e autonomia do estudante, para que seja sujeito da sua história, posto que o esforço da educação no sentido de formar indivíduos livres, seguros e responsáveis, capazes de pensar por conta própria é o nosso dever como docentes. Por essa razão o Projeto de pesquisa ―História da língua espanhola na Bahia e sua implantação obrigatória no ensino médio em 2010‖ iniciado em março tem como objetivos contribuir para a formação profissional do discente envolvido no projeto com preparação e capacitação para o trabalho específico de pesquisa, através de entrevistas e elaboração/aplicação de um questionário para saber dos alunos do Campus Salvador acerca da sua expectativa frente à implantação do idioma na Instituição, sendo o bolsista com isso orientado no que tange aos aspectos referentes à conduta de um pesquisador; levar o estudante a conhecer a história do ensino da língua espanhola ou castelhana na Bahia; e por fim traçar planos e metas para a sua implantação. Para chegar aos objetivos propostos já formam aplicados questionários experimentais e encaminhado a Diretoria de Ensino um documento solicitando autorização para sua aplicação nas turmas de Ensino Médio Integrado. Após a aplicação do questionário com o auxílio dos colegas para aproximadamente mil alunos será realizada uma análise das respostas coletadas, para que estas nos indiquem a direção a seguir.
(Apoio: CNPq)
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IMPERIALISMO LINGUÍSTICO OU HISPANOFONIA: DO ENSINO DO ESPANHOL EM TERRAS BRASILEIRAS
Cesário Alvim Pereira Filho (UESC)
Discutir o ensino do espanhol no Brasil requer um estudo acurado do seu inicio até os dias atuais. Isto é necessário para a apreensão do seu curso e decurso. Este compreende vários fatores, que não somente os de ordem lingüística, mas culturais, econômicos e políticos. Nesta linha de raciocínio me proponho a discutir as questões implicadas que refletem a política lingüística de difusão da língua espanhola no Brasil. Esta por sua vez, compreende uma série de fatores, entre eles, o objeto de estudo em foco, a língua cervantina, seu status quo, os sujeitos envolvidos, tanto os do outro lado do charco, como os que atuam na terra de Macunaíma, direta ou indiretamente, envolvidos no processo de difusão e consolidação da língua, entre eles, as agências de fomento da língua espanhola. Assim, proponho refletir sobre a política de difusão da língua, do que subjaz na proposta, das intenções implícitas, dos pressupostos que dão significado ao seu ensino e o que tem sido feito a este respeito até o momento. Com isso, questionarei se este processo e o curso atual que o idioma castelhano assume, paulatinamente no setor educativo brasileira, se esconde sob a égide de um suposto um imperialismo linguístico ou se de fato os dados apontam-no para a hispanofonia. Com isso, objetiva-se uma reflexão sobre o que nos é proposto como ensino da língua espanhola em território brasileiro, subjacente nos discursos e textos eletrônicos dos órgãos de fomento e divulgação da língua espanhola.
CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSORES DE ESPANHOL: ONDE FICAM OS PCN E AS OCEM?
Doris Cristina Vicente da Silva Matos (UFS/ PG-UFBA)
Rosineide Guilherme da Silva (UFS)
Chegamos ao prazo máximo para a implementação da Lei 11.161, que torna obrigatória a oferta da língua espanhola nas escolas públicas e privadas de ensino médio. Com o fim do prazo, verificamos a abertura de concursos para a disciplina língua espanhola por todo Brasil e embora a oferta ainda seja pequena perante o número necessário de professores, podemos, desde já, verificar a necessidade de mais vagas e concursos. Com essa abertura de vagas podemos levantar várias questões para debate, entre elas: Qual o perfil profissional que os concursos para professor de língua espanhola selecionam? Será que a elaboração das provas leva em conta o que preconizam os documentos oficiais que regem a educação nacional? Esses documentos (PCN e OCEM) chamam a atenção dos professores quanto à necessidade do ensino de línguas estrangeiras modernas não se limitarem a aspectos formais, mas principalmente, preocupar-se com a formação geral dos alunos como cidadãos. A resposta à essas perguntas é fundamental para traçar o perfil dos profissionais que ingressam nas escolas públicas, já que a prova é o meio pelo qual esse candidato será avaliado e poderá ser selecionado para ministrar a disciplina. A partir destas questões, temos como o objetivo desta comunicação, apresentar a análise da prova de concurso público para professor efetivo do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe, no ano de 2010 e traçar um panorama da implementação da língua espanhola no Estado de Sergipe. Neste trabalho nos baseamos, principalmente, nos pressupostos teóricos de: FELDMANN (2009), FREIRE (1997, 1986), HENGEMÜHLE (2007), PARAQUETT (2009).
POLÍTICA LINGUÍSTICA OFICIAL E QUESTÕES
DE PLURALIDADE CULTURAL
Fabrícia Dorneles Ramos (UFF/ CPII / SME)
O objetivo desse trabalho é refletir os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) atentando para a temática da pluralidade cultural. As contribuições dos Estudos Culturais na contemporaneidade, sem dúvida, nos levaram a repensar com mais veemência questões em torno da pluralidade cultural presentes no espaço da sala de aula. Quando nos referimos à questões culturais, não podemos deixar de mencionar o avanço que foram Os Temas Transversais propostos pelos PCN, entre os anos de 1995 e 1998, pois trouxeram para as salas de aula questões como ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual, trabalho e consumo. Ainda que avançada para a época, ou seja, há mais de uma década atrás essa visão de cultura defendida por esses documentos é atualmente questionada por investigadores da área de Estudos Culturais como Tomaz Tadeu Silva (2009). Durante a análise desses documentos, notamos que a temática da pluralidade cultural está
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relacionada à palavras como: ―respeito‖, ―tolerância‖ e ―valorização das diferenças‖. Com objetivo de refletir sobre essas questões e o ensino/ aprendizagem (E/A) de línguas estrangeiras (LE) nesse cenário contemporâneo, nos utilizaremos dos estudos de Mendes (2002, 2007), Moita Lopes (1996, 2003, 2006, 2008), Mota (2004), Paraquett (2006, 2007, 2008), Silva (2009), entre outros. Nos valeremos também de pesquisas na área da Lingüística Aplicada que buscam compreender como o E/A de uma LE poderá realizar-se privilegiando questões sobre a pluralidade cultural. Concluímos que a abordagem dada às questões de pluralidade cultural por esses documentos, não contribui para interromper as identidades hegemônicas que reproduzem as relações de poder em nossa sociedade.
¿CÓMO SE HABLA ESPAÑOL EN LA “CAPITAL TURÍSTICA DEL MERCOSUR”?
Leandra Cristina de Oliveira (IF-SC/UFSC)
El título de ―capital turística del MERCOSUR‖, otorgado no oficialmente a Florianópolis, constituye la motivación para investigar la competencia comunicativa de los profesionales que actúan en el sector turístico de esa ciudad. Así, surge la investigación sobre la competencia comunicativa de los profesionales del eje hospitalidad y ocio, realizada entre dos Instituciones Federales de enseñanza. La metodología adoptada consiste en la aplicación de sesenta y una entrevistas a profesionales de restaurantes, bares y medios de hospedaje que actúan en establecimientos ubicados en una región de gran concentración de turistas hispanohablantes: la región norte de la Isla. Las encuestas fueron realizadas por estudiantes del Curso de Letras Español de la Universidad Federal de Santa Catarina – orientados por las profesoras de español del campus Florianópolis-Continente del Instituto Federal de Santa Catarina. Entrevistadores y entrevistados interaccionaban en español, tratando de temas del universo de actuación de estos últimos. La grabación de las encuestas permitió evaluar la competencia comunicativa en español de los profesionales que constituyen la muestra, partiendo de los parámetros establecidos por el Marco Común Europeo de Referencia para las Lenguas para la clasificación de los niveles: A1 y A2 (usuario básico), B1 y B2 (usuario independiente) y C1 y C2 (usuario competente). Los resultados caminan en dirección a la hipótesis inicial: pese el título de ―capital turística del MERCOSUR‖ y la presencia expresiva de visitantes hispanohablantes, los profesionales del sector turístico de Florianópolis presentan una competencia comunicativa en español insatisfactoria, ya que un número muy elevado de informantes presentó el nivel básico en este idioma. Considerando que el dominio del español por los profesionales del sector turístico es imprescindible para garantizar una comunicación clara, agradable y receptiva, enfatizamos la importancia en difundir esos resultados de forma a destacar la necesidad en se ofrecer más oportunidades de cursos de este idioma.
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE ESPANHOL NA UFBA E SUA INSERÇÃO COM A SOCIEDADE
Marcia Paraquett (UFBA)
Minha proposta é a de apresentar o modelo de formação de professores que se adota no Curso de Letras da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ressaltando o diálogo que se procura estabelecer entre a formação e a prática profissional de nossos alunos, futuros professores na cidade de Salvador. De acordo com a reforma dos currícula universitários, o aluno/professor em formação precisa cumprir com uma extensa carga horária de estágio supervisionado, dividido em duas fases: na primeira, realizam-se as leituras teóricas que garantem a base para a produção de um projeto que deverá ser aplicado, já na segunda fase, em uma escola de ensino regular. Considerando ser fundamental a associação entre teoria e prática, e entre prática profissional e papel social, a base teórica pela qual se opta na UFBA é aquela que prevê um ensino voltado para a realidade sócio-cultural do aprendiz, e que se preocupa com a interculturalidade no processo de ensino- aprendizagem. A partir dessa orientação, os alunos/professores elaboram um projeto que consiste, na verdade, na produção de um material didático que deve preocupar-se com os seguintes aspectos: o contexto sócio-cultural da aprendizagem; a pluralidade lingüística e cultural da língua espanhola; a ‗proximidade‘ entre o português e o espanhol; a variedade de gêneros, tipos de textos e linguagens próprios à aprendizagem. Esses aspectos, consequentemente, levam a uma concepção de língua como expressão social e cultural. Desta forma, acredito, estamos preparando profissionais que possam dar conta de seu papel político e social, justamente neste momento crucial em que se encerra o prazo determinado pela Lei 11.161/2005.
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INVESTIGACIÓN COLABORATIVA: PROBLEMATIZANDO EL MATERIAL DIDÁCTICO
Regiane de Jesus Costa (PG-UFG)
Este artigo tem como objetivo fornecer subsídios ao professor de Espanhol como língua estrangeira (E/LE) que atua na rede pública de ensino, em especial os participantes de nossa pesquisa, professores do estado de Goiás. Dado que a adoção de um livro didático de língua espanhola, na maioria dos casos, não é uma realidade, ao professor de E/LE resta a tarefa (árdua para alguns) de elaborar materiais didáticos que atendam às necessidades dos seus contextos. Nosso artigo se estrutura em torno da proposta de compreensão de leitura de dois textos publicitários autênticos. Assim, focalizamos a produção e o tratamento dado ao material didático, numa perspectiva crítico-reflexiva. Visamos colaborar para a tomada de consciência dos discursos opressores que se refletem nesses materiais e a proposta de criação, pelos alunos, de contra-discursos como um exercício inerente ao objetivo de formar cidadãos. O estudo é parte de uma pesquisa-ação colaborativa de mestrado que busca averiguar questões identitárias do professor de Espanhol como língua estrangeira (E/LE) no emergente contexto da implantação da Lei nº 11.161/2005. A pesquisa envolve a relação entre língua, cultura e identidade. O contexto é o II Curso de Formação Continuada para Professores de Espanhol do Estado de Goiás, ministrado por professores colaboradores da Faculdade de Letras-UFG, do CEPAE (Centro de Pesquisa Aplicada ao Ensino)-UFG, do programa de pós-graduação da FL-UFG, uma professora leitora vinculada à AECID, professoras da Rede Pública Estadual do Estado de Goiás e um professor do IFG. Tal curso ocorre entre os meses de abril e agosto na Universidade Federal de Goiás. São participantes da pesquisa os professores da rede pública de ensino de todo o estado de Goiás inscritos no curso.
