Profa. Dra. Rosangela M. Mantolvani
É preciso lembrar sempre que os originais das fábulas de La
Fontaine foram produzidos em versos. Portanto, as adaptações em prosa já
representam profundas alterações na estrutura de organização dessas fábulas.
Seria muito difícil enumerar a quantidade de escritores que
já adaptaram as fábulas de La Fontaine pelo mundo afora.
Entre os contemporâneos, é possível encontrar publicações de
André Koogan Breitman; de Valerie Videau e Paul Beaupère; de Olga Cafalcchio,
de Carlos Busquets, entre outros, cujas publicações continuam disponíveis em
diferentes editoras.
Cafalcchio, Olga / MALTESE
A Cigarra e a Formiga - Col. La Fontaine Ontem e Hoje
Sinopse
Em
A Cigarra e a Formiga La Fontaine
fala sobre a importância do trabalho, onde nem sempre é possível apenas
divertir-se, é preciso também batalhar. Paul Beaupère, conta a história de
Magali, a cigarra que sonhava em ser cantora, e passou todo o verão cantando. IN: www.livrariasaraiva.com.br
Além dos livros, ilustrados e adaptados a faixas etárias
diferentes, as fábulas podem ser encontradas também em DVD, como desenhos
animados, em tentativas bem sucedidas de associar as narrativas e sabedorias do
passado com as tecnologias do presente.
Assim, nada mais importante do que a reflexão sobre a
necessidade do trabalho e do acúmulo de excedentes, proposta no livro de fábula
A cigarra e a formiga; e, ainda, a questão moralizante que coaduna com os
valores capitalistas que prenunciavam no
momento em que La Fontaine publica seus textos, a ascensão da produção
manufaturada, que impulsionou rapidamente a Revolução Industrial.
O
Lobo e o Cordeiro e Outras Fábulas de La Fontaine - Mini DVD - DVD4
Distribuidora: Rexmore
Categoria: DVD Filmes e Desenhos / Infantil / Animados
Numa
família de cordeiros, que raramente saía do pasto, havia um jovem cordeiro
magricelo, de óculos fundo-de-garrafa, que dava muito trabalho para sua mãe. Se
achando um animal muito esperto e querendo se tornar mais forte, ele vai em
busca de respostas para suas dúvidas, até que desafia um lobo muito feroz e a
situação fica bem complicada... [Leia+]
(IN:
http:www.livrariasaraiva.com.br)
Em 1699, ou seja, quase no início do século XVIII., é
publicado Suite du quatrième livre de l’Odyssée
ou Les Aventures de Télémaque, fils
d’Ulysse (As aventuras de Telêmaco,
filho de Ulysses), por Fénelon, o bispo de Cambrai, que também era o
preceptor do Duque de Bogonha.
Essa publicação imortalizou Fénelon, pois tratou-se de um
livro de Literatura Infantil que conseguiu “instruir divertindo” (COUTINHO,
1971, p. 186).
A história do
livro é baseada no livro IV da Odisséia,
a epopéia de Homero. O enredo conta as aventuras do filho de Ulisses, herói do
povo grego na Odisséia. Tendo seu retorno a Ítaca retardado pela força dos
deuses, Ulisses é procurado por seu filho Telêmaco. Para orientá-lo, Telêmaco
conta com Mentor, seu preceptor, que o orienta para que não caia em alguma
cilada do destino. Mentor, na verdade, é o representante da sabedoria suprema
da deusa Minerva.
No enredo, o
protagonista Telêmaco não segue somente o roteiro traçado na Odisséia, mas em
Fénelon, é levado ao Egito, a Chipre, a Creta, ao Ades e à ilha de Calipso,
onde acontece a maioria de sua aventuras.
As aventuras de Telêmaco, um tipo de literatura que não foi
produzida especialmente para crianças, como é o caso de outras produções do
tipo, terminou sendo uma das mais lidas e conhecidas obras pelos leitores
juvenis, sendo, ainda hoje, publicada por certas editoras:
As
aventuras de Telêmaco - Filho de Ulisses
Editora: Madras
Categoria: Literatura Estrangeira / Romance
LAS AVENTURAS DE TELÉMACO: COLECCIÓN DE
CLÁSICOS DE LA LITERATURA EUROPEA
"CARRASCALEJO DE LA JARA"
Livro
digital
FORMATO
PDF
O sucesso do livro permitiu que fosse publicado na
contemporaneidade como livro digital, uma aposta da editora, certa de que se
trata de uma literatura que será sempre apreciada pelas próximas gerações.