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESPANHOLA, NA MODALIDADE À DISTÂNCIA, NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL: UM PANORAMA DISCENTE DO PÓLO DE RIO BRILHANTE
Roosevelt Vicente Ferreira (UFMS)
Este trabalho buscou diagnosticar o processo de ensino e aprendizagem da língua espanhola como língua estrangeira, dentro de uma visão discente, na formação de professores de língua espanhola do curso de Licenciatura em Letras português/espanhol, na modalidade a distância, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, focalizando as perspectivas e impressões dos acadêmicos, bem como uma pequena análise quantitativa dos desempenhos individuais, nos dois primeiros anos do curso, dos graduandos do pólo de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul. Apresentou-se um panorama da evolução histórica do ensino do espanhol como língua estrangeira no Brasil e da escalada da educação a distância na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul até o inicio do oferecimento de licenciaturas, nessa modalidade de ensino, por essa escola de ensino superior, em parceria com o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Examinou-se, também, o perfil profissiográfico estabelecido para o futuro professor e o Ambiente Virtual de aprendizagem utilizado no curso. Concluiu-se, dentre outros aspectos, que, talvez pelo pioneirismo, os alunos têm enfrentado vários obstáculos dentro do processo, no entanto demonstram, ao final do segundo ano, um certo amadurecimento e otimismo, o que talvez os auxilie na correção de rumo, na disciplina língua espanhola, nos próximos dois anos de curso, melhorando assim os desempenhos individuais que ora se apresentam um pouco tímidos. Os alunos demonstram essa maturidade através da apresentação de uma maior autonomia em busca do conhecimento e desenvolvimento das destrezas pertinentes a um professor de espanhol, pela realização de cursos privados paralelos e por uma maior dedicação aos estudos. Desse modo, espera-se que se consiga uma formação pelo menos próxima do que prescreve o perfil profissiográfico previsto para os concludentes do curso.
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DO TEXTO DA LEI 11.161/05 À CRIAÇÃO DA COMISSÃO PERMANENTE DE ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAÇÃO DO ESPANHOL NO SISTEMA EDUCATIVO BRASILEIRO (COPESBRA):
A QUEM COMPETE O ENSINO DE ESPANHOL NO BRASIL?
Sandro Marcío Drumond Alves (UFS)
Valéria Jane Siqueira Loureiro (UFS)
O advento da Lei 11.161/05 torna obrigatória a oferta do ensino da língua espanhola no Ensino Médio e facultativa no Ensino Fundamental da Educação Básica brasileira. O prazo de 05 (cinco) anos foi ofertado pela lei para que o país se adaptasse às exigências estipuladas. O intuito deste trabalho é proporcionar um panorama histórico das atuações dos Estados - segundo os dados disponibilizados pelo Fórum Nacional dos Conselhos de Educação (FNCE) e pelo Conselho Nacional de Educação (CONSED)- ao longo desse prazo legal dado para adaptação. Além disso, objetiva-se, junto a esse retrato da implementação do espanhol no Ensino público brasileiro, comentar as searas de atuação dos órgãos/instituições nacionais e internacionais para que a concretização da lei seja factível, tendo como foco central o polêmico acordo firmado entre o Instituto Cervantes (IC) e o Ministério de Educação (MEC) para a aplicação do projeto-piloto de uso do material ―Hola, amigos‖, integrante do AVE (Aula Virtual de Español). Como conseqüência desse acordo, constituiu-se a Comissão Permanente de Acompanhamento da Implantação do Espanhol no Sistema Educativo Brasileiro (COPESBRA), integrada por professores das Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas do país e por representantes das Associações de Professores de Espanhol do Brasil. O último objetivo a ser alcançado nesta apresentação consiste em construir o percurso histórico desse grupo, desde sua constituição, passando pelas atuações, até chegar à sua institucionalização jurídica, decidida em seu primeiro Seminário Nacional, na cidade de Aracaju, Estado de Sergipe. Os suportes bibliográficos que embasam este trabalho estão centrados em COSTA, RODRIGUES & FREITAS (2009), GONZÁLEZ (2009), RODRIGUES (2010) e LAGARES (2010).
ALGUNAS PONDERACIONES SOBRE LA ENSEÑANZA DE LA LENGUA ESPAÑOLA COMO OBLIGATORIEDAD EN LAS ESCUELAS BRASILEÑAS.
Simone dos Santos França (UCDB)
La aprobación de la ley conocida por muchos, como ley del español, sigue como un episodio a más en el proceso histórico de la enseñanza de esta lengua en Brasil. El presente trabajo tiene el objetivo de reflexionar sobre la enseñanza de la lengua española en las escuelas brasileñas, también discutir los efectos ocasionados con la Ley nº 11.161/2005, que establece, en su artículo primero, un plazo de cinco años para que la lengua española sea obligatoria y de matrícula facultativa en las escuelas brasileñas de enseñanza básica. Repercusiones que pueden ser observadas en el ámbito de la midia en textos on-line, en noticiarios televisivos y reuniones hechas por las asociaciones de profesores de español de todo el país. Podemos percibir que esta implantación gradual, marca más un gran cambio en la trayectoria de la enseñanza de español en Brasil. Para que haya un mejor esclarecimiento, haremos un breve resumen histórico de la enseñanza del español en Brasil, a partir del Tratado de Asunción (1991) hasta la aprobación de la Ley mencionada, así como la situación del español en la actualidad. Buscaremos respaldo en la pesquisa bibliográfica, tomando como base la ― ley 11.161/ 2005‖ que dispone sobre la enseñanza de la lengua española; el libro ― El español en el sistema educativo brasileño‖ del Autor Álvaro Martínez-Cachero Laseca, y los artículos Repercusiones de la Ley nº 11.161/2005: reflexiones sobre la enseñanza de español en Brasil de Eduardo Tadeu Roque Amaral y Daniel Mazzaro - Universidad Federal del Triángulo Minero; Profesores y autores: La doble función de muchos hispanistas brasileños de I. Gretel M. Eres Fernández - Facultad de Educación/USP.
“CONOCIENDO EL ESPANHOL”: POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES
Valéria Daiane Soares Rodrigues (UNIMONTES)
Objetiva-se, com esse trabalho, relatar uma experiência relacionada ao ensino do Espanhol como língua estrangeira na Escola Estadual Hamilton Lopes, localizada no norte de Minas Gerais. Trata-se de um projeto intitulado ―Conociendo el español‖ desenvolvido com alunos do 3º ano do Ensino Médio. Para tanto, foram realizadas atividades lúdicas, com utilização de música, filme, seriado, teatro e outros materiais impressos e on-line. As atividades desenvolvidas foram baseadas em obras voltadas para um ensino interativo, que oferecem alternativas interessantes sobre ensino da língua
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espanhola. Constata-se, conforme documentos produzidos pelos alunos, bem como por meio da filmagem de peças teatrais encenadas durante o projeto, que em poucas aulas esses alunos conseguiram desenvolver habilidades relacionadas à escrita e fala da língua espanhola. Esse fato é relevante, principalmente, se levado em consideração a eminência da implantação do Espanhol como língua estrangeira no Brasil. Cumpre ressaltar que o ensino de língua não deve ser encarado como simples transmissão de conhecimentos. Pelo contrário, a escola deve atuar no sentido de estimular e desenvolver no aluno uma postura reflexiva, crítica, questionadora e não passiva aceitação em relação ao que é estabelecido como verdade absoluta. Por isso, aponta-se a importância da introdução do espanhol, como língua estrangeira, nas escolas públicas brasileiras, proporcionando novas perspectivas, ampliando a visão de mundo dos alunos e estimulando-os a contribuir para expandir conhecimentos relacionados à diversidade cultural dos países hispânicos.
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COMUNICAÇÕES COORDENADAS
MESA 1
LABEV - LABORATÓRIO DE ESPANHOL VIRTUAL
O LabEv é um grupo de pesquisa recentemente cadastrado no CNPq, cujo objetivo primário é discutir processos relacionados ao ensino-aprendizagem de espanhol como língua estrangeira na era das tecnologias da informação e comunicação. Congrega pesquisas que já vêm sendo desenvolvidas e estudos novos, voltados não só para as questões digitais, mas também para o contraponto com aspectos analógicos nesse novo contexto social e educacional. Nesta mesa, apresentamos a situação atual de quatro pesquisas em andamento de membros do grupo. Tais estudos tratam de: (a) monitoramento do processo leitor em espanhol mediado por computador; (b) acompanhamento de estratégias de uso de dicionários virtuais em relação à leitura em espanhol; (c) análise de materiais e reflexões sobre o uso de software para o ensino de leitura em espanhol LE e (d) discussão teórico-metodológica sobre a leitura de imagens em ambiente virtual e sua relação com o ensino-aprendizagem de espanhol como língua estrangeira . Embora haja fundamentações teóricas específicas em cada caso, o que une os quatro estudos, além da questão virtual, é o foco na compreensão leitora, vista como um processo com tratamento multidirecional da informação. As comunicações abordarão aspectos teóricos, metodológicos e síntese de resultados obtidos até o momento.
Coordenadora da mesa: Cristina Vergnano-Junger (UERJ).
Área temática da mesa: Estudos de Linguagem.
Participantes e respectivos resumos:
PROJETO INTERLEITURAS E CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS SOBRE A COLETA DE DADOS DE MONITORAMENTO DE LEITURAS EM ESPANHOL MEDIADAS POR COMPUTADOR
Cristina Vergnano-Junger (UERJ; FAPERJ)
A leitura é uma das habilidades linguísticas que mais nos acompanham no dia-a-dia de uma sociedade moderna e letrada. No âmbito da educação e da pesquisa, constitui uma ferramenta imprescindível a todo e qualquer trabalho e estudo. Em muitos casos, o processo de compreensão se faz em língua estrangeira e, cada vez mais, parte de fontes virtuais. Muito vem sendo escrito sobre a caracterização e as especificidades dos gêneros digitais: fragmentação, interatividade, não-linearidade, multissemiose/multimodalidade, intertextualidade, hipertextualidade, entre outros aspectos. Com frequência defende-se uma mudança cognitiva em função dos novos recursos e formatos que os suportes digitais oferecem/favorecem. Preocupados com isso e postulando a necessidade de estudos empíricos observacionais e experimentais que forneçam dados para uma melhor descrição e caracterização da leitura virtual, propusemos a pesquisa Interleituras. Os objetivos dessa pesquisa são a discussão e descrição do processo leitor em espanhol como língua estrangeira (ELE), mediado por computador. Na sua etapa atual, começamos a monitorar a leitura em ELE de sujeitos voluntários – estudantes universitários desse idioma numa instituição pública do Rio de Janeiro. Registramos as sessões por meio de protocolo e gravações com programa informático específico (GTK- RecordMyaDesktop, para Linux). Os dados que estão sendo coletados passam por análise qualitativa e descrevem tanto as práticas leitoras dos sujeitos como as comparam com atividades similares em meio impresso. O estudo está em fase de desenvolvimento, motivo pelo qual não há ainda resultados conclusivos. No entanto, esperamos contribuir para o avanço das teorias a respeito da leitura nos suportes digitais. Em nossa fala, exporemos brevemente a metodologia utilizada e os resultados obtidos até o momento.
(Auxílios de Agências: O projeto Interleituras conta com bolsa de pesquisa Prociência da UERJ e com apoio do edital APQ-1 2009 da FAPERJ.)
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USO E PRESTÍGIO DE DICIONÁRIOS VIRTUAIS
PAPÉIS E RECURSOS NO PROCESSO LEITOR
Angela Marina Chaves Ferreira (UERJ)
A leitura, além de fazer parte do cotidiano da convivência social, permeia todas as instâncias da trajetória de um curso de Graduação, como atividade básica de estudo e pesquisa. Tendo em vista estas assertivas, nos propomos, em nosso trabalho de investigação, a acompanhar os caminhos que percorrem alunos de um Curso de Graduação em Letras, habilitação Português-Espanhol, de uma universidade pública do Estado do Rio de Janeiro. Nosso objetivo nesse monitoramento é verificar de que forma os dicionários disponíveis na Rede são acessados pelos alunos, buscando identificar se estes funcionam como apoio constante e indispensável ou se são consultados em situações em que o contexto não é suficiente para trazer respostas sobre significados de termos-chave. Procuramos, ainda, estabelecer a que obras os graduandos recorrem com maior frequência, indicando relações prestigiosas tendo em conta a origem/fonte dos repertórios lexicais. Neste momento, nos encontramos em fase de elaboração de materiais necessários à investigação, assim como estamos determinando os informantes da pesquisa, dentro do grupo formado por alunos de Língua Espanhola II. Na fase inicial em que nos encontramos, se reconhece uma dependência efetiva do uso dos instrumentos linguísticos, no caso, de dicionários, (Auroux, 1992) para solucionar dificuldades quanto à compreensão de sentidos em um texto escrito em espanhol. Esperamos contribuir, ao identificar as relações de dependência do elenco léxico, para um maior distanciamento com respeito ao apoio desse instrumento linguístico.
SOFTWARES NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LEITURA EM ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA; ELABORAÇÃO DE MATERIAIS, ANÁLISE E APLICAÇÃO
Greice da Silva Castela (UNIOESTE)
Não é difícil constatar a existência de laboratórios de informática com acesso à Internet na grande maioria das escolas de Cascavel, o interesse despertado pelo uso do suporte eletrônico na aula e a diversidade de recursos e softwares que podem ser empregados pelos docentes na elaboração de materiais para suas aulas e pelos alunos a fim de facilitar a aprendizagem da língua estrangeira. A partir desses fatos, desde 2008 temos pesquisado e orientado projetos de iniciação científica e monografias de conclusão de curso de graduação, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, voltados para a elaboração de materiais, principalmente, de compreensão leitora em Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE), a partir dos softwares Power Point Avançado e Ensino de Línguas On-line, análise e aplicação dos mesmos. Temos realizado essa investigação pensando em aprendizes do primeiro ciclo do ensino fundamental, já que a rede municipal de ensino de Cascavel oferece espanhol a seus alunos, e em alunos do ensino médio, uma vez que a lei federal 11.161/2005 prevê como prazo máximo para que ocorra a implementação do ensino de espanhol obrigatoriamente em todos os colégios de ensino médio. Apresentamos nesse trabalho uma síntese dessas investigações, a metodologia empregada e alguns resultados desses trabalhos.
REFLEXÕES SOBRE LEITURA DE IMAGENS NO CIBERESPAÇO
E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DE E/LE
Rita de Cássia Rodrigues Oliveira (UERJ; APEERJ)
As aquisições tecnológicas para as escolas públicas são noticiadas a todo instante, sem considerações sobre como a inserção das tecnologias da informação e comunicação (TICs) modifica o trabalho do professor. Nesse contexto, nossa prática encontra atualmente um grande aliado: o ciberespaço, que pode ser pensado de modo on-line e off-line. Uma peculiaridade deste novo espaço é a multimodalidade, isto é, informações apresentadas sob distintas formas e linguagens. A informação que se privilegia neste trabalho é a imagem, que aparece fixa ou em movimento, como recurso expressivo, tipográfico, acompanhada ou não de textos verbais, indicadora de procedimentos (Vergnano-Junger; Oliveira, 2010). Imagens a nomenclatura informática insistem em chamar de
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ícones, mas que, se forem analisadas sob as noções da Semiótica de Peirce, podem ser consideradas símbolos, já que se submetem à convenção social. É necessário entender as relações entre os signos que preenchem as telas dos monitores (Santaella, 2002) e, mais que tentar entendê-las, é preciso refletir sobre sua inserção no espaço escolar, uma vez que os documentos educacionais federais propõem que uma das competências para a preparação do cidadão crítico da atualidade é compreender os processos empregados na Internet (PCNsMais, 2000). Tal processo de compreensão passa por ler ou não-ler imagens, por exemplo. Este trabalho, portanto, objetiva apresentar discussões sobre a leitura que o professor de ELE faz das imagens no ciberespaço e, até que ponto essa leitura ou não-leitura influencia no modo como ele as utiliza em sala. Cabe ressaltar que todas essas problematizações estão surgindo ao longo da investigação de mestrado intitulada ―Como os professores de E/LE interagem com a imagem no ciberespaço‖, desenvolvida de acordo a proposta teórico-metodológica do grupo de pesquisa LabEV.
MESA 2
ARTES E LITERATURAS ESPANHOLA E LATINO-AMERICANA EM RELAÇÃO
A mesa coordenada tem como objetivo discutir como as relações entre arte e literaturas espanhola e latino-americana configuram o debate das tensões entre discurso, História e sociedade no século XX. Para tanto, as comunicações se articulam em torno das manifestações culturais e artísticas que vão do começo do século XX, passam pela guerra civil espanhola e chegam à ditadura franquista e ao período denominado Estado Novo, no Brasil. Nesse percurso, temas existenciais, sociais e filosóficos serão abordados a partir de uma perspectiva interdisciplinar.
Coordenadora da mesa: Margareth Santos (USP).
Área temática da mesa: Estudos Literários.
Participantes e respectivos resumos:
HISTÓRIA, POESIA E CIDADE EM “BILBAO SONG”, DE JOSÉ AGUSTÍN GOYTISOLO
Margareth Santos (USP)
O objetivo desse artigo é discutir o entrelaçamento entre história, poesia e cidade na obra Taller de arquitectura, de José Agustín Goytisolo, especialmente em seu poema ―Bilbao song‖. Integrante da denominada geração dos ―niños de la guerra‖, dos anos 1950, Goytisolo demonstrou, ao longo de sua produção, grande preocupação sobre a condição do homem na sociedade moderna e sua vida nas grandes cidades. Taller de arquitectura, seu sexto livro, constitui-se como uma obra representativa no contexto de suas reflexões sobre o homem e seu entorno. Instigados por suas ideias e pelas relações sobre lírica e sociedade, que essa obra suscita, nos propomos a analisar como o poeta articula distintas visões da cidade de Bilbao com os diversos discursos que surgem ao longo do poema em questão. Para empreender essa discussão, o trabalho propõe um percurso pela história política, social e estética do final dos anos 1960 e princípios dos anos 1970 na Espanha, a fim de identificar e examinar os procedimentos poéticos utilizados pelo autor na configuração das relações entre história, poesia e sociedade presentes em ―Bilbao song‖. Através desse estudo, exporemos como o autor barcelonês, em seu fino exercício de elaboração do poema, apreende e modula as vozes de ―Bilbao song‖ utilizando-se da justaposição de imagens, de histórias e de ritmos, para compor um mosaico que revela as diversas faces da cidade, suas gentes, seus estranhos lugares, sua feiura, seu fascínio e sua melancolia sob o céu da ditadura franquista. E por fim, em nosso itinerário, pretendemos demonstrar como Goytisolo manifesta em seus versos os vínculos entre o olhar e a paisagem urbana e as tensões entre identidade e coletividade.
(Agência financiadora: FAPESP)
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DISCURSO DO PODER NO FILME “NADA” DE EDGAR NEVILLE, UMA ADAPTAÇÃO DO ROMANCE DE CARMEN LAFORET
Angela dos Santos (FATEC- ZL e São Caetano)
Este artigo propõe-se a realizar uma análise do filme Nada, de Edgar Neville (1947), uma adaptação do romance de mesmo título de Carmen Laforet (1945), a partir de uma perspectiva comparativa-interpretativa elaborada no campo das relações entre literatura e cinema. A partir dessas relações, será examinado o discurso construído tanto na narrativa cinematográfica como na literária. Nesse debate se privilegiará a articulação entre os ecos de uma memória traumática recente, representada pela guerra civil espanhola com os ecos históricos, estabelecidos no presente das duas narrativas. Em ambas as linguagens se identificam explicitamente a presença de um novo regime que procura silenciar e dominar violentamente. Nesse entrelaçamento de visões, revela-se imprescindível o estudo dos elementos discursivos no filme e no romance, a fim de observar a presença dos mecanismos ideológicos postos em movimento pelo poder estabelecido na Espanha do pós-guerra, paralelamente a uma crítica da ditadura franquista. Nessa medida, é preciso ressaltar o que foi privilegiado na leitura e interpretação do diretor madrileno, visto que o cineasta sofreu acusações de propagar ideários do regime franquista. Além de suscitar esse debate histórico e ideológico, o trabalho considerará a apropriação que o filme faz da estética difusa e do aspecto fantasmagórico de uma Barcelona em ruínas, configurados no espaço romanesco criado por Laforet. Neville consegue transpor o romance ao cinema de forma singular, ressaltando o caráter existencialista presente na obra da autora. Desta forma é pertinente localizar as duas narrativas — a cinematográfica e em prosa — num momento histórico preciso e relacioná-la aos conceitos postulados por filósofos da época, implementando uma discussão interartes sobre a consciência humana, como o ―nada‖ em oposição ao ser.
ENTRE TENSÕES E INTENÇÕES: A GUERRA CIVIL ESPANHOLA EM SUBTERRÂNEOS DA LIBERDADE, DE JORGE AMADO
Ivan Rodrigues Martin (Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP)
A vasta produção de textos literários sobre a Guerra Civil Espanhola contribuiu para a internacionalização dos embates ideológicos que caracterizaram o conflito. No Brasil, foi principalmente nas páginas da literatura que se ampliaram as notícias sobre a Guerra da Espanha, posto que o processo revolucionário que se desenvolvia na Espanha era tema submetido à censura do Estado Novo. Nesta comunicação, trataremos dos romances que compõem a trilogia Os subterrâneos da Liberdade, cuja contextualização histórica relaciona-se com a GCE. Confluem-se, nas tramas desses romances, narrativas protagonizadas por personagens representativas de distintos grupos políticos e ideológicos. De um lado, estão os representantes da oligarquia paulista, de outro, estão os que ocupam a cena política nacional durante a Era Vargas, mais especificamente os que começam a compor os quadros políticos que darão sustentação ao Estado Novo. Mas é no pólo oposto ao dos meandros do poder que circulam aqueles que constroem a luta dos trabalhadores, sob o comando do Partido Comunista. Se, entre as elites não há espaço efetivo para a divergência ideológica e de princípios, entre os militantes do Partido começa-se a construir uma clara diferença entre os comunistas, afinados com o stalinismo, e os trotskistas, que passam a ser caracterizados como traidores do Partido, em nome de uma ideologia que supostamente os aproxima mais do nazi-fascismo do que do marxismo. Fundamentados nas teorias que propõem diálogos e aproximações entre a Literatura e a História, buscaremos discutir neste trabalho de que forma nos romances de Jorge Amado a representação das tensões entre as forças da esquerda no Brasil mimetizam os embates ideológicos entre os republicanos espanhóis, amplamente expressos nos textos literários espanhóis.