As aventuras de Telêmaco revela a profundidade do amor e da
dedicação filiais, uma vez que cabe ao filho estar atento para os destinos e
caminhos percorridos pelos pais, se possível servindo-lhes de guardiães pela
vida afora. Também a aprendizagem e amadurecimento do filho, que se encontra em
fase de evolução.
Charles
Perrault publica em 1697 os Contos de ma mère l’Oye (Contos de minha mãe
Gansa), nos quais apresenta um mundo novo, apesar de manifestarem na escrita
histórias que já existiam na oralidade, ou seja, as oraturas ou oralituras. No
entanto, seu esforço pelos efeitos da escrita o coloca em situação bastante
diversa,como se pode ver em seu Prefácio aos Contes em vers (Contos em
versos). Citado por Afrânio Coutinho, Perrault confirma que:
Por frívolas e bizarras que sejam todas
essas fábulas em suas aventuras, é certo que excitam nos meninos do desejo de
se parecem com os que vêem tornar-se felizes e, ao mesmo tempo, lhes infunde o
temor das desgraças em que os maus
caíram pela própria maldade. Não é louvável que os Pais e Mães, quando seus
filhos ainda não são capazes de aprender verdades sólidas e despidas de
quaisquer ornatos, os façam amar e, se se pode dizer, engolir essas verdades,
envolvendo-as com descrições agradáveis e adequadas à sua tenra idade? É
incrível a avidez com que essas almas inocentes e cuja retidão natural não foi
ainda corrompida recebem essas instruções ocultas; ficam tristes e abatidas
quando o Herói ou Heroína do conto são infelizes e gritam de alegria quando lhe
chega a felicidade, da mesma maneira que, depois de terem suportado a
prosperidade dos maus, se rejubilam
quando recebem eles o castigo merecido. São sementes que se lançam e de começo
só produzem movimentos de alegria e de tristeza, mas não deixam nunca de
florescer em boas inclinações. (PERRAULT,
Charles. Contes en vers. Paris, 1948,
p. 24. Apud COUTINHO, A. 1971, p. 187)
As palavras de Perrault em seu Prefácio
deixam claras as intenções moralizantes e, ainda, certas doses de maniqueísmo
explícitas na premiação do bem (os heróis e heroínas) e no castigo dos maus.
Mas a construção dos contos, cuja
produção se dirige ao público infantil, são valorizados pela visão de mundo
dirigida ao um público infanto-juvenil, nas onze histórias populares reunidas
por Charles Perrault nessa publicação, possuem um viés moralizante, sob um
sentido que explica as relações e tem a função de mediar as relações dos homens
em diferentes lugares do mundo, em diferentes momentos temporais.
Os contos que integravam a coletânea
denominada Contes de ma mère l’Oye (Contos de mamãe Gansa) são lidos e
publicados em nossos dias, sendo muito difícil precisar a quantidade de
releituras e adaptações pelas quais passaram:
As Fadas ("Les
Fées")
Henrique, o Topetudo ("Riquet à la Houppe")
Pele de Asno
("Peau d'Âne")
Os Desejos Ridículos
Grisélidis
Editoras como a Girassol, a Iluminuras,
a Martin Claret, a Scipione, a Companhia das Letrinhas, a Nacional, a Global, a
Martins, a Rideel, a Colihue, a Norma, entre outras, disponibilizam livros de
autoria de Charles Perrault, principalmente os títulos que aparecem nos Contos
da Mamãe Gansa, agora separados e repletos de ilustrações coloridas, que
fascinam os pequenos leitores.
A editora Melhoramentos oferece uma
edição digital do livro A gata
borralheira, em formato PDF, investindo, assim, Perrault das novas
tecnologias.
A Gata Borralheira
Autor: Perrault, Charles
Fornecedor: Melhoramentos (edição Digital)