(Agência financiadora: FAPESP)
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UMA INTERPRETAÇÃO DA DÚVIDA EM SAN MANUEL BUENO, MÁRTIR DE MIGUEL DE UNAMUNO E FRONTEIRA DE CORNÉLIO PENNA
Marcia Romero Marçal (Fatec-SP e FMU – SP)
Nosso trabalho tem como objetivo comparar San Manuel Bueno, mártir de Miguel de Unamuno e Fronteira de Cornélio Penna, tendo como foco o processo de beatificação e o espectro de dúvidas que cada romance lança em torno desse fulcro. A condição humana moderna é problematizada, em cada obra, sob perspectivas distintas que, no entanto, confluem quanto à percepção de que o mundo dessacralizado implica uma contraditória perda de referências. A mística cristã revela ao herói problemático toda sua ineficácia e fragilidade para proporcionar-lhe qualquer segurança ou salvação. A dúvida, complexo da maturidade viril do homem moderno e do seu modo de representação estética, reflete a sensação vasta e cabal de abandono. Dois escritores em contextos históricos particulares e diversos retratam uma semelhante ação nuclear desenvolvida às custas de uma dilaceração das perspectivas traduzida da seguinte maneira: por que não se pode contar uma história de santificação no século xx a partir de um ponto de vista estável? A produção coletiva de um santo norteia histórias que põem em relevo a dura carga que a visão crua da realidade suporta impotente. As dúvidas perceptivas em Fronteira ou as existenciais e filosóficas em Unamuno manifestam uma contradição essencial de nosso tempo: a liberdade de ação e pensamento dá-se através de uma orfandade vivida na razão. A dúvida como recurso de distanciamento estético aponta, assim, para uma dialética não do bem e do mal, mas sim entre agüentar ter consciência e não agüentar. O santo do século xx torna-se aquele que suporta o não poder ter consciência dos demais. Seu sacrifício é duvidar do sacrifício. O modelo exemplar de conduta contraditoriamente aparece como o de quem suporta duvidar do modelo. No limiar entre a loucura e a angústia suicida, a perspectiva agnóstica representa um mundo que ignora estar em ruínas.
MESA 3
CERVANTES: NARRAÇÃO, ENTRETENIMENTO E COMICIDADE
A proposta da presente mesa é a de apresentar estudos analíticos da obra cervantina a partir de determinados artifícios narrativos e de certos recortes temáticos importantes para os séculos XVI e XVII ibéricos. Desse modo, serão consideradas as estratégias da narração, a concepção da obra como forma de entretenimento, a produção do riso, a importância do dinheiro e a organização retórica em diferentes episódios do Don Quijote e das Novelas Ejemplares.
Coordenadora da mesa: Maria Augusta da Costa Vieira (USP).
Área temática da mesa: Estudos Literários
Participantes e respectivos resumos:
ELSER Y EL ESTAR DE DULCINEA:
SOCIEDAD DE CORTE Y RETÓRICA EN EL QUIJOTE
Maria Augusta da Costa Vieira (USP)
A lo largo de los siglos XVI y XVII, los poetas estaban perfectamente enterados de las diversas corrientes de la tradición grecolatina y concebían la ―poesía‖ como resultado de un conjunto de operaciones racionales, basadas en la producción de una serie de artificios que tenían como objetivo el fingimiento de una ―apariencia de verdad‖. Nada, en tal caso, sería espontáneo o subjetivo; al contrario, había un conjunto de preceptivas que orientaban la imitación presuponiendo un cálculo en las diversas etapas de la composición, lo que resultaría en una obra artificiosa, distante por lo tanto de la concepción estética de tipo idealista y romántico. Si en el campo de las letras es necesario un cambio conceptual en la forma de considerar los textos del llamado ―siglo de oro‖, de manera que no se lean en las obras contenidos que no formen parte del universo ideológico en el cual se inscriben, del mismo modo, cuando se aprecia la obra de Cervantes será importante tener en cuenta la
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definición de categorías que constituyen, desde el punto de vista de la historia, la sociedad de corte. En el episodio de los duques (DQ, II), don Quijote y Sancho ingresan en los espacios de esta sociedad y, por lo tanto, se encuentran en contacto con las figuraciones cortesanas, parodiando los propios códigos de la sociedad de corte. Lo que se presentará es un análisis retórico de las dos descripciones de Dulcinea que hace don Quijote para la duquesa: la Dulcinea convertida en labradora y la que es su dama etérea y ―sin par‖. Desde la perspectiva de la organización discursiva, la situación es enmarañada, puesto que el mismo objeto de la descripción se constituye de modo ambiguo e incongruente, dividido entre el ser y el parecer a los ojos del propio caballero.
El TEMA DEL DINERO EN LA ILUSTRE FREGONA
María Cristina Lagreca de Olio (Universidad Presbiteriana Mackenzie)
En Europa, y en concreto en la Península Ibérica, se realizan grandes transformaciones en la organización de la vida social, de la vida política y en las relaciones tanto económicas, como financieras y mercantiles, durante los siglos XVI y XVII. Estas intensas transformaciones darán origen a varios discursos que trazan el contexto cultural de esos siglos. El tema del dinero aparece en gran parte de la obra de Cervantes en repetidas ocasiones, mostrando el cambio de la época, constituyendo un importante elemento en las relaciones sociales, en la estructura del poder y apareciendo también en la literatura. La producción de Cervantes, más allá de las conocidas cuestiones relacionadas con el mundo económico y financiero, se dedica a los más fundamentales temas de la Humanidad. La base para este artículo es La ilustre fregona, que se publica en el tomo II de las Novelas Ejemplares y donde se pretenden analizar las huellas del tema del dinero que se presenten y los aspectos sociales que marcaron la época en que se desarrollan estas marcas. El fundamento teórico que se hará estará basado en La economía ética en Cervantes, de S. Hutchinson, en Cervantes and the material World, de C. Johnson y en dos artículos – de Alicia Parodi y Juan Diego Vila - en Para leer a Cervantes, además de otras obras relacionadas con el período mencionado.
LOUCURA E LUCIDEZ NO “DISCURSO DE LA EDAD DORADA”
PROFERIDO POR DOM QUIXOTE
Ana Aparecida Teixeira da Cruz (USP/SMESP)
No decorrer do Quixote, de Miguel de Cervantes, percebe-se que Dom Quixote ora se apresenta desempenhando as mais disparatadas loucuras, ora demonstrando seu mais alto grau de lucidez. Esse caráter ambíguo é percebido pelo leitor e pelas demais personagens que compõem a galeria do Quixote, tanto no que diz respeito às atitudes quanto à própria fala oratória do cavaleiro manchego. Dentre os mais variados discursos em que o Cavaleiro da Triste Figura revela sua natureza ambígua, sobressai-se o célebre ―Discurso de la Edad Dorada‖ (DQ I, cap. XI), o qual é dirigido para um grupo de cabreiros, pertencentes ao universo pastoril natural, e também para seu escudeiro Sancho Pança. Por intermédio desse elóquio, Dom Quixote desenvolve um discurso retórico-argumentativo, em defesa de determinados princípios filosóficos e éticos, tendo como repertório o topos literário do mito da Idade de Ouro, pertencente à tradição greco-latina, bem ao estilo de Ovídio e Virgílio. Seguindo a essência dessa tópica clássica e mitológica, Dom Quixote realiza um elogio brilhante às qualidades de vida na Idade de Ouro em detrimento das mazelas instauradas na Idade de Ferro. Apesar de todo o engenho de Dom Quixote nessa fala oratória, é possível colocar em evidência pontos em que há a confluência da loucura com a lucidez. Portanto, a proposta da comunicação é a de apresentar um estudo textual, de modo a demonstrar as fases do discurso nas quais aparecem tal convergência. Para que se possa alcançar tal objetivo, além de alguns preceitos retóricos, será de fundamental importância ter em conta a questão do decorum que, em linhas gerais, é responsável pela acomodação do discurso com a circunstância na qual o mesmo é produzido.
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DOM QUIXOTE: A MISE-EN-SCÈNE DO RISO
Valéria da Silva Moraes (USP)
O livro de Miguel de Cervantes O engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha foi escrito no começo do século XVII e se insere dentro de um contexto poético-retórico que orientava as criações literárias e que é importante trazer à baila se se pretende compreender o alcance e a função da obra dentro de seu contexto histórico. Desse modo, as preceptivas neo-retóricas publicadas nos séculos XVI e XVII regulavam o fazer poético seguindo os postulados canonizados por Aristóteles, Horácio e Quintiliano e organizavam o pensamento da época acerca da arte. A leitura de obras como Do Ridículo (1550), de Vicenzo Maggi, e Philosophia Antigua Poetica (1596), de Alonso Lopez Pinciano, evidenciam, em certa medida, como a comédia e o riso se inserem dentro do período renascentista a partir de poéticas precedentes e, por seu turno, como estão organizados dentro da obra cervantina. Sendo assim, partimos do pressuposto que o gênero cômico é arquitetado dentro da narrativa a partir de uma função paródica cuja atuação se dá enquanto mescla estilística entre o elemento baixo e o elevado tratando-se, portanto, de um recurso retórico que, além de instaurar a própria loucura/discrição da personagem Dom Quixote, organiza a comédia dentro da narrativa produzindo em última instância o riso do leitor.
(Apoio: Capes)
MESA 4
CERVANTES FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL PARA O ENSINO BÁSICO: A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA COMO FOCO
Esta mesa coordenada discutirá as estruturas curriculares implantadas por quatro IES públicas do Rio de Janeiro – UERJ, UFF, UFRJ, UFRRJ -, que oferecem cursos de formação de professores de espanhol como língua estrangeira, preocupadas com a atuação profissional no Ensino Básico. Cada comunicação apresentará a forma encontrada pela IE de atender o proposto pelas Resoluções CNE/CP nº 1 e nº 2 de 2002, que definem as diretrizes a serem seguidas na reformulação da licenciatura no curso de Letras.
Coordenadora da mesa: Vera Lucia de Albuquerque Sant‘Anna (UERJ).
Área temática da mesa: Estudos relativos à política linguística e o ensino de espanhol no Brasil.
Participantes e respectivos resumos:
FORMANDO PROFESSORES DE ESPANHOL PARA FORMAR CIDADÃOS: UM ESTUDO DO PERFIL PROFISSIONAL CONSTRUÍDO POR EMENTAS E PROGRAMAS NO IL/UERJ
Vera Lucia de Albuquerque Sant‘Anna (UERJ)
A Reforma das Licenciaturas, definida com base nas Resoluções nº 1 e 2 CNE/CP de 2002, orienta a formação universitária de professores no Brasil e coloca essa formação como desafio para as instituições organizarem um currículo que atenda às necessidades do futuro professor que deverá atuar na Educação Básica, tanto como profissional da disciplina na qual se formou, como integrar as discussões sobre a formação para a cidadania de nossos estudantes do ensino fundamental e médio. Nesse sentido, esta comunicação propõe-se a expor um estudo sobre ementas e programas das disciplinas do curso de graduação em Letras, habilitação em Português-Espanhol, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a fim de observar se o seu currículo favorece um perfil profissional para tal atuação. A experiência do IL/UERJ que trazemos para discussão inaugura uma articulação inovadora: o curso de Letras oferece disciplinas de formação profissional para a atuação docente no ensino básico, em conjunto com o Instituto de Aplicação (CAp-UERJ) e a Faculdade de Educação. Essa articulação contempla dois eixos: o das disciplinas voltadas para a aprendizagem da língua espanhola e literaturas hispânicas e o das direcionadas para a formação de professores; contudo, nesta comunicação buscamos apresentar perfil(s) de profissionais do ensino de língua
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instituídos pelas ementas e programas das disciplinas do eixo da formação profissional, de modo que se possa abrir um campo de discussão sobre as múltiplas formas de interpretação da legislação federal que vêm sendo implementadas nas universidades brasileiras. Para a análise dos textos relacionados à formação para o trabalho de professor, entendidos como práticas discursivas que instauram sentidos, utilizamos conceitos advindos de estudos ergológicos voltados para o trabalho e da análise do discurso, em particular as contribuições sobre intertextualidade, ―como forma de compreender um laço semântico essencial entre um funcionamento institucional e um discurso‖.
ARTICULAÇÃO DE SABERES E HETEROGENEIDADE PERFORMATIVA
Antonio Andrade (UFRJ/PG-UFF)
As Resoluções CNE/CP nº 1 e nº 2 de 2002 trouxeram a necessidade de se repensar os currículos universitários de licenciatura de modo a trazer para o cerne da formação dos futuros professores que vão atuar na Educação Básica os debates em torno da cidadania e da diversidade. Questiona-se, contudo, se os cursos de Letras no Brasil vêm conseguindo revisar sua tradição acadêmica a fim de abarcar as propostas dessa reforma curricular, sem provocar o retrocesso da capacitação teórica e, consequentemente, das pesquisas já consolidadas institucionalmente. Sendo assim, meu objetivo principal nesta comunicação é propor a articulação dos saberes que constituem classicamente a formação em Letras em vez de uma simples substituição de conteúdos e paradigmas acadêmicos. Meu propósito não é, pois, fazer uma mera constatação dos campos epistemológicos em disputa, e sim estimular a ampliação das possíveis interfaces entre eles por meio da reflexão a respeito da prática docente desde o âmbito da formação inicial. Minha perspectiva teórica associa as noções de heterogeneidade discursiva e performatividade com vistas a discutir como a articulação e a hibridização de questões curriculares estimulam um tratamento mais complexo da cidadania em tempos de grande pluralidade de manifestações socioculturais, opondo-se simultaneamente ao processo de cristalização dos saberes na atividade educativa. Ou seja, quero refletir assim sobre a dupla produtividade de se incorporar a heterogeneidade como um valor crítico performativo essencial ao trabalho do professor. Como objetivo secundário, pretendo chamar a atenção para a fraca incidência, por exemplo, de pesquisas que enfoquem a relação entre estudos de língua e literatura no processo de ensino-aprendizagem de Espanhol/LE no contexto dos ensinos fundamental e médio, o que reflete a tendência atual à homogeneização teórica tanto das ementas das disciplinas de Prática de Ensino quanto dos campos de investigação sobre a formação docente.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL PARA O ENSINO BÁSICO: TENTATIVAS DE DIÁLOGOS ENTRE UNIVERSIDADE E ESCOLA.
Del Carmen Daher (UFF)
Os estudos sobre política lingüística propostos pela Sociolinguística têm como foco, tradicionalmente, decisões de âmbito governamental, ações do Estado. Como forma de diferenciação desses estudos, recorremos à referência Política de Línguas que considera a língua como resultado de relações entre sujeitos que atuam num determinado contexto sócio-histórico e incorpora propostas advindas de diversas instituições e de movimentos da sociedade civil. Uma das instituições envolvidas nessa Política é a universidade brasileira a quem cabe a responsabilidade pela formação de professores de línguas materna e estrangeiras. Professores estes que atuarão em diferentes contextos políticos, geográficos, econômicos e educacionais. Neste momento, no Brasil, reformulam-se as estruturas curriculares dos cursos de Letras, tendo em vista o proposto pelas Resoluções CNE/CP nº 1 e nº 2 de 2002, que definem as diretrizes a serem seguidas para a formação de professores em cursos de licenciaturas e implanta-se a obrigatoriedade de oferecimento do ensino do espanhol no Ensino Médio e seu oferecimento facultativo no Ensino Fundamental, em âmbito nacional. Tendo em vista o exposto, são dois os objetivos de nossa comunicação coordenada. O primeiro é, a partir de um olhar teórico que conjuga estudos da linguagem e do mundo do trabalho, apresentar análise de ementas de disciplinas, carga horária, programas, referências bibliográficas e projetos de apoio à formação docente, implementados pelo Curso de Letras, habilitação em Português–Espanhol, do Instituto de Letras e da Faculdade de Educação da UFF em sua política de formação e de aproximação com a
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realidade da escola. O segundo, no diálogo com as demais instituições de ensino universitário do Rio de Janeiro, representadas no evento, discutir perfis e exigências da formação de professores para a atual escola brasileira.
LA IMPORTANCIA DE LA ACTIVIDAD DOCENTE
EN LA FORMACIÓN UNIVERSITARIA
Maristela da Silva Pinto (UFRRJ)
Ante las diversas perspectivas de estudios acerca de la formación de profesores de Español, este trabajo pretende (1) exponer la organización curricular de la UFRRJ, (2) poner de manifiesto la necesidad de inserir los componentes lingüísticos y sociales en las clases de español como lengua extranjera (E/LE), (3) señalar el camino hacia la reformulación de nuestro curso de letras.En nuestra concepción, aprender una lengua extranjera (LE) no sólo se trata de alcanzar objetivos lingüísticos, sino también de entender los distintos modos de pensar y de vivir del otro y de cuestionar verdades que antes nos parecían naturales e incuestionables, pues así uno se torna realmente capaz de establecer un diálogo constante con individuos de otras comunidades. Conviene resaltar que no todos los profesores universitarios piensan que la docencia sea algo realmente fundamental para la formación universitaria. Sin embargo, apuntamos a lo largo de este trabajo la gran responsabilidad de los profesores universitarios en la formación y en el desarrollo de los estudiantes. Creemos que no existe el mejor currículo, sino propuestas viables y adecuadas a las circunstancias, que deben ser flexibles para que puedan ir mejorando de forma permanente. Estamos de acuerdo con la propuesta de una educación multicultural que desea recontextualizar el papel político de la escuela, discutiendo la adopción de nuevos currículos multi-referenciales que incorporen discursos históricamente silenciados y a despreciar aquellos potencialmente silenciadores. Y, más específicamente, que el profesor de lengua extranjera debe redimensionar su papel profesional, distanciándose de una postura de alienación y comprometiéndose con la transformación social. El profesor se vuelve en un agente de cambio, empeñado en la des-construcción de estereotipos y en la promoción del diálogo con la diversidad.
MESA 5
CERVANTES: NAS MARGENS DO QUIXOTE
A proposta da presente mesa é a de apresentar estudos analíticos do Don Quijote a partir das margens, isto é, a partir da composição dos versos pseudo-laudatórios e paradoxais introduzidos nas primeiras páginas da obra, das traduções realizadas no Brasil, de estudos críticos produzidos no século XX e da recepção literária no romance brasileiro.
Coordenadora da mesa: Maria Augusta da Costa Vieira (USP).
Área temática da mesa: Estudos Literários.
Participantes e respectivos resumos:
ENTRE O ENCÔMIO E A INJÚRIA:
DON QUIJOTE E OS VERSOS PRELIMINARES
Giselle Cristina Gonçalves Migliari (PG-USP)
El ingenioso hidalgo Don Quijote, composto por Miguel de Cervantes, em 1605, manifesta, desde suas primeiras páginas, uma relevante complexidade. De imaginação literária notável, a obra evidencia-se como tal não apenas por seus elementos estético-formais de intenções inventivas ou por seus conceitos paródicos, mas também pelos engenhosos paradoxos operantes ao longo do enredo. Alguns dos elementos estruturantes da narrativa aparecem, de forma condensada, já nos poemas
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preliminares. Os versos que precedem os acontecimentos, a princípio laudatórios ou enaltecedores, dedicados comumente às publicações da época, ao contrário de renderem louvor à grande história a ser contada sobre o fidalgo de La Mancha, desmerecem os simulados elogios à arte. Ademais, reproduzem o tema da loucura de maneira grandíloqua, parodiam o universo cavalheiresco utilizando de suas mais ilustres personagens e dirigem uma invectiva a poetas contemporâneos entranhada em metáforas. Dessa forma, níveis de significados são encontrados nos sonetos e nas ―décimas de cabo roto‖. Neste trabalho, analisaremos os versos que iniciam a primeira parte do livro, revelando uma conexão existente entre os poemas e a narrativa e realçando o seu caráter cômico, paródico e invectivo, apresentados de maneira superior ao que se espera de poemas encomiásticos. Assim, Cervantes, ao ―mostrar con propiedad un desatino‖, estabelece um engenho criativo desde os versos preliminares, que antecipam ou sintetizam, paradoxalmente, elementos principais manifestos em Don Quijote, mantendo a comicidade emblemática da obra.
AS AVENTURAS E DESVENTURAS DAS TRADUCOES DO QUIXOTE
Silvia Cobelo (PG-USP)
O objetivo desta comunicação é oferecer um panorama da história das seis traduções do Quixote publicadas no Brasil e biografias de seus tradutores. As publicações foram organizadas em um catálogo com detalhes editoriais das setenta e duas edições da obra, e os dados foram tabulados, oferecendo um quadro com a porcentagem de edições por tradutor. A primeira tradução assinada surge somente no final do século XIX, em 1876/78, iniciada pelo Visconde de Castilho. Com a morte deste, foi continuada pelo Visconde de Azevedo que também faleceu sem finalizar a tradução, a qual foi, portanto terminada por Pinheiro Chagas. É sem duvida, a tradução mais editada no Brasil. Em 1952 é publicada a primeira tradução brasileira. Almir de Andrade assina o primeiro livro e Milton Amado o segundo, assim como a tradução de todos os poemas e as mais de mil notas de rodapé feitas na reedição da obra em 1954. Em 1963, é publicada outra tradução portuguesa, a do escritor Aquilino Ribeiro, indicado ao premio Nobel de Literatura em 1960. Vinte anos depois, em 1983, surge a segunda tradução brasileira, elaborada por Eugenio Amado. Em 2005, durante as celebrações do IV centenário da publicação do primeiro livro do Quixote, alem de uma edição revisada da tradução de Eugenio Amado por ele mesmo, aparecem duas novas traduções no Brasil: uma feita pelo argentino residente no Brasil, Sergio Molina, que elabora uma edição bilíngüe e outra, feita por uma dupla de tradutores, o espanhol José Luiz Sánchez, e o brasileiro Carlos Nougué, os quais ainda não lançaram o segundo livro.
LA RECEPCIÓN DEL QUIJOTE EN BRASIL:
ESTUDIO DEL DISCURSO ACADÉMICO DE JOSÉ CARLOS DE MACEDO SOARES (1947)
Marta Pérez Rodríguez (PG-USP)
El presente trabajo tiene como objetivo el destacar uno de los eslabones más importantes dentro de la estela que delinean los estudios críticos de la recepción cervantina en Brasil durante el siglo XX. En concreto, se abordará el texto del diplomático brasileño José Carlos de Macedo Soares, que en 1947 es invitado a ir a Buenos Aires, con motivo de la celebración del IV Centenario del nacimiento del escritor alcalaíno Miguel de Cervantes (1547 – 1616), para proferir una conferencia en español, ante la Academia de Letras de Argentina, cuyo título fue: ―Cervantes en el Brasil‖. En este discurso de tono académico, que posteriormente se publica en el Boletín de esta Academia, se plantean diversos aspectos de la principal obra de Cervantes. Macedo Soares, que inicia su oratoria refiriendo el prólogo del Quijote de 1605, enseguida se sumerge en la idea de universalidad de esta novela y de cómo penetra en la mayor parte de las literaturas nacionales del mundo por medio de dos personajes que se naturalizan y se arraigan en cualquier lugar, lo que provoca un fenómeno llamativo en ese momento, el de acabar siendo más conocida la historia de Don Quijote y Sancho Panza que la biografía del mismísimo Cervantes. Este discurso académico se detiene, además, en dos ideas que se pueden calificar como originales en la época y que son la entrada del Quijote en tierras brasileñas – a través del mercado editorial portugués – y el concepto de ―espíritu quijotesco‖, que impregna con un rotundo éxito el panorama literario brasileño de este período. Así pues, este texto que se destina a
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priori a la oralidad, acaba constituyendo un material de valioso contenido, con criterio y de elevado juicio dentro del contexto de la época.
(Agência de Fomento: CNPq/USP)
NO REINO ENCANTADO DA LITERATURA: OS MOINHOS DE VENTO E A PEDRA DO REINO
Célia Navarro Flores (UFS)
Em entrevista concedida à pesquisadora Lênia Márcia Mongelli para a revista Signo, Ariano Suassuna afirma pautar sua literatura por dois hemisférios: um dantesco e outro cervantino. O dantesco estaria mais ligado à sua poesia, enquanto o cervantino à sua prosa. Segundo o autor, O Romance d’ A Pedra do Reino é uma tentativa de fusão desses dois hemisférios. Em nossa pesquisa buscamos recuperar esse ―Hemisfério Cervantes‖ presente na referida obra. Para essa comunicação pretendemos estabelecer algumas relações entre o episódio dos moinhos de vento, capítulo VIII da primeira parte do livro de Cervantes, e o Folheto XXI da obra de Suassuna, intitulado ―As pedras do Reino‖. A pedra do Reino, a que se refere o Folheto — e que, inclusive, dá título ao livro de Suassuna — é uma formação rochosa situada no Estado de Pernambuco. Em nosso modo de ver, nos dois episódios temos uma forte incidência do perspectivismo (Spitzer, 1974), no Quixote, os dois pontos de vista estão representados por Sancho e Dom Quixote; n‘O Romance d’ A Pedra do Reino, por Quaderna e Euclydes Villar. Os dois episódios se baseiam no embate entre ficção e realidade. Assim como a aventura dos moinhos é uma dos mais representativos dentro da obra de Cervantes por evocar todo o contexto quixotesco (Riley, 2001), a Pedra do reino é fundamental na obra projetada por Quaderna, uma vez que ao se autodenominar Profeta, Rei e ―Epopeieta‖, a Pedra do Reino é sua Catedral, Castelo e o leitmotiv da epopéia que está escrevendo.
MESA 6
HISTÓRIAS RECONTADAS NA LITERATURA ARGENTINA
Na Argentina parece que sempre se contam as mesmas histórias. É possível pensar em alguns relatos repetidos como linhas de força dentro de um campo de batalha de narrativas. Para que qualquer batalha aconteça, são necessárias pelo menos duas condições: que os dois bandos se encontrem no mesmo espaço físico e que ambos possuam um equilíbrio mínimo no poder de fogo. No caso, é necessária uma linguagem comum. A munição é abastecida por um conjunto de códigos que circulam entre umas e outras narrativas, mesmo quando aparecem dentro de diferentes configurações, que supõem sentidos diferentes em cada relato. Trata-se de uma forma específica de intertextualidade, que captura a fábula, de maneira fragmentada, parcial ou, em alguns casos, completa, para inverter o sinal no campo da semântica. Os procedimentos para operar tal inversão são variados: mudança do foco narrativo, registro pragmático, gênero discursivo e muitos mais. As narrativas de nação são, em essência, narrativas da violência nas suas diversas formas. A violência dos pobres do campo, índios ou gauchos, e da cidade, descendentes dos escravos ou imigrantes, foi narrada para justificar a violência preventiva do Estado. O mesmo relato, com sinal invertido, serviu para denunciar o caráter ideológico do texto referencial e a violência das elites exercida contra os pobres. É possível reconhecer e traçar algumas dessas séries de relatos. É possível, inclusive, traçar entrecruzamentos entre elas. Dentro desse estudo, vamos apresentar uma comunicação sobre duas séries de narrativas. Uma inicia-se com El matadero, de Esteban Echeverría, continua com La fiesta del monstruo, de Adolfo Bioy Casares e Jorge Luis Borges, e termina com El niño proletario, de Osvaldo Lamborghini. Outra começa com Casa tomada, de Julio Cortázar, segue com Cabecita negra, de Germán Rozenmacher, para concluir com Casa tomada, de Washington Cucurto..
Coordenadora da mesa: Silvia Beatriz Adoue (UNESP-Araraquara).
Área temática da mesa: Estudos Literários.
Participantes e respectivos resumos:
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A PÁTRIA CATIVA
Silvia Beatriz Adoue (UNESP-Araraquara)
O trabalho faz uma reflexão sobre a figura da cautiva em três narrativas argentinas: o poema épico La cautiva, de Esteban Echeverría (1837), o conto Historia del guerrero y la cautiva, de Jorge Luis Borges (1949), e o romance La lengua del malón, de Guillermo Saccomanno (2003). A alegoria do território da nação, a mulher roubada pelas hordas indígenas, motivo de disputa e objeto de domínio, apresenta uma posição diferenciada em cada um dos três relatos. No poema de Echeverría resiste às forças selvagens segundo um olhar que pensa a pátria como um deserto a ser civilizado. A obra anuncia a campanha que a elite bem pensante empreenderá uns 30 anos depois: o extermínio indígena e o domínio sobre o seu território com a chamada ―Campanha do deserto‖. Funciona como uma justificativa da violência preventiva contra o outro do ―civilizado‖. No conto de Borges, a mulher escolhe a barbárie, e a sua escolha se apresenta como um enigma. A oposição entre civilização e barbárie permanece. O ―aluvião zoológico vindo dos pampas‖ é a referência frequente que renova no imaginário da elite intelectual a figura do malón, da arremetida do índio selvagem. O referido ―aluvião zoológico‖ é a avalanche popular encarnada no peronismo. Finalmente, no romance de Saccomanno a escolha da cautiva responde a razões muito claras, ela não se apresenta mais como um mistério. Essa nova configuração mantém a oposição, mas lhe inverte o sentido, e é fabulada por intelectuais que se contrapõem ao ideologema ―civilização x barbárie‖ presente nos outros dois textos de forma explícita.
(Agência financiadora: FAPESP)
AS FIGURAÇÕES DA VIOLÊNCIA NA LITERATURA ARGENTINA
Livia Almendary (UBA-Argentina)
Esta comunicação, que faz parte de um projeto maior que focaliza as histórias recontadas da literatura argentina, tem como objetivo reconhecer as figurações da violência e suas transmutações na em três contos da literatura argentina. Focalizamos El matadero, de Esteban Echeverría, La fiesta del monstruo, de Jorge Luis Borges, e El niño proletario, de Osvaldo Lamborghini, pensando três momentos da história argentina e os diferentes posicionamentos dos intelectuais com relação ao popular. Partimos do texto fundante de Echeverría, com as figurações que a elite liberal com respeito aos setores populares urbanos como encarnação da violência e a irracionalidade, fronteira entre cidade e campo, metáforas da civilização e a barbárie. A irrupção de novas camadas populares na política, no contexto do peronismo, favorece a retomada do ideologema que marcava as narrativas de nação desde o século XIX. De alguma maneira, La fiesta del monstruo é uma releitura, atualizada, de El matadero, que recupera a oposição entre civilização e barbárie, ambientada novamente na fronteira sul da cidade. Já El niño proletario, escrito no período pós-peronista, são recuperados o acontecimento violento da morte de um ser indefeso por uma turba e o espaço suburbano da divisa sul da cidade, presentes nos contos anteriores, só que invertendo o sinal da civilização e da barbárie. Desta vez, são os filhos da elite que lincham a criança pobre, no mesmo espaço suburbano. Com elementos comuns nas três fábulas, os autores jogam com pressupostos culturais da época. Expressões metafóricas como ―monstruo‖, por exemplo, circulam da literatura à invectiva coloquial da época e retornam à literatura já como clichês. Essas trocas entre a linguagem convencional e a literária carregam a forma literária de conteúdos ideológicos inintelegíveis fora de contexto.
UMA CASA TRÊS VEZES TOMADA
Dafne Lima Pessanha de Morais Melo (USP)
O estudo tem como pano de fundo a narrativa literária argentina e sua relação com a história política desse país, dos anos 1940 até o presente. É analisada uma série de contos que estabelecem uma relação peculiar entre literatura, história e política, ao passo que dialogam com uma tradição literária de significativa importância na cultura argentina. Essa série começa com o conto Casa Tomada de Julio Cortázar (1946), revisitado pouco tempo depois por Germán Rozenmarcher em Cabecita Negra
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(1962), e resgatado seis décadas depois por Washington Cucurto em Casa Tomada (2008). O fio condutor da leitura comparada entre as obras são as representações das tensões sociais em cada narrativa, à luz do peronismo. A partir de uma leitura possível do conto de Cortázar – como alegoria da irrupção das camadas populares na cena política e no espaço público, plasmada na jornada de 17 de outubro de 1945, em reação à prisão de Juan Domingo Perón – pode se estabelecer relações com os relatos de Rozenmarcher e Cucurto, que dialogam com essa interpretação do conto de Cortázar. Diálogos estes marcados pelos momentos históricos e lugar social em que Rozenmarcher e Cucurto estão inseridos. Assim, serão analisados os discursos literários presentes em cada autor, partindo da premissa de que a literatura é capaz de capturar determinados aspectos da realidade, registrando, por exemplo, as tensões entre as visões de mundo presentes na sociedade. O trabalho procura privilegiar o embate entre as camadas populares e as camadas médias e altas, a partir dos discursos que os diferentes setores dessas classes produzem um sobre o outro. Para isso, são analisados os tratamentos particulares das categorias narrativas em cada conto e sua articulação para a construção de sentidos.
MESA 7
NECC-CULTURAL – PRODUÇÕES ARTISTICA EM MATO GROSSO DO SUL
Relações de aproximações por diferenças, paisagens culturais, vizinhanças e distanciamentos, crioulismo e espaços limítrofes serão algumas das abordagens conceituais propostas nos trabalhos que compõem a mesa de comunicação coordenada NECC-CULTURAL – produções artísticas em Mato Grosso do Sul. É sintomática a rubrica da sessão de trabalhos, considerando que os diferentes conceitos antes elencados serão abordados nas comunicações através de duas das diferentes linguagens artísticas: valendo-se da literatura como suporte, os trabalhos intitulados ―Paisagens biográficas no crepúsculo oscilante da fronteira‖ e ―Um homem desajeitado e de gestos xucros‖ e ―Vida de erval: cultura em Hélio Serejo‖, como é demonstrado pelos seus títulos, abordarão os conceitos de paisagens, crítica biográfica, crioulismo, fronteira e cultura, em leituras de produções literárias – principalmente Hélio Serejo – que balizam o pensamento do lugar-limite como registro de uma determinada produção artístico-cultural; e, finalmente, pensando também a paisagem, a partir de alguns conceitos-chave para a fronteira e as relações de vizinhança, no artista como paisagista desse locus, a comunicação intitulada ―Lugares, regiões, fronteiras e paisagens sul-mato-grossenses nas artes plásticas: o artista como um geovisualocalizador desse lugar‖ pretende discutir qual é a relação, ou relações, entre centro e periferia estabelecidas pelos artistas plásticos do estado de Mato Grosso do Sul e os dois países fronteiriços a ele? Qual é a diferença entre o mundo miniaturizado que vive por debaixo das arraias pantaneiras de Manoel de Barros e os shoppings das cidades cosmopolitas?. Percebe-se pela temática geral das comunicações da sessão que todos os trabalhos têm um fio de ligação teórico-crítico de cunho culturalista; teorias pós-colonialistas, crítica biográfica, estudos subalternos e estudos culturais latino-americanos traçarão a trajetória principal dos trabalhos a serem apresentados, no entanto, teorias advindas das mais diferentes áreas do conhecimento, bem como outros conceitos não elencados aqui, servem também como alicerces de sustentação para a realização das leituras propostas pelos trabalhos. Buscando ler melhor as produções artísticas que constituem parte das diferenças culturais dos sujeitos compósitos (Brasil-Paraguai-Bolívia) formadores dessa tríade, as comunicações da sessão juntam-se para pensar em algumas questões: qual é a cor local de Mato Grosso do Sul? Existe uma cor específica que colore esse lugar oeste-central do Brasil? Os espaços culturais sul-mato-grossenses produzem cultura oriunda desse lugar limítrofe entre o Brasil, o Paraguai e a Bolívia? E, por fim, há uma produção genuinamente sul-mato-grossense?.
Coordenadora da mesa: Marcos Antônio Bessa-Oliveira (UFMS/NECC).
Área temática da mesa: Estudos Culturais e Históricos.
Participantes e respectivos resumos:
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LUGARES, REGIÕES, FRONTEIRAS E PAISAGENS SUL-MATO-GROSSENSES NAS ARTES PLÁSTICAS: O ARTISTA COMO UM GEOVISUALOCALIZADOR DESSE LUGAR
Marcos Antônio Bessa-Oliveira (PPGMEL – UFMS/NECC)
Quero tentar pensar os conceitos de lugar, região, fronteira, paisagem e geovisualocalização, elencados no título deste meu trabalho, não apenas como tais conceitos que são, posto que, como observara Jacques Derrida em Mal de arquivo: uma impressão freudiana, por mais que eu os conceitue criticamente, eles não serão abordados em todas as suas totalidades. Portanto, quero também dar-lhes uma ―fotografia‖, como retrato de alguma coisa mesmo, de paisagens, para pensar alguns trabalhos artísticos e os seus artistas sul-mato-grossenses. Pensando neste lugar artístico-cultural – fronteiriço entre o estado de Mato Grosso do Sul, a República do Paraguai e a Bolívia – como um lugar privilegiado geograficamente, na região central da América do Sul para produzir. Nesse sentido, convém esclarecer que minhas leituras basear-se-ão nos estudos feitos por Jacques Derrida, no já referido livro Mal de arquivo; em Silviano Santiago, principalmente no livro O cosmopolitismo do pobre, com seus estudos sobre os centros e periferias da cultura brasileira; e, por se tratar de um estudo que pretende dialogar com questões geográficas, valer-me-ei também de Cássio Eduardo Viana Hissa nos livros A mobilidade das fronteiras e Saberes ambientais, onde, no primeiro, o autor trata de questões pertinentes a limites e fronteiras, lugares e regiões etc, e, já no segundo livro, em textos por ele organizados, propõe discussões alentadas sobre o saber disciplinar e o meio ambiente. Além de Homi K. Bhabha com seu posicionamento pós-colonialista – principalmente no tocante à Nação como narração – que favorece minhas leituras sobre o locus latino-americano; Alberto Moreiras e outros que se fizerem necessários. Considerando as possíveis relações de vizinhanças entre o Mato Grosso do Sul, a República do Paraguai e a Bolívia, quero tentar geovisualocalizar de qual lugar os artistas sul-mato-grossenses estão pensando suas paisagens artísticas sobre esse lugar oeste-central do Brasil. Busco esse reconhecimento considerando possibilidades que, como salienta Santiago, grosso modo, o latino-americano sempre está voltando-se para os grandes centros em busca de um cosmopolitismo sonhado. Ou seja, pensando do meu lugar específico, o brasileiro está sempre buscando referências culturais nos países do outro lado do Atlântico e nunca olha para dentro de si, voltando-se primeiro para pensar sua cultura e depois buscar a do outro. Considero ainda como outra possibilidade de pensar esta paisagem no artista sul-mato-grossense, assentado desses lugares artístico-conceituais, levando em consideração as proposições de Beatriz Sarlo – no livro Cenas da vida pós-moderna – quando afirma que os shoppings centers contemporâneos são mini-cidades cosmopolitas dentro das grandes cidades nacionais. Posto isso, penso, quero vir a compreender, ou ao menos pensar mais claramente, qual é a relação, ou relações, entre centro e periferia estabelecidas pelos artistas plásticos do estado de Mato Grosso do Sul e os dois países fronteiriços a ele? Qual é a diferença entre o mundo miniaturizado que vive por debaixo das arraias pantaneiras de Manoel de Barros e os shoppings das cidades cosmopolitas?
(Apoio: Capes)
PAISAGENS BIOGRÁFICAS NO CREPÚSCULO OSCILANTE DA FRONTEIRA
Edgar Cézar Nolasco (UFMS/NECC)
Como falar de paisagens implica, antes de mais nada, recortar um espaço geohistórico territorial específico, sobretudo para que a imagem imaginária e simbólica da própria paisagem perseguida não se esboroe por entre outras imagens que chegam e saem a toda hora do lugar, nosso ensaio deter-se-á, apenas, naquelas passagens ou imagens de manifestações culturais locais (sul-mato-grossense) que, direta ou indiretamente, aludem ao que entendemos por uma cor local. Exóticas, nativistas ou crioulistas, pouco importa num primeiro momento, porque o que importa mesmo é saber de que forma as manifestações selecionadas no ensaio dialogam com o bios/locus do local recortado. O ensaio parte da premissa de que a cor, assim como o sabor, matiza o corpo biográfico da nação localista.
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VIDA DE ERVAL: A CULTURA EM HELIO SEREJO
Natália Aparecida Tiezzi Martins dos Santos (UFMS/NECC)
Este artigo faz parte do projeto de pesquisa cadastrado na PROPP/UFMS ―Cultura Local‖, cujo plano de trabalho intitula-se ―(In) Definições Culturais nas Culturas Locais de Mato Grasso do Sul‖. Este trabalho visa tratar das relações entre cultura local e literatura sul-mato-grossense. Esse local a que nos referimos está delimitado geograficamente pela região que compreende o estado de Mato Grosso do Sul, literariamente pela obra Vida de Erval, de Hélio Serejo, e recortado teoricamente pela perspectiva dos Estudos Culturais Comparados. Para tal intento utilizaremos dentro dessa perspectiva as obras: O local da Cultura de Homi K Bhabha e A exaustão da diferença de Alberto Moreira. Além do referencial teórico-crítico que encampa os Estudos Culturais e Comparados, são privilegiados livros que tratam diretamente da cultura local, a exemplo de Fronteira do local, de Paulo Sérgio Nolasco dos Santos e Espaço e natureza: a produção do espaço sul-mato-grossense, de Oliveira Neto e Batista, entres outros. Nosso trabalho, ao retratar o cotidiano do caboclo na produção da erva-mate, sua luta e seu trabalho, busca colocar esse local como um espaço a partir do qual se pode enunciar e no qual há produção cultural, uma vez que entendemos que não há um lugar específico de produção cultural, pois a cultura se encontra onde se encontram os homens, ou seja, cremos que não importam questões geo-espaciais ou históricas, seja, aqui e lá, para lá e para cá, para frente e para trás, a cultura está nesse movimento exploratório que capta o ―além‖ de uma fronteira, no qual se situa o que queremos denominar aqui de local de uma cultura.
(Apoio: CNPq)
MESA 8
SALVADOR DALÍ: TRÊS ABORDAGENS
Proposta: Como o título indica, serão três as abordagens desta mesa. A primeira, e tomando a história e teoria do surrealismo como principal referencial teórico-metodológico, terá por objetivo estudar como o poeta francês André Breton (1896-1966) conviveu no seio do surrealismo com as valorizações, ideias e práticas do artista catalão Salvador Dalí y Domènech (1904-1989), e de que maneira enxergou e comentou a obra deste. A segunda, tratará de como Dalí visualizou a arquitetura art nouveau, particularmente a obra de Antoni Gaudí (1852-1926), através da análise de dois textos publicados por Dalí em francês: ―L‘Âne pourri‖ (1930) e ―De la beauté terrifiante et comestible de l‘architecture art nouveau‖ (1933). E a terceira, tratará de alguns aspectos da obra escrita de Dalí, seus primeiros textos e alguns de seus poemas. Também fará referência à incursão de Dalí pelo movimento surrealista e à incansável busca daliniana pela imagem surrealista perfeita, a qual foi definida como a mais difícil de traduzir à linguagem prática devido a sua contradição aparente, como a imagem alucinatória, humorística ou que nega as propriedades fisicas.
Coordenadora da mesa: Ruben Daniel Méndez Castiglioni (UFRS).
Área temática da mesa: Estudos Culturais e Históricos
Participantes e respectivos resumos:
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SALVADOR DALÍ Y LA LITERATURA
Ruben Daniel Méndez Castiglioni (UFRS)
En este trabajo se pretende abordar algunos aspectos de la obra del escritor catalán Salvador Dalí. En primer lugar, serán comentados sus escritos juveniles, incluyendo su temprana novela, sus apreciaciones sobre el arte y la política y su afán por la búsqueda de transformaciones sociales. Se hará referencia a su atracción por el surrealismo y a los primeros poemas que publicó (dónde ya aparecen algunas de las técnicas surrealistas), y los que vendrían a ser los elementos dalinianos característicos. Posteriormente, se aludirá a la búsqueda de Dalí por la imagen surrealista por excelencia, es decir, la que ha sido clasificada como la más difícil de traducir al lenguaje práctico debido a su contradicción aparente, la imagen alucinatoria, humorística o la que niega las propiedades físicas. También se hará referencia a la conversión de Dalí al movimiento surrealista (1928), aludiendo a algunas de sus producciones que se inscriben entre la publicación, en 1930, de La Femme visible y de Métamorphoses de Narcisse, de 1937. El propio André Breton se refirió a Dalí como aquél que encarnó el espíritu surrealista, buscando su propia gloria y también la gloria del surrealismo con colaboraciones como el sistema paranoico-crítico. El libro escrito por Dalí El mito trágico del Ángelus de Millet es una excelente demostración de este ―método‖ y a esa obra también se hará alusión. Para estudiar la producción de Dalí es imprescindible consultar a aquellos que la han analizado más profundamente, como por ejemplo, recientemente y con nuevos aportes, el investigador Ian Gibson y principalmente, consultar a aquellos que participaron del movimiento surrealista, pues brindan interesantes datos que sirven de subsidio para una visión más clara y crítica del autor, como el especialista en surrealismo José Pierre, y el propio André Breton.
SALVADOR DALÍ VISTO POR ANDRÉ BRETON
Robert Ponge (UFRGS)
Tomando a história e teoria do surrealismo como principal referencial teórico-metodológico, a comunicação tem por objetivo estudar como o principal teórico do movimento surrealista, o poeta francês André Breton (1896-1966), conviveu no seio do surrealismo com as valorizações, idéias e práticas do artista catalão Salvador Dalí y Domènech (1904-1989), como enxergou e comentou a obra deste. O enfoque repousará basicamente na análise de um conjunto de seis textos de Breton dedicados parcial ou totalmente a Dalí, publicados em Point du jour, Le Surréalisme et la peinture e Anthologie de l’humour noir. Após uma brevíssima caracterização do surrealismo, bem como de suas relações com as artes plásticas e a literatura, o trabalho começará apontando alguns elementos e momentos da trajetória de Dalí no seio do surrealismo, desde sua entrada no movimento em torno de 1929 (incluindo sua colaboração com Luís Buñuel) até sua expulsão em 1935-1936, em decorrência de sua mudança de trajetória, envolvendo, entre outros dados, suas simpatias pelo fascismo e pelo papa. A seguir, a comunicação centrará em três aspectos, técnicas ou dimensões da atividade surrealista de Dalí destacados pelo próprio Breton: em primeiro lugar, a paranóia crítica, ―método espontâneo de conhecimento irracional‖ inventado pelo controvertido artista e escritor surrealista catalão; a seguir, será abordada sua produção de ―objetos a funcionamento simbólico‖; enfim, a presença central do humour noir (humor negro) em sua obra. Em cada um desses três momentos, procurar-se-á entender porque, em que medida e como Breton considerava que esses aspectos, técnicas ou dimensões contribuíam aos objetivos do surrealismo de mudar a vida, de questionar e subverter as formas de agir, pensar, ver e sentir.
O OLHAR DE SALVADOR DALÍ SOBRE A ARQUITETURA ART NOUVEAU
Nara H. N. Machado (PUCRS)
A comunicação tem por objetivo estudar como o surrealista catalão Salvador Dalí (1904-1989) visualizou a arquitetura art nouveau, particularmente a obra de Antoni Gaudí (1852-1926), através da análise de dois textos publicados por Dalí em francês: ―L‘Âne pourri‖ (1930) e ―De la beauté terrifiante et comestible de l‘architecture art nouveau‖ (1933). Após uma brevíssima caracterização do
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surrealismo (o referencial teórico-metodológico de Dalí, e ainda da comunicação proposta), bem como de suas relações com a arquitetura, a comunicação abordará os dois artigos, cujas análises permitem descortinar e apreender a natureza e a essência da arquitetura art nouveau. O trabalho iniciará mostrando que, aos olhos de Dalí, a excepcionalidade das arquiteturas ―delirantes‖ do art nouveau reside no fato de que possibilitam autênticas ―realizações de desejos solidificados‖, através do recurso a alguma forma e grau de automatismo, mais ou menos intenso, seja ele consciente ou semi-consciente. A partir de tal constatação, abordaremos a análise, empreendida pelo catalão, dos processos atuantes no seio do automatismo: operações de trituração e metamorfose através das quais elementos arquitetônicos do passado são transformados para dar nascimento a uma nova arquitetura, aquela do desejo. Finalmente, identificaremos que é nesse aspecto, segundo Dalí, que reside basicamente a natureza do art nouveau: não ser uma fórmula, não ser um estetismo, mas possuir um caráter ―essencialmente extra-plástico‖, ou seja, ―literário‖, palavra que pode ser traduzida por simbolista (o qual pode ser, salientamos, abordado em três distintos níveis: como simbolismo temático, como expressão das ―aspirações hiper-materialistas‖ e, finalmente, como simbolismo mimético). Sobretudo, nossa ênfase é mostrar que, ao insistir na dimensão simbolista – literária – do art nouveau, as análises de Dalí contrapõem-se às concepções dominantes que nele somente querem enxergar uma forma, uma fórmula, um estetismo.
MESA 9
DIÁLOGOS ENTRE ORALIDADE E ESCRITA EM TEXTOS DE AUGUSTO CÉSAR PROENÇA
A proposta da presente mesa é apresentar algumas reflexões acerca do diálogo entre oralidade e escrita, nos textos, A força do falar pantaneiro e Nessa poeira não vem mais seu pai, de Augusto César Proença, mostrando que a intertextualidade aparece em textos verbais e não-verbais como recurso de linguagem, destacando o caráter multifacetado e dialógico do discurso.
Coordenadora da mesa: Eva de Mercedes Martins Gomes (UFMS).
Área temática da mesa: Estudos de Linguagem.
Participantes e respectivos resumos:
A INTERTEXTUALIDADE COMO ESTRATÉGIA CRIATIVA: DIÁLOGO ENTRE O CONTO "NESSA POEIRA NÃO VEM MAIS SEU PAI" E O FILME “A POEIRA”
Eva de Mercedes Martins Gomes (UFMS)
A reflexão sobre o processo de criação verbal é de grande relevância para os estudos linguísticos, sobretudo enunciativos. Como estratégia criativa, a intertextualidade aparece como recurso de linguagem, destacando o caráter multifacetado e dialógico do discurso. Uma obra, ao ser adaptada, tem seu conteúdo mantido, enquanto a estrutura discursiva é modificada, porque passa para um modo de enunciação diferente. Consequentemente, com a adaptação de um texto verbal para o cinema, há mudança de gênero e mudança de estilo, mesmo que se procure reproduzir o original o mais fiel possível. Ao mudar de gênero, alteram-se os significados dos elementos nele presentes (palavras, gestos, imagens); assim, o significado desses elementos depende, também, do gênero do texto. Essas descobertas mostram que a leitura de textos cinematográficos, como é o caso do filme A poeira, texto de Augusto César Proença e direção de Hélio Godoy, abre, à investigação, opções a análises linguístico-enunciativas. Nesse viés, esta comunicação é um estudo da enunciação com fundamentação teórico-metodológica no diálogo entre textos, de Bakhtin, concepção que serve de embasamento ao conceito de interdiscursividade introduzido por Fiorin (2006) e Brait (2005). As considerações finais apontam para a necessidade de se compreender a interdiscursividade nas obras literárias e sua transposição para o cinema por meio da adaptação.
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"NESSA POEIRA NÃO VEM MAIS SEU PAI": O VIVIDO E O NARRADO
Maria Emília Borges Daniel (UFMS/CNPq)
O conto Nessa poeira não vem mais seu pai (1996), do escritor corumbaense Augusto César Proença, configura um contexto poético-narrativo que amplia o auditório dos causos contados nas rodas de conversas pantaneiras. O narrador personagem do conto, tal como o contador de causos, reflete a vontade e a necessidade de recriar/narrar, valendo-se do imaginário e da memória, o que está à vista ou faz parte do vivido de muitos, mas que poucos têm a sensibilidade de perceber e de valorizar. No conto selecionado, trata-se de um episódio que envolve a morte do pai do narrador personagem. Considerando tais pressupostos, o objetivo da comunicação é o de apresentar um estudo, fundamentado na linguística textual, que busca evidenciar a organização do conto em dois planos: o da vida e o da morte, representados por fenômenos, objetos e costumes que simbolizam ora a vida, ora a morte, marcadas pelo ponto de vista narrativo. Nessa perspectiva, será evidenciado o papel das cadeias referenciais (Marcuschi, 2000; Koch, 2005; Roncaratti, 2010) tanto na organização textual quanto na produção dos efeitos de sentido pelos interlocutores mediados pelo texto.
UMA MOSTRA DA DIVERSIDADE LINGUÍSTICA NO FALAR DO PANTANEIRO
Deusdélia Pereira de Almeida (GRUPO CAJE)
Este estudo propõe analisar categorias que apontam para uma compreensão da variação linguística ocorrida no texto A força do falar pantaneiro, de Augusto César Proença. Tomaram-se por categorias os diferentes olhares destinados à variação linguística: um lançado pela Gramática Histórica e, outro, pelo desenvolvimento dos estudos sociolinguísticos. Ambos fundamentados a partir das contribuições da Linguística e da Sociolinguística, tendo por aporte os estudos de Labov, Chomski, Bagno, Tarallo, Bortoni-Ricardo e Coutinho. Utilizando uma metodologia teórico-descritiva, o encaminhamento da discussão levantará questões voltadas tanto a conhecimentos linguísticos como a variações linguísticas que ocorrem na fala dos pantaneiros mesclada com a oralidade dos países vizinhos, formando um universo próprio e mostrando a versatilidade linguística e cultural da região. Nessa discussão, diante da dinamicidade humana, propõe-se, não um ponto de chegada, mas uma trajetória de questionamentos e entendimentos que, através de um laborioso processo de troca, assimilação, absorção produziram uma linguagem extremamente expressiva, rica em variações fonéticas e prosódicas: o falar do pantaneiro.
ENTRE NELORE, CARIBÉUS E JACUBAS: A SOCIOLINGUÍSTICA DO HOMEM PANTANEIRO
Rosangela Villa da Silva (UFMS)
―Para entender o Pantanal – já dizia Cássio Leite de Barros – é necessário sentir o que ele sugere para depois compreender o que ele oferece.‖ Com essas palavras, Augusto César Proença inicia o texto A força do falar pantaneiro, que traduz, na sua mais pura expressão, a realidade sociocultural do homem pantaneiro e o seu vigor linguístico. Corumbaense, pantaneira, filha de peão de fazenda, professora de sociolinguística e seguidora de Labov, este texto revela um universo linguístico e social com os quais convivi na minha infância e dos quais me orgulho. Labov (1972), em estudos realizados na ilha Martha‘s de Vineyard, revela o que se chamou de orientação cultural numa comunidade de fala, ao mostrar comportamentos linguísticos diferenciados em moradores locais, como forma de resistência aos hábitos dos veranistas e como forma de impor a identidade ilhéu. Assim, o que se pretende nesta reflexão é mostrar o linguístico e o social revelados pela força do falar pantaneiro, a partir da teoria da sociolinguística laboviana. Tomou-se como base, nesta análise, o modelo laboviano de pesquisa, sob uma abordagem sincrônica, que analisa grupo de indivíduos, levando em consideração o seu vernáculo. Palavras, como, viola de cocho, fueiro, guieiro, cambão, gangorra, carro de boi, tento, braça, afogador, gamela e lonqueação, revelam essa comunidade linguística e estabelecem seu lugar na geolinguística local.
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